O Belvedere…

SÃO PAULO (como pode?) – Caramba, o Belvedere… Na foto de ontem, enviada pelo Celso Santoro, visitado nos dias de hoje pelo Zé Rodrigo em registro de vídeo que está aqui. Grandes blogueiros…

Eu lembrava vagamente de já ter estado naquele lugar. De fato. Morei no Rio de 1972 a 1974. A gente recebia muitas visitas de parentes de SP, e o roteiro era mais ou menos o mesmo sempre, variando um pouco em função do tempo que o pessoal ficava em casa.

(“Casa” é modo de dizer, claro. Eu morava em apartamento, lembro até hoje do endereço, rua General Barbosa Lima — quem terá sido? —, Copacabana. Morávamos no 201, segundo andar. Nossos vizinhos do andar de baixo? A família Cabral. Sim, ele mesmo, Sérgio Cabral, esposa e os três filhos. Um deles, o Serginho. Que vem a ser o atual governador do Rio. Será que ele vai se lembrar daquela família paulista que lá viveu três anos? Bem, éramos amiguinhos de jogar bola na rua, no Morro do Caracol. Serginho tem dois anos mais que eu, o que fazia dele mais amigo do meu irmão mais velho, eu era mais amigo do caçula. Um ou dois anos, quando se é criança, fazem muita diferença. Enfim, apenas reminiscências de meus três anos de Rio. Eu era vizinho do governador.)

E o roteiro era: Pão-de-Açúcar, Corcovado, Vista Chinesa e, quando dava, Petrópolis: Quitandinha, o museu que tem de usar pantufas e o Belvedere na estrada.

Como é que pode uma coisa tão linda ter sido abandonada assim? De quem é? Cadê o crápula que não cuidou dele? Quem são os crápulas que deveriam cuidar dele?

Uma coisa tão singela, de manutenção tão simples e barata, como pode ter sido abandonada assim? Não, não dá para acreditar. Uma coisa é não conseguir manter um estádio como o Maracanã, ou ter dificuldade para conservar 500 km de asfalto numa estrada. Mas o Belvedere?

Zé Rodrigo e amigos cariocas e/ou fluminenses, façam um favor a este blogueiro e descubram sob a tutela de quem está o Belvedere. Vamos enchê-los de e-mails revoltados. Vamos atazanar tanto essa gente que alguma alma haverá de dizer: “Porra, vamos consertar essa merda para não nos encherem mais o saco!”.

O Belvedere da Rio-Petrópolis acaba de se tornar o símbolo arquitetônico deste blog. Para que imagens como aquela lá do alto e essa aí embaixo possam deixar de ser apenas memórias.

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marcello baviera
marcello baviera
16 anos atrás

Gomes,por falar em Petropolis,láéa terrado colecionador Guaracyque tem cerca de cinquenta motos ,anos 70,todas raridades,das suzukis 2t ele tem a linha toda desde a A50,A100 atéa GT750!Eu estive lá na inauguração do espaço e me surpreendi com a qualidade da restauraçãoq ele mesmo faz!

Paulo Franco
Paulo Franco
16 anos atrás

O que foi aquela última foto??
A família Robinson em frente do Jupíter 2 ??
Os Robinson, para quem não lembra, era a família do seriado Peridos no Espaço.
O lugar é lindo, já o Belvedere…
Com certeza foi daí que o Niemeyer chupou a idéia para cometer aquele museu lá.
Credo!!
Paulo Franco

Ricardo Zeólito
Ricardo Zeólito
16 anos atrás

Apoiado! Quero conhecer o Belvedere… vou falar com um amigão meu.

Danilo Gaidarji
Danilo Gaidarji
16 anos atrás

Flavio,

Você já esteve no restaurante giratório na Alemanha?

JARP
JARP
16 anos atrás

O Belvedere fazia parte dos passeios de minha família a Petrópolis, em um DKW Belcar 1961. A subida dividia-se, inexoravelmente, em duas partes, separadas por uma parada estratégica para completar a água do radiador (com água de umas das muitas fontes que jorravam à beira da estrada). O carro era novo, e, mais tarde, não tive chance de esclarecer com meu pai se a parada era por deficiência do carro ou por excesso de zelo do motorista. Já na descida, uns quilômetros antes do Belvedere, era o momento (quase solene, sempre anunciado à toda a familia) de “engatar a roda-presa”, ou, mais apropriadamente, de desligar o mecanismo da roda livre. Hoje sei que este procedimento pouco adiantava, pois o motor a dois tempos pouco tem de freio a motor.

