Petrópolis, 1968: memórias do Sidney

SÃO PAULO (hasta mañana) – Senhoras e senhores, o post ficou um pouco para baixo, por isso recoloco o link aqui. Isso porque nosso amigo do peito Sidney Cardoso está contando, em detalhes, tudo que aconteceu naquela fatídica corrida de Petrópolis, 1968, a que considero maior tragédia do automobilismo brasileiro, maior até que a morte de Senna.

Isso porque era o início de algo que não existia. No caso, o automobilismo. E ali se formava uma turma. Uma patota. Aquilo que hoje se chama de uma “categoria”: os profissionais de corridas no Brasil. E num fim de semana, num único fim de semana, dois da turma se foram: Sérgio, irmão do Sidney, e Cacaio (de quem tenho um pôster no escritório de minha casa, entortando um DKW).

Ali caiu a ficha. Amigos perderam amigos. Não foi um espetáculo midiático. Foi como se numa noite em que você joga bola, dois de sua turma morressem no campo. Um atrás do outro. Foi o que aconteceu em Petrópolis, 1968.

Ali, garotos viraram homens. Deixaram de troçar com a morte e com o perigo. Ali, a garotada deixou de ser imortal.

Sidney, me corrija se eu estiver errado.

No mais, devo dizer que estou impressionado com a riqueza de detalhes do relato de nosso blogueiro-piloto, testemunha viva daqueles fatos. Nunca quis colocar nada aqui sobre Petrópolis, 1968, para não despertar no Sidney memórias tristes e desagradáveis. Não sabia que aquela foto era daquele ano, se soubesse, nem colocava.

Mas, pelo que noto, agora falo com você diretamente, amigo, quase 40 anos depois você demonstra uma enorme serenidade ao lembrar de tudo. Parabéns. E obrigado por nos contar tudo, sem ressentimentos ou amargura despropositada.

Nas tragédias, se aprende.

Amanhã coloco mais fotos de Petrópolis, imagens que vinha guardando havia um bom tempo. É legal a molecada saber, de dentro, tudo que aconteceu. Se quiser seguir seu relato no próximo post sobre aquela corrida, fique à vontade.

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greyhound
greyhound
17 anos atrás

Sou um pobre mortal que a vida inteira sonhou com automobilismo e o sonho de um dia poder ser “um daqueles caras”. E o cara que inoculou-me o vírus chamava-se Sérgio Cardoso.Garoto de cerca de 7 anos, ouvia meu pai contar sobre as corridas de rua na Barra da Tijuca.Finalmente, prometeu-me que no domingo iríamos ao autódromo de Jpa(o primeiro.).No sábado fomos levar meus avós no fusquinha 64 em Copacabana. No Aterro do Flamengo escuto um som ensurdecedor vindo por trás e fomos ultrapassados por uma Simca cor de mostarda e ainda tive tempo de ver o número na porta era nº zero…numca mais esqueci… No dia seguinte, alucinado por estar vendo uma corrida pela 1ª vez, qual não foi meu delírio ver a Simca nº zero ganhar a corrida de ponta a ponta.(Naquele dia teve uma corrida de Kombis e o Sérgio Cardoso também ganhou…) Galera,,, o cara estava acertando o carro para corrida no Aterro do Flamengo !! Nunca mais esqueci aquela ultrapassagem no Aterro…

laerte aguiar
laerte aguiar
17 anos atrás

Sidney Cardoso.
Somente agora li seus relatos sobre o tragico acontecimento, estou emocionado, fomos criados juntos, estudamos juntos, Sergio foi meu colega de sala, como aprontavamos no colegio pois ele sendo filho do diretor e eu filho de professor tinhamos certas regalias, nossa juventude tambem foi compartilhada, tanto na casa de jacarepagua quanto na da ilha, me veio a lembrança todo aquele tempo, o quarto do trem eletrico, a vespa, a monareta e tantas outras lembranças, sendo a mais triste aquela que quando o Sergio levou o tiro eu estava pasando na hora e ao ver a rural espetada no poste e ele estirado na rua eu é que fui avisar seus pais, este fato está gravado em minha memoria e o revi claramente neste momento. Vc disse diversas coincidencias, e interessante, no inicio de 2006, em uma viagem ao sul uma das companheiras de viagem foi exatamente a madrinha de Sergio, Maria Olimpia (Mariinha) e relembramos muito aquele tempo, inclusive o acontecimento de Petropolis, com passagens que ora descreves. Eu o admiro muito por sua coragem em abrir seu coração contando assuntos tão intimos e dolorosos, como tambem por ter tido tambem problemas tão graves encarar a vida como ela se apresenta. Parabens e um grande abraço, extensivo a D. Arlete.
Laerte Aguiar

