O sonho do Alfredo
SÃO PAULO (clap, clap, clap) – Conheço o Alfredo Gehre há anos, e ele é um dos grandes entusiastas da Superclassic. Fez um lindo DKW de corrida que acabou não vingando, mas insistiu e foi atrás de um Dodginho que estreou neste ano conosco.
É um carrinho lindo, caprichado, bem acabado e, espero, deverá duelar com #96 nesta temporada, assim que eu colocar no meu carro alguns birinaits que estão chegando nesta semana.
Alfredo colocou um breve vídeo sobre sua aventura no YouTube, prestigiem!
Muito legal,
Ver um dodginho correndo por ai.
Realmente o carro é excelente e quem já andou num é paixão na hora.
Mas é uma pena que esteja com motor AP.
Apesar de ser mais caro e dificil de mexer que o AP (como quase todos os outros motores) tem muito pontencial e pra mim faz parte do jogo desenvolver receita, o AP já tem milhões de receitas por ai.
Viva os Fuscas que mantém os VW a AR, os Dodge que mantem seu motor original preparado.
Continuando nosso bate-papo sobre preparação de Dodge Polara, vamos agora falar um pouco sobre a transmissão.
Em primeiro lugar, nunca nos esqueçamos que a Chrysler do Brasil, quando aumentou a cilindrada dos Hillman Avenger de 1500 para 1800 cm3, privilegiou o torque e, em outras palavras, colocou o torque máximo em rotação mais baixa. Assim, é óbvio que as relações foram alongadas para compensar o motor mais “torcudo”, com menos giros. Mais uma razão para não se seguir na íntegra uma receita argentina ou inglesa, caso o motor fosse o original.. Lembremos que o motor AP original gira mais que o do Dodginho e certamente tem menos torque. Se esse Dodginho que começou a participar da Super Classic possui um motor AP trabalhado, com comando, carburação, etc, que jogará o torque máximo a uma rotação mais alta, certamente necessitará de uma relação final (câmbio + diferencial) mais curta para encher o motor, ainda mais em se tratando de um carro que não é dos mais leves. De peferência que tivesse 5 marchas (o câmbio original do Polara tem 4). Nos anos 70 era comum instalar-se caixa de Alfa 2300 com flange adaptador entre a caixa seca (carcaça que envolve a embreagem) e o câmbio da Alfa. Hoje em dia otemos a opção dos câmbios GM de 5 marchas (Chevette, Opala, Omega) e a facilidade de encomendar um miolo de caixa com engrenagens de dentes retos para maior rendimento mecânico e a uma relação do tipo “close ratio” (pouca diferença de uma relação para a outra, como numa caixa 3 de VW), para evitar muita queda de giros nas trocas de marcha.
Atenção especial também para o peso do volante motor. Numa pista de muitas ladeiras como Interlagos, o volante tem que ser um pouco mais pesado do que o que se utilizaria numa pista plana, a fim de acumular energia suficiente para não deixar o motor cair de giros nas subidas, evitando assim uma troca de marchas.
Tudo isso serve para mostrar o árduo trabalho que o piloto Alfredo Gehre tem pela frente no acerto do seu belo automóvel. Aproveito para parabenizá-lo pela empreitada.
Em outra ocasião falo um pouco sobre as suspensões, sendo que acredito que Alfredo já tenha instalado uma barra Panhard na traseira, dentre outras coisas……
PQP, faço coro com o comentário do Commendatore….texto técnico, perfeito, esclarecedor, facil de entender, em suma: uma aula!
Parabéns Vicente…continue postando mais sobre o motor MOPAR do Dodginho. Esse ano, quase fui com o meu pra dar umas voltas no templo no domingão do CDC. Pena que estou calçado com pneus reformados, e o regulamento não permitia. Entretanto, pro ano que vem, vou dar umas voltinhas com ele no templo sim. Preciso dar uns birinaits ou bregnaits na pintura dele, e tal, um tapa pra poder expo-lo na plenitude da dignidade.
viva polara, viva alfredo gehre, viva superclassic!!!
Grazie Commendatore.
Ficou faltando, mas seria excessivamente extensivo, falar sobre comando de válvulas, coletores de admissão e descarga, diâmetros de válvulas, o que obrigaria a um contato constante com os preparadores argentinos e ingleses, afinal de contas o nosso Dodge é o Hillman Avenger inglês com cilindrada aumentada para compensar a nossa pobre gasolina da época. Na Inglaterra empresas como a Piper e a Kent possuem uma vasta gama de comandos de válvulas para esses motores, com um resultado que pode ser conhecido para a cilindrada de 1500 cm3. Com o motor elevado a 2000 cm3, as massas totalmente diferentes, receitas prontas podem ser unicamente um ponto de partida para um longo e caro desenvolvimento.
E ainda temos que fazer um bom casamento de relações de caixa e diferencial com o motor para aproveitá-lo na sua plenitude em Interlagos, dentre outras coisas….
