MARMELADA, 15
SÃO PAULO (o grande erro) – Hoje faz 15 anos de um dos episódios mais polêmicos da história da F-1: a marmelada da Ferrari no GP da Áustria de 2002. Para quem não lembra: Barrichello dominou o fim de semana todo, liderava a corrida e a equipe mandou que ele cedesse a posição a Schumacher, que vinha em segundo. Depois de muita discussão pelo rádio, o brasileiro esperou a última volta, a última curva, os últimos metros, e deixou o alemão passar.
No pódio, debaixo de sonoras vaias, Schumacher colocou Rubinho no degrau mais alto. Foi uma vergonha. O mundo caiu de pau sobre a Ferrari e a equipe foi multada em US$ 1 milhão.
A ordem de equipe, além de estúpida, era claramente desnecessária. O Mundial estava no começo e o domínio da Ferrari e de Schumacher era algo mais do que já consolidado. Era a sexta de 17 etapas e Michael já tinha vencido quatro das cinco primeiras. Terminaria o campeonato com 144 pontos, contra 77 de Barrichello e 50 de Montoya, o terceiro colocado. Schumacher venceu 11 corridas, foi segundo colocado em cinco e terceiro em uma. Chegou ao pódio em todas, portanto, algo que numa mais aconteceu na história da F-1. Na época, suas 11 vitórias se transformaram num recorde para uma mesma temporada — marca que seria superada por ele mesmo em 2004 com 13, e igualada por Vettel em 2013.
[bannergoogle]No Brasil, a bobagem da Ferrari consolidou a ideia de que Rubinho era prejudicado pela equipe e que Schumacher só ganhava tanto porque a equipe o favorecia. O brasileiro assumiu um coitadismo que o acompanhou durante toda sua trajetória em Maranello. Um jornalista chegou a publicar em livro uma versão fantasiosa — que nasceu como “corrente” de internet via e-mail, num tempo em que não existiam as redes sociais — que relatava ameaças a Barrichello pelo rádio, com passagens absurdas que incluíam o sequestro de sua mãe e de seu cachorro. Acreditem, isso aconteceu.
Cleber Machado narrou aquela corrida pela TV Globo e ficou famosa a expressão “hoje não, hoje não… hoje sim?!?!?”, que se referia a situação semelhante no ano anterior no mesmo circuito, mas com posições diferentes — Rubens era segundo e Michael, terceiro, quando a Ferrari ordenou a troca igualmente ridícula.
Toda essa história está relatada aqui. Nunca as ordens de equipe foram tão discutidas como naquela época. Os principais personagens envolvidos, Jean Todt e Ross Brawn, admitiram anos depois que fizeram uma enorme cagada. Devo dizer que demoraram bastante. Um minuto depois da bandeirada era evidente que tinha sido a maior de todas.
Desde este dia nunca mais comprei uma Ferrari. Agora só compro Lamborghinis
Foi o dia que meu filho deixou de acompanhar as corridas do meu lado.
Ele era novo (12 anos), mas gostava de assistir comigo e torcer para os brasileiros Barrichello e Massa. Ele me perguntou, tristemente, porque o Barrichello fez isso e eu expliquei sem mentir: o alemão é primeiro piloto, o contrato dele determina que ele tem que deixar passar.
Ele entendeu, mas não aceitou. Nunca mais assistiu F1.
O maior lixo da F1………mas teve que colher o que semeou, é isso, é inevitável….!
O Maior do Mundo semeou uma vitória na horta do Rubinho em Indianápolis.
Já faz esse tempo todo que deixei de respeitar e de torcer pelo Barrichelo?
Não sei como ainda tem quem conseguiu torcer para ele vencer, sendo que o próprio abdicou do direito de ganhar.
Uma lástima! E depois teve BIS – Hoje SIM, Hoje SIM, hoje não……
E de quebra, ainda veio o outro aceitando que Alonso era mais rápido que ele .
Mas o errado sou eu. Os dois estão podres de ricos ficando de quatro; eu pobre, estando de pé (quando a coluna permite).
[]s
Foi um dos maiores vacilo da Ferrari. Eu mesmo, nunca comprei uma Ferrari por isso! Não perdoeei.