Renato de Portugal.
Renato de Portugal.
17 anos atrás

Já sei o que está se passando. Meu computador está a trabalhar a lenha e o comentário leva um tempo para aparecer. Por isso fiz essa confusão toda

Renato de Portugal.
Renato de Portugal.
17 anos atrás

Este comentário está correto. Desculpa

Renato de Portugal.
Renato de Portugal.
17 anos atrás

Mais uma vez desculpem. O comentário que fiz sobre o Simca fazendo a curva perdeu-se.

Renato de Portugal.
Renato de Portugal.
17 anos atrás

Peço desculpas mas o comentário que fiz era para o post a seguir, com o Simca fazendo a curva.

Renato de Portugal.
Renato de Portugal.
17 anos atrás

Srs.
Quando vi a foto dos tres carros fazendo a curva em Petrópolis, no post de 8 de Janeiro e fiquei sabendo que neste dia tinha morrido o irmão do Sidney Cardoso além do Cacaio, pensei em fazer um comentário pedindo aos blogueiros não falarem mais nada em respeito a dor do Sidney e não lí mais o post.
Hoje vem outro post falando no assunto e o link com a impressionante intervenção do Sidney e protendo mais.
Faço minhas as palavras do blogueiros, neste e no post do dia 8 pois é preciso muita coragem e grandeza de espírito para tomar uma atitude destas, contrariando o meu cuidado em não ferí-lo. Por isso faço minhas as palavras dos blogueiros em relação a este HOMEM

Fernando Honda
Fernando Honda
17 anos atrás

Que satisfação em poder compartilhar tanto conhecimento automobilístico! Que satisfação em poder compartilhar tantas histórias. Essa de petrópolis é enriquecedora. Gomes, parabéns por reunir essa galera toda! Sou novo, tenho 29 anos apenas, mas fiquei muito satisfeito e emocionado com tudo o que li aqui. Sidney, parabéns pelo que escreveu. Apesar da tragédia, foi bastante esclarecedor, inclusive com fatos dos bastidores. Sou um fã do automobilismo desde criança. E gosto cada vez mais desse esporte.

SÈRGIO HINGEL
SÈRGIO HINGEL
17 anos atrás

Ao Sidney Cardoso: um grande abraço pela CORAGEM.

Caíque
Caíque
17 anos atrás

Juca e Amigos,

Voltando hoje aos Blogs, me surpreendi com a sua lembrança das ambulâncias da SAMDU…Juca, tâmu ficando velhus…rsrsrsrs!!!

Ao Sidney,

Aquela Berlineta 99, se for a do Heitor, não teria sido também a do Sérgio Palhares, que depois passou ao Luis felipe da G. Cruz com patrocínio da SIMONIZ???

