intolerância

SÃO PAULO (mais do mesmo) – O tema já foi amplamente discutido alguns posts abaixo, mas minhas idéias um pouco mais organizadas estão na coluna Warm Up desta semana. Falando, claro, dos episódios racistas verificados na Espanha.

A propósito, um dos caras que pintaram o rosto de preto para fazer gracinha na arquibancada apareceu dando entrevista e disse que era tudo uma “brincadeira de Carnaval”.

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Guilherme Freitas
Guilherme Freitas
16 anos atrás

Parabéns Flavio. Como sempre uma excelente coluna…Você é o cara do jornalismo brasileiro. Grande abraço.

antonio stricagnolo
antonio stricagnolo
16 anos atrás

Quer saber de uma coisa ? Se os espanhois estivessem levando o assunto a serio,esses caras nem teriam passado pela portaria.Só estão dando uma de “vamos ver” porque os ingleses se pronunciaram,e sabe como que é,basta ameaçar de tirar o ganha pão, que o peão trata rapidinho de se mexer!

rapha
rapha
16 anos atrás

esse Bat Masterson é um besta completa

Rodrigo Font
Rodrigo Font
16 anos atrás

No meu ponto de vista (não sou o dono da verdade),eles satirizaram o excesso desnecessário de exposição do Anthony Hamilton nos paddocks e boxes…Ou seja…ele nao acrescenta em nada,mas as cameras estao lá filmando-os…

Agora,como um que citou anteriormente,seria racismo se houvesse algo como “nigger”,algo conotativo à símios,etc e tal….

Pegamos o exemplo dos filmes americanos…Qual a definição dos personagens dos últimos filmes de Eddie Murphy?(nao sei se a grafia está correta)…Eram gordos negros ou brancos…Foi enquadrado como preconceituoso ou racista?

Aquela enojada “bronca” que temos dos argentinos em jogos d efutebol?Somos preconceituosos ou mandaremos o Galvão Bueno pra fora do país,assim como a grande parte da imprensa esportiva?

Waguinho
Waguinho
16 anos atrás

Excelente a coluna,é isso aí ,não podemos ficar calados diante dos atos desses idiotas.
Valeu,flávio

Carmem
Carmem
16 anos atrás

E de brincadeira em brincadeira a humanidade vai perdendo o bom humor, o bom senso, o respeito e a vergonha na cara.
Se o Flavio não tivesse deixado o comentário de Sua Santidade Bat Masterson para todos lerem e se tantos não tivessem rebatido o que o “papa” comentou, acredito que muitos outros comentários do tipo teriam aparecido, porque, pra nossa angústia, velada ou descaradamente, um sem-número de “cidadãos e cidadãs” compartilham da opinião absurda desse morcego.
Abraços aos de bem. como disse o FG!

Thiago Macedo
Thiago Macedo
16 anos atrás

Estou cogitando ir no GP do Brasil desse ano, só pra encontrar e dizer que fomos separados na maternidade!

hehehehe

Thiago Macedo
Thiago Macedo
16 anos atrás

A questão que levantei foi:

Quem são eles? O que eles fazem? O que eles conquistaram? O que eles representam?

Agora os troque por Hamilton.

Foi uma ofensa grave, mas o Hamilton não deve se abalar por idiotices desse tipo, por escórias que se acham gente.

O Hamilton teve conquistas boas o suficiente pra mandar um sujeito desses tomar no cú e provar que branco, pardo ou negro chega onde quiser. Claro que o preconceito é uma barreira, mas deve ser quebrada e todos nós sofremos uma hora ou outra por qualquer motivo.

Se esses babacas acham que ridicularizaram o Hamilton, estão completamente enganados. Ninguém é igual a ninguém, o que diferencia é o caráter e a índole. Esse episódio mostra perfeitamente isso.

O que me da pena é o garoto novo tendo essa influência dos pais. Aí sim deveria ter uma intervenção por parte da justiça, pois os mais velhos estão com suas ideologias formadas.

Um dos grandes problemas é se preocupar com a igualdade. Isso não existe! Cada um é de uma forma e isso é fato, mas devem-se respeitar as diferenças.

