Secreta?

SÃO PAULO (para variar) – Sobre o GP São Paulo, evento mal-ajambrado que aconteceu neste fim de semana em Interlagos, informo, a partir de relatos da assessoria de imprensa:

1) a corrida de 6 horas, dividida em duas baterias de 3, teve apenas 20 carros. Venceu, ambas, o protótipo Mitsubishi Lancer com Eduardo Souza Ramos, Ingo Hoffmann, Guilherme Spinelli e Leandro de Almeida.

2) na primeira bateria, 4 voltas de vantagem para o segundo colocado; na segunda, 5.

3) dos 20 carros, 11 eram Aldee.

4) uma certa corrida de pais e filhos teve 9 carros participando. Na primeira bateria, 4 chegaram ao fim. Na segunda, largaram 7.

5) um certo rali de regularidade para carros tunados (?) teve 24 participantes.

Não tenho informações sobre público. Assim como o público não tinha informações sobre a corrida. Portanto, suponho que as arquibancadas estavam, como sempre, às moscas.

Quem foi que conte.

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Rodrigo Ruiz
Rodrigo Ruiz
17 anos atrás

Fala Bettão…
Vc comentou coisas que eu não sabia e garanto que muita gente tb não..

Realmente fica complicado fazer um evento sem dinheiro. Sem dinheiro não tem divulgação, patrocínio, participantes, etc….

E o clima foi bem o que vc falou. Apesar de todos os problemas, estava bem legal.
Eu que nunca tinha feito fotos com chuva, abusei no final de semana.. hehehe

E pra quem quiser conferir as fotos, já estão no meu site:
http://www.velocidadeonline.com.br

Claudio Ceregatti
Claudio Ceregatti
17 anos atrás

Taí, Betto. Valeu.
Meu diagnóstico (embora não seja médico: médico é o Luque da BMW 2002, SuperClassic):
Cada um atira pra um lado. A Federação, os pilotos, as equipes, as associações de pilotos, o Autódromo, a mídia.
Seu um dia… (parece história de fadas) essas forças se unissem de fato, trabalhando forte na mídia, usando as revistas (como a Racing), forçando nesse veículo maravilhoso que é a Internet, tenho certeza que teríamos grande público e grandes corridas.
Quer financiar a bagaça?
Fácil, fácil.
É só ter sempre provas de regularidade BARATAS e acessíveis. Se folgar, até mesmo uma flying lap como no Porsche Day.
Todos nós íamos incendiar Interlagos, tenho certeza.
Não faltaria gente querendo andar no Templo, nem alucinado pra matar a vontade.
O problema ia morar mesmo naquela mesma vampirada de sempre… Aqueles que estão sempre de plantão, que fazem do automobilismo tupiniquim seu meio de vida há um zilhão de anos, de pai para filho…
Espero sinceramente que estejam empobrecendo bastante nos últimos anos, tendo que gastar os rios de dinheiro que já ganharam no passado.
Quem sabe quando não tiver carro nenhum no Campeonato Paulista eles acordem. Talvez organizem campeonatos de video game nos boxes vazios…

