GIRA MONDO, GIRA (SEXTA)
SÃO PAULO (um pouco mais triste) – Quando morrem certas pessoas, penso que nada mais que aconteceu no mundo tem importância. É o caso de hoje. Morreu Beto Carrero, aos 70 anos, em SP.
Caipira que virou caubói, fã do Zorro, Beto construiu um parque de sonhos em Santa Catarina depois de fazer fortuna como publicitário. Sim, de sonhos, porque só quem conhece os megaparques pelo mundo sabe como é difícil erguer e manter uma estrutura gigantesca que tem como único objetivo fazer crianças sorrirem.
Não sou um fanático por parques, mas sou fanático pelo sorriso de uma criança, e para mim tanto faz embrulhar o estômago numa montanha-russa da Disney ou num gira-gira do parquinho do interior. Porque o sorriso da criança é o mesmo.
E devo os primeiros largos sorrisos de meus filhos a um parque que o Beto Carrero tinha aqui em SP na Marginal Pinheiros, que foi desativado alguns anos atrás para a construção de pontes e viadutos. Passei muitas tardes de sábado lá, em brinquedos singelos e mal-cuidados, vendo de perto o esforço dos funcionários para fazer com que tudo funcionasse, mesmo que precariamente.
Foi lá que meus meninos viram pela primeira vez vacas e bodes, pegaram coelhos na mão, tiraram leite de cabras, chacoalharam em brinquedos quase mambembes. Era perto de casa, a gente pegava um DKW e ia ao Beto Carrero, quase toda semana, porque sábado é bom de andar de carro antigo, e os dois, com três, quatro anos, amavam tudo aquilo.
Beto Carrero, vejam só, foi o primeiro cara que eu entrevistei quando fui contratado em definitivo pela Jovem Pan, no começo de 1996. Estreamos o “Fórmula Jovem Pan”, programa sobre automobilismo aos sábados, e os jornais diziam que ele tinha planos de construir um autódromo perto de Navegantes, com oval e tudo mais. Beto gostava de carros e de corridas, e sua entrevista, por assim dizer, “inaugurou” o programa, que existe até hoje.
O autódromo não saiu. A fazer a alegria de marmanjos correndo de carros e manter rasgado o sorriso de um garotinho e uma garotinha, Beto Carrero ficou com as crianças.
Uma ótima escolha.
FG,
Emocionante………….
Cansei de levar minha filha no parquinho da marginal, e numa dessas andanças o Beto estava por lá todo paramentado e deu pra ver o que a garotada curtia. Minha filha deu sorte e foi no colo dele por um tempão, E ele , depois, ME AGRADECEU por ter podido carrega-lá por uns metros. Já gostava dele e a partir daí, passei a respeitá-lo muito mais.
Realmente não dá para entender o humor do chefão lá de cima…
Beto Carreiro ainda pretendia construir um autódromo dentro de seu parque. Em um artigo assinado pelo Governador de SC no jormal Diário Catarinense deste domingo, o mesmo afirma que um dos projetos que Beto Carreiro tinha para realizar este ano era a construção do tal autódromo.
Nos resta saber se o projeto continuará.
Que Beto continue dando seu espetáculo, agora nos picadeiros lá de cima, deixando boas lembranças aos que estão aqui embaixo…
Que seu exemplo se multiplique principalmente aqueles que se acomodam esperando que o poder público lhe entregue tudo de bandeja, ou esmola.
Mais que vontade de realizar sonhos, é o exemplo de quem teve vontade e coragem de viver.
Vou muito a Navegantes a trabalho, e já tinha cruzado muitas vezes com ele nos voos para lá. Falava com todos, era muito simpatico e comunicativo. Fui umas 3 vezes ao parque, e pude notar que ele vinha investindo continuamente, melhorando seguidamente o parque. Gostar ou não gostar dele, do seu estilo, ou do que fez ,não importa muito. Importa que as crianças (todas) adoravam o cara. Importa que o cara trabalhou e deixou sua marca. Foi embora cedo, mas vai ser lembrado por muito tempo. Bela homenagem Flavio.
Poucas pessoas fazem falta na vida da gente, mesmo que voce nunca tenha falado ou sequer visto a pessoa na frente. Beto é uma dessas…
Notícia triste e chata que e deixou o dia mais cinza do que realmente foi.
E não fazia a alegria só da criançada, não…
Em 2003 fui a um congresso em Florianópolis e eu e mais um grupo (todos com seus vinte e poucos anos) resolvemos dar uma esticada até o parque, que agora me foge o nome da cidade onde fica.
E durante a visita, ao final do desfile dos artistas do parque (onde, diga-se de passagem, havia até um Corcel 70 e poucos que se dividia ao meio em uma das atrações), ainda fomos brindados com a presença do próprio Beto Carrero.
Que vá em paz e que a familia tenha forças pra superar esse momento difícil.
