Olha a guia! (ou seria meio-fio?)

GUARUJÁ (com vento) – Linda a foto enviada pelo vemagueiro-malzoneiro Carlos Zavataro, mostrando o Malzoni de Giovanni Bianco nas primeiras voltas da última corrida de rua disputada em Petrópolis, 1968, salvo engano.

Sorry, periferia, mas DKW, na rua, não tem adversário.

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Ricardo Cunha
Ricardo Cunha
17 anos atrás

Sidney:

Se para nós esse seu texto já é emocionante, faço uma idéia do que essas lembranças representam para você. Um grande abraço desse seu leitor, cada vez mais seu fã.

Ricardo Cunha

Barba
Barba
17 anos atrás

Sidney,

Valeu! Que coragem, impossível não se emocionar com o seu relato. Senti muito a morte do Sergio, na época aquilo, na minha cabeça, não podia ter acontecido.

É por isso que insisto mais uma vez, escreva um livro, ou melhor o LIVRO.

Askjao
Askjao
17 anos atrás

Um show de coragem o seu relato, Sidney… Gostaria muito de poder um dia sentar e conversar com você… Grande abraço!

Eduardo Duque
Eduardo Duque
17 anos atrás

Estou emocionado. Estas histórias deveriam virar livro.

W16
W16
17 anos atrás

Realmente este relato é de emocionar…Parabéns à estes heróis do nosso automobilismo…

Rodrigo Ruiz
Rodrigo Ruiz
17 anos atrás

Nossa Sidney, acho que mesmo depois de tanto tempo, deve ser difícil escrever essas palavras. Eu me emocionei, principalmente na história do chaveiro.
Na hora que lisenti que algo iria acontecer.
As vezes a vida nos dá alguns avisos. Só nos resta dar atenção a eles…

Aurélio Neto
Aurélio Neto
17 anos atrás

Aplausos pra você Sidney. Aplausos e que seja digna a nossa reverência a tudo que representas para o nosso automobilismo.
Obrigado Gomes por cada momento que vivemos neste blig.

Marcos
Marcos
17 anos atrás

Sidney,

Obrigado por compartinhar conosco um pedacinho da história do automobilismo brasileiro. Sempre admirei todos os pilotos que plantaram esta semente e fiquei impressionado com a riqueza dos detalhes relatados. Também deixo o meu agradecimento a vc Gomes, por compartinhar conosco esta trágica história.

Thiago, o caçula
Thiago, o caçula
17 anos atrás

Fiquei arrepiado ouvindo a história.
São raros esses relatos de quem viveu a história.
Por causa desses homens, que mantemos essa paixão pelo automobilismo.
Obrigado Sidney.

Adriano - Sao Bernar
Adriano - Sao Bernar
17 anos atrás

Sidney
Sei que ja faz muito tempo, mas meus sentimentos em relacao a este acidente que tiroua avida do seu irmao. Mas este relato foi um dos mais sensacionais que ja vi, rico em detalhes. Me senti como se estivesse no local. Pena que seja um relato sobre uma tragedia, mas q todos sabem agora mais um pedacinho da historia. Muita paz e saude para voce.

Abs

Memória de Rino
Memória de Rino
17 anos atrás

Fiquei plantado diante do computador esperando o próximo capítulo até alta madrugada. Depois de ler e reler tudo, só posso dizer “obrigado, Sidney”. Seu relato foi, sem dúvida, o ponto alto deste blog.

Sidney Cardoso
Sidney Cardoso
17 anos atrás

Quando o dia clareou, um amigo da equipe sugeriu que fôssemos a um bar em frente ao hospital tomar café e comer um sanduíche, visto que estávamos sem comer desde a tarde anterior.
Chegando lá havia um rádio ligado com transmissão direta do Circuito de Petrópolis.
Coisa de meio minuto após chegarmos, o locutor anuncia um minuto de silêncio pela morte do piloto Sérgio Cardoso.
Todos choramos uníssonos, o dono do bar ficou sem entender, aí um amigo de nossa equipe esclareceu-o.
Meu pai ficou tratando do translado do corpo para o Rio, etc.
Ainda no bar, pelo rádio, ficamos sabendo do acidente com Cacaio e a suspensão da corrida.
Dali a poucos minutos, chegam no mesmo hospital Cacaio e nossos amigos pilotos.
Oferecemos-nos a ajudá-los no que fosse possível, embora, na verdade, diante da gravidade do fato, constatamos que não podíamos fazer nada.
Só nos restou voltar para o Rio, acompanhando o cortejo de meu irmão.
Cacaio ficou uns 39 dias lá, fiz umas quatro ou cinco visitas, não a ele, pois não podia entrar na sala de emergência, mais para levar minha solidariedade a seus parentes e amigos, sendo que numa delas encontrei Norman Casari.
Mais tarde num próximo encontro com Norman, percebi em sua conversa que ele estava diferente, ele me falou que numa das idas a Petrópolis, não me lembro agora se foi numa dessas visitas, na subida da serra havia derrapado n’água com sua moto e batido com a cabeça no meio fio.
Muitos anos depois, um dia em que estava acompanhando Nelson Piquet, nesta época na FI, ele estava dando uma palestra no Centro Empresarial de Botafogo, cumprindo agenda de seu patrocinador.
De repente, sou surpreendido quando ele olha pra mim e me faz uma revelação, diz que era um rapazinho ainda, estava lá em Petrópolis, assistiu o acidente de meu irmão e o do dia seguinte.
Bem, amigos, termina aqui o relato que, por razões óbvias não saiu na imprensa, nem era assunto pra sair, mas como sei que vocês, assim como eu, são ávidos por tudo que diz respeito ao automobilismo, resolvi compartilhá-lo.
Abraços a todos.

