Vai que pega
SÃO PAULO (segunda, engata a segunda!) – Preciosidade salomônica, enviada pelo meu manager Luiz Salomão (em semana de corrida, é bom puxar o saco).
Trata-se de meu único ídolo no automobilismo, Bernd Rosemeyer, em Avus.
Perfil
Jornalista, dublê de piloto, escritor e professor de Jornalismo. Por atuar em jornais, revistas, rádio, TV e internet, se encaixa no perfil do que se convencionou chamar de multimídia. “Um multimídia de araque”, diz ele. “Porque no fundo eu faço a mesma coisa em todo lugar: falo e escrevo.”
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Vitão,
Agora está perfeito. Obrigado pela explicação.
Milton, desculpe pelo atraso . A resposta do Rodrigo está perfeita. Os adendos aerodinâmicos eram umas “orelhas”colocadas sobre a curvatura dos paralamas. O sistema de refrigeração era um trocador de calor, formado por uma caixa de alumíno com uma serpentina que recebia gelo em pedaços antes do carro sair para a pista. `Não devia causar um choque térmico porque o comprimento da serpentina era calculado termodinamicamente para baixar a temperatura apenas para a temperatura “ambiente” . Nào havia circulação de água gelada no bloco.
Ze Rodrigo,
Obrigado pela explicação. Interessante. Essa circulação de água tinha que ser bem controlada porque o choque térmico da água muito fria com o bloco quente podia rachá-lo.
Em outubro de 37 a Auto Union quebrou o recorde de velocidade, com Rosemeyer, na Semana de Velocidade que era um evento que tinha o apoio do Hitler e era realizado da autobahn Frankfurt-Darmstad.
A Mercedes ficou mordida com isto e convenceu o governo nazista a fazer outra semana de velocidade, só que em janeiro de 1938, logo antes do Salão de Berlim.
Como a Auto Union estava perdendo o Professor Porsche, que em novembro de 37 já estava contratado pela Mercedes, e como eles não tinham tempo para fazer um carro novo, eles inventaram uma serie de modificações no carro que o Rosemeyer havia usado para bater o recorde em outubro de 37.
Estas modificações incluiam alguns adendos aerodinamicos na carroceria, alguns cavalos a mais no V16, rodas de diametro maior e etc, etc e também um sistema de refrigeração do motor que era feito pela circulação da água quente do motor por um bloco de gelo que o carro tinha em seu interior.
Este sistema permitia que o carro tivesse sua boca dianteira fechada, e com isto sua aerodinamica melhorava.
A agua de refrigeração do motor circulava num sistema fechado ao redor da tal pedra de gelo que ficava dentro de uma caixa na frente do carro.
Como o carro andava pouco nesta prova de velocidade (4 ou 5 kms entre a ida e a volta, se não me engano), o bloco de gelo durava sem problemas.
Vitão,
Fale mais sobre essa refrigeração a gelo porque isso me interessou.
Flavio, se vc tiver mais fotos do Berndt Rosemeyer poste-as, por favor… Não foi meu contemporâneo, mas sempre admirei este piloto. Grato.
uma característica interessante desses carros é que eles eram refrigerados com gelo, nào através de radiador, para reduzir o arrasto aerodinâmico.
Um tremendo carro !!
Fico imaginando o som dele acelerando fundo (já tive uma idéia no post abaixo com os três AU dando um passeio) e com essa carroceria maravilhosa brilhando contra o sol…
Fg levamos vantagem qto. ao fato de empurrar a barata…para esse esforço na carretera só precisa de no máximo duas pessoas, o piloto e o manager, he…he…e Ricardo vc está certíssimo…tal prova está no botequim com crédito e tudo. Realmente esse “book” é fantástico e o tive em poder por algumas horas e já rendeu alguma coisa…
LS
Roberto, em AVUS eles corriam com as tampas nas caixas de rodas. Eu tenho várias fotos deles ( foram feitos apenas 2 Type C Stromlinien, o Wagen 1 e o Wagen 2) tiradas em corridas com e sem as tampas.
Eu tb tenho um, no jogo Gran Turismo 4, dirijir um carro desses só no video game.
Tenho uma mini dessa escala 1:18, by Revell Metal
Acho que a foto é numa autobahn, não só por causa da falta dos “visores” para os pneus, como também pela carenagem nas caioxas de roda e pela falta de numeração. Este era exatamente o formato usado para as tentaivas de recorde. Quando usado em Avus, o carro era numerado, tinha as rodas sem carenagem e os visores para o piloto verificar o estado dos pneus.