Gilberto Hingel
Gilberto Hingel
16 anos atrás

Como o Rouen disse aí embaixo, tem este filme francês que passa por lá.

Dizem que este filme foi inspirado nas histórias do Tintin, será?

Procurando informações do filme, coisas curiosas: a atriz principal é irmã da Catherine Deneuve e uma das músicas da trilha é “Fish out of Water” (KKK).

Helio
Helio
16 anos atrás

A Concer poderia fazer uma parada alí tipo o Graal , colocar uma Casa do Alemão e Pavelka etc… Porém não tenho certeza se aquele kilometro da estrada faz parte de Petrópolis , Xerém ou Duque de Caxias.

Alí é um belo lugar para exposições de carros antigos, encontro de motociclistas etc… uma bela parada, mas tem de haver segurança para tal. pois a serra de petrópolis volta e meia sofre de assaltos .

Parabéns Flávio. vamos nos informar melhor vamos encher o saco de quem quer que seja. O Prefeito de Petrópolis é do tipo que r… mas faz.. tipo o Sergio Cabral.

Celso Vedovato
16 anos atrás

Boa campanha Flávio.
Quem sabe o Belvedere não tenha sido até algum tipo de inspiração para o museu de Niterói do Niemayer. Acho que até o Seu Oscar vai aderir a campanha

Fred
Fred
16 anos atrás

Ano passado, qd viajava rumo ao RIo, parei no Belvedere para fotografar. De brinde levei uma “Dura” da PM Fluminense …
Simplesmente inexplicável como deixam um lugar desses abandonado. E depois ainda ouvimos falar de incentivo ao Turismo e tal ….

jose
jose
16 anos atrás

O Aero Willys era um carro muito bonito,ainda é.

Jason
Jason
16 anos atrás

Então já fomos vizinhos?

Tudo começa ou termina em Copacabana…

pedro belfort
pedro belfort
16 anos atrás

Esqueceu-se da “Casa de Santos Dumont”, que vc sempre entrava com o pé direito.
Ah, me lembro dos ônibus da Única, que faziam o percurso Rio-Petrópolis nos anos sessenta e que não tinham a janela trazeira? Tinham um jeitão invocado.

Rouen
16 anos atrás

Sobre o filme feito no local, é um filme francês chamado “L’ homme de Rio” com Jean Paul Belmondo, ver em http://fotolog.terra.com.br/bfg1:56

Decio Simoes
Decio Simoes
16 anos atrás

Cuidar , manter, manutenção, FG, acorda. Se nem as principais estradas do país estão transitáveis, imagina, construções, monumentos, e afins, vide os casarões de São Lúis (Maranhão) é de lá o escritor,ex presidente, Sarney, infelizmente o povo encabretado, não recebe o tratamento digno,de nada. Saúde, educação e moradia, e os mais pobres ainda tem o salário fome!!!!

Rouen
16 anos atrás

Fiquei bastante satisfeito em ver uma foto minha publicada no seu blog.
Visite-me em http://fotolog.terra.com.br/bfg1:54 , será um prazer, pois tenho várias do Belvedere.

Ze Rodrigo
Ze Rodrigo
16 anos atrás

Gostei da sua campanha!
Como já disse, um jornalista meu amigo lá de Petrópolis irá fazer uma pauta sobre o Belvedere.
Creio que, além da Concer, a prefeitura de Petropolis também tem algum poder sobre o local. Vamos torcer para que algo de bom aconteça, pelo menos uma limpeza do local e a abertura de seu estacionamento.
Quanto ao fato da Policia Rodoviaria ter alegado falta de segurança durante a noite, eu lembro que, a menos de 500 metros de distância, existe hoje um posto novo da PRF, na serra de subida exatamento em frente ao retorno que dá acesso à serra de descida.
Enfirm, quem passar lá num fim de semana com tempo bom certamente irá ver diversos carros estacionados em cima do acostamento, com seus ocupantes todos passeando pela área do Belvedere.

