BIANCHI
SÃO PAULO – Em certa medida, Bianchi me lembrava Alesi. Francês, origem italiana, ferrarista. Era uma aposta da equipe, provavelmente para 2016. É raro a Ferrari apostar em alguém. Fizera isso com Jean no início dos anos 90 — ainda que ele já tivesse estreado, pela Tyrrell — e com Massa na virada para o novo século, buscando-o na F-3000 Internacional e colocando-o na Sauber para aprender e saber se dava para o negócio.
Depois, a Casa de Maranello esqueceu um pouco das categorias menores, envolta em crises intermináveis, até adotar o francês e alocá-lo na Marussia até que as coisas clareassem no time principal. Era uma boa forma de, como acontecera com Felipe, dar a um jovem piloto a chance de adquirir experiência e mostrar serviço, o que ele realmente fez.
Bianchi foi quase sempre mais rápido que Chilton, seu companheiro em 2013 e 2014, e conseguiu algo quase impossível: marcar pontos com uma das nanicas que a F-1 recebeu em 2010. Com o nono lugar em Mônaco, colocou o time nas estatísticas e garantiu sua sobrevivência.
Jules sofreu um acidente horrível em Suzuka, pouco mais de nove meses atrás. Discutimos muito aqui suas causas e consequências, e a maioria concluiu que, como sempre, uma sequência de erros levou à batida na grua que retirava o carro de Sutil do local onde tinha rodado. Sutil, aliás, foi quem mais ficou chocado com o que viu — e nunca quis falar do assunto em detalhes. Um monte de coisas erradas. Sinalização de bandeira, presença de um trator à frente do guard-rail, baixa luminosidade, muita água, e nesse cenário sempre se procura um assassino — foi assim com Senna, o último a morrer em consequência de um acidente em corrida, em 1° de maio de 1994.
Mas não há um assassino, como não houve em Imola, como não se deve colocar ninguém na cadeia pela morte de Maria de Villota, tragicamente também ligada à Marussia, que morreu em outubro de 2013, mais de um ano depois de bater num caminhão da equipe em um teste na Inglaterra. Ela perdeu um olho, recuperou-se, deu entrevistas, era um poço de felicidade por ter sobrevivido mas, de repente, se foi.
Em automobilismo, acidentes acontecem e cabe a todos nele envolvidos minimizar os riscos. Eles, no entanto, sempre existem. Por erro humano, falha técnica, fatores fora do controle (como culpar alguém pelo animal que invadiu a pista e quase matou Cristiano da Matta?), algo sempre pode acontecer, e quando acontece num carro de corrida a possibilidade de o resultado ser grave é exponencialmente maior do que, sei lá, se suceder algo comigo caminhando pela calçada da avenida Paulista.
É assim, e quem gosta deste mundo precisa aprender a conviver com isso. Jules morreu agora há pouco em Nice, na França, mas desde Suzuka se sabia que não teria nenhuma chance de voltar. Em que mundo passou os últimos nove meses? Será que teve alguma consciência, ficou preso naquele corpo inerte sabendo do que estava acontecendo com ele, ouvindo os médicos, seus pais, amigos? O que se passa com uma pessoa entre o momento em que apaga para o mundo exterior, ainda que esteja viva, e o ponto final, o instante em que seu corpo é definitivamente desligado e deixa de funcionar?
O que estará acontecendo com Schumacher neste exato momento?
Jamais saberemos, mas sabemos como sofrem os que ficam por aqui, aguardando numa agonia sem fim o… fim.
Sempre me entristece muito a morte de um piloto, mais do que outras, me desculpem por isso.
Agora, pelo menos e apesar da dor, a família Bianchi irá descansar.
No velório e enterro, estiveram presentes os pilotos Felipe Massa, Sebastian Vettel, Pastor Maldonado, Lewis Hamilton, Romain Grosjean, Nico Rosberg, Nico Hulkenberg, Marcus Ericsson, Jenson Button, Roberto Merhi, Daniil Kvyat, Daniel Ricciardo e Adrian Sutil.