Sidney Cardoso
Sidney Cardoso
17 anos atrás

Flávio Gomes e amigos
Como falei ontem, vou sair agora de manhã, só voltando à noite, devido a dois compromissos, portanto, não estranhem não responder as perguntas neste intervalo de tempo.
Quero agradecer as amáveis palavras de todos que se manifestaram.
Interessante que este relato começou apenas quando escrevi tentando esclarecer umas dúvidas do Anselmo e 3=6, sobre que carro era aquele entre o Malzoni e a Berlineta.
E também respondendo e concordando com Romeu sobre a educação e curiosidade do público naquela época.
Li também uma boa explicação do grande pesquisador e, há algum tempo amigo, Ricardo Cunha e resolvi falar um pouco do que sabia. De repente as imagens e sentimentos foram brotando vivas em minha mente e fui transcrevendo-as.
Vou ficar um tempo fora, mas vocês vão ganhar com isso, pois vou na casa do amigo e piloto Wilson Marques Ferreira que naquela foto estava pilotando a Alfa Zagatto, e, atendendo a meu convite de conhecer este blog, não apenas passou aqui como já está colaborando. Tenho certeza de que, como eu, será mais um viciado neste nosso papo no botequim do Gomes.
Ele já me falou também que irá em minha companhia e a de outro piloto e amigo Amauri mesquita, em SP nos Clássicos de Competição.
Hoje vou comentar com ele como são nossos farnéis, e podem apostar que no próximo os dois estarão lá.
Máximo e outros que possam desejar o mesmo que ele quando eu estiver fora, podem copiar e colar à vontade, o que fiz nada mais foi que relatar uma parte da história de nosso automobilismo e de meu irmão Sérgio Cardoso, que, até então só era conhecida por poucas pessoas que estavam próximas, o que é perfeitamente normal, apenas tornei-as públicas.
Flavio
Fique à vontade pra colocar as fotos desta corrida, até agradeço, pois devido aos fatos narrados, só vi os treinos. Há um ditado, acho que é de La Fontaine que diz mais ou menos assim : O tempo apaga a dor, minora os sofrimento, haja vista a viúva de um dia e a de um ano.
Já se passaram quase 38 anos, o amor e respeito aos que se foram continua, mas já nos sentimos mais à vontade para trocarmos informações e sabermos mais de suas vidas.
Quanto as imagens que você criou sobre patota de amigos que perderam outros num campo de futebol, aquilo que hoje se chama de uma “categoria”: os profissionais de corridas no Brasil.
Ali, garotos viraram homens. Deixaram de troçar com a morte e com o perigo. Ali, a garotada deixou de ser imortal.
Achei perfeita a imagem, nada a corrigir, pelo contrário, só aplaudir seu estilo perfeito.
Amigos, até logo!

Romeu
Romeu
17 anos atrás

Sidney Cardoso, que eu conhecia de algumas fotos e reportagens da revista Auto Esporte dos anos 60, de ser um dos irmãos Cardoso, donos de um Colégio do Rio de Janeiro, que tinham a ousadia de correr com carros raros por aqui na época, de participar das principais corridas no Brasil nos dourados anos 60.
Anos passaram, o mundo mudou, e eu tive o grande prazer e felicidade de conhecer pessoalmente o Sidney, em um dos despretenciosos farnéis, (des)organizados através deste blog.
Em meio a muita alegria, brincadeiras, lembranças boas e até autógrafos em livros sobre o Ford GT 40, eu, os mais velhos e os mais novos, pudemos ficar sabendo um pouco mais, quem era o conhecido piloto para alguns e desconhecido para outros tantos.
Agora, o Sidney compartilha conosco esse emocionante relato, completo de detalhes inéditos, que quase 40 anos não se apagaram, vividos por ele e por outros participantes daquele tragico episódio.
Expondo e dividindo com essa meia duzia de verdadeiros fãs do tambem verdadeiro automobilismo brasileiro, particularidades sobre um assunto que a maioria (quase a totalidade) dos pilotos que estavam presentes naquele dia, detestam comentar.
(O Mestre Joa, sabe do que eu estou falando).
Portanto, tudo o que se falou e se falar sobre esse importante documento colocado aqui pelo Sidney, tenho certeza que não vai exprimir toda a emoção e a gratidão que estamos sentindo neste momento.
Uma foto como sempre sem pretensão nenhuma, colocada aqui pelo Flavio, que começou com uma duvida sobre marca e modelo de um dos carros, se transforma através do Sidney ,talvez no mais importante, mais lindo, mais emocionante, documento da história do automobilismo brasileiro.
E talvez o melhor post colocado aqui até hoje.
E uma verdadeira homenagem ao piloto Sergio Cardoso, que esteja onde estiver, deve estar vendo, com certo orgulho o quanto de emoção seu irmão passou a todos nós.
Só nos resta um muito obrigado gigante como você, Sidney, com toda a adimiração do mundo, que uma figura humana como essa merece.

Gilberto Hingel
Gilberto Hingel
17 anos atrás

Apoio a sugestão do Virgo. Uma narrativa tão detalhada e tão emocionante merece um espaço nobre. Junto-me aos demais e dou parabéns ao Sidney Cardoso pela serenidade e coragem.