Pense melhor você antes de escrever. Se não gostou do que escrevi, não me importo.

reginaldo Nat rock
reginaldo Nat rock
16 anos atrás

Thiago Macedo:
O sr. é um fanfarrão.
Parecença, só no branco dos olhos e olhe lá…. :-)))))

R/T
R/T
16 anos atrás

Aonde está o racismo naquela foto ? Hein ?

Se estivessem vestidos de macacos e com a inscrição “hamilton” ou com placas escrito “niggers”, aí sim estaria tipificado “racismo”

Racismo e discriminação é o que se fez nos USA quando a França se opos a inavsão covarde e ridicula no Iraque, quando mudaram até o nome das “french fries” pra “freedom fries”, boicotaram produtos franceses, ofenderam franceses nos canais afora (principalmente na Fox news) e outras paranoias semelhantes

rogerio lessa
rogerio lessa
16 anos atrás

Para o Thiago Macedo:
ninguem aqui esta discutindo as qualidades do Hamilton, voce perdeu o fio da meada! O que esta em discussao e o racismo, entao, aprenda a ler e interpretar as coisas antes de escrever bobagens!

Chucrão
Chucrão
16 anos atrás

É tão absurdo chamar o Hamilton de negro, como seria chamá-lo de branco. Ele é mestiço.

Se fosse o programa do PÂNICO NA TV um dos caras do quinteto espanhol ia estar de cadeira de rodas e haveria uma loira (por consequência burra) .

Os Judeus eram e são uma raça superior em termos de tecnologia premios Nobéis e em matéria de ganhar dinheiro, eram tão superiores que começaram a ser perseguidos e a eles era colocada a culpa de tudo , principalmente da inflação na Alemanha …

Eu fiquei impressionado em interlagos quando o Prost passou na sua Ferrari e um cara do lado gritou F.D.P.!!! No dia seguinte o F.D.P ganhou a corrida. Aliás chamar alquém de FDP sexismo que ofende todas as mulheres mães do mundo de qualquer raça ou cor e me parece o pior ….preconceito que existe

A Raça negra parece que é superior nos esportes. Começou com o Jesse Owens, passando por Pelé e foi invadindo os esportes de elite, como Golfe com Tiger Woods,e agora no Tenis tem o Tsonga (que é sósia do Muhamed Ali, que foi outro deus do boxe) e agora se considerarmos Hamilton que tem o mesmo tanto de branco de negro….eles atingiram o talvez o ultimo esporte de elite que faltava….

O Hamilton até agora fez mais do que Schumacher se compararmos o primeiro ano de cada um.

Engate
Engate
16 anos atrás

Se essas são as idéias organizadas, imagina as desorganizadas!!!

eu
eu
16 anos atrás

Muito se falou e quase nada se explicou! o que realmente aconteceu foi que um grupo de dez pessoas ao comando de um megaone diante dos boxes da mclaren atacaram hamilton com palavras realmente racistas,esses foram expulsos do circuito e no meu ver deveriam realmente ser punidos dentro da lei , mas o que parece que pegou foi o grupo de 4 pessoas pintadas com a cor da pele de hamilton usando camisas com a frase Hamiltons family. Se fantasiar de cabelo rastafari ou um peruca black power vai ser crime? se estivessem caracterizados e com algo do tipo monkeys family eu até concordaria como um ato racista. Acho que a FIA e o resto do mundo estão querendo se aparecer e convencer que são puros e sensatos cruscificando um grupo de 4 pessoas fantasiados de negros, que até agora ninguem provou que falaram nada ofensivo a Hamilton. Daqui a pouco vai ter quem me proiba de chamar meu amigo Edson de neguinho, mas chamar o Massa de zacharias eu vou continuar …

Vanessa
Vanessa
16 anos atrás

Brincadeira de carnaval uma pinóia,mas continuo achando que o cancelamento do GP da Espanha seria uma medida muito radical para um ato isolado,que deveria ter sido punido pela justiça.

Thiago Macedo
Thiago Macedo
16 anos atrás

Como falei, disseram que fomos separados no nascimento:

http://i17.photobucket.com/albums/b89/thiagomacedo/Untitled-2.jpg

Thiago Macedo
Thiago Macedo
16 anos atrás

São uns idiotas, que no mínimo sentem inveja do Lewis.