Fernando Alonso, também próximo à Jules, preferiu ausentar-se e não estava presente.
Onde está aquele tosco do Allez, para falar alguma merda sobre esse fato do “brilhante” Alonso???
Esse é só mais um caso ridículo na carreira do pior campeão que a F1 já teve.
Na última corrida na Áustria tivemos o tal “safety car virtual.” Pior coisa que vi na F1 desde a proibição de trocas de pneus. E essa escabrosidade só surgiu como consequência do acidente, agora fatal, do Bianchi. Fizeram algo horroroso.
Não é criar essa monstruosidade que vai salvar a vida dos pilotos. O que ocorreu em Suzuka foi negligência. A regra deveria ser: Há alguma coisa diferente de carro de corrida (veículo de serviço, cachorros, cervos, malucos em geral), na pista ou em áreas de escape? Bandeira amarela na pista toda e Safety car (o real). Não fizeram isso. Mas foi o Japão, fica por isso mesmo porque eles são desenvolvidos…
Infelizmente, Flavio,corremos mais risco andando na Paulista do que em um Formula 1…
Deve ser mesmo muito bizarro, sua alma estar presa ao corpo, apenas aos ouvidos.
Ouvir todos alí ao seu redor, mas não ter um mínimo de nada para esboçar uma reação.
Não desejo a morte de gente boa, mas acho que foi melhor assim… parou de sofrer.
Dois pilotos espanhois morreram numa prova válida pela SuperBike em Laguna Seca……
Automobilismo e motociclismo tem esse lado do perigo, e faz parte, sem demagogia…
O detalhe na f-1 é que é tudo fake lá….
Tudo muito triste, Jules parecia ser um daqueles caras que, com o tempo, se tornaria um dos grandes de sua geração, além de ser um cara extremamente bem educado, um cavalheiro, assim como Button.
Triste também a situação da França, um dos países mais importantes e apaixonados pelo automobilismo, lar da maior corrida do mundo, sem etapa da F1 a tantos anos e, agora, sem um de seus maiores talentos.
Independentemente se foi erro do piloto, se isso, se aquilo..os acidentes dos dois (Bianchi e Vilota) foram causados por caminhões/tratores à beira da pista.
Então, esses procedimentos de retirada de carro quebrado têm que ser revistos.
acredito que o flerte continuo com a morte presente em qualquer corrida de carros mas forçosamente ignorado pelos pilotos nas competições( caso contrário não correriam) faz com que o impacto de qualquer morte nas pistas choque com bem mais intensidade aos pilotos pq é como se dessem de cara e vissem diante de si “em carne e osso” um fantasma que sentem cafungar em seus cangotes em todas as corridas que participam….
Esse é o pior momento do esporte quando alguém morre. Pior que nesse momento em que a pessoa está vegetando os familiares é que sofrem muito mais apostando num milagre divino mesmo que o Doutor diga que não existe mais esperança. Vá com Deus Jules Bianch! Deus abençoe sua Família também Bianchi que sofreu nesses Nove Meses na angustia de um Milagre.
Quando acordamos pela manhã, assumimos o risco de nos levantarmos e de repente
cairmos. Uma simples queda pode ser trágica, pois poderíamos bater com a cabeça em alguma quina. Enfim assumir riscos faz parte da vida. Biacchi assumiu riscos e infelizmente foi sorteado com aquele acidente fatal. Lamento pela morte de um ser humano, mas quantos outros são vítimas de fatalidades e nem por isso há essa comoção toda. Isto é sensacionalismo barato. A morte e a vida se complementam são
irmãos brindemos aos que morrem pois cumpriram sua missão.