Betto
Betto
17 anos atrás

Os relatos abaixo foram bastante bons e deixaram uma boa ótica do que aconteceu em Interlagos este fim de semana. Mas li todos e senti falta de outras informações interessantes que passo agora:
1- Também estavam em Interlagos neste fim de semana: Luís Perereira Bueno, Jan Balder, Arthur Bragantini, Chiquinho Lameirão, professor Carpinelli (da FASP), Emílio Zambello, Graziela Fernandes (sim, ela mesma, da Equipe Willys) entre outros nomes ilustres da história do nosso automobilismo;
2- É fato que temos muitos problemas de organização. Mas é preciso valorizar certas nuances: o Zezito (do MKT da FASP) faz milagres para tentar divulgar as provas da Federação. Eu sei porque converso muito com ele. Não havia verba suficiente para divulgar mais do que foi feito o GP São Paulo, nem que cada spot de rádio custasse R$ 100,00. Ainda assim, ele conseguiu “alguma coisa” em três programas do Celso Miranda (um na TV e dois na rádio). Graças aos esforços dele também, caiu o custo da renovação da carteira de piloto em mais de R$ 200,00.
3- A fraca participação na prova, ainda segundo o Zezito, se deu ao fato de a prova ter sido retomada apenas em novembro e muita gente não ter tido tempo de preparar o carro. Por exemplo: o novo protótipo dos Pimenta (desenvolvido em Campinas) ficou pronto agora e vai para a pista esta semana; os protótipos das Faculdades Oswaldo Cruz que tradicionalmente correm bem as provas de Endurance, não conseguiram sets de pneus suficientes para correr; soube também de equipes do Sul (pelo menos três) que não tiveram tempo de adequar os carros ao regulamento… E tudo isso por causa de prazo.
4- Esta prova foi promovida pela FASP e pelo ACP (automóvel Clube Paulista). O custo de R$ 1000,00 por piloto (carro não paga) era realmente alto… Mas ainda assim, a prova deu prejuízo…
5- A corrida de Pais & Filhos foi divertida até no briefing e na premiação.A entrega do troféu de vencedora para a Graziela Paioli foi feita pela Graziela Fernandes… e isso não tem preço!!!
6- Na Pais & Filhos, ainda em função da pressa, os carros foram para pista da mesmíssima maneira que terminaram a última etapa do Paulista em dezembro. Por conta disso, foi preciso cobrar a participação das duplas o que acabou afastando nomes importantes. Além disso, TAMBÉM por conta do pouco prazo, nomes importantes como as famílias Fittipaldi, Serra e Gomes já tinham outros compromissos na mesma data.
7- O climão nos boxes do GP Cidade de SP era o meeeeesmo das memoráveis Mil Milhas… Aquele esquema da torre de abastaceimento com os bombeiros ao lado… O empenho das equipes, toda a correria…
8- Só faltou aumentar o grid (razões já citadas), ter maior duração e largar à noite…
9- Eu contei o público!! Para variar, como sempre, era muito maior nos paddocks e nas áreas VIPs (aquelas que o Rodrigo citou, onde havia bar, restaurante etc). Mas ter 200 pessoas nas arquibancadas CONSIDERANDO O TEMPO QUE ESTAVA FAZENDO e a chuva que caiu!!! Achei bom… Claro: eram apixonados! Mas imagine se o Zezito tivesse conseguido divulgar mesmo o evento…
10- É inegável que a proximidade desse evento com o que vai acontecer nesta semana (O Clásicos de Competição) acabou prejudicando os dois… Muita gente confundiu os eventos. Teve gente que achou que a corrida seria dia 25/01… Enfim… Os organizadores de ambos devem se unir para equalizar isso…

11- Finalmente: Como ninguém sabia da prova? Não estão lendo a RACING????

Vinicius Nunes
Vinicius Nunes
17 anos atrás

Obrigado a todos que torceram, elogiaram e me parabenizaram. Acabei de ganhar mais um presente, uma galeria só minha, criada pelo grande Rodrigo Ruiz
http://www.rodrigoruiz.com.br/fotos/thumbnails.php?album=245

Abraços ao Wellerson Santana, Tohmé, Alexandre Galvão, Pandini, Marcosg, Paulo Aidar, Flavio Gomes e todos que curtiram minha primeira vez!