– Para os fãs de Rubens, a culpa foi da Ferrari e de Shumacher. Eles queriam foder com Barrichello e o fizeram com requintes de crueldade. Rubens aqui é a vítima, o injustiçado e sabotado. E Shummacher ´é o campeão “fake” dos tempos da Benetton retratado com o rancor revivido de quem torceu cegamente por Senna.
Para os fãs de Shumi, a culpa, se houver, foi da Ferrari. Afinal de contas, ele era o primeiro piloto mesmo e ganharia o campeonato de qualquer forma. Sempre foi mais rápido e superior – não dá pra comparar com o brasileiro. E Shummi era só o empregado que cumpria ordens. E ainda foi bonzinho, cheio de espírito esportivo, por devolver a vitória ruberiana (FG) em Indianápolis. Rubens aqui é o fraco, coitadinho e reclamão.
Para os fãs da Ferrari, fã mesmo que conhece as tretas de Gilles Villeneuve e Pironi, Prost e Mansell e outros mais antigos, sabem que nenhum piloto pode ser maior que a própria Ferrari. Portanto, em primeiro lugar está a equipe e o campeonato de construtores. Depois vem as compreensíveis ordens de equipe: quem é titular e quem é banco de reserva. Quem manda é a Ferrari e vai ser sempre assim. Então quem senta a bunda lá, que trate de entender isso, né Massa, né Kimi? Rubinho aqui é um funcionário mal-agradecido e um mero coadjuvante descontente. O problema é que depois de algum tempo, os envolvidos (RM) pela elaboração e execução das ordens se contradizem afirmando ser um erro:
http://grandepremio.uol.com.br/f1/noticias/smedley-diz-que-ordem-de-equipe-da-ferrari-no-gp-da-alemanha-de-2010-mudou-massa-foi-um-divisor-de-aguas
http://flaviogomes.grandepremio.uol.com.br/2017/01/nao-diga-2/#comments
Então é muito complicado explicar isso tudo e um pouco mais para um fã padrão “globo” de 20 anos ou de 60 anos. Além de tudo , e pra complicar, a reação e a repercussão negativa foi imediata, não só dos austríacos, mas também do estrangeiro. No fim, é difícil explicar como uma corridinha lógica de carros, (onde,caralho, quem faz a pole e anda em primeiro tem de ganhar essa porra) pode ter um resultado tão frustrante que nem pelas regras do esporte, no caso, da F1, nem regras da Ferrari, muito menos justificativas de chefes de equipe podem ser compreensíveis e desculpáveis.
“Parabéns” aos envolvidos (RM). No caso da narração lúcida de Cléber Machado, parabéns, somente.
Acho que voce poderia ter feito esse discurso de maneira educada e sem usar palavrão.
Confundindo palavrão com educação e instrução? Ok.
Refazendo os trechos: 1 – ” Eles queriam foder com Barrichello … ” Eles queriam prejudicar, atazanar, atrapalhar, sabotar, ferrar, transar, comer, fazer amor, fazer sexo, meter com Barrichello…
2 – “onde,caralho, quem faz a pole (…) ganhar essa porra” . onde, pau, penis ereto, ora bolas, inferno, demônios, é lógico, todavia, quase sempre, normalmente, obviamente, quem faz a pole (…) ganhar essa corrida, competição, porcaria, esperma, gala, droga, diz puta, matéria orgânica expelida pelo anus.
Se não ficou de “maneira mais educada”, ficou um pouco mais irônica. E só quem pode falar palavrão aqui nessa p**** são os que curtem Piquet (e acima dos 35 anos) e o dono do blog que é foda pra caralho. Ops…
Essa ordem foi dada por Jean Todt pelo medo da Ferrari perder o campeonato, mas ela sempre foi uma equipe absoluta em 2002, tanto que o Rubinho que começou zerado nas três primeiras etapas não teve dificuldade nenhuma em buscar o Vice tendo sua vitória devolvia por Schumacher em Indianápolis ficando com quatro vitórias graças a isso, senão ficaria com pelo menos duas.naquele ano.
Sem dúvida nenhuma Schumacher foi o maior dos picaretas da história da F1.