VIRGO
VIRGO
17 anos atrás

Patrão e Brandão,

Por que voces não aproveitam a oportunidade e transformam os posts do Sydeney Cardoso (se ele consentir, claro) em uma Coluna Retrovisor.
Seria um documento vívido sobre uma época do automobilismo brasileiro que quase se perde nas brumas do tempo para aqueles jovens que vivem no mundo de computadores, água de garrafão esterilizado, e não sabem o que é um carrinho de rolimã ou soltar pipa (aqui em São Paulo, soltar quadrado ou, mais antigamente, papagaio). A narrativa é um retrato em Sépia das pessoas que vieram abrindo os caminhos que mais tarde foram trilhadospor Emerson, Piquet, Senna e tanta gente boa.
Fica a sugestão!

VIRGO
VIRGO
17 anos atrás

Ao (me permito chama-lo assim) Sidney Cardoso:
Escrevo no calor da emoção da leitura do seu relato de Petrópolis 68, com lágrimas nos olhos (só posso estar ficando velho…) imaginando o que deve ter sido e o que devem ter sentido todos os que se envolveram nesses acontecimentos.
Ao Sidney, meus agradecimentos por ter compartilhado conosco seu testemunho de tudo aquilo. Nestas horas percebo a verdade que sxiste na noção de que, em determinadas horas, as palavras são muito pobres para expressar o que sentimos.
Um abraço do amigo
PS: Os que o conhecem hão de concordar: Sidney Cardoso é a quintessência da Educação e finesse; um tipo de avis rara que, infelizmente, vai desaparecendo em nosso país.

Roberto Valle
Roberto Valle
17 anos atrás

Gomes,

Parabéns pela sensibilidade mostrada. Em outro email você já tinha me falado isso. Creio que históricamente é muito importante falar destas corridas em Petrópolis – grandes pilotos participaram delas.Se houver algo que possa ajudar, como tirar fotos atuais dos locais retratados, estarei disponível neste fim de semana.

Abraços a todos !

Maximo
Maximo
17 anos atrás

Sidney, parabéns pelo desprendimento de compartilhar toda essa história.
Uma pergunta… posso copiar e colar no meu blog??

Gomes
Gomes
17 anos atrás

Nasser, meu guru… Nem vem. Se eu conseguir fazer um bilionésimo do que você fez (e faz), dou-me por satisfeitíssimo. Méritos, todos, aos loucos dos blogueiros deste louco blog.

Quando vens a SP? Precisamos atacar de novo aquela salada em São Bernardo!

Adriano Griecco
Adriano Griecco
17 anos atrás

Flavio, mais do que justa a homenagem. Palavras certas. Sidney. Parabéns. Impresiona a riqueza de detalhes. Histórias como esta mostram a grandiosidade e a coragem de vocês.

Adriana
Adriana
17 anos atrás

Esses caras correndo em ruas de pedra com meio fio alto e cheio de comercio em volta….uma loucura….já tinha comentado com o Flavio sobre esse dia e mandei umas fotos…lembra Flavio?

Thiago Azevedo
Thiago Azevedo
17 anos atrás

Joaquim, fico imaginando um paralelepípedo molhado!
Coisa de louco!

reginaldo
reginaldo
17 anos atrás

Dizer o que?…comentar o que? se td está dito pelo Sydnei. Grande abraço e parabéns pela coragem.

Sidney Cardoso
Sidney Cardoso
17 anos atrás

Flavio e amigos
Que surpresa!
Como falei aqui algum tempo atrás, costumo passar neste blog umas três vezes por dia quando posso.
Voltando agora, vi o que Flavio fez.
Flavio, como você falou pra ficar à vontade se quiser continuar o relato e senti pela opinião dos amigos que gostaram, vou continuar no link que vc pôs para não ficar quebrado, está faltando pouco. Vou fazer agora, pois amanhã estou com dois compromissos, um de levar minha mãe na casa de umas amigas e outro de ir na casa do querido amigo Wilson Marques Ferreira que puxei pra cá e já está colaborando com seus comentários.
Forte abraço a todos

