LA FABBRICA BLU
SÃO PAULO (agradecemos mais informações) – Não sei bem como caí neste vídeo aí embaixo, mas ele me deixou intrigado. “La Fabbrica Blu” foi o fruto do sonho maluco de Romano Artioli, um empresário italiano que em 1987 comprou a marca Bugatti (depois foi dono também da marca Lotus) e montou uma fábrica maravilhosa em Campogalliano, perto de Modena.
O sonho durou muito pouco e apenas um modelo, o EB110, foi produzido. Menos de 150 unidades foram montadas — incluindo aqueles finalizados por uma empresa alemã que comprou o espólio da Bugatti Automobili SpA, que faliu em 1995. Michael Schumacher teve um desses e bateu num caminhão com o carro. Mas ficou com ele até 2003 e depois vendeu.
A Bugatti nasceu na Alsácia no começo do século passado numa cidade que hoje pertence ao território francês — a região foi disputada por França e Alemanha por séculos, milênios, sei lá. Ettore Bugatti, nascido em Milão, fez alguns dos carros mais lindos de todos os tempos, se meteu com aviação e até transporte ferroviário, mas depois de sua morte, em 1947, a Bugatti embicou para o brejo. Artioli tentou reviver a marca, mas acabou ele também dando com os burros n’água.
Mas essa fábrica linda está lá, de pé. Foi tomada pela Justiça italiana quando Artioli quebrou e vendida a uma empresa que fazia móveis — mas essa também foi para o vinagre antes de se mudar. A marca Bugatti foi comprada pela Volkswagem em 1998 e nem sei onde fazem os carros hoje em dia — são brinquedos de multimilionários, superesportivos que mais enfeitam garagens do que circulam por aí.
Pelo que entendi do vídeo, alguém ainda toma conta da “Fabbrica Blu”, que é um primor de arquitetura e resta abandonada sem que um destino muito claro se desenhe no horizonte. Parece que fazem encontros de Bugattis e Lotus lá, e o zelador informal oferece visitas guiadas.
Essas fábricas abandonadas sempre me trazem uma enorme melancolia.
Fábricas fechadas = trabalhadores desempregados.
A atual fábrica da Bugatti é na Alsácia (Molsheim), segundo o site da marca.
Se não me engano Schumacher bateu na traseira de um caminhão em uma estrada da Alemanha com um Renault. O caminhoneiro ao reconhecer o piloto famoso dispensou o pagamento da avaria com a condição de poder escrever no parachoque a frase: “Schumacher bateu aqui”.
Daria um belo museu da marca.
Flávio, se não me engano Michael bateu um Ford Mondeo (1994, patrocínio Ford) no tal caminhão. Ele teve um Bugatti EB 110 s Amarelo Canário que quase bateu em um teste numa pista de corridas. Ele estava levando um engenheiro de pista da Ford junto e os freios falharam, obrigando-o a meter uma segunda marcha no carro provocando uma rodada antes de bater muito forte no guard-rail.
Li isso há décadas no Anuário de Fórmula Um de Francisco Santos, edição 1994.
“Da força da grana que ergue e destrói coisas belas”
Neste caso força da falta de grana.
Grande história, Fla.
E o que dizer da Gurgel em Rio Claro?!
Adoro a história da Gurgel.
Alguém indica algum vídeo pra mim?.
Abraços.
Nick B.
Uma marca com um enorme apelo, pelo menos entre os autoentusiastas. Quem sabe?Triste história. Comovente mesmo.
Sonho gigante. Vídeo comovente.