Além desses dois episódios acima citados, não nos esqueçamos de como ele ganhou seu 1º campeonato jogando o carro em cima do Damon Hill. E como anos depois tentou fazer o mesmo com o Villeneuve.
Um grandíssimo mau caráter.
E o vice picareta é o Alonso (sempre vice!).
Singapura Gate, Faster Than You e etc.
Dois pilotinhos com sérios desvios morais.
Senna também ganhou campeonato jogando o carro pra cima de Prost.
Mas foi uma revanche e não uma trapaça!
Alcança??
Se você mata o filho do cara que matou teu filho, é revanche ou assassinato?
Segafredo, revanche é conquistar uma vitória em cima do adversário que o derrotou antes.
Embora os fãs de Senna queiram acusar Prost de desleal, a batida entre os dois na primeira contenda foi considerada sim, defesa de posição do francês (o famoso “fechar a porta”). No ano seguinte, Senna simplesmente jogou o carro para cima do Prost, pois os dois não terminando daria o título para o brasileiro.
Sejamos mais fiéis à história.
Claro que sempre vai existir maneiras alternativas, mas sou defensor de vetar uso de comunicação via rádio entre piloto e equipe. Imagine na condição de piloto ter que tomar decisões por conta própria sem interferência?
Isso é impossível. Sem auxílio externo é impossível guiar um f1 hoje.
Lembrando que aquele domingo era dia das mães… A mãe do Rubens não deve ter gostado do presente. Lembro muito bem dessa corrida e da narração que entrou para a história.
A do Schumacher deve ter adorado. A vida é assim.
A Ferrari sempre foi uma “equipe de um carro só”, mudou um pouco na primeira passagem do Kimi por lá onde ele e o Massa estavam em igualdade de condições. Digo isso porque em no final da década de 90, foi só o Schumacher quebrar a perna e ficar de fora que o Irvine (que andava mais longe de schummy que o Barrica) começou a ganhar corridas e quase foi campeão de 99. De um piloto que não andava nada, começou a ganhar corridas da noite para o dia.
Outro ponto interessante a ser comentado é que no mesmo ano o Schumacher devolveu a vitória para o Rubens, no GP de Indianápolis se eu não me engano (eles fechavam lado a lado as corridas nessa época, meio que para tirar onda de imbatíveis. O Schumacher deu um pisão no freio quase em cima da linha, o Rubens chegou a levantar a mão ao passar pela linha na frente e ganhar a corrida, de tamanha surpresa).
A Ferrari não mudou uma única vírgula em relação a primeiro e segundo piloto. Apenas o “modus operandi” é mais discreto com direito a escorregadelas como o “Alonso is faster than you”. Só lembrando que para a Ferrari, italiana, tanto faz se o piloto é brasileiro, grego ou troiano. Para os brasileiros, gregos e troianos sim, faz diferença e cada um puxará a sardinha para si, neste caso dizendo um grego que isso não existe se a vítima não for um piloto grego.
Abs.
A cena mais ridícula para mim não foi a da ultrapassagem em si, mas sim a da premiação, quando rubens, com cara de vítima, subiu no alto do pódium enquanto era tocado o hino alemão.
Ele jamais deveria ter aceitado isso.
Deveria erguer o troféu de 2º lugar e comemorar (sem aquela choradeira chata).
Ao aceitar que Schumacher lhe empurrasse para o alto do pódio, mostrou que era mesmo submisso ao alemão.
A zoeira contra Barrichello foi ainda maior pois estava no alto do pódio, num lugar que não era o dele, com um troféu que não era o dele e ouvindo o hino de um outro país.
Eu acho que ele não devia era ter partido para fazer o banho de champanhe, era para todos terem ido para a sala de imprensa logo após receber os trofeus!
Flávio, melhor lembrar que hoje faz 50 anos do lançamento de A Whiter Shade of Pale, do Procol Harum!
Devo dizer que a única coisa bacana disso aí foi a narração mesmo. “… mas hoje não, hoje não… hoje sim… hoje sim?”
Sempre rio disso.
Qual a pior? Essa do Rubinho, a do Nelsinho em Singapura ou o Alonso “is faster than you”? Achei tudo igual
Nelsinho em Singapura. Uma trama muito bem arquitetada que deu 100% certo.