Sidney Cardoso
Sidney Cardoso
17 anos atrás

Continuando.
Horas depois do Sérgio dar entrada no hospital, meu pai com face triste, me chama num canto, diz que os médicos disseram que o caso era gravíssimo, me pede para ir em casa trazer minha mãe, ir preparando ela, dizendo que o caso era grave, mas não dizer que era gravíssimo.
Perguntei se ele havia falecido, respondeu-me que não, mas pensei que estivesse me enganando.
Eu e dois amigos de nossa equipe descemos Petrópolis em direção ao Rio, onde fui dirigindo nossa Kombi.
Todos nós com lágrimas rolando, achávamos que Sérgio havia morrido, que meu pai não quisera nos dar aquela notícia.
Chegamos em casa, falamos com minha mãe como ele pediu.
Interessante que como ela havia passado por uma situação parecida há pouco tempo atrás com o tiro que meu irmão havia levado na cabeça e não morrido, pensou que aconteceria o mesmo e fez uma mala com pijamas, escova de dentes, etc, pensando que ficaria umas semanas no hospital, inclusive comentou isso conosco.
Quando acabamos de subir a serra, ela nos pediu pra ir no banheiro.
Paramos, entramos num restaurante e enquanto ela se dirigia ao banheiro, havia um rádio ligado com volume alto e o locutor estava falando : -O piloto Sérgio Cardoso está agonizante no hospital, etc.
José Américo, amigo e companheiro de equipe, correu em direção ao balcão e pediu para eles abaixarem o volume, pois aquela senhora que havia entrado no banheiro era a mãe dele. Eles assim fizeram.
Quando ela saiu não entendeu pq todos estavam olhando-a, dos garçons aos clientes.
Chegamos no hospital e encontramos bastante amigos, pois algumas emissoras de rádio do Rio estavam noticiando o acidente.
Já tarde da noite, um amigo Juremy Batista que havíamos encontrado lá quando chegamos, pois também havia ouvido a notícia numa rádio do Rio, conseguiu entrar onde estava Sérgio e nos deu a notícia de que ele só se mantinha vivo devido a remédios e equipamentos.
Disse-nos que havia um marcador de batidas de coração, não como estes modernos de hoje, mas como um pêndulo de relógios antigos.
Disse-nos que a medida que o pêndulo ia parando, os médicos aplicavam uma injeção e o pêndulo voltava a balançar mais veloz.
Numa hora eu falei : – Poxa, se Dr. Max Carpin estivesse no Brasil – ele à convite estava residindo nos EUA – quem sabe não poderia salvá-lo? Já fez isto uma vez.
Aí, a madrinha de Sérgio falou : – Olha, às vezes, ele vem visitar a família. Quem sabe não está no Brasil?
Ligamos pra casa, pegamos o telefone dele e a madrinha ligou.
Com uma esperança enorme, veio nos dar a notícia que ele estava, havia falado com ele, e já estava a caminho.
Neste momento todos nós ficamos esperançosos.
Quando ele chegou, sua imponente figura alta e gorda, nos trouxe mais esperanças.
Passado uns 40 minutos ele sai em companhia de meu pai e Juremy, todos de cabeças baixas.
Nos entreolhamos e pensamos que Sérgio havia morrido.
Fomos falar com o Dr. e ele nos falou que ainda estava vivo, mas que, infelizmente, não havia saída, os danos foram muitos, irreversíveis, que ele só estava vivo por causa dos equipamentos e medicação, e, mesmo que sobrevivesse, o que ele achava quase impossível, ficaria cego, paralítico, abobalhado etc.
Bem, passamos a noite dentro dos carros no estacionamento e já no final da madrugada ele faleceu.
Continuo final no próximo post.

joaquim
joaquim
17 anos atrás

Caramba, como esse blog me surpreende! Cito o nome do piloto e o próprio me responde. Wilson Marques Ferreira, o Mug, parceiro do Sidney Cardoso nas Mil Milhas de 1967 com Alfa TI Super e piloto da Alfa Zagato na temporada carioca de 1968. Obrigado, Wilson!