Fico muito triste. Já era esperado, mas mesmo assim, existia a esperança, que agora acabou. Também penso no Schummy, se ele sabe o que está acontecendo ou não, se tem alguma chance. Todos que competem, afinal estão desafiando a morte, e a saída é o videogame. A arte de pilotar, sem perigo, só no mundo virtual,
Só passando pra lembrar que o último a perder a vida por conseqüência de um acidente na Formula 1 não foi Ayrton Senna. Houve um acidente, (a memória me falhará mas vocês são melhores do que eu nesse quesito) acho que em Melbourne, no início dos anos 2000, tendo como protagonistas Ralf Schumacher e Jacques Villeneuve, que vitimou um fiscal de prova. A formula 1 tende a “esquecer-se” desse fato talvez para “esquecer-se” também que a formula 1 é um esporte muito perigoso e alargar a estatística de anos sem mortes na pista.
No mais, bela reflexão. Mas não consigo pensar o automobilismo sem isso (as mortes). Acho que é isso que faz dos pilotos seres tragicamente (no sentido grego) belos. Mais do que qualquer outra coisa, é esse limiar que eles não andam, mas correm, que nos faz admirá-los acima de outros seres humanos.
Quando refere-se a Ayrton Senna como tendo sido o último a morrer em decorrência de um acidente em um GP de Fórmula 1, nesse caso a lembrança limita-se aos pilotos, não a qualquer um que morreu durante uma corrida. O fiscal a quem você se refere chama-se Graham Beveridge, que morreu em 2001. Antes dele, teve o Paolo Ghilimberti, morto após um acidente envolvendo vários carros no GP da Itália de 2000.
Interlagos é o circuito mais seguro da F1! Foram realizadas 35 provas de F1 sem nenhum acidente fatal, De acordo com a matéria do Grande Prêmio: “No calendário do Mundial de F1 desde 1987, Suzuka entra para lista de circuitos fatais da categoria “
Mas tem ou teve trator em área de escape tanto quanto Suzuka !!
Você esqueceu do acidente da Stock, na Curva do Café, onde faleceu um piloto.
Família Bianchi, como a todas que perdem alguém, so podemos dar carinho e respeito.
Não importa se um piloto ou um transeunte, um rico ou um pobre,silvícola ou caucasiano, do hemisfério norte ou sul, dor é igual a quem perde.
Claro que aos que curtem corridas e carros a tendência é chorar mais pelas nossas vitimas, mas isso é normal.Se fossemos policiais choraríamos mais a eles.
Flavio, são anos de leitura, algumas colaborações humildes, como a Brasilia em Cuba, os Ladas ao lado dos Impalas em Caracas, Passats em Bagdá, mas antes de tudo um grande respeito pelo escibra, voce é excelente!
Hoje em termos políticos existe uma distância, foram anos de trabalho nas missões, mas a essência não se perde,mesmo tendo visto o que ví o resultado que sobrou vale.
Não para mim, mas para muitos do povo.
Mas esse local é o SEU BLOG, porque tô perdendo tempo com política se gosto de carro e comprei meu gol 80? TIRA O COPO DO CARA!!!
Rip Jules.
Race are dangerous.
Mas a situação que vitimou Jules é de um amadorismo vergonhoso . E se ocorre-se no Brasil? Escutaríamos as lamurias dos coxinhas até 2099!
Noticia terrível.
Todo mundo ja falou sobre o piloto Bianchi, o que poderia ter sido, etc.
Eu penso no quase garoto, 25 anos, vivendo o sonho de estar na F1, a possibilidade de ser piloto da Ferrari, penso no orgulho que os pais deviam sentir, os amigos…etc. E, de repente, tudo muda. Os extremos da vida em segundos.
É uma pena.
Bela reflexão.
Flávio Gomes,será q agora vão colocar aquela proteção na cabeça dos pilotos fechando aquele espaço em q a cabeça do piloto fica exposta?E prá vc o q se deve fazer prá F1 voltar a ter emoção como nos anos 70,80?Abraço.
Pelo que sei o problema foi na desaceleração causado pelo trator e não o impacto na cabeça que segundo reportagens que li não ouve, então neste caso não faria diferença.
Caro Flávio.
