BYE, 2022 (1)

Pôr-do-sol em Abu Dhabi: Red Bull na frente com Verstappen

SÃO PAULO (só festa) – A F-1 se despede de 2022 em Abu Dhabi com pouca coisa a resolver no campeonato — o vice entre Sergio Pérez e Charles Leclerc, mas quem liga?

Assim, chamaram a atenção nesta sexta no feérico circuito árabe notícias paralelas do que, propriamente, o que aconteceu na pista. Só para registrar, o bicampeão Max Verstappen fechou o dia com o melhor tempo, 1min25s146, seguido por George Russell a 0s341 de distância e Leclerc, a 0s453. Diferenças grandes. O quarto colocado foi Lewis Hamilton, mais longe ainda: 0s615 atrás. Fechando a lista dos dez primeiros vieram Pérez, Carlos Sainz, Esteban Ocon, Fernando Alonso, Daniel Ricciardo e Valtteri Bottas.

Então vamos ao noticiário do dia em caixinhas, começando com a informação mais importante:

FECHOU – Helmut Marko confirmou em entrevistas a volta de Daniel Ricciardo à Red Bull como terceiro piloto, reserva e embaixador da marca. Falta apenas oficializar. O australiano retorna à casa que defendeu até 2018, quando decidiu sair para a Renault. Depois de passar por HRT, Toro Rosso e Red Bull, foram duas temporadas no time francês e mais duas na McLaren, até ser demitido pela equipe papaia para a chegada de Oscar Piastri. Correr de novo? Na Red Bull, será difícil. Verstappen tem contrato até 2028 e Pérez, até o fim de 2024. Mas a equipe vai na linha óbvia de ter um terceiro piloto capaz de sentar e guiar imediatamente caso aconteça alguma coisa com os titulares numa temporada longa como será a do ano que vem, com 24 etapas. Expliquei isso ontem ao falar sobre a possibilidade de Mick Schumacher na Mercedes. E Ricciardo, de um jeito ou de outro, fica com um pé na categoria. Tem coisa para acontecer no futuro, muita rotatividade, Audi chegando, Porsche especulando, vai saber o que o futuro reserva…

SPRINTS – A “Auto, Motor und Sport” alemã informou que as seis Sprints do ano que vem serão realizadas nos GPs do Azerbaijão, Áustria, Bélgica, São Paulo, Austin e Catar. Interlagos, portanto, terá sua Sprint pelo terceiro ano seguido — as duas primeiras foram ótimas. Ross Brawn quer que as provinhas continuem definindo o grid das corridas de domingo, mas isso ainda vai ser discutido pela FIA e pela Liberty. Há quem defenda que a prova seja “autônoma”, com o grid apurado na classificação de sexta valendo para as duas provas — a minicorrida de sábado e o GP de verdade do dia seguinte.

Alternativa à W Series: nova categoria para mulheres

PARA AS MINA – Com as dificuldades de sobrevivência da W Series depois de três temporadas, a F-1 anunciou hoje a criação de uma nova categoria para mulheres em 2023, a F1 Academy. Serão sete rodadas de três corridas cada — 21 provas, pois — com cinco equipes que já estão na F-2 e na F-3 tocando três carros cada. Assim, 15 meninas disputarão o campeonato, cujos chassis serão feitos pela italiana Tatuus, modelo T421, com motores turbo da Autotecnica de apenas 165 HP. A F-1 vai subsidiar parte dos custos, entrando com 150 mil euros por carro. As pilotas terão de trazer mais 150 mil — como patrocínio ou tirando do bolso. As equipes bancam o resto do custo. A organização pretende oferecer 15 dias de testes no ano, o que é uma enormidade. Acho que não vai servir para muita coisa, essa categoria. Carrinhos de 165 HP não preparam ninguém, e correndo entre elas as referências começam por baixo. Para mulheres chegarem à F-1, precisam competir com homens. De qualquer forma, é uma tentativa.

NOVATOS – Hoje foi dia de as equipes terminarem de cumprir a obrigatoriedade de oferecer dois treinos livres no ano a novatos. Sete pilotos nessa condição — não podem ter disputado mais de dois GPs na F-1 — mais o veterano Robert Kubica, que leva patrocínio para a Alfa Romeo, estiveram na pista na primeira sessão do fim de semana. Entre eles dois brasileiros: Felipe Drugovich, que estreou pela Aston Martin num evento oficial, e Pietro Fittipaldi, pela Haas. O primeiro deu 23 voltas e ficou em último, 2s039 atrás do mais rápido da sessão, Lewis Hamilton. O neto de Emerson terminou em 17º. Os demais: Liam Lawson (Red Bull) em quinto, Robert Shwartzman (Ferrari) em sétimo, Logan Sargeant (Williams) em 15º, Pato O’Ward (McLaren) em 18º e Jack Doohan (Alpine) em 19º.

CAPACETES – Muitos homenageando Sebastian Vettel (como os de Alonso e Mick Schumacher), outros se despedindo de uma equipe (Gasly, que deixa as asas da Red Bull e vai para a Alpine), outros dizendo adeus à F-1 (caso do próprio Vettel). O GP de Abu Dhabi é uma festa de pinturas especiais. Alguns desses capacetes estão aí embaixo.

Por enquanto é só. Amanhã tem mais treino livre às 7h30 e classificação às 11h. O GP de Abu Dhabi começa às 10h domingo.

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Marcelo Duarte
Marcelo Duarte
1 ano atrás

Acho que a partir de 2024 ou 25 cada equipe deveria ser obrigada a ter uma pilota reserva na sua equipe. Mas com obrigatoriedade de andar uma km mínima por ano…

murilo
murilo
1 ano atrás

Riccardo saiu da RB porque não queria ser segundo piloto, e agora volta pra ser terceiro. Que derrota.

Crstiano
Crstiano
1 ano atrás

A W-Series usava F3 com motor Toyota de 270cv, talvez a nova categoria foi pros F4 por questão de custos, mas desce uns degraus tecnicamente.

Gleb
Gleb
1 ano atrás

Que legal… se você reparar no queixo do Seb está o Ze delivery… mas não é para dar zoom