Mistério desfeito
SÃO PAULO (aguentarei as consequências) – Relutei muito em colocar no ar este post. É possível que tenha de sumir por uns tempos, porque vocês se lembram bem do que aconteceu com aquele espião envenenado em Londres.
Mas creio que é minha obrigação desvendar de uma vez por todas a verdade por trás de Velov Agapov, este ex-agente da KGB que vive me assombrando com suas ordens e contra-ordens.
As fotos abaixo não deixam margem a dúvidas. Agapov vendeu projetos soviéticos, abrigados na época na Letônia, à Copersucar!
A primeira imagem, segundo minhas fontes, é de 1976. Agapov aparece assinalado pelo círculo verde, ao lado de um Letonius F1. Era engenheiro da equipe, que fazia muito sucesso do lado de lá da Cortina. As feições são inconfundíveis.
Agapov, dias depois dessa corrida, desapareceu no éter. Foi dado como morto, ou capturado, pelas autoridades soviéticas. Mas dois anos depois se deixou fotografar ao lado do carro de Emerson Fittipaldi. Um repórter que estranhou sua presença naquele local chegou a perguntar quem era e o que fazia ali, e ele respondeu, com inequívoco sotaque: “Estou lambendo a cria”.
O boné vermelho, no qual estão bordados a foice e o martelo (qualquer bom programa de fotos amplia o boné e torna o símbolo visível), foi um chiste de Agapov, que se considerava a salvo nos trópicos. Mais alguns anos e ele reapareceu em Moscou contando uma história triste, sendo reabilitado pelo Partido. Acreditaram no safardana, que mantinha uma conta secreta no Comind, em Cruzados Novos.
Pronto, contei. Se eu desaparecer, avisem as autoridades brasileiras, a Interpol e o Kremlin.
P.S.: quem enviou as fotos pede que sua identidade seja preservada. Ele fabrica chassis para certa categoria que tem um certo comendador que diz que anda, mas teme represálias.
CEREGATTI
Beleza de materia Ceregatti, pelas ricas informações, conta mais pra nós quando estiver inspirado, pois com certeza quem viu e viveu de perto esta época é uma verdadeira enciclopedia automobilistica.
Há, algo que gostaria de comentar faz tempo, até hj (que me consta) nunca vi uma certa especie de autobiografia (Coisa séria)do legado dos Fitipaldi no Projeto Formula 1, me impressiona e indigna ao mesmo tempo o fato de nem mesmo “Eles” terem Editado algo, ou um Expert do assunto, já que o material a ser explorado é riquissimo e de uma rarridade incontestavel, vç conhece alguem ou um material editado a respeito do ‘caso em questão’. Fica ai uma sugestão, ou será que os Fittipaldi sente nauseas só de cogitar , ou lembrar do assunto. Quando lembro do atraso do lançamento o F8, ficava pensando: se aquele carro estivesse lançado no tempo certo e com mais desenvolvimento, hummm, o F9 do mesmo jeito … mas infelismente os fatos sao outros,como dói, ver a face de desilusão e frustação do Emerson e do chico Serra a cada treino, GP era terrivel,os resultados eram cada vez pior, foi um golpe muito duro pra nós, sinto então na pele deles, mas são eternos hérois, desbravadores, visionarios, nosso eterno agradecimento.
Onde estão os F8 e os F9?
Grato e fala mais ai pra gente.
Valeu.
Commendatore..
É esse o F-1 que falaram que foi inspirado no Concorde? Porque o nariz dele realmente lembra o nariz do supersonico.
O wilsinho, à época disse : De que adianta o carro ser um concorde nas retas, se nao faz curvas. Eu preciso de um carro que faça curvas e nao que use um oceano inteiro pra virar.
Mas que a barata é linda, isso é.
Outra indagação: Nao houve jeito nenhum mesmo de salvar o carro? Ou nao houve tempo? ou os dois?
Conta mais ai dessa maquina pra gente.
grande abraco.
Loucos, todos vocês!
Um abraço!
Não é nada disso que o meu caro blogueiro Gomes nos contou! Agapov é o próprio Gomes!!! Em breve conseguirei provar a minha teoria sobre esta outra identidade.
Aí vai o pouco que sei do F6, na verdade a soma de uma série de informações de várias fontes:
O tal de Ralph Bellamy foi contratado a peso de ouro da Lotus, onde teria sido um dos (ou “o”) projetista do primeiro carro asa, a Lotus 78.