Thiago Azevedo
Thiago Azevedo
17 anos atrás

Esta sensação de ver o irmão acidentar e saber que foi grave, deve ser a pior que existe. Tão duro quanto isto deve ser ver o pai (sua mãe estava lá também?), a noiva do irmão, os amigos, enfim, todos que tem alguma ligação, presenciando um momento tão difícil.
Daí podemos tentar dimensionar a paixão que você tem pelo esporte, pois continuou correndo. Daí podemos ver que você é um homem forte, um ser humano diferenciado.
E você escreve muito bem. Até parece que estamos conversando.

Abraço

Wilson Ferreira
Wilson Ferreira
17 anos atrás

Joaquim
Desculpe,desconsidere a frase seu paradeiro

wilson Ferreira
wilson Ferreira
17 anos atrás

Caro Joaquim:
Com respeito ao que você escreveu sobre a Alfa Zagato,concordo com quase tudo.
Segue a lista dos que pilotaram a Zagato:
Ubaldo Lolli,Marivaldo Fernandes(saudoso)Emilio Zambelo,Piero Gancia,Emerson Fitipaldi,Wilson Ferreira e Norman Casari. O grande Amauri Mesquita foi convidado pelo Wilson Ferreira para pilotar em dupla,infelizmente a corrida foi interrompida pelos graves acidentes,ele so conseguiu treinar. Seu paradeiro.Depois a Zagato fez as 3Horas do Rio com a dupla Wilson e Norman Casari sendo esta sua ultima corrida, voltando em seguida para a Jolly Gancia.,ate aonde é do meu conhecimento.
Espero ter colaborado.

Claudio Ceregatti
Claudio Ceregatti
17 anos atrás

Meu amigo Sidney:
Era um menino de 11 anos na época, e lembro nítidamente quando vi as fotos na revista, com meus ídolos no meio daquela violência da minha paixão.
Suas palavras, revivendo esses momentos quase 40 anos depois despertaram as mesmas emoções que senti, com a revista nas mãos.
O tempo cura quase tudo, apaga as melhores e piores lembranças de nossas vidas, sempre.
Os laços de paixão que nos unem a todos provocam essa mistura de sensações e emoções. Essa dualidade de sentimentos conflitantes.
Para mim, apaixonado e aficcionado o nome “Sidney Cardoso” sempre esteve relacionado entre meus ídolos desde a mais tenra idade.
Está na lista dos homens que admiro e invejo desde sempre.
Jamais teria a coragem de te fazer a pergunta mágica, que li numa antiquíssima Revista Realidade dos anos 60, com uma longa entrevista do Camilo Christófaro:
“Porque voce corre?”
Essa pergunta me faço até hoje, pois corri muito – principalmente em sonhos desvairados. Os tenho até hoje.
Jamais saberemos a resposta.
E para voce, com a paixão misturada à fatalidade, essa pergunta talvez jamais seja respondida.
Obrigado pelo seu coração, Sidney Cardoso. Obrigado por estar aqui, conosco.
Um abraço carinhoso de um velho admirador.
Ainda mais admirador agora, com sua coragem em relatar e partilhar essas dores.
Valeu, pode acreditar.

Sidney Cardoso
Sidney Cardoso
17 anos atrás

Os dois entram embalados nesta curva , ouvimos o som das reduzidas em belos puntatacos e, imediatamente, aparece um bandeirinha agitando nervosamente a bandeira branca, chamando a ambulância.
Fui o primeiro de nossa equipe a correr pra lá. Nisto ia ouvindo dos assistentes : – Morreu ! Morreu! Morreu!
Quando avistei nossa Alfinha toda destroçada, o teto afundado, a lateral onde estava meu irmão imprensando-o contra o poste, minhas pernas começaram a bambear, não tive coragem de chegar perto.
Parei ali mesmo, fiquei sentado num muro de uma casa com a cabeça voltada para a direção dos boxes, a fim de não ver o que estava acontecendo à minha esquerda.
Lembro-me perfeitamente de ver meu pai e o padrinho do Sérgio correndo pra lá. Quando avistaram a gravidade do acidente vi suas fisionomias mudarem imediatamente, deram uma meia parada e com muito esforço um ia convencendo o outro a ir andando em direção ao local. .
De vez em quando dava uma olhada rápida, lembro-me também dos bombeiros lutando contra o tempo para tirarem-no de lá e Mário Olivetti parando sua Alfa e oferecendo para asim que conseguirem colocarem-no em sua Alfa que iria mais depressa pra o hospital.
Já no hospital, Wilsinho Fittipaldi que decidira não correr com o Fitti-Porsche, devido não haver condições de correr com ele no piso de paralelepípedo, foi o primeiro a se oferecer para doar sangue caso fosse preciso. Depois apareceram vários outros pilotos nos oferecendo a mesma solidariedade.
O que todos nós percebemos é que a medida que os anos foram passando os carros foram ficando mais possantes e aquele circuito de rua não tinha mais condição de oferecer segurança a eles.
Concordo com Joaquim que o circuito de rua de Brasília era uma excessão devido a grande largura de suas avenidas.
Quero registrar aqui, já que a legenda não fala, que na décima terceira foto de cima pra baixo, no site http://www.obvio.ind.br onde falam sobre esta corrida, quem está dentro do Mark I socorrendo Carol é Herculano Ferreira HEVE, Wilson Fittipaldi com uma mão nas costas de Carol, amparando-o e o que está de óculos escuros gritando chamando socorro é Antonio Ferreirinha, irmão de Herculano.
Bem, amigos, acho que me alonguei demais, houve muitas outras coincidências infelizes, como por exemplo ele falecer no dia seguinte 21 de julho, aniversário de meu pai.
Se quiserem posso contar mais detalhes daquela noite e manhã do dia seguinte.
Fiquem à vontade, se quiserem saber mais é só falar.