O Lewis parece ser uma pessoa amigável, tanto é que a equipe gosta dele, a mídia gosta dele… não sei sobre a vida particular e nem me interessa.

Se for pensar pelo lado sócio-econômico, ele tem mais dinheiro que todo mundo ali na arquibancada. Se for pensar pelo lado profissional, ele está na elite do automobilismo e numa equipe de ponta.

É o primeiro piloto negro da F1, é um dos melhores pilotos da F1, foi um dos melhores iniciantes da F1 e é candidato ao título esse ano na F1.

Se fosse o Piquet, ia mandar esses imbecis pra %!$&#que %!$&#

Por sinal, essa semana me falaram que pareço com o Hamilton… absurdo! Eu piloto melhor! hehehe

rogerio lessa
rogerio lessa
16 anos atrás

E de dar nojo ler coisas desse tipo de gentalha como o Sr. Bat Materson, convarde, racista, espirito de porco que nao tem collones de se identificar. Infelizmente no Brasil ha muito racismo!!! Gente como essa nao deviam nem estar aqui entre a gente, mas fazer o que?
Desculpa esfarrapada do torcedor espanhol, ele estava foi sacaneando com o Hamilto sim, ha muito recismo na Europa, principalmente na Espanha. Minha esposa e Grega e a cada dois anos vou a Grecia, uma unica vez vi um grego com um negro, povinho racista da peiga!
Mais uma vez otimo texto do Flavio Gomes, bem sensato e coerente! Sou seu fa de carteirinha!
Grande abraco

reginaldo Nat rock
reginaldo Nat rock
16 anos atrás

Ô tédio.
Racismo. Quando leio a expressão fico me perguntando o que ela quer dizer na verdade. Afinal, não há raças mas sim etnias. Tenho um montão de conhecidos mais ou menos chegados, da etnia negra, e não me sinto nem um pouco melindrado em conviver com eles. Alias, tem um, muito lúcido que odeia a tal camiseta onde está escrito 100% negro. Perguntei a ele o que aconteceria de uma branquelo qualquer escrevesse 100% branco na camiseta , e foi tiro certo: “jornal nacional e cadeia”.
Já se comentou por aqui que o LH, desmontou paradigmas, e a maldição do politicamente correto, impediu as várias punições que deveriam ter sido impingidas a ele. Foi óbvia a preocupação dos ‘branquelos’ em não causar melindres tipo “racistas e tals”.
Enfim, é notória e secular a predisposição negativa dos europeus em boa parte contra qualquer etnia não originária.
Negros, cucarachas, chinos, indianos, ou de outros paises europeus, Grécia, Turquia, etc… são muito maltratados por lá.
Então, tudo posto, é compreensível a ‘brincadeira’ dos pibes espanhóis. Foram criados para serem assim.
Só, não é aceitável esse comportamento..
E vai demorar muito tempo ainda, para que a cor da pele, dos olhos e do cabelo, não causem desconforto, mesmo porque será inevitável que a raça humana, em mais umas dez gerações, ou pouco mais, será simplesmente uma raça morena.
Pena que não estarei por aqui. Adoraria observar uns quantos racistas discutindo “pureza racial”.
Bando de F.D.P….isso é que são.

Jackie
Jackie
16 anos atrás

“”BAT MASTERSON “”:
É lamentavel e muito triste existirem no mundo pessoas como você.

RACISMO É CRIME, seja ele qual for!!!

Racismo

Ao longo da história, a crença na existência de raças superiores e inferiores — racismo — foi utilizada para justificar a escravidão ou o domínio de determinados povos por outros.

Racismo é a convicção de que existe uma relação entre as características físicas hereditárias, como a cor da pele, e determinados traços de caráter e inteligência ou manifestações culturais. A base, mal definida, do racismo é o conceito de raça pura aplicada aos homens, sendo praticamente impossível descobrir-lhe um objeto bem delimitado. Não se trata de uma teoria científica, mas de um conjunto de opiniões, além de tudo pouco coerentes, cuja principal função é alcançar a valorização, generalizada e definida, de diferenças biológicas entre os homens, reais ou imaginárias.