André Buriti
17 anos atrás

Pois é, concordo com tudo o que disseram abaixo, aqui no Rio temos uma Federação de araque cujo presidente só fica reclamando que o Regional não dá lucro, que o kart não dá lucro, mas são pródigos em arrancar o couro dos pilotos na hora de renovar as carteiras e cobrar as inscrições das corridas.
Fica ainda pior para nós cariocas, porque além de não termos organização, não temos mais autódromo, eu já joguei a toalha, parece que por aqui o pessoal quer carteirinha de piloto pra entrar de graça nos boxes da Stock do que correr no Regional.
O que impede que os pilotos se unam e organizem suas próprias corridas? Seria acomodação ou a conveniência de encontrar tudo mastigadinho, estilo pague-e-corra-e não-encha-o-saco? Será que os regulamentos de segurança da FIA estão escritos em sânscrito arcaico e só a CBA pode traduzi-los para o português? Ou será que somente eles tem o poder divino de organizar corridas para que elas sejam reconhecidas sabe lá Deus pra quê? Isso chama-se monopólio, dos piores diga-se de passagem.
A questão simples e clara é o seguinte: todo mundo aqui sabe que da forma que vem sendo feito, o automobilismo se tornou mais proibitivo do que já é normalmente, ou as Federações, e principalmente a CBA, descem do salto e param de pensar que piloto é Xeque árabe brincando de pilotar ou vão ficar passando vergonha um vez por ano tomando bronca dos gringos comedores de empadinha porque tem cachorro na pista ou porque o asfalto está ondulado, até o dia que eles encherem o saco ou acharem que já conheceram todos os bordéis da cidade e abandonem de vez iso aqui, aí quem sabe, sem a grana e o prestígio do logotipo da FIA bordado na manga eles larguem o automobilismo e deixem os verdadeiros amantes do esporte, aqueles que dão o sangue e varam as noites preparando os seus carros, tomarem conta daquilo que lhes pertece por direito.
Até lá vamos assistir sentados ou vamos reagir?

Renato
Renato
17 anos atrás

Se vocês que são de SP não sabiam de nada imagine que é de fora!
Para acompanhar qualquer coisa em Interlagos temos que encarar 300 km (ida e volta) de estrada e marginais, R$ 20,00 de pedágio, R$ 30 de estacionamento (se o tio for camarada) fora o “farnel”.
Nem se ouviu falar deste GP aqui na região (Campinas),nem na internet, nem em lugar nenhum…
O evento desta semana também. Se não fossem os comentários neste blog, ninguem sabe o que se passa.
E quando encaramos tomamos chapéu, como no ano passado nas 500 Milhas – pagamos R$ 60,00 por um ingresso que estava sendo vendio a R$ 20,00 no dia da corrida, isto sim uma palhaçada. Estamos até hoje esperando o retorno da grana prometida pela organização….
Depois reclamam que ninguém vai!!!
Talvez aqueles bacanas que cairam de pará-quedas no GP de F1 este ano e reclamaram da fila, da comida, do povo que mexeu com as meninas, etc, etc…. possa se pronunciar.
Inté….

Eduardo
Eduardo
17 anos atrás

Eu fui no sábado, encontrei o Arnaldo Keller com aquela réplica de Lotus Seven. Ele me convidou para entrar no carro. Sensacional! Parado o carro já causa alucinações, se funcionasse engatado num carrossel seria uma experiência única. Mas aquilo ainda tem volante e motor, com poucos quilos para cada cavalo!

O que fica evidente é que Lotus Seven não é apenas um carro, é um forma geométrica tridimensional perfeita, como uma piramide ou jipe.

No domingo, depois do almoço eu fui com meu pai e meu irmão lá. Chegamos em tempo para ver a largada da segunda bateria. E eu confirmo a teoria, o grid era pequeno mas era bom.

A garoa estragou um pouco, pois diminuiu o ritimo. A úmidade aliada com a redução de velocidade fazia os motores falharem muito, o que pareceu meio triste.

Vamos aos destaques.

A equipe do Espírito Santo trouxe um Berga, como motor Honda 1.6 Turbo. O carro estava andando muito bem, era um dos que não dava tristeza de ver correr.

Paioli, de Corsa, na chuva? Acho que as últimas 300 vezes que vi o Paioli correndo, foi de Corsa na chuva. E é sempre um prazer .