O carro era o mesmo Typ C usado no Rio de Janeiro, no Circuito da Gávea ou Trampolim do Diabo de 1936, pilotado por Hans Stuck, apenas que aqui foi usado o modelo Grand Prix. Só perdeu para o Carlo Pintacuda, com Alfa-Romeu, devido à chuva que caiu durante a parte inicial da corrida, não retando tempo para a recuperação total quando a pista secou. Foi, disparado, o melhor carro de Grand Prix de sua época.
Não entendo de aerodinâmica mas, apesar das formas do carro proporcionar baixo CX ele deve ter empucho ao invés de downforce…
Avus: para o jogo Gran Prix Legend há um patch para esta pista.
Esta foto está no livro The Complete History of Grand Prix Motor Racing, de Adriano Cimarosti – 1997, nas páginas 112/113. Na página 111, está escrito que esta foto foi tirada num treino em AVUS, em 1937.
Ricardo Cunha
E com todo o respeito ao Veloz e ao Chefe, esse carro pareceo carro do Corredor X, irmão do Speed Racer…
Sem comentários, nota 1000 para este cara, isto sim é ser criativo, é certo que a necessidade obriga a busca de novas soluções, mas esta foi alem do que poderia se imaginar.
Agora que li que o Flavio disse que a foto é em Avus.
Realmente pode ser, pois os Auto Unions Stromlinien correram lá em 36 e 37 – este da foto é de 37.
Avus era uma pista suis generis, pois eram apenas duas curvas ligadas por duas retas de 9 kms cada.
Mas eu continuo achando que esta foto é na estrada e não em AVUS.
Os carros de corrida feitos para AVUS tinham algumas diferenças, principalmente no paralamas onde existiam pequenos buracos para que se pudesse avaliar o estado dos pneus.
Apenas complementando nosso colega VelozHP:
Nos anos 30 a Mercedes Benz e a Auto Union disputaram par e passo os recordes de velocidade.
A Alemanha daquela época era conduzida por uma politica elaborada por um tal de Adolfo H., que insistia em bater na tecla de que os alemães eram os melhores do mundo em qualquer coisa.
Este Adolfo H. construiu as melhores estradas para que os alemães pudessem passear com seus carros populares, os Volkswagens, sem maiores problemas atraves do pais.
Na verdade estas auto-estradas foram construidas já com o firme proposito de facilitar as movimentações da parafernália militar pela Alemanha.
Elas eram as “autobahns”, e nelas as competições de velocidade máxima era realizadas.
O carro da foto é o Auto Union Typ C Stromlinien, provavelmente na Reichsautobahn, a 1ª Autobahn de Adolfo H. que ligava Frankfurt a Darmstad.
Este Auto Union alcançava uma velocidade de 406,32 Km/h NUMA ESTRADA COM APENAS 7,5 METROS DE LARGURA !!!
Rosemeyer viria a morrer mais tarde, na manhã de 28 de janeiro de 1938, quando iria tentar quebrar o recorde estabelecido por seu amigo e concorrente, Rudi Caracciola da Mercedes.
Sua morte ocorreu na Reichsautobahn, e a causa de seu acidente até hoje é controversa.
O vento de fato existia, mas o carro, que era diferente desta da foto, tinha diversos adendos aerodinamicos aparafusados em sua carroceria.
Existem algumas testemunhas que dizem ter visto uma desta partes se separar do carro quando ele estava perto dos 450 km/h, causando um desequilibrio total da linha reta que ele tentava manter.
FG, além do fato dele ter pilotado pela auto Union, qual a razão dele ser o seu único ídolo no automobilismo?
o que mais impressiona, além da aerodinâmica e motores, é que naquela época os pneus não eram como hoje…. imagina rodar a mais de 300 km/h nos banks de avus, monza e Europa adentro, naqueles pneuzinhos…..
Esse foi fera e um dos primeiros ET`s da história do automobilismo junto com Tázio Nuvolari. São da mesma época e vieram juntos do motociclismo onde fizeram misérias e foram campeões várias vezes.
Rosemeyer morreu pilotando esse carro da foto quando tentava bater o recorde de velocidade na pista de Avus. Um golpe de ar de lateral fêz o carro voar para fora da pista a mais de 400 Km/h.
A morte dele abalou demais a combalida Alemanha da época que se preparava para detonar a II Guerra Mundial e precisava de todos os seus ídolos em todas as atividades para a propaganda hipnótica nazista de enrolação do povo.
Foi enterrado como herói, e isso ele era mesmo, e dos grandes.