A Fittipaldi Empreendimentos tinha o Ricardo Divila, que era amigo antigo dos irmãos, sempre mexendo com carros de corrida desde muito jovens.
Aparentemente tentaram dar um upgrade, e na F1 nada se cria, tudo se copia.
Escolheram o caminho mais curto.
Pegaram toda a grana que tinham, contrataram o cara e disseram: “Faça uma Lotus 78 amarela”. Puseram tudo que tinham no projeto e construção.
Só que o cara quis inventar um pouco mais. E não deu certo.
Já havia know-how suficiente na Equipe, e os desentedimentos começaram logo.
Discordancias no conceito, nos materiais, na forma construtiva, em quase tudo.
Me disseram que o ingles era meio ditador, e acabou vencendo a queda de braços com o Divila.
Afinal, o cara tinha pedigree, carro campeão, sei lá.
Não houve má fé, foi incompetencia pura, misturada com a arrogancia de ir além do que estava feito, mexendo onde seria lógico experimentar antes, passo a passo.
O grande erro, constatado nas primeiras voltas que o Emerson deu com o carro foi a rigidez do monocoque.
Mesmo depois de assentar as pastilhas, lembro bem que estranhei a forma como ele contornava as curvas, de um jeito muito estranho.
Tinha a referencia de muitos testes de pneus que presenciei, e da tocada do Emerson, redondinha. Era nítido que o carro não parava no chão, que ele levantava o pé onde não podia, que brigava com o carro. Achei que era o set-up inicial, carro zerado, tudo novo, sei lá.
Quando veio pro Box, entrou direto de frente, e ficaram conversando lá dentro um tempão.
Soube bem depois que constataram que o carro torcia todo, e que uma série de rebites já estavam frouxos. Não dava para contornar uma curva igual à outra, tudo se mexia, era até perigoso.
Como um carro que nasce ruim fica pior ainda, e num tempo que a sensibilidade do piloto era crucial no acerto – e se tratava de Emerson Fittipaldi, que sabia tudo – ficou claro já na estréia, nas primeiras voltas que o carro novo era uma cadeira elétrica…
As caras do Emerson, Wilson, Divila, Itoh, Darci e companhia eram fechadas, tensas.
Percebi na hora, e tinha uma entrevista final pra fazer, imaginem…
Foi o Emerson que me convidou para assistir o lançamento do carro em Interlagos – um dia conto como consegui chegar nele…
Fui entrevistado no escritório da Av. Faria Lima no finalzinho do ano. Ele estava feliz como uma criança, super entusiasmado com o carro que estava já sendo pintado pelo Sid Mosca.
Cheguei mais cedo para a entrevista e vi o carro antes. Era lindíssimo, maravilhoso mesmo.
Não deu pro Wilson nem o Divila falarem comigo antes, ficou para depois da apresentação do F6.
E aí não deu em nada: Fui tentar no pior dia deles. Não poderia ter dado certo mesmo.
Fica pra próxima encarnação.
Bem amigos da Rede Gomes, bom dia.
Quem diria, heim ? O “nosso” Comendatori quase futuro projetista de F1.
Hoje já teria morrido de síncope cardíaca ou existencial de tanto nervoso e frustração de ter que conviver com canalhas e cafetões de dinheiro safado da F1.
Portanto, parabéns pela sorte que teve Don Cláudio, a vida do lado de cá pode ser mai$$ pobre mas é melhor de ser vivida do que naquele sub-mundo medonho.
Sub mundo, aliás, que meu amigov kamaradov tenta reiteradas vezes me aliciar, porém, não tem jeito meu estimado amigo, boné vermelho eu não uso nem da Ferrari, quanto mais do “mundo de lá”.
O único boné e camiseta nessa côr que usaria seria o da Ducati, bravíssima moto italiana que eu adoro e que já estou pensando seriamente em ter uma. Fora isso só uma camiseta da Honda Racing antiga que quase já tinha me esquecido dela mas que agora, graças a você, de novo, me lembrei dela e usarei-a no próximo farnel.
Antes disso, meu amigov, vamos amanhã jogar ovos podres no canalha assassino norte americano que vem com suas baratas amestradas conspurcar o solo a água e o ar do nosso país ?
Vamos lá, conto com você, kamaradov.
Abraços enormes aos dois.