SÉRGIO HINGEL
SÉRGIO HINGEL
17 anos atrás

Caro Roberto: sou irmão do GAGO, que faleceu em 1999.
Lembra da Subida de Montanha na Serra de Petrópolis que ele venceu?
O carro era um VW 1.8 com cárter seco, câmbio longo ,comando P3, conhecido como ” ENRRABATIVO “..

Sidney Cardoso
Sidney Cardoso
17 anos atrás

Wilson Ferreira, então, me chamou para irmos num barzinho tomarmos uma Coca-cola.
Quando estávamos tomando a Coca, um senhor bem humilde, de chapéu de palha, fumando um cigarrinho tb de palha, vendo-nos de macacão de corrida, timidamente, falou pra mim : – Moço, desculpa. O senhor vai participar desta corrida?
Respondi : – Sim.
Ele : – Meu filho, joga isso fora! Apontando para o chaveiro em minha cintura que era de meu irmão e estava com a chave de ignição da Alfa.
Olhei pro chaveiro e só naquela hora percebi que era uma caveira com um capacete.
Respondi : – Ok, fique tranqüilo, é de meu irmão, quando ele chegar falarei com ele.
O Sr. insistiu bastante, dizendo que aquilo dava azar.
Voltamos pros boxes e, surpresa… Sérgio estava lá com sua noiva.
Perguntei : – Como vc está aqui?
Ele estranhando : – Ué, vim dirigindo. Qual o problema?
Eu : – Mas você ainda foi em casa almoçar e nós viemos direto!
Ele pensou um pouco e teve o estalo : – Já sei! Vocês pegaram a barreira fechada!
Eu : – Sim.
Ele : – Pois é, quando cheguei lá estava aberta, vocês perderam 40 minutos e nós não.
Bem, ficou tudo certo.
Ele ficou um bom tempo conversando com Luisinho Pereira Bueno e sua ex- esposa, que queriam saber como estava sua recuperação, etc. Até que chegou a hora de tirar tempo de classificação.
Ele me perguntou: – Quem vai, vc ou eu?
Eu : – Tanto faz, deixa eu ir.
Ele : Ok.
Aí contei a ele a conversa do senhor do bar e comecei a tirar a chave do chaveiro.
Ele : – Deixa de frescura!
Tomou o chaveiro de minha mão e falou : – Vou eu! Não vai tirar droga nenhuma, isso é bobagem.
Nesta época, alinhavam três carros de cada vez.
Lembro-me que estavam alinhado Mário Olivetti com sua GTA e tinha um outro carro, me esqueço qual agora, acho que era um Malzoni, talves do Celso Gerbassi.
Sérgio alinhou do lado direito da pista, bem perto dos boxes.
Fui ao lado de meu pai que falou pra ele já dentro do carro : – Quando derem o sinal, deixa os outros dois irem na frente, faz a primeira volta bem devagar pra conhecer o circuito , não se esqueça que Mário Olivetti mora em Petrópolis e conhece bem a pista.
Na segunda aperta um pouco mais e somente na terceira tire tempo, mas mesmo assim não vá andar no limite. Lembre-se que tem uma corrida inteira para conhecer bem a pista.
Os três carros sairam e perdemos de vista, visto que logo após os boxes, havia uma curva pra esquerda e as casas encobriam a visão.
Quando eles vem na primeira volta, Olivetti vem bem embalado e Sérgio colado na traseira dele, no vácuo.
Nós todos olhamos uns pros outros e meu pai disse : – Seu irmão não tem juízo!
Continuo no próximo post.