Primeiramente, qualquer morte é triste! Ainda mais se vermos que o Bianchi era jovem, tinha um futuro extremamente promissor no automobilismo e, ainda mais, se considerarmos a maneira com que os fatos se sucederam, (…)
(…) Porém, mesmo não podendo atribuir à ninguém a pecha de ” assassino “, me nego a creditar tal ocorrido somente a uma ” fatalidade ” e esquecer-me que houve negligência e uma certa irresponsabilidade, tanto da FIA, quanto dos comissários de pista de Suzuka, ao não levantar a bandeira amarela, levando-se em conta que o carro do Sutil e o guindaste estavam em próximos à onde se deu a tragédia, ainda mais, se não me falha à memória, haver o atenuante que chovia no momento da colisão, o que, sabidamente, tornam mais comuns acidentes e escapadas de pista, além da morosidade em remover-se o carro do Sutil de lá.
Finalizando: meus pesares à família do Jules Bianchi e isto é extremamente triste, ainda mais sabendo que está morte, ao meu ver, ser plenamente evitável, tendo como base os fatores que citei acima!
Concordo contigo.
Se essa tragédia tivesse acontecido aqui no Brasil, estariam falando até agora desse lance do guincho estar na pista, falta de sinalização. talvez até ameaçando a retirada do GP do Brasil do calendário. Mas como é no Japão…
Sou da mesma opinião.
Prezado, você está ligeiramente enganado. Não só uma, mas duas bandeiras amarelas estavam sendo agitadas. O que significava perigo e perigo próximo, iminente. O carro do Jules tinha muito menos pressão aerodinâmica que os outros, aliando a sua habilidade destacada com a necessidade do time tentar algo com o carro fraco. É fato que ele vinha rápido, mas dados da telemetria mostram que ele tracionou novamente antes de colidir com o trator, o que ainda piorou a condição do impacto. Foi uma série de casualidades e, como bem dito aqui, em função da velocidade desses carros, geralmente as casualidades tem consequências sérias.
Muito triste. Condolências à família.
quando me deparo com esse tipo de situação vem sempre na minha cabeça a ideia de que a morte faz parte da vida e de que a vida faz parte da morte e depois que descobri o alcance e entendi o sentido mais profundo dessa ideia, (e isso já faz alguns anos) passei a olhar ( e sentir) a morte (qualquer morte) de um modo bem menos penoso
Também estou triste, odeio pilotos morrendo…
De certo modo, pilotos sempre são os meus heróis… eles colocam a vida em risco para trazer uma das minhas maiores alegrias…
Uma pena… Que aprendam com o ocorrido…
Sempre se diz que o automobilismo convive com o risco, faz parte do esporte, etc. Pode até ser, mas nenhum esporte está preparado para a fatalidade. Nenhum piloto entra em uma pista disposto à arriscar a própria vida. Não são tão malucos ou irresponsáveis como às vezes o folclore que acompanha o esporte tenta vender. Bom, é o que eu acho.
Momento triste para todos que gostam de automobilismo. Ainda que as notícias fossem sempre desanimadoras, é triste quando o piloto se vai. Independentemente de ser promissor (como o era, e como era Bellof), era mais um garoto lutando contra o tempo, fazendo aquilo que no fundo todos gostaríamos de fazer.
Por outro lado, agora ele e seus pais e irmãos podem descansar. Acompanhei as entrevistas do pai, o cansaço emocional cada vez mais aparente.
Mas sei o quanto custa velar e sepultar um filho ou filha (meu caso). Nada doi mais, pois nosso futuro é que se perde. Que os pais obtenham força e sigam em frente, para homenagear, amar e viver por Jules. É o que faço pela minha amada Luísa.