joaquim
joaquim
17 anos atrás

Se me permitem e ainda no clima, a rapaziada de hoje não tem a mais pálida idéia a que esses fantásticos pilotos estavam sujeitos nessas provas de rua.
Imaginem voar a quase 200 Km/h em ruas de asfalto ruim, paralelepípedos, ladeados por paredes humanas e limitados por altos meio-fios, muitas vezes debaixo de chuva. Sem guard-rails, barricada de pneus, áreas de escape ou brita, muitas vezes somente alguns sacos de areia ou palha de arroz à guisa de defensas. Saiu da pista, acertou um (ou mais) assitentes. Precariamente assistidos por desequipados mas bem dispostos bandeirinhas e quando muito por um carro de bombeiros e uma ambulância do SAMDU (quem conheceu, sabe do que eu estou falando).
Não havia comunicações de rádio, reboques, socorro médico rápido (um sonho!!), nada disso!
O piloto contava somente com a sorte e sua habilidade na execução de derrapagens controladas, contra-esterços e punta-tacos.
A arte de pilotar na sua essência. Hoje sei que fui um privilegiado por ter testemunhado esses desempenhos épicos numa época mais que memorável.

jose carlos
jose carlos
17 anos atrás

CARO FG
SUA COLOCACAO E COMENTARIO SOBRE ESTE ASSUNTO FORAM PRECISOS E PERFEITOS
OS CARDOSO SAO UMA LENDA VIVA NO AUTOMOBILISMO NACIONAL
VOCE NAO IMAGINA AS VIAGENS QUE FACO AO ADENTRAR NESTE BLOG
EU SOU ORIUNDO DO RIO,CRIADO EM SAO JOAO DE MERITI E DESCIA DO ONIBUS AO LADO DA ESTACAO DE CASCADURA E ATRAVESSA O VIADUTO E FICAVA ESPERANDO PASSAR ALGUM AMIGO DO RIO MOTOR RACING EXATAMENTE EM FRENTE AO COLEGIO DE ARTE E INSTRUCAO ONDE ALGUMAS VEZES PUDE VER ADENTRAR BOLIDOS DOS IRMAOS
VOCE NAO IMAGINA COMO ISTO MARCOU PRA MIM E NA MEU PERFIL DE AUTOMOBILISMO
VOCE NAO IMAGINA O QUE ESTE BLOG ME FAZ ECONOMIZAR DE TEREPEUTA
JOSE CARLOS
SETE LAGOAS

joaquim
joaquim
17 anos atrás

A primeira vez que vi o Sidney foi nos Mil Km de Brasilia de 1970 – aquela famosa da confusão da cronometragem, com polícia e tudo – ele ao volante do Lorena-Porsche em dupla com o Heitor Peixoto de Castro e eu, um simples, humilde e insignificante rato de boxes.
Fiquei ali, na turma do gargarejo, embasbacado e boquiaberto com o Lorenão e seus pilotos, escorregando nas curvas, debaixo daquele dilúvio.
Trinta e seis anos se passaram e o reencontro num dos nossos farnéis e ele me presenteou com uma das tardes mais agradáveis e emocionantes que já tive. Por respeito e educação jamais toquei neste assunto. Mas o Sidney o descreve com uma serenidade e calma que só aqueles que tem fibra suficiente para superar as adversidades e confiança na própria firmeza de caráter são capazes. O Sidney é feito daquela liga imantável em que só os verdadeiros bravos e corajosos são forjados. Um homem por inteiro. Me orgulho de chamá-lo de amigo.

roberto nasser
roberto nasser
17 anos atrás

fg, que belo relato histórico. permito-me um raciocínio para aumentar as perdas. institucionalmente foram três pilotos que de petropólis não retornaram. o sérgio, o cacaio, e o marinho, tio do cacaio que ali se decidiu a parar de correr.
um clima de amigos, de patota, como você bem enfatizou e que ficou muito assinalada pelo acompanhamento que se fazia, de longe sobre o estado de saúde do cacaio, que se alternava de esperanças e tristezas, até que esta última venceu.
junte a minha admiração com a emoção que permito observar no nível de confidência e amizade que você imprime deste blig. e que permite informações preciosas, testemunhos e depoimentos como este do sidney, que restauram e aclara parte tão importante de nossa história automobilística.
quando eu crescer, quero ser como você. nasser

Edison Roberto Guerr
Edison Roberto Guerr
17 anos atrás

Parabéns ao Sidney pela serenidade em relatar os fatos.Tive o prazer de conhecê-lo em nossos farnéis,e ao ler seus relatos,foi como se estivesse falando para para mim,com sua calma,que só o tempo e a experIência trazem.
Abraço.