Sidney Cardoso
Sidney Cardoso
17 anos atrás

Sábado, de manhã, véspera da corrida, fomos ao Autódromo de Jacarepaguá, experimentar a Alfa.
Nisto, com Sérgio ao volante, na curva Norte, estourou um pneu dianteiro, amassando bastante o aro.
Ele conseguiu controlar o carro sem sair da pista, embora estivesse andando fortíssimo.
Como não havíamos levado roda reserva, Joaquim, motorista da Kombi de nossa equipe, foi à nossa casa pegar outra. Com isso perdemos bastante tempo nos atrasando para os treinos de Petrópolis.
Depois que ele chegou, experimentamos, e estava tudo certo.
Como estávamos atrasados, ficou combinado que eu iria levando a Alfa junto com seu mecânico, Antonio da Memória, e ele iria em casa almoçar rapidamente com sua noiva e nos encontraríamos lá.
Ele me falou para ir treinando, visto que nunca havíamos corrido lá. Assim que chegasse faria o mesmo.
Quando chegamos perto do Boulevard ( me esqueci o nome, é aquele restaurante redondo suspenso), surpresa desagradável… havia chovido muito naquela semana, caíra barreira e a pista de mão dupla ficara interditada por 40 minutos, dando passagem para quem estava descendo, depois faziam o mesmo para quem estava subindo.
Bem, ficamos parado 40 minutos ali.
Quando chegamos no circuito, já havia acabado a sessão de treinos livre. Wilson Marques Ferreira que tb chegou atrasado com a Alfa Zagatto, conversou comigo nos boxes: – Vc viu? Está apinhado de gente. Tive que ir pros boxes bem devagar, as pessoas querendo ver os carros forçavam as cordas estreitando a pista.
Respondi : – Aconteceu o mesmo comigo.
Nos boxes procuramos a Direção da Prova, contamos o motivo do atraso, pedimos se poderiam abrir uma pequena excessão, deixando-nos dar ao menos uma volta no circuito para conhecermos, mas nos foi negado. Pedimos a outros e nada.
Continuo em outro post.

Sidney Cardoso
Sidney Cardoso
17 anos atrás

Amigos como prometi ontem, vou contar algumas coisas que sei e tive participação ligada a esta corrida. Contarei apenas coisas inéditas, de bastidores, de box e algumas incríveis coincidências que não estão no site obvio.ind.br onde fala sobre esta corrida, para enriquecê-los mais com informações deste nosso mundo automobilístico que, sinto, vcs gostam tanto.
Bem, pessoas não ligadas a nós devem ter estranhado que meu irmão Sérgio Cardoso e eu deixamos de participar de algumas corridas.
Acontece que ele dentro de uma Rural Willys, levou um tiro na cabeça de um assaltante de carros, ficando 13 dias em estado de coma.
Sua recuperação foi lenta, ficando com a parte esquerda do rosto paralisada e outros movimentos do corpo bem prejudicados. Ficando inclusive com pouco equilíbrio, devido isso.
Só se salvou devido um excelente neurocirurgião, Dr.Max Carpin, tê-lo operado no IBIC, em Botafogo, RJ. Naquela época Instituto Brasileiro de Investigações Científicas.
Ele foi tendo melhora progressiva e já estava ansioso para voltar às corridas.
Quando apareceu no calendário esta corrida de rua de Petrópolis, eu que havia assisitido uma corrida com ele em anos anteriores e gostamos muito, falei com ele para corrermos em dupla, cada um guiando metade da corrida.
Ele se consultou com Dr. Max Carpin e este o liberou, dando atestado e resolvemos correr.
Sexta-feira, antevéspera da corrida, estávamos na garagem lá em casa, junto com mecânico e amigos.
Ele fala: – Tô com uma vontade de tomar uma dose Whisky, (ele gostava, eu acho horrível, se tomo um gole me arrepio todo, gosto mesmo é de uma cervejinha).
Procurou em casa, não tinha.
Aí falou pra nós: -Vou comprar uma garrafa na Freguezia, bairro próximo.
Abriu o bolso e continuou : – Ih, rapaz, tô com pouco dinheiro. Compro ou não?
E de brincadeira falou : – Posso morrer na corrida e vou ficar com água na boca. Querem saber de uma coisa, mais vale um prazer, vou comprar.
E assim fez.
Para não ficar longo continuo em outro post.

