Não pegou

SÃO PAULO (como tantas) – Na coluna Retrovisor de ontem, Roberto Brandão conta como foi a última corrida do Brasil.

Sim, a última, em 1976. É que o governo proibiu as corridas por conta da crise do petróleo.

Só que a lei não pegou.

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reginaldo
reginaldo
16 anos atrás

Oiê Brandão, meu amigo, sumido:
Sua coluna reflete com riqueza o que ocorreu naquela semana.
Só que aqui no post vc misturou um bocado de coisas que, misturadas, não se engolem.
Por exemplo: ainda bem que ele (o pastor (vira-latas) alemão), conseguiu segurar aquela cobra venenosa do Paulo-que-apodreça-no-inferno-Arns. Como, até o capeta, vez em quando faz algo que preste, reconheço umas POUCAS ações capitaneadas pelo cardeal. Mas, a maioria…tasc tasc tasc…Na época do Lamarca (já comentei isso por aqui) minha vizinha era irmã, do então Bispo Paulo, e muita coisa se falou do irmão. Claro que são visões distintas do mesmo cubo (só se vê tres lados de cada vez não é?) e motivo mais que suficiente para continuadas palestras históricas entre amigos, naquela altura, em lados opostos.
Esta fazendo falta os farnéis onde falamos de tudo. Programe-se para o Rio e avise. Eu estarei por lá, certamente e será um prazer reencontra-lo e conversar sobre os anos de chumbo; ops, pra quem mesmo?…
Abração

Roberto Brandão
Roberto Brandão
16 anos atrás

Pessoal,
Voltando….
Pandini – o meu e-mail está aí encima. Ou, basta clicar no meu nome na coluna, que aparece. Você está certo, mas relatei a promessa (parole, parole ….) da época.

Não era só o Ford que se utilizava do álcool, no início do século XX; a maioria dos motores a explosão usavam este combustível. Mas foi o Brasil que aperfeiçoou, tornando-o um combustível alternativo de verdade, no Próálcool. O que temos de tecnologia de ponta nesta área é surpreendente.
À época, para cada kcal produzida, gastava-se quase o equivalente, a produção de álcool só se tortnava competitiva com o barril de petróleo acima dos US$ 42. Hoje, há excedente de energia numa Usina de Cana e o nosso álcool só deixa de ser competitivo se o barril de petróleo baixar de US$ 12.
Mas, o divertido de tudo foi a última corrida do Brasil. Choradeira, música, revolta, tristeza etc, para tudo acabar em pizza e voltar a dantes no quartel de abrantes.
Mas matou as provas de longa duração, grande atração das pistas brasileiras.
Na época, o Charles Nacache e o prefeito de São Paulo, explicaram ao pastor alemão-general-arremedo de presidente que 15 minutos do trânsito de São Paulo consumiam mais combustível do que todas as competições esportivas do Brasil em um ano.
Mas, o imbecil, que quase quebrou o Brasil com suas obras megalomânicas, como bom militar, não podia ser contestado – só obedecido (afinal, era um general!).
Devemos a esta figura o incentivo, inclusive com benefícios financeiros e isenções de impostos, para o crescimento e expansão das igrejas evangélicas e eletrônicas, de forma a minimizar o poder de D. Paulo Evaristo Arns, cujas ações para a preservação dos direitos humanos e para garantias constitucionais impediam a hitlerização de nosso pastor alemão.

Beto Carpini
Beto Carpini
16 anos atrás

Ainda bem que vivemos em um Pais em que existe leis que não pega. Reclamamos muito que algumas não pegam, mas está festejamos o fato dela não ter pego!

Claudio Ceregatti
Claudio Ceregatti
16 anos atrás

Bela coluna, sumido Brandão…
Não estava na última, como o nosso amigo Joaquim.
Mas estive na primeira à alcool, em setembro de 1979, no Rio de Janeiro.
Lembro bem que quase ninguem tinha ainda “a mão” do carro, e as manhas dos motores. Todo mundo andava com um excesso danado, e a gente ficava meio tonto só com o cheiro do escape dos carros…
Não tenho bem certeza, mas acho que foi justamente nessa prova que fui com uma namorada da época, a Darlene Dalto, na época colunista social do Diário do Grande ABC.
Depois de sofrer por anos e anos empurrando carros pelo Brasil, dormindo em Kombis ou ao relento, sofrendo na mão de piloto pão-duro e braço-duro, desta vez me diverti muito mais do que sofri…
Caramba… Faz tanto tempo que até parece uma outra vida.

Jonny'O
Jonny'O
16 anos atrás

Que bela coluna!Parabéns Brandão, que alias anda muito sumido!

Mas tem uma coisa que é muito estranho para mim ,mas é um fato.
A melhor epoca do automobilismo brasileiro foi justamente no periodo da ditadura .
Por que?