Gilberto Hingel
Gilberto Hingel
16 anos atrás

Continuando, um link para um blog onde há uma foto do Belvedere com crianças brincando no parquinho em frente.
http://fotolog.terra.com.br/bfg1:475

Gilberto Hingel
Gilberto Hingel
16 anos atrás

Tem um filme americano, em que o camarada para no Belvedere e pergunta para um passante como faz para chegar na Bahia. Alguém viu?

É provável que esteja sob administração da Concer (concessionária que administra a BR040) ou mesmo da Polícia Rodoviária. Mas temos que pesquisar um pouco para saber.

Tem o blog de um ex-professor que comenta sobre história em Petrópolis e tem um post sobre o Belvedere. O anterior ao do Belvedere é sobre os ônibus que faziam a linha Rio-Petrópolis nesta época. Lindos ônibus. Link para o blog: http://petropolisnoseculoxx.zip.net/arch2007-06-01_2007-06-30.html

Cesar Costa
Cesar Costa
16 anos atrás

Na época dessa foto ai, meu avô tinha um sítio em Fagundes (depois de Secretário, que hoje virou ponto da moda, juntamente com Itaipava). A viagem, que agora demora cerca de uma hora e meia a duas horas, levava mais de três horas num Aero Willys, ou Gordini, ou Jeep (no Jeep com chuva chegava a quatro horas). Daí a parada no Belverede, ou no Restaurante Alpino (um pouco mais acima e também abandonado) era quase obrigatória. O serviço era ótimo (lembro-me do hamburger), mas com o tempo os clientes foram minhguando, o serviço caiu barbaridade (acho que mudaram o concessionário), começou a preocupação com a segurança e o restaurante fechou. Por um tempo foi posto da Polícia Rodoviária Federal e aí fechou definitivamente (dizem que os patrulheiros tinham medo de ficar no posto à noite). Isso tudo somado a maior rapidez da viagem, que praticamente dispensa as paradas, acabaram matando o Belvedere do Grinfo, que é o nome do local onde se situa.

Eric
Eric
16 anos atrás

Na época tinha até Kombi taxi…..detalhe as faixas brancas e a raridade das 6 portas!!!!!!!
Lindona!!!!!!
O Aero sumiu do lado dela….hahahahaha

Renato
Renato
16 anos atrás
Renato
Renato
16 anos atrás

Em Niterói não tem um museu do Niemeyer que é igual a este do blog?! Eles chamam de “disco voador”!

Romulo Sonic
Romulo Sonic
16 anos atrás

Morava em Caxias, na baixada. Minha avó em Petrópolis. Na volta a parada no Belvedere era obrigatória. Na ida parávamos no mirante do Cristo que até hoje mantém-se em funcionamento. Na última vez que passei por lá vindo de BH tinham colocado até uma proteção de metal para ninguém entrar lá.
Uma pena…

Fernando Barenco
16 anos atrás

Pois é Flávio
Como alguém nascido e morador até hoje de Petrópolis, fico envergonhado sempre que passo pelo Belvedere. Lembro-me de ir lá com frequencia quando criança. Funcionava como restaurante e estava sembre cheio. Eu adorava ir no “disco”, como eu chamava. A vista é um deslumbre. Acredito que deva estar hoje sob responsabilidade da Concer, a concessionária reponsável pela BR 040 (Rio-Juiz de Fora).
Uma curiosidade sobre o local: foi próximo do Belvedere que foi filmada aquela cena antologica da TV, da novela Selva de Pedra (anos 70) em que a personagem Simone, de regina Duarte, cai com seu Fusca numa ribanceira após ser perseguida pelo personagem Miro (Carlos Vereza). O Fusca ficou jogado lá meses e meses. Sempre que passava por lá, ficava olhando.
E uma curiosidade sobre essa cena: Miro perseguia Simone de taxi, cujo motorista era o famoso “Beijoqueiro”.

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16 anos atrás

A família Rattes manda e desmanda em Petrópolis, de repente eles podem fazer algo pra ajudar.