Se o Nelsão não botasse a boca no trombone (ferrando o próprio filho), ninguém jamais saberia da tramoia.
Os três episódios foram ridículos, e infelizmente os três com brasileiros.
Dois pilotos picaretas.
O acordo era infame e restava os pilotos fazerem algo diferente… Rubens tentou e Schummy nao fez a parte dele. Schummacher foi o maior de todos… bem alto.. muito alto mas poderia estar um pouco mais se naquele dia tivesse feito a sua parte.
O Maior do Mundo acabou fazendo a sua parte no mesmo ano em Indianápolis. Coisa que Alonso nunca fez com Massa, em relação à vitória na Alemanha/2010.
“Maior do Mundo”… kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
Maior do Mundo até alguém chegar a 8 (OITO) títulos na categoria.
A parte dele era não ultrapassar.
Ou alguém aqui acha que a Ferrari iria puní-lo por ser decente?
Livro do L.M com a historia fantasiosa que foi retirado de circulação depois.
Tenho ele na coleção. O principal chamariz deste por sinal é essa historia, muitas pessoas compraram so pra ler ela na integra, ja que um resumo tinha sido soltado na epoca. Mas tirando isso, tem algumas historias não tão fantasiosas assim legais sobre a F1
Eu tenho esse livro também.
O Ross Brown contou, em uma entrevista recente, que esse acerto (certo ou errado) era prévio . Ou seja, já estava combinado que, caso o Rubinho estivesse na frente em algum momento da corrida, ele cederia a posição. Quando próximo do final da corrida, o Schumacher questionou sobre o acordado e a Ferrari mandou o Rubinho ceder a posição. O Rubinho obviamente não gostou, mas a equipe fez questão de insistir.
Parece que houve sim uma longa e tensa discussão no rádio (seria interessante se nessa época o áudio fosse aberto). Ross Brown disse então que o Rubinho aproveitou para fazer disso um grande show.
Até que ponto isso é verdade não se sabe, mas essa entrevista está na revista Autosport de 6 de janeiro de 2017.
* Ross Brawn
O maior campeão da história vai ter esse “asterisco” marcado em sua trajetória eternamente. Que burrice federal…
Esse “asterisco” deixou de existir no mesmo ano, quando Schumacher devolveu a vitória ao Rubinho em Indianápolis.
Negativo.
Desse modo ficaram dois asteriscos de corridas manipuladas.
Ou vc acha que se um juiz erra ao marcar um pênalti para um time, e para compensar marca outro pênalti errado para o outro, ele zera os erros?
Eu acho que ele erra duas vezes.
Acorda, Matteoni! Está pegando a mania do Vicellez e do Sennafredo?
Um pênalti, mesmo concedido, pode ser perdido. A vitória no automobilismo, não. E tem outra, Rubinho saiu no lucro. Deixou sua marca no Templo do Automobilismo.
O desserviço prestado pela Ferrari à formula 1 e a ela própria naquele dia foi incalculável. Independente dos pilotos envolvidos esse tipo de situação cria um asco no espectador em geral. Claro que os fãs mais atentos continuam acompanhando, mas certamente a F1 paga ainda hoje por atitudes como essa. Claro que ordens de equipe existem desde sempre na F1. Porém, em uma situação patética como aquela foi ridículo. Enfim, ninguém precisava daquilo.
(correção)
Revendo, o discurso DESDE A ABERTURA DA ÚLTIMA VOLTA…é tudo genial!
A maior de todas as cagadas que gerou talvez a melhor de todas as narrações, a fala na sequência (e o tom surpreso/indignado) do hoje não, hoje sim é maravilhosa.
Sempre achei que a decisão do Rubinho foi a melhor possível. Acatou a ordem superior mostrando como aquilo era ridículo. Mas não gostei do coitadismo que ele assumiu o tempo todo.
Revi essa corrida outro dia. O ponto que me chamou atenção é como o grid da F1 era mais ou menos. A verdade é que os números do Schumacher precisam ser relativizados… Não foi um período de grandes pilotos e só havia um grande carro — e que ele favorecido com todos os méritos, porque era melhor que o mediano Rubinho.