Mas o melhor piloto da prova foi o Belmiro Jr. Botando o Omegão de lado na saída do Laranjinha, colocando a mão pra fora para xingar os retardatários. Olhando aquele Omega vermelho número 15, ficou claro que a monotonia é de quem a compra.

Abraço,

Wellerson Santana
Wellerson Santana
17 anos atrás

Pois é pessoal, automobilismo no Brasil é uma coisa triste.

Era para eu ter ido Sexta e Sábado, mas por motivos particulares, só fui na Sexta.

Sabia que o Lancer seria vitorioso, mas não esperava que o Vinícius fosse tirar o titulo do Lancer.

Até eu que faço parte da sinalização não sabia da corrida, só fui saber uma semana antes, mesmo assim, porque a FASP resolveu havisar porque ao que parecia, os organizadores achavam que eramos videntes e descobririamos ao acaso.

Tentei divulgar colocando no site e enviando e-mails, o mesmo fez o Rodrigo Ruiz, fizemos a nossa parte…

Fico feliz pelos pilotos que ainda mostram o espirito de competidor e lutam para se manterem na pista, e parabenizo o Vinícius que conheci em Interlagos e não esperava que pilotaria um carro de corrida no autódromo.

Surpresa boa. Um abraço.

Tohmé
Tohmé
17 anos atrás

É por essas coisas, como a que aconteceu com o Vinícius Nunes, que a gente ainda vai pra Interlagos.
Paixão Pura.
Parabéns Vinícius

Alexandre Galvão
Alexandre Galvão
17 anos atrás

Ah, e eu não poderia me esquecer do Vinicius Nunes.

Olhava aquele carrinho vermelho andando devagarzinho na chuva e achava que ele só estava fazendo tabela para o campeonato. Santo erro outra vez dado por mim.

Foi aí que apareceu o Rodrigo Ruiz e me disse que ela era fotógrafo e ganhou a chance de correr. “Se fazer as voltas em 10 minutos, já está bom”, me disse o Rodrigo sobre o pessoal que deu a Vinicius a chance de pilotar nas nobres curvas e retas do Autódromo (vou começar a escrever sobre esse Autódromo com “A” maiúsculo de agora em diante!).

Após saber disso, ví com outros olhos o carrinho vermelho andando, na dele. Torci muito para ele chegar até o final e….chegou mesmo!!!

Esse merecia, sim, um troféu.

Meus sinceros parabéns para o Vinicius.

Alexandre Galvão
Alexandre Galvão
17 anos atrás

Estive lá nas provas de sexta, sábado e domingo.

É mesmo uma coisa triste ver tão poucos carros competindo, a falta de informações sobre o evento. Não achava nada sobre o GP São Paulo.
Conversávamos sobre isso.

O mais comentado eram os preços salgados para pilotos correrem que, transformavam o sonho de correr em apenas…sonho.

Como dito, pilotos de várias gerações e de muita garra estava lá. Ótimo ver essas grandes figuras disputando, mas a falta dos novos pilotos demonstra mais uma vez a falta de apoio, patrocínio e sei lá o que mais que os impede de conseguir ter tal chance de estar lá junto com grandes campeões, figuras já conhecidas do automobilismo e que tem mais chances para tal pois tudo está complicado para os sem-nome.

É preço, equipamento e tantas coisas que, cara, só quem tem um bom dinheiro e alguma “sorte” (coloco em parêntesis porque até a sorte tem hoje conta em banco) consegue chegar e disputar corridas com o pessoal veterano.

Como seria bom ver a arquibancada cheia, vários carros juntos, uma série de diversões, mas… como chegar e falar para os dirigentes que deve ter, sim, haver alguma fórmula para que isso ocorra?

Concordo com todos que escreveram aqui sobre o GP. Desde as coisas boas como as ruins, pois é muito triste ver o autódromo vazio. Dá uma pena vê-lo tão sozinho. Dá para sentir ele (o autódromo) respirar com um ar desanimado, tipo daqueles que tem tanto para agradar e ver sua grande capacidade de trazer sorrisos tão pouco utilizado.