http://reiv8.blogspot.com
É estranho, nós vemos as corridas e sabemos que sempre existe a possibilidade da uma tragédia, seja por sucessão de erros, quebras, batidas e afins, mas parece que esta certeza (certeza destes riscos) fica guardada em algum local na memória e só saímos deste “transe”, quando ocorre uma morte. Lembro de várias e a mais antiga que me vem a mente, é a de Cevert, a última que que ví (o acidente, mas me pareceu claro ali que seria a morte), foi a de Marco Simoncelli na MotoGP. A cena foi brutal. Ví a corrida em que que devido a sequência de erros, Bianchi bateu e sinceramente pelo que ví, eu não esperava nem que tivesse sobrevivido naquele momento. Ficou a torcida pela vida, assim como torço pelo Shumacher e por milhares de pessoas quando leio sobre acidentes, seja no mundo da velocidade ou fora dele. Creio em um ou mais de um Deus (ou algo muito maior que isto e que rege a vida e a morte), mas confesso que ainda fico confuso…tem tantos por aí que não valem nada e que poderiam ir no lugar de outros..por outro lado vejo vários casos de pessoas (consideradas como terminais) que se recuperam milagrosamente. Imagino a família, aliás não preciso imaginar (sou viúvo, minha esposa ficou em coma por 06 meses). Culpa de um motorista embriagado que a atropelou. Quando falo disto, nesta hora eu perco a minha fé e confesso que o mataria tranquilamente com as minhas próprias mãos. Mas aí eu jogaria a minha vida fora e não poderia cuidar dos meu sobrinhos de 05 e 12 anos como filhos. Filhos que não pude ter, e aí novamente me pergunto valeria eu matar um sujeito destes??. Enfim me conformo e sigo em frente..mas ainda confuso. Bianchi, descanse em paz..
Flavio Gomes, obrigado por esta parte do texto ( foi espetacular…escrita com muita emoção e sensibilidade e me emocionou) :
“Em que mundo passou os últimos nove meses? Será que teve alguma consciência, ficou preso naquele corpo inerte sabendo do que estava acontecendo com ele, ouvindo os médicos, seus pais, amigos? O que se passa com uma pessoa entre o momento em que apaga para o mundo exterior, ainda que esteja viva, e o ponto final, o instante em que seu corpo é definitivamente desligado e deixa de funcionar? O que estará acontecendo com Schumacher neste exato momento? Jamais saberemos, mas sabemos como sofrem os que ficam por aqui, aguardando numa agonia sem fim o… fim.”
Você vive criticando a imprensa urubu. Adora fazer pose de “jornalismo honesto”. Na página principal do seu site – me dei o trabalho de contar – tem atualmente DEZOITO matérias, de vinte sobre fórmula 1, falando do Bianchi.
Pior que urubu em cima de carniça.
Por que não muda o nome do site pra Sonia Abrão Prêmio?
E por que você não vai à puta que te pariu?
FG, não esquenta a cabeça com esse coxinha.
Belíssimo texto.
Vibro com essas patadas do Flávio
Como tem idiota no mundo…
O Bianchi acaba de morrer e quer que o site fale do que? Se os pneus da próxima temporada vão ser Pirelli ou Michelin? Vá se foder!
Esse deve assistir alguma porcaria com essa tal de Sonia Abrão e as novelas da Globo cheia de viadagens. O piloto de formula 1 morre e voce quer que fale sobre o que? Seu imbecil? De pescaria?
Estava com Luizinho Pereira Bueno no Hospital, e ele mandou uma frase/pensamento: Eduardo, sei que vou morrer, de um jeito ou outro, mas de morte natural, com minha idade e minha doença. Agradeço a Deus por estar aqui, e não ter morrido numa corrida ou acidente como o Moco. Chorei muito pelos amigos que perdi, mas esta era nossa vida.
Tendo visto de 15 metros a panca do Webber na Wec em Interlagos, e seu resgate, ler de Canopy num F1, seria o mesmo de proibir a MotoGP ou então apoiar o Deputado quando Senna morreu, de limitar a velocidade nos autódromos. O Esporte a Motor é ingrato nessas horas, mas é como viver o dia a dia.
Não custa lembrar que era sobrinho de Lucien Bianchi, vencedor das 24 horas de Le Mans de 1968 e que também morreu nas pistas, (na mesma Le Mans) preparando-se para as 24 horas, em 1969.
O próprio Schumacher disse uma vez que “se acontecer, é o destino, mas terei vivido como quis”. Para o Bianchi, foi a mesma coisa. A vida dele chegou ao fim, mas com certeza valeu muito a pena para ele. Talvez esse seja o único alento. Obrigado, Jules, e adeus.