Pago o maior pauquado vejo um texto liso assim, com embasamento técnico e conhecimento de causa… Além de uma grande lucidez.
Valeu, Vicente Miranda.
Cristalino como água limpa.
É, ao lado do #96 e do Zé do Caixão, é outro carro que gosto de ver na Superclassic esse Dodge… a primeira vez que o vi, no Clássicos de Competição, lembrei do Polara que meu tio de Santos tinha quando eu estava nas fraldas e vi por fotos. Parabéns pelos cuidados e mantenha sempre esse Dodge andando bem, Alfredo…
Sobre a Ciser, eu não sei se tem a ver, mas lembro de algo dessa empresa ali pelos lados da Vila Ema, não sei se era a fábrica ou alguma unidade, sei que eu passava sempre em frente quando ia para o colégio na Mooca, caminho do ônibus…
Esclarecendo e complementando nota abaixo:
-> cabeçote Golf encaixa perfeitamente no bloco AP
-> o VW 4 portas (Gildo) também está equipado com cabeçote Golf
O motor do Dodginho admite um bom preparo porém nada a ponto de superar os AP bem feitos.
1) O volante motor que pesa 10 kg enquanto os AP que pesam 7 kg standard. Ora direis, alivia-se e balanceia-se estática e dinamicamente o conjunto girante. Respondo que “a coisa não é bem assim”. Continuemos …
2) As bielas do motor Dodge pesam uma barbaridade, são enormes, o que aumenta em muito o peso em movimento alternado, daí o volante pesadíssimo para acumular energia e manter o funcionamento suave. Ora direis, alivia-se o peso as bielas. Continuo dizendo que a coisa não é bem assim.
3) A cilindrada de 1800 pode ser aumentada para 2 litros com pistões maiores, de 88 mm de diâmetro (de VW 1700), carecendo unicamente uma compatibilização da altura do pistão com a face superior do bloco. Mas ainda assim temos as bielas longas e pesadas, mesmo que aliviadas. em peso e o volante cujo peso tem limitações para redução de peso e, por conseguinte, momento de inércia.
4) Como os moentes do virabrequim do Polara tem uns 60 mm de diâmetro, a cilindrada também pode ser aumentada com a usinagem (retífica fora de centro) desses colos para um diâmetro de 53 mm (se não me engano) para utilização de bielas de AP. Nesse caso consegue-se:
-> cilindrada próxima a 2 litros com pistões originais
-> cilindrada de uns 2.2 litros com pistões 88 mm (vide item 1)
-> com as bielas de AP o volante pode ser mais aliviado porque o peso em movimento alternado é menor.
5) Até agora não enveredamos pela questão do cabeçote. Berta desenvolveu cabeçotes interessantíssimos para esses motores mas são caríssimos e de difícil obtenção, mesmo na argentina.
O cabeçote do Dodginho não é fluxo cruzado, assim como o cabeçote original dos motores AP também não é.
ENTRETANTO, o cabeçote de Golf é de fluxo cruzado, e encontra-se facilmente no mercedo brasileiro. A BMW-AP (Luque) e o Puma-AP (P.Loco) têm cabeçotes fluxo cruzado de Golf.
6) Quanto ao resto da preparação propriamente dita, os motores AP tem um longo histórico de bons resultados e ótimas receitas de preparação, a custo relativamente acessível, enquanto o Dodginho seria uma empreitada quixotesca, em que os custos seriam muito mais elevados e os resultados certamente inferiores. Além do que a feitura de um motor desses é demorada, oq ue afeta a questão logística de se reconstruir uma unidade dessas em caso de avaria séria entre uma corrida e outra. A menos que se tenha motor de reserva, o que aumenta os custos.
Finalizando, um mero exercício de lógica descarta a preparaçao do simpático motor. A menos que o regulamento da categoria proibisse motores não originais.
Caro Vicente,
Estes pistões de 88mm adaptados no Dodge seriam os da linha VW a AR ? E quando tu diz ” compatibilização da altura do pistão com a face superior do bloco” isto implica diminuir a altura do pistão, certo ? Mas ai se deixa a cabeça dele reta ?
Outra coisa, seriam os pistões para virabrequim cursado ou curso original que tem sido adaptados.
Obrigado.
Mas o Polara q tinha na Argentina não era com motor 1.5?? Quais peças do motor são comuns entre o nosso 1.8 e o 1.5 deles?
Quer dizer que o motor é AP? Que pena, mas parece que o pessoal da superclassic tem medo de usar um motor original e o trabalhar, ou a cilindrada ultrapassa a exigida pelo regulamento? Um motorzinho 1800 do Polara com um pequeno preparo anda na frente deste APs. Me lembro que no campeonato brasileiro de marcas quando surgiu os Polaras 1800 eles começaram a dar pau nos Passats TS que eram os bichos papões da categoria.