Uma pena, nosso Brasil ficou mais triste e carente desse sorriso !!!
Beto Carrero foi um empreendedor. Algo que no Brasil equivale a ser um herói – o que de fato ele era para muita gente de talento, que após o declínio dos circos, encontrou um lugar digno para trabalhar.
Espero que seu sonho não se encerre com o seu passamento.
Bela Homenagem…..abri …para elogiar….e todo mundo falava a mesma coisa……então só reintero o que todos disseram…Parabéns a Você pela lembrança e ao Beto pela perceverança…..
Realmente muito triste isso, é uma pena que nesse país aparente só as pessoas boas se vão…
Grande cara, grande visionário e grande realizador.
Em 1985 eu havia desenvolvido um brinquedo que chamamos de “Super jato”.Era um caça para montar totalmente com encaixes e feito em papelão ondulado.Depois de montado em pé media quase um metro de altura.Para promover o brinquedo que não vendia nem a pau ,resolvemos montar na “Feirança” no Anhembi um estande,onde fizemos o mesmo modelo porem com 4 metros de comprimento,e uma cabine com um canopy de acrílico que se levantava e a criança entrava dentro do cokpit e ficava escutando o ensurdecedor som da turbina em caixas de som e uma estorinha de aventura.A criançada ficava louca mas os pais não compravam o brinquedo…
Após a feira me liga na segunda um cara e se identifica -Eu sou o Beto Carreiro-.Dei risada e falei que eu era o Papa. -Meu filho me fez ficar na fila daquele droga do seu “brinquedão” duas vezes meia hora de espera de cada vez.Por isto acho que vale a pena e quero ele no meu parque que estou começando a montar.
Depois em sua agencia que ficava na Rebouças me surpreendi ao conhecer o Sr Murad gente finíssima e que tinha se inventado como o ‘Cavaleiro Beto Carrero”.
Os dois caras Beto e Murad nasceram para brilhar.
Meu caça porem nunca aterisou no seu parque.Não tinha o mesmo brilho.
Parques são ótimos, sorrisos de crianças mais ainda. Mas animais não deveriam estar neles ou em circos. A espécie humana acredita que as outras espécies de animais estão aí para servirem a seus propósitos. Isto é errado e não deveria ser ensinado as crianças.
Sem querer chover no molhado, parabéns pelas palavras, precisas e bem colocadas. Aliás, a fase está muito boa. Aquela do amigo também me sensibilizou.
Conheci o João Batista Sergio Murad (Beto Carrero) em 1968.
Publicitario de uma modesta agencia (J.B.Murad) no bairro de Higienópolis, editava uma revista (Noticiário da Moda) e já era um fanatico por cavalos, rodeios, etc.
Realizou o seu grande sonho, fazendo o que mais gostava e proporcionando muita alegria a molecada, como bem descreveu o Flavio, nessa marecidíssima homenagem.
Tchau Beto!
FG,
fantastica citação do BC. Qdo crianças, uma simples bola ou um carrossel fazem uma alegria tremenda… demais mesmo. Me emocionei com o post pois creio que estas coisas estão longe de um mundo atual tão competitivo. Foi mto bem lembrada… o fato é de que lembrei de um parquinho qdo criança… uma coisa hj banal e sem graça… mas que fez uma tremenda alegria…
abs.
Fabio Azevedo
Só ratificando o que todos disseram aqui: belas palavras para homenagear um grande cara de sorriso largo, como o dos filhos do FG no parquinho.
Abraços a todos!
Um vencedor na busca de seus ideais.Que seus filhos saibam continuar seus sonhos
Belas palavras… texto cheio de sensibilidade, dedicado a quem acredita que vale a pena fazer o bem.
Lembro do barulhinho do chicote dele……adios cowboy.
Com certeza uma bela homenagem!!
Bonita sua homenagem, sábias e bem colocadas palavras. Quando li a notícia do falecimento, no site do Terra, não por acaso tinha uma foto dele com o Mauricio de Souza, outro que tem sua vida dedicada as crianças. Bom, o caubói se foi, mas o legado e as lições deixadas foram grandes, pra gente sempre aproveitar, curtir, se inspirar e sorrir.
Mudando um pouco de assunto, saiu-se bem ontem no Sportcenter, hein FG? Bacana…
Parabéns pela homenagem!
Bonito texto. No mundo de hoje temos realmente que vangloriar aqueles que fazem nossos filhos felizes.
Bonita homenagem.
Entrevistei Beto Carreiro há 2 ou três anos atrás … em Interlagos, sobre o tal autódromo … fiquei triste, de verdade…
Texto sensível. Bela homenagem!
Só tenho a dizer que poucos aqui no Brasil teriam peito para fazer o que ele fez.
Realmente foi muito legal enquanto eu era criança ver aquele cauboi fazendo graça com bichos nem tão amistosos.
Vai com Deus Beto.
Espero que minha filhinha possa ver um substituto a sua altura.