CEREGATTI
Me conta por favor, o que houve de tanta desgraça com o projeto do F6, o carro era lindo, vç que conheceu mais de perto falai ai brother.
Há, e os outros carros, onde estão, os F8 e F9 por exemplo? tambem são carros bem bonitos, mas uma inheca nas pistas! Onde estão esses bólidos?
E por onde anda os outros modelos do Fittipaldi?
O F6 foi decepção total em termos de resultados práticos, mas esse carro era lindo demais pra seu tempo, o Ralph errou feio em algum ponto que gostaria muito de saber, fiquei indignado como muitos pois quando vi a bela Foto do lançamento do carro na revista Manchete pensei: é este ano; não foi, uma pena, até hoje eu estou amargurado com o fim da Fittipaldi F1, pra mim eles estavam um pouco a frente nos desenhos dos carros, mas na piosta, deia pra lá.O F6 apesar de tudo, é o meu eleito.
Bem ,a semelhança está um pouco forçada. Mas gostaria de saber se aquela carenagem traseira do F6 foi a que saiu voando no teste?
É o Ali-kate !
Patrocinado na época pelo Sheik-sem-fundo !
Velov Agapov…o espião que veio do frio…
Sei nao o silencio de Velov me faz prever alguma represalia.
brincadeiras à parte, impressionate a semelhança. V.Ex. poderia identificar de forma mais palatável o tal do Letonius F1? No grid tem uma salada de estilos dificil de identificar.
Com relação ao CC, não há o que fazer. Pelo menos ele subiu no cavalo…Isso é um tremendo elogio, pq o que tem de cretino que fica escolhendo a cor da sela e a raça do pangaré, não tá no gibi. Como disse alguem aí pra baixo, eu só me arrependo do que não fiz.
Ora, alvíssaras…Vitão ressuscitado!!
Welcome back, Vitão, vida longa e filhos homens…
Aquele cereal matutino que o Flávio come tá misturado com alguma coisa estranha……sei não.
Agora, cá entre nós, este carro realmente, foi o início do fim da equipe Fittipaldi… O que tinha de bonito tinha de torto!
Comendattore:
Com este “sabe-se Deus o que, onde e como”, ia acabar fazendo com que o Lord Hesketh recriasse a equipe só para emprega-lo….
CC, o importante não é vencer, é competir. Nem sempre fazemos a curva certa, mas sempre queremos nos manter na pista (mesmo que seja no kartodromo de Itu, pilotando um F-Speed). Arrependa-se do que não fez. Forte abraço
Apenas parte dessa história é verdadeira. O camarada Gomes sabe de uma pequena parte, apenas.
Estava no lançamento do F6 em Interlagos – esse dia fatídico em que o pseudo-projetista Ralph Bellamy materializou a maior c*a*g*a*d*a de sua vida. O carro era belíssimo, mas uma cadeira elétrica.
Foi aí que a Fittipaldi começou a adernar. Se tivesse obedecido e feito o que pediram – uma Lotus 78 amarela – no lugar dessa invenção, a história do automobilismo brasileiro seria diferente.
Mas, como não foi… Abaixo vai o resto da verdade:
O Veloz HP, já espião russo, estava lá. Reconheço-o perfeitamente.
O Monis tambem, já pensando em projetar os Formula Speed e fotografando cada detalhe.
E eu, que havia sido entrevistado pelo Emerson Fittipaldi dias antes e admitido por ele como auxiliar de desenhista, fui entrevistado nesse mesmo dia na Fittipaldi Empreendimentos pelo Wilson e… Com o nível de tensão nas alturas fui dispensado como lixo, perdendo minha porta de entrada na Formula 1 para sempre.
Na vida não tem “se”.
Mas “se” tivesse entrado nesse mundo, duvide-o-dó que tivesse saído até hoje.
Ia agarrar essa oportunidade, enfiando as unhas no coração de todo mundo para me manter por lá.
Na Fittipaldi ou em outra equipe. Varrendo chão, fritando bolinhos, lambendo pneus, ou sabe-se Deus o que, onde e como.
Mas sei que ficaria, me manteria e minha vida seria outra, e não essa que vivo.
Foi uma dessas esquinas da vida, que fui pro lado errado. Não foi a primeira, nem a última.
Nunca se sabe quando tropeçamos. Só quando estamos com a cara no chão.
é da lata ?
O que vc andou fumando Tio Gomes???