O racismo subentende ou afirma claramente que existem raças puras, que estas são superiores às demais e que tal superioridade autoriza uma hegemonia política e histórica, pontos de vista contra os quais se levantam objeções consideráveis. Em primeiro lugar, quase todos os grupos humanos atuais são produto de mestiçagens. A constante evolução da espécie humana e o caráter sempre provisório de tais grupos tornam ilusória qualquer definição fundada em dados étnicos estáveis. Quando se aplica ao homem o conceito de pureza biológica, confunde-se quase sempre grupo biológico com grupo lingüístico ou nacional.

O fenômeno, cujas origens são complexas, ocorre com maior ou menor intensidade em todas as etnias e em todos os países e suas origens são muito complexas. Quando o Japão, por exemplo, conseguiu, na primeira metade do século XX, um desenvolvimento econômico comparável ao da Europa, surgiu no seio do povo japonês uma ideologia racista muito semelhante à que justificava o colonialismo europeu.

Um primeiro estágio de racismo confunde-se com a xenofobia: determinado grupo social hostiliza um estranho por considerar nefasto todo contato fora do grupo social, o qual tira sua força da homogeneidade e da aceitação entre seus membros das mesmas regras e princípios, recusados ou desconhecidos pelo elemento exógeno. Em outro nível, tal repúdio é justificado pela diferença física, que se torna o suporte do componente racista.

Racismo nas sociedades modernas. A história da humanidade refere-se, desde os tempos mais antigos, a relações, decorrentes das migrações, entre povos racialmente distintos. No entanto, antes da época de expansão das nações européias, as relações raciais não apresentavam a feição que mais tarde as caracterizaria.

Entre egípcios, gregos e romanos, as relações eram de vencedor e cativo, e vigoravam indiferentemente, mesmo com povos a eles semelhantes. Durante toda a Idade Média, a base do antagonismo entre povos era, sobretudo, de índole religiosa. Graças à grande força política da igreja, justificava-se a conquista e submissão de povos para incorporá-los à cristandade. Ainda quando dos primeiros contatos entre portugueses e africanos, não havia nenhum atrito de ordem racial.

Quando, a partir do Renascimento, o progresso técnico permitiu à Europa dominar o mundo, surgiram diversas ideologias que pretenderam explicar e justificar a dominação dos demais continentes pelos países europeus, alegando existir na Europa uma raça superior, destinada por Deus ou pela história a dominar as raças não-européias, consideradas inferiores. A expansão espanhola na América buscou sustentação ideológica em crenças tais como as de que os ameríndios não eram verdadeiros seres humanos, o que justificaria sua exploração.

O moderno racismo europeu encontrou fundamento teórico na obra do conde de Gobineau, Essai sur l’inégalité des races humaines (Ensaio sobre a desigualdade das raças humanas) publicada em meados do século XIX. Nela, o autor francês sustentou que a civilização européia fora criação da raça ariana, uma minoria seleta da qual descendiam as aristocracias de toda a Europa e cujos integrantes eram os senhores “naturais” do resto da população. Outro paladino do racismo foi Houston Stewart Chamberlain, que, embora inglês de nascimento, tornou-se conhecido como “antropólogo do kaiser”. Publicou na Alemanha, em 1899, Die Grundlagen des neunzehnten Jahrhunderts (Os fundamentos do século XIX), obra em que retomou o mito da raça ariana e identificou-a com o povo alemão.

Outros autores, como Alfred Rosenberg, também contribuíram para criar a ideologia racista. Esta, convertida em programa político pelo nazismo, visava unificar os alemães, mas como a identificação dos traços raciais específicos do povo de senhores era impossível na prática, criou-se uma “raça inimiga” que unisse contra ela o povo alemão. A perseguição dos judeus ou a escravização de povos da Europa oriental em nome da superioridade da pretendida raça ariana resultou, por suas atrocidades, na adoção pela opinião pública mundial de critérios opostos ao racismo, a partir do final da segunda guerra mundial.

Os trabalhos de antropólogos e sociólogos rejeitam globalmente as teorias racistas e a seu desprestígio científico une-se a adoção, por todos os estados, de princípios como os contidos na Declaração Universal dos Direitos do Homem. Ao mesmo tempo, nos países em que tradicionalmente se praticavam formas de discriminação racial, os preconceitos passaram a ser suavizados e se impôs uma igualdade de oportunidades cada vez maior. Uma exceção à tendência geral, a partir de 1948, foi a África do Sul, onde se exacerbou a tendência à segregação dos grupos étnicos (apartheid) sob o domínio dos sul-africanos de origem européia. Tal sistema político racista chegou ao fim com a convocação das primeiras eleições para um governo multirracial de transição, em abril de 1994.