Sidney Cardoso
Sidney Cardoso
17 anos atrás

Amigos
Como falei ontem, estou de volta e feliz, pois pude arrastar o amigo e piloto Wilson Marques Ferreira, pra ser mais um a contribuir aqui, fazendo parte desta agradável confraria.
Wilson, amanhã vamos estar juntos, portanto poderemos tirar uma dúvida que me ficou. Você disse que a Berlineta era do Carlos, mas pelas litras quadriculadas e me parecendo ter o número 39, acho que era Heitor Peixoto de Castro, devido sua Berlineta ter este número e estas listras naquele local.
Como vc estava lá, e eu não, estava no hospital de Petrópolis,amanhã esclarecemos melhor.
Abs.

roberto nasser
roberto nasser
17 anos atrás

sergio, você era parente do “gago ” ?
sendo ou não, saudades.
quanto ao malcotti, vivo, muito vivo, mora aqui e tem um malzoni que, diz, eu impingi a compra.
mandei a foto e o blig para ele. vejamos se responde.

SÉRGIO HINGEL
SÉRGIO HINGEL
17 anos atrás

Caro Roberto: eu estava lá e, tudo o que voce disse é a pura verdade.
Tenho muitas fotos dessa prova, inclusive da Zagato.
Abraços.

joaquim
joaquim
17 anos atrás

Obrigado, De memória…
A minha, como se vê, me trai constantemente.

Ing. Carlo Chitti
Ing. Carlo Chitti
17 anos atrás

O que se sabe é que a Alfa Zagato (ex Jolly-Gancia) acabou seus dias abandonada numa rua em São Paulo, totalmente depenada.

De Memória
De Memória
17 anos atrás

Quem morreu no Autódromo do Rio numa prova de Formula Vê foi Ricardo Moretti.

joaquim
joaquim
17 anos atrás

Nasser, esqueci de perguntar:
Num post abaixo você cita o Renato Malcotti. Não foi o mesmo que faleceu num acidente em uma prova de F-Vê em 68, no circuito de Jacarepaguá?
Abs.

joaquim
joaquim
17 anos atrás

Rapazes, Cerega e Veloz, assim vocês me deixam sem graça…
Nasser, infelizmente não estava nesses MilKm de Brasilia. A única vez que vi uma Zagato foi nas mãos do Ubaldo Lolli ao vencer os 300 Km de Goiãnia de 67. “Estreei” nos Mil Km somente em 68 (e creio que o sr. também, só que em dupla e de VW, salvo engano) e nesta prova posso me gabar, assim como o Jovino, de ter sido um dosm poucos a colocar a mão no Fitti-Porsche (Emerson/Lian Duarte) quando de umas de suas inúmeras rodadas (tinha perdido as três primeiras marchas e fazia as curvas de baixa no tranco, com o auxilio da embreagem).
Já o Eduardo Nardelli, o Gulu, não foi ele o construtor do chassi do Protótipo Ok (mais tarde Amok) do Luis Estêvão? E de um tal protótipo Gulu que acabou nas maõs do Jefferson Cardoso/Fernando Ramos, renomeado Lazzat? Desculpem os demais blogueiros pelo assunto tão particular, mas não durmo jamais com uma dúvida…
Quanto ao Célio Bundinha, desculpe-me, desconheço.
Abs. a todos e vou cobrar as respostas, Nasser.

roberto nasser
roberto nasser
17 anos atrás

indo à prática. alguém sabe o destino da zagato, como então a chamávamos ?
joaquim, você se lembra dos 1.000 km de brasília, creio 1 966, com emerson e pace correndo contra a zagato ? neblina, e a gente sabia do carro pelas buzinadas da dupla – aquelas buzininhas com motorzinho elétrico e três cornetas.
curva da vale do rio doce, e o emerson acerta o meio fio. quebra a roda de liga leve.
desce do carro, tira o estepe, encosta-o à zagato, e inicia o processo de troca.
tira a roda quebrada e, quando vai pegar o estepe, sumiu.
o gulu, depois o pós tudo acadêmico eduardo nardelli pegou-a como lembrança. para a zagato, a corrida acabou ali, por falta de roda.
– que foi devolvida no dia seguinte.
coisas das corridas de rua.
você conseguiu alguma coisa sobre o tal de célio bundinha ?

Claudio Ceregatti
Claudio Ceregatti
17 anos atrás

Tem razão, Veloz HP…
Por mais de uma vez disse a mesma coisa do Mestre Joa.
Inacreditável a velocidade e capacidade da CPU do ôme…
Fora o Software de Banco de Dados instantâneo, incorporado ao sistema operacional.
Sabe tudo, viu tudo, lembra tudo.
Quando não estava presente fisicamente, leu em algum lugar e arquivou nessa cabeça privilegiada e simpaticíssima.
Mestre Joa é o cara. Fez muita falta na praia.

joaquim
joaquim
17 anos atrás

Grande Veloz HP!!
Grato pelos melhores votos à minha saúde mental. Cumprimento V. Sa. pelo achado, há muitos anos não vejo ninguém citar H. L. Mencken: “A fé é a crença ilógica na ocorrência do improvável”. O velho Mencken é (era) um dos mais eméritos frasistas e um dos meus favoritos. Parabéns pelo bom gosto.
Abs.