No início, achei que a corrida de pais e filhos era uma prova para gente endinheirada que não tinha nada com o que gastar. Me enganei. Sei quando erro e me desculpo por tal, mas é isso que ele aparenta para leigos. Ninguém fala nada e fica essa a sensação, por falta de informações, para os que ficam do lado de fora.

Tomara que um dia isso – de ver o autódromo tão triste – se encerre com uma senhora apresentação para pilotos e visitantes.

Um grande abraço para todos que estão aqui, alí e acolá.

Pandini
Pandini
17 anos atrás

Lindo seu relato, Vinicius. Parabéns! Pelo relato e pela corrida. Abração.

Rodrigo Ruiz
Rodrigo Ruiz
17 anos atrás

Vinícius, seu relato me emocionou.
Depois da corrida, no pódio e na sala de imprensa ficamos brincando com seu nome e suas voltas, mas uma coisa eu falei e sei que todos lá concordaram: realizar um sonho não tem preço. Você não estava lá para ganhar posições e fazer tempo. A sua expressão quando desceu do carro mostrava a satisfação e realização, que se completou quando sua família veio ao seu encontro. Lindo momento!!!!
Parabéns!!!!

Marcog
Marcog
17 anos atrás

Tudo o que posso dizer é que, esta foi a melhor seção de comentários que vi neste Blog até hoje. O relato do Vinícius é de arrepiar, me lembrei da 1a vez que desci o “S”, no carrinho número 8 do curso da Alpie.

Passei por Interlagos ontem à tarde, voltando de uma pescaria mal-sucedida, e estranhei o ronco dos motores rasgando a reta. Se não tivesse com a família da muié no banco traseiro, tinha encostado pra assistir.

pauloaidar
pauloaidar
17 anos atrás

Vinicius, perfeitíssimo e emocionante o seu relato, você é um dos que podem e muito se considerar um vencedor e o espírito que norteou a sua participação é exatamente o que procurei enaltecer. Parabéns e espero te ver muitas vezes ainda na pista..Abraços

Pandini
Pandini
17 anos atrás

O Aidar tem total razão ao ressaltar o papel positivo dos pilotos e equipes. E o Gomes tem total razão ao descer a lenha nas máfias que tomam conta da FASP e dos clubes de São Paulo há décadas.

Vejo desde garoto – primeiro pela leitura das revistas e depois pela vivência no meio – o mesmo panorama: um monte de dirigentes oportunistas ganhando dinheiro à custa de pilotos e preparadores abnegados que querem apenas correr, fazer as corridas acontecerem, saborear o automobilismo enfim.

Não gosto de assumir posições conformistas, mas infelizmente não vejo o que possa ser feito para mudar essa situação. Imaginar soluções é fácil – por exemplo, uma liga de pilotos ou ex-pilotos tentando organizar um campeonato, longe da FASP e dos clubes. Na prática, sabemos que é dificílimo conseguir unir as pessoas em torno dessa idéia. “Falta de tempo” é a primeira e absolutamente plausível desculpa de todo mundo (eu me incluo nesse rol). Mas acho que o mais difícil é contornar os empecilhos legais que as atuais “autoridades constituídas” certamente criarão para essa liga sair do papel e passar a atuar na prática. Nelson Piquet tentou; não sei se não conseguiu ou se ele se desinteressou depois de um tempo.

Se eu estiver errado, por favor me corrijam. Ficarei feliz se estiver enganado em relação a tudo o que escrevi.