África do Sul: a violência do racismo

A República Sul-Africana foi a nação em que o racismo mais teve influência na política. Sua antiga Constituição incluía artigos de clara segregação racial e discriminação entre os cidadãos, conhecidos como leis do “apartheid”.

O apartheid atingia a habitação, o emprego, a educação e os serviços públicos. Foi implantado para favorecer a permanência no poder de uma minoria branca. Mas, a partir de 1990, Frederick de Klerk, sucessor de Pieter Botha, vendo-se acuado pelas pressões estrangeiras, condena oficialmente o apartheid e liberta líderes políticos, entre eles Nelson Mandela.

Shaperville, 21 de março de 1960. Vinte mil negros protestam contra a lei que os obriga a portar cartões de identificação. O exército atira sobre a multidão. Saldo: 67 mortos e 186 feridos. O Congresso Nacional Africano, que é o maior grupo organizado de oposição ao apartheid, responde à brutalidade do ataque abandonando a política de não-violência. O líder do movimento, Nelson Mandela, viria a ser preso e sentenciado à prisão perpétua.

A África do Sul tem uma população de cinco milhões de brancos, 29 milhões de negros, 2 milhões de mulatos e um milhão de asiáticos. O governo é composto quase exclusivamente de brancos.

A África do Sul é um país de grande importância estratégica para o mundo ocidental. Ao longo de sua costa viajam quase todos os navios que transportam petróleo para o Ocidente. A África do Sul é rica em ouro, diamantes, carvão, ferro, minérios, cromo e urânio, vital para a indústria militar.

Os colonizadores brancos, vindos na maioria da Holanda – mas muitos também da França -, começaram a chegar à África do Sul no século XVII. No final do século XVIII, explodiu a guerra entre eles e os bantos da África Central, que já habitavam a região. Os colonizadores ingleses só começaram a chegar em maior número, depois de 1814. As tensões entre holandeses e ingleses culminaram na Guerra dos Bôeres, que prolongou-se de 1888 a 1902.

Ao final da Segunda Guerra Mundial, as leis de segregação racial na África do Sul eram semelhantes às que haviam nos Estados Unidos. Quando o Partido Nacional subiu ao poder, em 1948, tratou de montar um aparelho de repressão mais eficiente, com o objetivo de reforçar o apartheid. O apartheid estabelece a existência de quatro grupos: brancos, negros, mulatos e asiáticos. Estes grupos deveriam viver em territórios separados, designados pelas autoridades. No ponto mais baixo da escala social ficavam os 29 milhões de negros. Estes trabalham nas minas, sob a autoridade de capatazes brancos, e vivem em guetos miseráveis e superpovoados. A minoria de cinco milhões de brancos goza de alto padrão de vida e detém todo o poder.

1986. A comunidade internacional, condenando o apartheid, determina várias sanções econômicas contra a África do Sul. O regime começa a se deteriorar. Ondas de violência varrem o país.

5 de julho de 1989. O presidente sul-africano Pieter Botha entrevista-se com Nelson Mandela para preparar sua libertação. Mas, foi o seu sucessor na liderança do Partido Nacional, Frederick de Klerk, que no dia 2 de fevereiro de 1990 anuncia no Parlamento as primeiras medidas para pôr fim ao sistema de apartheid. Liberaliza o Congresso Nacional Africano, o Congresso Pan-Africano e o Partido Comunista Sul-Africano.

11 de fevereiro. Nelson Mandela, líder do Congresso Nacional Africano, preso por 28 anos, é libertado. 1991. Negociações multirraciais são iniciadas para estabelecer as bases de um período de transição.

O presidente De Klerk pede perdão pelo apartheid, em outubro de 1992. Um ano depois, em outubro de 93, De Klerk e Mandela recebem o Prêmio Nobel da Paz.

1994. É posta em vigor a nova Constituição provisória não-racial, que outorga direito de voto à maioria negra.