Não entendo muita coisa de automobilismo e acidentes acontecem ! Agora trator em área de escape é o fim da picada !!! Vi uma vez no GP do Brasil um e no meu complexo de vira latas imaginei q só aqui isso acontecia …!!!
R.I.P. Jules Bianchi
Belo texto… pena que a FIA só após seu acidente tomou alguma atitude e inventou o Safety Car virtual.
A mim, também me entristece.
Está desculpado. Também sofro muito com morte de pilotos. Talvez por ser um “frustrado” que não conseguiu realizar o sonho de correr profissionalmente. Hoje corre de kart de aluguel (fazer o que né mesmo?). Tenho a sensação que ninguém deveria morrer fazendo aquilo que ama. Correr, voar, jogar bola ou qualquer coisa nessa vida. Acho que é ainda mais triste com um jovem de 25 anos. Meus sinceros sentimentos a família de Jules e que ele esteja em lugar bem melhor que este mundo.
Muito muito triste.
Apenas duas observações:
1- Não discordo de nada, mas se a questão principal do acidente foi a falha dos freios (era um novo sistema, muitas vezes questionado pelo blog), ou se não há essa certeza, deveria haver investigação por parte da justiça do Japão, e não pela FIA.
2- houve uma série de fatores que colaboraram para a morte do piloto: liberar a corrida em condições climáticas perigosas, bandeira amarela esquisita, trator na área de escape, área de escape em si, sistema de resgate (a tal sirene que não tocou na sala do Whiting e era para ter tocado).
Assim sendo: há, sim, culpado pela morte de Bianchi, e é a organização da prova. A morte de um jovem de 25 anos saudável sempre sempre sempre pode ser evitada, e se ela ocorre é porque alguém ora quis, ou permitiu, ou falhou.
Abraço Flávio!
R.I.P Jules.
#keepfightingmichael
Esporte de riscos , mas no caso de Bianchi negligenciaram os Riscos
e êle se foi como muitos outros no passado . Mas fica o sentimento
de perda , e olha que nem somos da familia , mas gostamos de automobilismo , e quando isso acontece é sempre triste.
Flávio, eu acho que sim o diretor de prova e a F1 são culpados pelo acidente. Houve uma aquaplanagem do Sutil. Isso já era o suficiente para no mínimo colocar o safety car na pista ou encerrar a prova.
Esse foi acidente que se as medidas de segurança tivessem realmente sido tomadas poderia ter sido evitado e o BIanchi estaria vivo.
Concordo que tem acidentes que são fatalidades que não tem como se evitar, como o do Cristiano da Mata, Massa e Marco Campos. Mas esse do Bianchi foi bizarro, aliás em 2003 (acho) a organização do GP Brasil foi muito criticada pq quase que um piloto acertou um carro de resgate na entrada da reta oposta
Pela ultima entrevista dada pelo seu pai, fica o medo de realmente ele ter sido “desligado”… Seria uma pena ainda maior… A bênção da vida, mesmo que vegetativa, ainda eh uma bênção.
Lumière Jules! La vie continue….
Com todo o respeito … fique você com o seu conceito ridículo de “benção”.
Lindo post.
De maneira alguma eu quero parecer vingativo, e acho que nem se trata de querer buscar um assassino, mas responsáveis. A morte do Senna foi o cúmulo do absurdo. A do Ratzenberger um pouco menos, mas também poderia ser evitada. Sabia-se que os carros estavam reagindo de forma muito arisca depois das mudanças feitas. Já na primeira corrida, em Interlagos, vários acidentes temerosos aconteceram. Lembro-me de um que o Irvine saiu dando piruetas no ar e quase atingiu a cabeça de alguém (acho que o Hakkinen, o que seria fatalmente uma morte). Nos primeiros treinos no primeiro circuito de alta velocidade, pimba: Barrichello no muro. Ali já deveriam ter repensado a corrida, a configuração de velocidade dos carros e tudo o mais. No Sábado a tragédia com o austríaco foi a gota d’água. Antes daquela morte, já fazia quase 10 anos que um piloto havia falecido em um final de semana de F1. Mostra que algo de muito errado estava a acontecer.