VELOZ-HP
VELOZ-HP
17 anos atrás

Bem amigos da Rede Gomes, bom dia.
Êita Joaquim, o ôme é fera.
Fui consultar os meus livros e ele já contou a história toda, vixe Maria.
Acho que ele tem uma CPU monstro instalada no cérebro para se lembrar de tanta coisa.
Eu, ao contrário, mal me lembro o que jantei ontem, porém, creio que o meu problema é espiritual.
Todo o picareta safado que se diz médium e cura as pessoas de problemas médicos, sempre proclama que incorpora o espírito de um tal dr. Fritz. Sempre é o Fritz, nunca o João ou Manoel. Tem de ser produto importado, nacional é lixo.
Pois acredito que o meu problema espiritual é esse, fui incorporado não por um, mas por dois espíritos importados que atendem pelo nome de Alzaymer & Parkingson e estão concorrendo com o meu anjo da guarda nacional de nome arcanjo Gabriel, que me acompanha desde o nascimento.
Coitado do Gabriel, já tem 50 anos e luta sòzinho contra 2 espíritos importados.
Mas tenho fé, vou melhorar, apesar de acreditar que a fé seja apenas :
“A crença ilógica na ocorrência do improvavel.”
E sobre isso repousam todos os “Fritz” picaretas safados do mundo, acompanhados de pastores, pabres, rabinos e o Diabo a Quatro.
Grande Joaquim, cuide muito bem da sua CPU cerebral porque a minha, a dupla Alzaymer & Parkingson já detonaram.
Grande abraço.

Wilson M. Ferreira
Wilson M. Ferreira
17 anos atrás

Fatidica corrida de Petropolis,na foto Malzoni seguido pala Alfa zagato pilotada por Wilson Ferreira,seguido pela Berlineta de Carlos

roberto nasser
roberto nasser
17 anos atrás

o tal italiano era meio descompromissado com as artes da condução esportivo-automobilística. como se dizia então, era ruim de roda.
comprou o malzoni e convidou o renato malcotti, então campeão carioca com dkw a correr com ele em petrópolis.
o malcotti nem sentou no automóvel. o italiano acertou um meio-fio e desmanchou a suspensão. o carro sumiu. nunca mais correu.

Thiago
Thiago
17 anos atrás

Comendador…
Conforme ordenaste, já foi enviada a mensagem!

Citando Mauro Salles: Carro esporte tem de ter nome de autódromo!

Abracao!!!

Sidney Cardoso
Sidney Cardoso
17 anos atrás

Amigos
Como sobraram alguns segundos e para não ficar dúvidas, vou adiantá-los com toda certeza de que a Alfa aí da foto era a Zagatto e o piloto Wilson Marques Ferreira, que
Amanhã conto mais.
Abs. Fui!

Maurice
Maurice
17 anos atrás

Ao Claudio Ceregatti,

Caso não seja muita intromissão (ou cara de pau) de minha parte, eu poderia saber qual é este segredo? Seria a respeito de um Interlagos? É meu sonho de consumo também.(aliás, um deles)

Sidney Cardoso
Sidney Cardoso
17 anos atrás

Como diz VELOX HP
Amigos da Rede Gomes
Com as férias do FG aproveitei pra me livrar um pouco do vício de vir aqui.
Vim agora e vi este post.
Como ia correr esta corrida em dupla com meu irmão, posso acrescentar muitas coisas, mas por total e absoluta falta de tempo hoje, devido outro compromisso assumido agora, prometo que amanhã volto e dou mais detalhes sobre os treinos e esta corrida.
Sobre alguém que falou aí embaixo, cujo nome esqueci, desculpe-me, antes o povo era bem mais educado sim, mas no treino desta corrida, como chegamos atrasados por motivos que contarei amanhã, posso te dizer o seguinte :
Quando cheguei dirigindo a Alfa Giulia o treino já havia acabado. Só teria em seguida, após um pequeno intervalo, o treino de classificação saindo três carros por vez.
Havia uma corda isolando o público para não entrar na pista, mas quando eles viram a Alfa chegando, foram empurrando a corda que era segura por policiasi e formou um gargalo.
Bem, amanhã conto os detalhes,
Forte abraço pra todos.

Edison Guerra
Edison Guerra
17 anos atrás

Este Blog é cultura.Que delícia ler todos os coments quando aparece por aqui uma foto das priscas eras,como diz o Joaquim.Parece que ressuscitam a maioria silenciosa,que sabemos,passam todos os dias por aqui e nada comentam.Sei que dentre estes silenciosos,muita história há para ser contada.Revendo todos os coments,nenhuma agressão.É HISTÓRIA!
Abraços a todos.