Jovino
Alfredo, parabéns pelo carro, muito bonito. Quanto a dar pau no #96, é só acertar o “chão” do carro para ser mais rápido no miolo, e pronto. Agora, a pergunta do Veloz é pertinente: pô, nuestros hermanitos tem 1001 receitas de veneno para o motor original dele, não tinha nenhuma economicamente viável? Nem falo dos motores do Mago Oreste Berta…
FG, por favor, traduza birinaits. O #96 vai funcionar a álcool?
Mas que mierda pô! minha placa de som foi pro espaço…Sem skype, sem fone, sem you tube, sem musica..ainda bem que, pelo menos, o teclado funciona…….Agora esperar o especialista na rebembela da plaqueta e a famigerada facada cordial…O que não fazemos para nos mantermos plugados….
Segundo o “repórter”, a pergunta “como segurar ele”, é de um raso conhecimento de concordancia verbal.
Amigos que aqui neste Blig do Gomes se encontram…
Muitíssimo obrigado , em especial a Flávio ( que me levou para a super-classic ). Fiz este carro com carinho e tive a felicidade de ter o apoio da CISER PARAFUSOS E PORCAS , empresa em que trabalho com muito orgulho e satisfação !
O carro pertence a todos voces que nos prestigiam e são amantes deste esporte maravilhoso.
Novamente agradeço do fundo do meu coração…
Obs : vou dar “pau” no ¨96 , esperem…
Alfredo
QUE LINDO !!!!!
Muita Sorte e BONS RESULTADOS ao Alfredo !
O Polara ficou mesmo lindinho…
Que tal um SP 2 na Superclassic? Será que ficaria muito pesado?
Tenho vontade de fazer um com AP.
Aceito sugestões…
Linda caranga e faz muito bem em aumentar a variedade de máquinas na categoria.
Pena que o motor seja AP.
Não daria para manter o do Dodginho ?
Peças para esse motor tem aos montes na Argentina. Será que o preço seria muito maior que o do AP ?
Mesmo assim parabéns pelo carro.
Tenho um Polara 77 e quando eu vi este Dogde 1800 todo arrumado, fiquei babando. Gostaria de saber do Alfredo onde ele arrumou as molduras dos farois a a grade dianteira, tô atrás a muito tempo e só acho piores que as que está no meu.
Lindo Dodginho, para mim, o mais bonito da categoria. Semana passado, quase comprei um em BH, todo branquinho 76, com os 4 farois redondos impecável por R$ 10.000,00. Apareceu um mineirinho antes e o levou. Também acho que se ele investir na preparação da máquina vai andar lá na frente da superclassic.
Continuarei procurando.
Jovino
Valeu, FG e Alfredo!!
Por mais uma dessas incríveis coincidencias (que dizem que não existem, tenho dúvidas) conheci o Alfredo Gehre na SuperClassic e onde o encontro, vestido à paisana?
Na FGAço, onde trabalho…
Estava lá justamente apresentando a Ciser, seu patrocinador que fabrica porcas e parafusos de solda para estamparias e para a linha automotiva e linha branca…
Incrível.
E precisamos muito de opções de qualidade, o mercado é carente disso…
Pois o Alfredo é “parafuseiro” a um zilhão de tempo, e eu não sabia…
Pois já o apresentei aos meus amigos do Sindipeças, e outros clientes com certeza vão abrir suas portas…
Portanto, a quem nos lê: Precisam de parafusos e porcas de solda de alta qualidade? Ciser neles.
Além do quê, o Alfredo precisa ganhar din-din pra poder acelerar na SuperClassic, certo?
Abraços, dupla de malucos…
Ahhh… Se quiserem me patrocinar na Formula Speed, sem problemas… É baratinho, baratinho…
Alguns carros sonhamos em ter na vida.Um deles é um Dodginho Polara. Outro é um Interlagos. Estão difíceis de realizar. Ninguém vai colocar um interlagos na superclassic?
Com os birinaits o #96 já vai ficar ferinha… mas se o GOMES colocar BREGNAITS nele, aí sim o #96 partirá para o pódio!!!!
Lindo carro e com tração traseira, talvez uma das melhores opções para se divertir na categoria. O velho e bom 96 não terá a mínima chance com um carrinho desses, ainda mais se a pequena cria da hilmman contar com os venenos do polara gls de época (carburador duplo, glicês…etc) que permitiam ao carro de rua acelerar em cerca de 11 segundos altos – 0 à 100 – e tocar nos 165 km/h reais de máxima.
além de ser meu chará ….já que o Dinho vem de Alfredinho…é muito gente boa !
Esse carro ficou bonitão!
Q birinaites (heheh neologismo) são esses!?
Abraço!
Birinaits ?Que birinaits?
Pode começar a contar!
Um dos carros mais lindos do grid, sem dúvida.