Vinícius Nunes
Vinícius Nunes
17 anos atrás

Paulo,
Sem dúvida você descreveu tudo sobre os motivos de todos que estavam presentes, o amor pelo automobilismo. Esse amor que hoje posso dividir com vocês em toda sua plenitude, foi minha primeira corrida. Ao contrário do que você mencionou, tudo aquilo que um piloto precisa, do curso de pilotagem, vestimenta e carro, ainda não tive a possibilidade de comprar, mesmo parcelado, mas isso não foi suficiente para impedir minha paixão. Graças a Deus e amor ao esporte desses grandes heróis que estavam presentes ontem e outros que por motivos vários não puderam ir, meu sonho se tornou realidade. Treinei somente trinta minutos no sábado, com pista molhada e um carro que nunca tinha andado, o Aldee Spyder 10, a expectativa da equipe era ver se eu conseguia trazer o carro inteiro, não me preocupei em virar um bom tempo, mas em sentir o carro, a pista e principalmente curtir o momento. Não falarei sobre o tempo, mas posso adiantar que da minha primeira volta a última, baixei 30 segundos. O carro chegou inteiro, precisavam ver a cara de alívio de todos no box, principalmente do piloto que dividiria o carro comigo.
No domingo, um dos pilotos do carro 10 ligou e disse que não poderia ir, como a equipe, RPM Motors, tem dois carros (10 e 12) decidiram inverter os pilotos, com isso eu correria no 12. Bom, esse carro estava com problema de alimentação de combustível desde os treinos na quarta-feira, mas não estava nem ai, queria mesmo era correr. O Carlos Asciutti (piloto número1) iria largar, mas o carro não completou a volta de apresentação. Levado aos boxes, todos os mecânicos voltaram a mexer e voltou para pista, isso ocorreu por várias vezes, até que foi recolhido a garagem. Na primeira bateria só completou cinco voltas. Todos que passavam por lá, me perguntavam o que estava acontecendo e se iria correr, havia uma junta médica ao redor do carro, foram quase 5 horas sem parar, tinha mecânico de outras equipes trabalhando junto, peças vieram de várias delas, tudo isso, pelo amor as corridas. Chegou a segunda bateria, o carro ainda precisava ser montado, passado quase uma hora de corrida, nosso carro voltou a pista, o Carlos saiu, todos foram para a mureta esperando ele completar a volta, passou, nossa que alívio! A corrida para nós já estava ganha, depois de tudo isso, fazer o carro andar, era o melhor prêmio. Aproximando a hora para eu pilotar o carro chega no box com a roda amassada e traseira batida, resultado de uma rodada. Sento, ajusto o banco, coloco o cinto e o Carlos me fala que está sem a quarta marcha. Bom, não vou ficar sem andar por causa disso, vamos lá, a preocupação era chegar ao final da prova, de preferência sem bater. O carro era muito instável nas retas, a pista estava muito escorregadia, além da água, tinha muito óleo, bom, mas eu só precisava chegar…na subida do café o carro sofria muito, esticava a terceira e jogava a quinta, parecia que ia parar, até recuperar a velocidade, já estava na reta, nas reduzidas, freava muito antes e por muito tempo, não dava para jogar a terceira com giro muito alto. Me preocupei bastante em não atrapalhar os outros carros, sempre ouvi, você tem que fazer o seu traçado, quem vem mais rápido que se vire para passar, mas não tem como ficar na frente daqueles foguetes sem se preocupar, vai que eu rodo…

A corrida estava ótima, já entrava mais forte nas curvas, abusava mais nas retas e já não me preocupava mais com a falta de uma marcha, até que chegou a grande emoção, aponto na reta e vejo a quadriculada, não tem como não comemorar. Foram anos de sonhos, anos fotografando os carros, convivendo com pilotos, grandes heróis.
Cheguei no parque fechado, eu super emocionado, alguns não acreditando no que estavam vendo, outros alegres, teve até um grupo de japoneses que visitavam o autódromo que pediram para tirar foto comigo. Mas o melhor ainda estava por vir, meus filhos vieram correndo me abraçar, minha esposa, grávida de seis meses, com um sorriso lindo, acho que era de alívio, para eles eu era mais herói do que nunca, e agora o papai era piloto! Não fiz a melhor volta, não ganhei a corrida e nem subi ao pódio, mas ganhei muito, nas amizades, na experiência e no amor da minha esposa e filhos!