27 de abril de 1994. Primeiras eleições multirraciais na África do Sul. Nelson Mandela sai candidato pelo Congresso Nacional Africano e se torna presidente. Um desafio para o CNA de Mandela: fazer uma África do Sul mais humana e com melhores condições de vida para a maioria de sua população.

“No mundo há pessoas de todas as cores: branca, amarela, negra… Quantas raças existem ? Você acertou se disse UMA, a Raça Humana!”

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16 anos atrás

Preto, amarelo, vermelho, azul ou verde…
Cristão, judeu, maoista, muçulmano, ateu…
Cotas, reservas, restrições ou beneplácitos…
Corintianos, Palmeirenses, Santistas ou Sãopaulinos.
Só crendices, só lorotas, só besteiras.
Acho que já passou muito da hora de começarmos a premiar apenas a COMPETÊNCIA !
E isto Mr. Hamilton demonstrou muito bem que tem !
O resto nem merece comentários, que só servem para alimentar as diferenças.
O grupelho espanhol fantasiado deveria ser solenemente ignorado.
Palhaços !

Emersont
Emersont
16 anos atrás

Os torcedores espanhóis que fizeram aquela brincadeira de extremo mau gosto devem ser identificados, responderem a inquérito e punidos de forma justa pelo que fizeram. Algo como detenção por alguns dias, trabalho comunitário de verdade ou multa pesada. Agora, tirar o GP de um país inteiro por causa da atitude de meia dúzia (esse foi o primeiro relato de atitude racista nos autódromos espanhóis) é um exagero. Alguns defendem essa medida extrema pelo efeito catártico que se cria em nós brasileiros ao vermos ricos europeus tomando atitudes imbecis. Cabe assim, uma auto crítica. Qual deveria ser a punição ao GP brasileiro quando milhares de torcedores gritam: “Schumacher v…..!” nas arquibancadas de Interlagos? Ah… é diferente – dirão alguns. Diferente em que? O preconceito contra opção sexual é menos grave do que o preconceito racial? Faz parte do nosso folclore ofender os outros, então nós não devemos ser punidos? Ofensas a pessoas bem sucedidas e provenientes de países ricos são aceitáveis? Claro que não! Defender o cancela e pronto é uma idéia simplista calcada numa falsa superioridade moral que impede um debate mais profundo sobre o tema.

do contra
do contra
16 anos atrás

Ah sim, apenas uma brincadeira.

Assim como é apenas uma brincadeira submeter touros a suplícios até a morte em uma arena.

Marcelo Borges Arauj
Marcelo Borges Arauj
16 anos atrás

Não se brinca com a cor da pele de ninguém. Isso não é brincadeira. É no mínimo fruto de um humor duvidoso ou de um tremendo mal caratismo.

Defender ou tentar justificar o preconceito e o racismo é algo sem cabimento.

É muito fácil falar, Sr. Bat Masterson, quando não é o seu que está na reta.

Roberto Hackmann
Roberto Hackmann
16 anos atrás

Bonito texto, bem escrito como sempre e com as opiniões fortes do Gomes como é de praxe desde que o conheço, pelo menos auditivamente, da rádio JP.

A opinião do Bat Masterson também é forte e acredito de uma pessoa que vive em outro mundo, mas conheço varios que pensam assim e acho que os colegas do Blog também. Existe uma pequena parte da população brasileira que pensa exatamente assim e o pior é que isto está sendo passado para os filhos ou seja aumentado e assim por diante, o que é uma lástima, mas existem muitas pessoas que forjam um mundo que não existe….

Como alguns disseram por aqui este assunto não é tão grave assim, acho que estas pessoas se esquecem do que acontece, por exemplo na própria Espanha, no futebol, contra os imigrantes vindos de paises menos favorecidos como o nosso, a Argentina, a Albânia, etc. Não que a Inglaterra seja um primor nesta parte tão pouco é o nosso pais.

Enfim atitudes racistas ou contra os menos favorecidos não devem ser tolerados sob hipótese nenhuma !

Bom fim-de-semana a todos !!!!