Já no caso do Bianchi, foram erros de anos e anos calcados na maldita busca por audiência fácil e dinheiro. Em 2009 começaram a realizar corridas na Ásia já perto do anoitecer. E várias vezes nisso quase deu merda. Em Suzuka chovia muito, não havia condições de continuar a prova, mas continuaram porque um retardamento tornaria impossível sua realização com o céu escuro e o mais grave de todos os erros: a falta de um SC ali. E numa corrida anterior já tínhamos visto algo semelhante, quando um carro na pista descia de marcha ré e o diretor de prova não autorizou a entrada do carro de segurança.
São erros e erros muito graves. Assim como foi o erro da Indy em permitir que mais de 30 carros se digladiassem com uma enorme aderência em um oval curto. E isso deu no acidente homérico que matou Dan Wheldon. Outro crime.
Enfim, não acho que devemos passar a mão na cabeça desses dirigentes que colocam a prêmio a vida de pilotos em busca de pontos de audiência.
A dor, a espera, a esperança, a insignificância diante do irreversível e o desfecho nunca esperado no coração de uma mãe que perde o seu filho.
Meus sentimentos à Dona Christine. Que ela saiba conviver com essa dor que, sabemos todos, jamais se extinguirá.
Até logo, Jules.
Força à família e aos amigos.
Talvez culpa seja uma palavra meio pesada. Mas, tranquilamente, dá para atribuir a responsabilidade pelo acidente dele à organização da prova. Não se coloca um guindaste/trator/caminhão com os veículos andando, sem safety car.
Em relação ao acidente do Cristiano da Matta, não há sentido em se permitir que animais circulem na pista. Uma tela de 2 metros de altura em volta da pista seria suficiente para impedir a entrada do animal na pista. Também houve falha aí.
De verdade, acabou o sofrimento do Jules. No lugar dele, ou até mesmo do Schumacher, se eu pudesse me comunicar, pediria para desligar tudo. Se é para seguir em frente, que seja com uma autonomia mínima. Mas essa questão de autonomia é muito relativa e varia de pessoa para pessoa.
Formula 1 de merda!!
Tanta viadagem com segurança pra deixar um moleque desses morrer desse jeito
Não só a você, ainda mais nessas condições. É o mal de se gostar de automobilismo, estar sujeito a essas tristes emoções. Bem, dentro da tristeza, seu texto serve como consolo. Fico contente quando seu lado gente prevalece, Deus te abençoe!
É melhor atirar-se a luta em busca de dias melhores,mesmo correndo o risco de perder tudo,do que permanecer estático como os pobres de espirito,que não lutam mas também não vencem,que não conhecem a dor da derrota, mas não tem a glória de ressurgir dos escombros. Esses pobres de espirito,ao final da jornada na Terra não agradecem a Deus ´por terem vivido ,mas desculpam-se ante ele, por terem simplesmente só passado pela vida. (Robert Nesta Marley) Não importa como se morre ,e sim como vive ,o tempo de Deus é diferente do nosso não se precisamos viver 100 anos para sermos lembrados .
Me lembrei também de Lauda num certo GP do Japão, onde em circunstâncias semelhantes preferiu abrir mão da vitória pela certeza da vida.
Mas será que o destino dele – e talvez de outros – teria sido outro caso tivesse aceito correr naquelas condições climáticas?
Nunca saberemos…
Tristeza, muita tristeza é o que sente quem acompanha e curte a F-1.
Pouco mais de 9 meses.
O tempo de uma nova gestação.
Incrível, isso.
Que profundo. E o Alonso, onde entra nessa história? Não seria ele o culpado?
Triste demais acordar com essa notícia. O que me consola é minha fé que me dá a certeza de que a vida continua em outro lugar. Muita força para os amigos e familiares que ficam.