Ladaland (sexta)
SÃO PAULO (fica bem) – Recebo e-mail de conhecido blogueiro, que divide conosco as alegrias de seu novo lar.
Kamarada Gomes, boa tarde. Obrigado por esclarecer, ontem, minhas novas atividades agropastoris a esses caluniadores reacionários e capitalistas que frequentam vosso espaço. Notei a admiração de todos em cada palavra e uma certa inveja de nossa nova condição de vida. Depois que nos livramos das minas de alumínio e passamos a nos dedicar ao campo, tudo mudou. Somos pessoas mais saudáveis e felizes. E nos damos até o direito de algumas excentricidades. Minha noiva canadiana resolveu colocar seu carro dentro de casa! Sim, a paixão pelo automóvel é tanta que ela não quer que ele durma na rua nunca mais. Retiramos os móveis, a TV de 14 polegadas, a vitrola e, com a ajuda de nossos simpáticos vizinhos logramos sucesso na empreitada, que não foi das mais fáceis. Mas tudo vale a pena quando a alma não é pequena, não é mesmo? Ficou ótimo, pois do nosso quarto, com a porta aberta, podemos observar o veículo a repousar no aconchego do lar. Se alguém tiver idéia parecida, podemos mandar mais fotos que mostram passo a passo como fazer para passar o carro pela janela sem riscar a lataria. Obrigado, Leandrov Alfonsov.
É, sempre ouvi de algumas pessoas que determinado carro ou moto é tão bonito que merece ficar na sala de casa. Poucos são os que levam o desejo a cabo. Fico feliz pelo casal.
É Flávio… No coração tudo cabe quando a alma não é pequena…
:-) :-) :-)
Na verdade, dadas as circunstâncias, é provável que o Lada em questão estivesse dando vazão aos seus instintos mais primitivos, berrando ao seu dono:
– Vai, puxe-me pela janela, atira na parede e me chama de lagartixa!
Daí acabou assim, como bandido querendo pagar uma de papai noel e ficando entalado na chaminé… ou janela, como queiram…
O guardinha? Estava afastando os curiosos com a famosa expressão do “que é? Tá olhando o quê? Não é meu não… vaza!”
Bem amigos da Rede Gomes, boa tarde.
Pelo jeito esses agentes da KGB pretendem estragar a minha digestão reiteradamente. Não vão conseguir, é claro.
Novamente ao retornar do meu burguês almoço pantagruélico e farto, vejo ilações mentirosas à minha feliz vida pessoal e amorosa.
Qual ser humano ocidental, capitalista, democrático e feliz como eu seria capaz de de se sentir humano numa favela oriental dessas cuja única serventia para mim é servir de alvo para mísseis balísticos ? E, em se sabendo que dentro dela há um Lada, dois mísseis balísticos por alvo deverão então ser lançados para que não restem pedras sobre latas na montanha de lixo final.
Observem pois, a linguagem corporal dos aborígenes da foto. Vejam se é possivel existir algúm resquício de felicidade na vida deles, se é que algúm dia existiu. Analisem a expressão e o olhar do marciano nervozinho. Tentem encontrar nelas alguma chance de felicidade ou boaventura na vida.
São rostos marcados pela total distância do que seja uma vida mentalmente digna e socialmente aproveitavel e o fato de um Lada ser objeto de adoração e valoração a ponto de colocá-lo dentro do barraco, mesmo com todas as dificuldades técnicas que a pobreza de recursos representa, só confirma minhas piores deduções.
Sempre digo que nenhum problema pode ser resolvido pelo mesmo estado de consciência que o gerou, mas nesse caso, o pior é não saber onde está o problema, pois tudo e até você fazem parte da mesma catástrofe.
Que horror, oh Senhor, criador do Céu e da Terra e do esgoto que a rodeia. Isso deve ter sido uma provação ou uma pegadinha Dele, ainda não cheguei a uma conclusão.
A outra teoria é a de que, como até Deus descansou no sétimo dia, então o diabo aproveitou a porteira aberta para defekar no paraiso alheio. O resultado é esse aí da foto, estilhaçado em vários lugares do mundo.
Por isso hoje em dia vemos e convivemos com tantas pessoas com a cara igual a desse infeliz aí da foto pois, nada é tão odioso para as mentes medíocres, como a superioridade da felicidade alheia. Aí está, no mundo em que vivemos, a fonte dos ódios humanos.
Por isso, amem-se ou matem-se. O mundo ficará melhor assim.
A luta continua, a luta continua…
Saudações камрад Flávio! Temos que nos defender da propaganda do sujo capitalismo selvagem. Contra o tal Jeremy Clarkson, por exemplo. Veja em http://www.youtube.com/watch?v=j3xoRQd0dLk mas prepare-se. São imagens terríveis e tristes.
Ik … garçon nesta mesa de bar… tocava a vitrola , uma “bolacha ‘de acetato de 33rpm., pelo cantor russo REGINALDOKOVISK ROSSINOV .. acompanhado de sua babucha….” Lamentável o que fizeram com a cerca…..
Dificil saber qual o mais resistente ???? o veículo alpinista ou a casa de tijolos aparentes. A cerquinha azul e a vidraça, por hora, estão pagando parte da conta; não tem importancia. A casa ficará mais arejada ….E o telhado então ? Absolutamente ecológico. As telhas de cimento-amianto são extremamente saudáveis. Vê-se logo, o pq da mudança. Para que ficar num condominio decadente se se pode viver num local tão aprazível.
O que faz a Kátia – um nome típicamente russo, redução de Catarina; e, sendo russo, bem do ramo de etílicos e seus efeitos nefastos – quando o cidadão não sabe lidar com ela…
Percebe-se que é um 2105 com mecânica de Niva… Sobe até parede!!!
A TV de 14 polegadas, a vitrola… Até onde esta história do Lada irá chegar? Caramba, este Flávio viaja na maionese com este assunto. Mas não tenho como negar que é muito engraçado!!!
Se eu tivesse grana pra comprar uma F1, não colocava na parede: colocava na pista.
Pelo jeito o etílico V-HP calibrou forte na cidra de maçã do Lada verde e errou a entrada da garagem…mas pelo que se vê, é um carro prático: cabe em qualquer lugar.
Além desse da Ferrari, teve aquele jornalista-repórter-piloto-apresentador de televisão que colocou uma Jordan pendurada na parede.
Quem sabe o nosso amigo Leandrov Alfonsov não fará o mesmo?
conheço um cara que reformou a sala de estar e colocou um desses jegues vermelhos de Modena dentro, perto da lareira.. Ele disse que quer olhar para ele quando estiver jantando ou vendo TV. Pela cara de assutado do loirinho do resgate, ele tá perguntando “como ele fez isso (fácil: vodka demais, freio e perícia de “menas” ). No caso do Lada, ficar do lado de fora já tá bom (na frente da casa do vizinho é melhor, ‘umilha ele” faz passar por pobre, incapaz, etc.) O meu cachorro pula a janela quando quer fazer o número dois, mas não fica enroscado na cerca.