Obrigado a todos aqueles que me apoiaram, emprestaram, deram, e patrocinaram, tudo isso em nome do amor ao automobilismo.

Petrus Portilho
Petrus Portilho
17 anos atrás

Flávio, é aquela velha historia, quem não se comunica… é estranho como algumas pessoas sabiam e outras não, meu velho teve sorte porque alguem ligou para ele convidado para a prova de regularidade, se não nem saberiamos, estranho, muito estranho, mas… bola pra frente, quinta feira tem mais!

Petrus Portilho
Petrus Portilho
17 anos atrás

Pessoal, acabei de falar com o compadre Tomas e meu Pai,que correu com seu Fusca Verde na Prova de Regularidade do GP São Paulo, e os relatos foram os mesmos que do Paulo do Rodrigo ai embaixo, poucos carros mas muita qualidade, achei estranho mesmo a falta de divulgação pelas midias, pois estava na agenda de Interlagos a duas semanas pelo menos, parece que está tudo focado nos classicos de competição, deviam ter juntado tudas as informações dos dois eventos, seria mais proveitoso para todos, para o Jan Balder, Ingo, 4 rodas, Racing e outros aparecerem por lá significa que a coisa foi boa, Rodrigo, joga as fotos ai meu camarada !

Gomes
Gomes
17 anos atrás

Aidar, my brother, nada contra os pilotos. Ao contrário, TUDO a favor. Mas tudo contra Fasp, clubes e vampirões em geral, que não estão preocupados com um bom grid (em número e qualidade), uma boa promoção (custa dinheiro divulgar, promover, levar público), um bom evento (custa dinheiro limpar banheiro, oferecer conforto). Estão preocupados, vampirões em geral, com carteirinhas e inscrições. Pagando o custo (baixo) e dando para colocar algum no bolso, a grana muitas vezes (como é seu caso) suada de pilotos apaixonados, missão cumprida.
E o automobilismo que se dane. O evento, por todas as descrições, foi, sim, um fracasso. Não por culpa dos pilotos, evidente. Estes, na prática, o salvaram. Mas esses caras que promovem automobilismo em SP estão abaixo da crítica. São sanguessugas, incapazes e não merecem nossa consideração.

pauloaidar
pauloaidar
17 anos atrás

Anônimos…

Vice
Vice
17 anos atrás

Paulo, parabéns pelo texto. Corretíssimo.

Mayara
Mayara
17 anos atrás

Eu por exemplo não sabia nada desse GP São Paulo. Será que muitos desses pilotos que não foram sabiam? Ou será que foi uma prova pouco divulgada para todos acabarem bem classificados?

Rodrigo Ruiz
Rodrigo Ruiz
17 anos atrás

Paulo falou tudo…
Conversamos exatamente sobre o que ele comentou na “lanchonete” do autódromo ontem pela manhã.
Somente os apaixonados por automobilismo estiveram na pista e nos bastidores.
No paddock, uma “feirinha” da liberdade, exposição de fotos, uma barraca de Yakissoba, outra de açaí e o conhecido Bar do Mané, com seus excelentes lanches de mortadela.

Na pista o que se viu, foi o esforço de apaixonados para manter seus carros no dilúvio de Interlagos.

A corrida dos pais e filhos, apesar do grid pequeno, teve presenças ilustres.

Foi um final de semana legal. Estou preparando as fotos. Assim que estiverem no ar, informo..