Evanclaudio
Evanclaudio
16 anos atrás

AO Cidadao ai de baixo que disse que “preto” nao gosta de corrida. eu sou de origem negra com muito orgulho e assisto corridas desde meus 10 anos meu irmao meus primos e um monte de amigos e conhecidos, vc dizer quer “preto” so gosta de bola pagode e micareta é uma idiotice das maiores que já vi no carnaval aqui de Salvador, tem branco aos montes brincando e ouvindo axe e pagode. nos esatdio nos jogos do bahia e do Vitoria tambem tem brancos assistindo os jogos. entao nao me venha com essa onda de que “preto” é um ser aculturado e que nao gosta de corridas. Pq quem goste de corridas assim como I D I O T A S tem de todas as cores de pele.

Dú
16 anos atrás

Bat Masterson, cara, agora que vi seu post. Primeiro, usa um username diferente. Ai Mané. Sabia que o Sato já foi proibido de entrar no Brasil? Mando o recado NA VEIA para vc., pois me ligaram na época e a coisa era Legal. O Sato é uma cara admirado, o Prost, que neguinho, xinga, é um dos ícones do Automobilismo, pois o bairrismo existe nos momentos de quando se está na tv, ou na pista ao vivo. Ah, usei neguinho como forma coloquial, leia Aurélio. FG, como tem mala nesse mundo! Bat Masterson, quer uma foto do Takuma andando de Yamaha YBR em Interlagos? Seu mundo é muito pequeno para absorver.

Glauco Martins
Glauco Martins
16 anos atrás

Parabéns pela coluna, Gomes, muito lúcida.

Só um comentário sobre o episódio do bar: estive muito recentemente na África do Sul e as coisas lá mudaram muito. Os comentários do pessoal de lá é que os primeiros anos pós-apartheid eram realmente como o Gomes descreveu – a extinção do regime foi apenas no papel, e não na prática. Mas hoje se vê algumas coisas impossíveis de se imaginar há duas décadas ou mais. Vê-se, por exemplo, casais interraciais andando de mãos dadas aos montes em Johanesburgo e Cape Town. Em bares e restaurantes, há brancos e negros em grande número de forma pacífica. Porém, comenta-se por lá que a elite branca está deixando aos poucos a África do Sul, justamente por esses efeitos provocados pela abertura, dentre outros motivos.

Quanto à F-1, há uma cidade por lá que parece ter quase tantas gruas quanto Abu Dhabi e as cidades chinesas, e essa cidade é Cape Town – por sinal, umas das cidades mais lindas do mundo. Um GP de rua em Cape Town seria fantástico, ainda mais se fosse à noite. Mas, como bem lembrou o Gomes, realmente tem gente com mais dinheiro disposta a pagar por um GP.

Josenildo Henrique d
Josenildo Henrique d
16 anos atrás

Vegonhosa a colocação do sujeito indentificado como Bat Masteson, acredito que esta criatura desprezivel aceite como normal que imbecís pratiquem agreções contra domésticas e incendei indios ou pedintes. Em um continente racista como a Europa todo e qualquer ato, minimamente, discriminante deve ser combatido com extrema rigidez, principalmente quando ligado a trandmissões de massa como o futebol e a F1, a Espanha, exemplarmente, deveria ser banida da F1 por no minimo 2 temporadas, inibindo assim novas brincadeiras de mal gosto em qualquer outro lugar.

ehissoae
ehissoae
16 anos atrás

sinceramente, eu nao vi racismo, a familia do hamilton nao eh negra? a maldade estah na interpretação de cada um.. se fosse um bando de branquelo falando ser a familia do haikkonen ninguem ia falar nada.. hipócritas…

agora.. quem tava lah tem melhor a noção do que realmente aconteceu.. o que o povo falou e talz.. pq a imagem nao diz muito…

mike
mike
16 anos atrás

ate agora n vi racismo nas fotos… se tivesse falano niggers ou algo do tipo td bem mas pra mim foi so uma brincadera msm

Dú
16 anos atrás

Imagino seu próximo livro! Parabéns cara. Todos textos seus são de quem já viveu a situação. Show. Sem comentários.

Gomes
Gomes
16 anos atrás

Fiz questão de não apagar isso aí para que a blogaiada do bem tenha uma noção do tipo de gente que aparece por aqui de vez em quando. Uma tropa de choque patética que, claro, nunca se identifica. Morre de medo. Ou de vergonha.

Manfred W.
Manfred W.
16 anos atrás

Parabéns pela coluna,Flávio Gomes!