Júnior: o verdadeiro
Júnior: o verdadeiro
16 anos atrás

Ao Dú:
Henry Ford fez funcionar seu 1° veículo modelo A com álcool. Depois com o Ford modelo T é que passou a ser usado a gasolina, derivado do petróleo muito mais barato e prático na época. Até porque a produção do álcool já naquela época era caro.
Corrija-me, se eu estiver errado.

VELOIZ - AGAPÊ
VELOIZ - AGAPÊ
16 anos atrás

A CRISI DO PRETÓLIO SO AOMTECESSEU GRASSAS AUZ PAIZES COMUNIZTAS QIU ACABAN QUM A LIBERDADI DAS PEÇOAS E NAM PERMITI QUE AZ PEZZOAS IZCLARESSIDAS DA DIREITA DO TERSSÊRO MUMDU POSÇAM GAZTAR SEU PRETÓLIO TRAMQUILAMENTI OZ PAIZES COMNUISTAZ INFILTRARAN O LULA NA PREZIDENSSIA DO BRAZIL E AJOGRA E QERIAM, ACABÁ CUM AZ CORIDAZ BOICOTAMDU O PRETÓLIO!

VIA BUXH VIVA FHÇ VIVA OLAVU DI CARVALHU VAM PRU IMFERNU SEUZ CUMUMIZTAZ ATEUZ!

Dú
16 anos atrás

E o legal, foi a adaptação para o ácool, seja no automobilismo, kart ou motociclismo. Taxas, giglagem, ignição, desenho diferente nas janelas dos 2 tempos. Corríamos atrás de álcool isopropílico para tirar a umidade na mistura. E os cobertores molhados nas provas de longa duração no reabastecimento! A criatividade do Brasileiro suplanta qualquer papagaiada governamental. Quem correu primeiro com alcool? Nós aqui ou os Indy?

joaquim
joaquim
16 anos atrás

O Brandão relata com muita competência e precisão o ocorrido naqueles dias. Sim, é verdade, eu estava lá e desde a quinta feira anterior o bochicho já corria solto nos boxes. Na sexta feira, a notícia explodiu no meio de mecânicos, pilotos e preparadores: estavam proibidas as corridas de automóveis no Brasil. Medida mais política e de caráter psicológico do que prática. O presidente da CBA na época, Charles Naccache, se mandou para Brasilia com seu staff e conseguiu a liberação da prova e de todas as competições a serem realizadas naquele fim de semana. A corrida transcorreu num clima de velório – se é que a Divisão Um permitia essas coisas naquele tempo -, ficando a expectativa no ar. O efeito imediato foi a redução de todas as provas longas, tanto que as tradicionalíssimas 12 Horas de Porto Alegre foram reduzidas para quatro horas, largando num esdrúxulo horário: das 3 da madrugada às 7 da manhã. No mais, é como o Brandão muito propriamente lembrou. No ano seguinte, adotou-se o regulamento do Grupo Um FIA, reduzindo-se as corridas para duas baterias de 45 minutos cada, a exemplo do campeonato paulista da modalidade. Em 77 houve nova ameaça de cancelamento, só debelada com a promessa de utilização do álcool hidratado (o que servia às mil maravilhas para a propaganda oficial, diga-se). O álcool só foi efetivado em 1979, no dia 7 de setembro com o Festival do Álcool no RJ, em Jacarepaguá, reunindo todas as categorias brasileiras num Racing Day. Um mês depois , em 15 de setembro, realiza-se no RS o primeiro rally a álcool no mundo, a quinta etapa do campeonato gaúcho.
Estava vencido o desafio, ninguém mais falou em acabar com nossas corridas. Pelo menos até hoje, apesar das tentativas do prefetio carioca e dos organizadores de corridas do campeonato paulista, que vive às moscas.
Isso aí…

Luciano
Luciano
16 anos atrás

Gostaríamos de conhecer o relato do Joaquim.

D.Pierotti
D.Pierotti
16 anos atrás

Brandão, quando vai sair seu livro ?

Pandini
Pandini
16 anos atrás

Flavio, só dê um toque no Brandão (não tenho o e-mail dele): os carros passaram a correr com álcool em 1979, depois de uma segunda proibição governamental. A de 1976 foi revogada e as corridas continuaram acontecendo até julho ou agosto de 1979, com o automobilismo esportivo tendo que se contentar com “cotas” de gasolina. Isto “matou” as corridas de longa duração e afetou drasticamente os campeonatos regionais. (LAP)

jung
jung
16 anos atrás

linda coluna, o brasil é mesmo realismo fantástico.
ah, e que escrete na corrida!
parabéns.

Thiago Pereira
Thiago Pereira
16 anos atrás

Muito bom! Continua sendo a melhor coluna.