[]s

Claudio Ceregatti
Claudio Ceregatti
17 anos atrás

Taí o desabafo do Paulão Aidar.
Devido ao excesso de trabalho, não fui. Tive que trabalhar até mesmo no Domingo, coisa que não acontecia há muito tempo.
Como todo aficcionado, fiquei na Internet buscando informações ansiosamente, mas nada apareceu.
Estranho como muitos que poderiam participar simplesmente não apareceram, ou ignoraram solenemente a prova. Dezenas e dezenas de carros prontos, montanhas de pilotos ansiosos para tirar o pó de seus macacões e capacetes… E nada.
É uma pena.
Pela descrição do Paulo Aidar, pelo jeito aceleraram apenas os apaixonados de fato, e pais com filhos.
Pelo jeito esse amor incondicional é mesmo de família. Pena que são tão poucos, tão raros, tão difíceis de encontrar.

pauloaidar
pauloaidar
17 anos atrás

Havia uma expectativa de mobilização daqueles que promoveram e realizaram a corrida de que aqueles críticos de que as Mil Milhas se elitizaram e mataram o evento para quem efetivamente o fazia grande, se desentocassem e se fizessem presentes ao invés de simplesmente criticarem.

Não aconteceu.

Estes anonimos pilotos houveram por bem desancar a prova,ignorar o esforço e manter os seus carros nas oficinas sem ter que conter os riscos de enfrentar o mau tempo e molharem os seus macacões Sparco, seu capacetes Arai G5, continunado ANONIMOS.

Ao contrário certamente inundarão os sites e blogs com qualificações do tipo ” prova meia boca”, ” só 20 carros “, sem divulgação, num desdém próprio de quem não se esforçou em nada para fazer acontecer , assumindo a corajosa posição de PEDRA.

A prova de pais e filhos aconteceu com as pick-ups da CTC num louvável esforço e contou com a participação do Titonio e Duda Massa (sabe aqueles , pai e irmão de um certo piloto da Ferrari), Fernando e Farnanda Parra (dono e piloto de uma certa equipe de Stock Car), Nabil e Allam Khodair ( pilotos da extinta Classe C do Paulista e da atual Stock Car), Walter e Rafa Derani (piltos do Trofeo Maseratti e idealizadores do autodromo de Itupeva), Beto e André Posses ( pilotos da Porsche Cup e da CTC-Pick-up), o que por sí só se demonstrava que o grid era pequeno em número mas elevadíssimo em qualidade, sem falar dos demais participantes que se dispuseram a enfrentar as agruras de sentar num veículo que sequer conheciam e participar com sua presença, esforço e amor ao esporte.

De nossa parte, colocamos o nosso macacão Corsa, nosso capacete Sparco adquirido em 4 pagamentos no cartão, alugamos um Aldee da Equipe HT Guerra, e na companhia de Sergio Burger, que dispensa comentários, Neto Carloni (que cansou de ganhar com seu Puma na Classic), de Guilherme Simoceli (que fez o mesmo com seu Fusca), enfrentamos diluvios constantes desde a sexta feira, mantivemos a moral e a motivação o tempo todo, contamos com o excepconal trabalho da equipe na preparação do carro, e a despeito de termos sido apresentados ao carro na quinta feira, fomos agraciados com um segundo lugar na categoria e um quarto lugar na geral, dividindo o pódium com pilotos do nível de Ingo Hoffman, Guiga Spinelli, Eduardo Souza Ramos, Leandro de Almeida, Belmiro Jr., Paulo Kato, Sérgio Pistilli,Pedro Queirolo e Marcelo Santana.

Suscintamente foi isso que aconteceu, provas de endurance não são pautadas necessáriamente pelo equilíbrio entre os participantes, possuindo a característica básica de resistência, determinação, esforço e empenho para se manter na pista por um longo tempo, e democraticamente alinhar um protótipo de outro planeta ao lado de Omegas, Montana, Corsa e um monte de Aldees e permitir a todos as mesmas condições de disputa, sem demérito para ninguém.

Afinal, mais do que a coragem para enfrentar o desequilíbrio e as instabilidades climáticas, todos são imbuídos do AMOR AO ESPORTE e só por isso já são, todos, vencedores.