Algumas considerações:

Os países da África negra boicotaram as Olipíadas de Montreal 76 porque o pedido de exclusão da Nova Zelândia dos jogos foi negado.A Nova Zelândia se recusou a boicotar uma partida de Rugby na África do Sul,não sei se depois desse caso continuaram a jogar Rugby por lá,e talvez por isso a Fórmula 1 não tenha sido a última.

Achei plausível a explicação do espanhol,pois nas camisetas estava escrito Hamilton Family,e não palavras de protesto.Acho que a cena chocou porque os rapazes pintados de negro ficaram parecidos com os artistas negros americanos do século 19,início do século 20,já que para se apresentarem no palco eles eram obrigados a pintar o corpo com tinta preta,e contorno dos lábios com tinta branca.

Por fim,a imprensa inglesa já devia ter sido banida da Fórmula 1 desde o episódio do GP do Ódio Lauda X Hunt(os amigos Lauda e Hunt,que moravam juntos e dividiam baseado!).Eles já quase conseguiram trazer os Hooligans pro circo da F1 no passado e correm o risco de trazer de novo.!

Um abraço

Bat Masterson
Bat Masterson
16 anos atrás

Se fosse um punhado de brasileiros fantasiados de japones zoando o Sato ou de espanhol com traços gays, como fazem em Interlagos todos os anos, os esquerdinhas que adoram posar de politicamente corretos, não iriam reclamar de nada..

Ridicula coluna do Gomes quando diz que ficou pasmado ao ver apenas negros montando as arquibancadas em Kyalami, qual o problema, estavam trabalhando e recebendo pra isso. Bom é no Brasil onde ninguem trabalha, ganha bolsa esmola..

Grande coisa que não haviam negros na arquibancada, é sabido que culturalmente eles não se interessam por automobilismo mesmo, o negócio deles é futebol, basquete, samba, pagode, micareta etc.

Ridiculo sensacionalismo inglês e dos m.e.r.d.a.s dos pseudo jornalistas brasileiros

Salvador Costa
Salvador Costa
16 anos atrás

Ação de uns poucos? Há uns meses atrás , naquela época da propaganda famosa “Alonso X Hamilton”, tinha um monte de vídeos espanhóis no You Tube ridicularizando o piloto inglês, nos quais era chamado de “negreta”. Acho que já tiraram do ar, mas os “carnavalescos” de hoje eram café pequeno perto daquilo.

Pedro
Pedro
16 anos atrás

Não é por nada não, mas qual foi a ofensa exatamente ?
Eu só vi os caras pintados
e Hamilton Family escrito na camiseta.
Pra mim fizeram tempestade em copo dágua. No Rio venderam muito as máscaras do Bin Laden nos carnavais passados e pra mim é muito mais ofensivo do que isso

Marcelo Martinez
Marcelo Martinez
16 anos atrás

Olha, eu já falei demais sobre este assunto!

Não achei pra tudo isso!

Então cada um com a sua opinião.

Porém, ocorreram várias ofensas ao povo espanhol que por sinal foi permitida de maneira velada neste blog.

Só espero que o brasileiro se interesse e debata este assunto (que tá na moda, pois está na novela das oito) da mesma maneira que a política deste país, em especial, a conduta dos nossos representantes que atualmente se encontram no poder.

no más!!!

Marcelo
Marcelo
16 anos atrás

Excelente a coluna Warm Up desta semana. Muito bom o texto. Agora, o fanfarrão dizer que foi brincadeira de carnaval é demais. Que cara de pau.

Felipe Mazorca
Felipe Mazorca
16 anos atrás

Quem está de brincadeira são todos os envolvidos nessa palhaçada que, como bem disse Damon Hill, é nojenta.

Como você falou Gomes, as medidas deveriam ser extremas. Sem F1 na Espanha em 2008! Para os otários aprenderem e verem o quão imbecis foram essa meia dúzia que se achou tão engraçada nas arquibancadas de Barcelona.

Mas infelizmente não vai acontecer p***a nenhuma.

Abraços.

Eric
Eric
16 anos atrás

Igual ao que aconteceu com Jean Charles em Londres.
Preconceito e intolerancia totais juntos!!!!!!!!
Em qualquer lugar do mundo é assim,sempre tem um que f.o.d.e tudo.