Claudio Ceregatti
Claudio Ceregatti
17 anos atrás

Thiago:
Me manda seu e-mail que tenho notícias frescas e secretas sobre nosso objeto de desejo.
Meu e-mail é [email protected]

Thiago
Thiago
17 anos atrás

Il commendatore Ceregatti….

Realmente, a Berlineta é algo fantastico. Uma vez comprei uma Quatro Rodas Clássicos só porque tinham 3 fotos dela no recheio da revista. O que a paixão nao faz né?
Meu pai teve uma em 68, logo que se formou na Escola de Aeronáutica, e diziam que , o carro era como sutiã : Só cabiam dois, e pra ter, tinha que ter peito! ( caso eu esteja falando algum ditado já meio desgastado, me perdoem, foi só a citação)

E a odisséia de encontrar um Interlagos, mesmo que ferrado, persiste, visto que, pelo q me consta foram feitos 820 modelos ( tirando o do meu pai, que quando foi vendido , o outro dono destruiu o carrinho de fibra em cima dum boi na estrada, hehehe)

Concordo contigo, quando dizes que , quem tem uma Berlineta, não vende, e nem poe em risco o patrimônio, e que, também, se tivéssemos uma, faríamos o mesmo.

Mas sonho nao tem barreira. As dificuldades são a moldura da conquista. Um dia ela acontece.

Creio que iremos achar sim. Demorará, mas acharemos. Nem que eu consiga somente aos 70 anos ( tem mais 40 anos pela frente..eheh)

Grande Abraço, e feliz por saber que és também um admirador do carro mais bonito fabricado no Brasil.

Thiago
Pirassununga – SP

SÉRGIO HINGEL
SÉRGIO HINGEL
17 anos atrás

O atopelamento do Cacaio foi um pouco antes do início da Floriano Peixoto.

Bebeto
Bebeto
17 anos atrás

o atropelamento foi na curva da Floriano Peixoto com a Alberto Torres ? ou foi antes ?

SÉRGIO HINGEL
SÉRGIO HINGEL
17 anos atrás

Esta curva é a da Catedral,no final da Av. Ipiranga.
A árvore ao fundo , foi onde o Aluísio Kreischer bateu com a Alfa GTA.

Ing. Carlo Chitti
Ing. Carlo Chitti
17 anos atrás

A Alfa Romeo a que o post se refere é uma SZ, baseada na Giulietta Sprint (daí o S na sigla), com carroceria desenhada por Zagato – com 1 T – (daí o Z na sigla). O motor era o 1300 Veloce (dois Weber 40 DCOE). Segundo consta o carro da Jolly-Gancia teve sua cilindrada aumentada, já que a Giulia TI Super andava mais, pois era equipada com motor 1600.

Como disse anteriormente, Alfa Romeo TZ é OUTRA coisa, chassis tubular (Telaio Tubolare) e carroceria Zagato com outro design.

joaquim
joaquim
17 anos atrás

Respondendo aos amigos Veloz HP, Romeu e Prof. Peralta:
A Alfa Zagatto TZ, lançada em 1965 pela Autodelta, é uma evolução da SZ (Sprint Zagatto), esta lançada em 1960 em substituição à Alfa Sprint Stradale.
Foram trazidas ao Brasil pela Jolly-Gancia lá por 65- consta que foram fabricadas somente 1.000 unidades a fim de homologação pela FIA, permanecendo na equipe até 1967, vencendo algumas provas menores como os 300 Km de Goiânia de 67 nas mãos de Ubaldo Lolli. Vários pilotos correram com Zagatto, a saber: Emilio Zambello, Piero Gancia, Marivaldo Fernandes, Emerson Fittipaldi, Ubaldo Lolli, Amaury Mesquita, Wilson Ferreira, dos que eu me lembro. Deve ter mais…
Prof. Peralta, vc tem razão: nesta prova o Amaury Mesquita estreava uma Zagatto, creio que a da foto. Mas o Wilson Ferreira também correu de Zagatto ao longo de 1968, não sei se a mesma que pertenceu ao Amaury, pois este passaria logo ao Mini Cooper S.
O mesmo se dá com a berlineta ao fundo. Pelo número (99), aposto no Ronaldo Rebecchi mas uma berlineta com essa mesma faixa central quadriculada andou pelas mãos de Heitor Peixoto de Castro, creio que no mesmo ano. Vai saber…
Se eu estiver errado, por favor corrijam-me. Abs. a todos.

Maurice
Maurice
17 anos atrás

Flávio,
A Berlineta sempre foi um sonho de consumo. Desde a minha adolescência (em 1966 eu tinha 16 anos) sempre quis ter uma. (Só eu?)
Nem que fosse uma réplica. Você conhece alguém que tivesse o molde para farzer a carroceria? O pessoal da Autosfibra não tem.
Abraços