SCHUMI NA MERCEDES

Reserva na Mercedes: sobrevida para Mick

SÃO PAULO (e tá ótimo) – E hoje veio o que creio ser o último ato de 2022 na F-1: a confirmação de Mick Schumacher como reserva da Mercedes para o ano que vem. O alemão, depois de duas temporadas na Haas, perdeu a vaga para Nico Hülkenberg. Desvinculou-se da Ferrari, a quem esteve atrelado por quatro anos, e ficou sem emprego.

Acabar na Mercedes era natural, destino mais do que esperado para Schumaquinho. Primeiro, porque o time prateado perdeu seus dois pilotos de testes/reservas: Stoffel Vandoorne foi para a Aston Martin (e continua na Fórmula E) e Nyck de Vries virou titular da AlphaTauri. Depois, porque no ano que vem as equipes precisam reservas prontos para correr, gente que senta num F-1 e sabe onde liga um carro. O calendário é longo, tem muitas provas seguidas e qualquer enxaqueca ou tombo de patinete pode tirar um titular de cena por mais de um GP — basta um médico recomendar 15 dias de molho em casa.

Mick tem 23 anos e a relação da Mercedes com sua família vem lá do fim da década de 80. Foi a montadora alemã que pagou US$ 300 mil à Jordan por um cockpit vago no GP da Bélgica de 1991, o que permitiu a estreia de seu pai Michael na F-1. Ele acabaria se tornando heptacampeão por Benetton e Ferrari, mas depois de se aposentar, no final de 2006, atendeu ao chamado da Mercedes para voltar e ajudar na formação da equipe própria que estava nascendo a partir da compra da Brawn GP. Foi em 2010, Schumacher voltou, ficou por lá três anos e fundou as bases do time que, a partir de 2014, estabeleceria a maior hegemonia da história da categoria, com sete títulos de pilotos e oito de construtores consecutivos. Suas digitais estavam lá.

É quase um “obrigado” da Mercedes aos Schumacher, essa contratação do filhote. Mas para essa função, o time não tinha mesmo muitas opções. Mick não é um gênio, mas pode aprender e crescer dentro de uma estrutura vencedora e sem nenhuma pressão. Se vai voltar a ser titular de alguma equipe um dia, é impossível prever. Pelo menos estará à vista de todos, frequentando os autódromos e mantendo ativos seus relacionamentos. Já é alguma coisa.

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GUs
GUs
1 ano atrás

Parece ser muito dedicado, interessado e tenaz (como o pai)…mas talvez não tenha herdado aquela capacidade de ler qualquer superfície/aderência que “o velho” tinha, de forma instantânea. A velocidade natural que o fez desafiar Senna quando os carros era mais ou menos iguais (Benetton de 1993 não era superior a McLaren do mesmo ano); mas enfim…também não nasci com os talentos do meu pai, mas sim com outros. Acontece…boa sorte a ele!

Alfredo Santos
Alfredo Santos
1 ano atrás

Se se chamasse Mick Mueller nem teria entrado na F1, só não vê quem não quer

Fernando
Fernando
1 ano atrás

Olha, acredito que se enquadre naquele comentário de boteco “Caiu pra cima”. Em algum momento a Mercedes encontra um assento de titular em algum cliente que tenha um carro melhor que a Haas.

Fernando Amorim
Fernando Amorim
1 ano atrás

Espero que o seguro da Mercedes esteja em dia!
Brincadeiras à parte, é uma contratação que faz todo sentido.
Abraço Flávio

murilo
murilo
Reply to  Fernando Amorim
1 ano atrás

Ele venceu só 3 corridas das 48 que disputou na F2 correndo em equipe de ponta. Na F1 zerou em 2021, levou uma surra do Magnussen em 2022, destruiu vários carros e por conta do sobrenome, “caiu pra cima” na Mercedes. Um sobrenome faz todo sentido mesmo.

Glen
Glen
Reply to  murilo
1 ano atrás

Nem posso opinar por que o Android teclado não.deixa