Cabeça ao ar
SÃO PAULO (como podia?) – Marcvs Avrelivs manda esta foto de José Carlos Pace com uma Alfa que merece da blogaiada emérita muitas histórias. Mais histórias, na verdade, porque dia desses publiquei outra foto desse carro aqui que suscitou muitos comentários.
Mas essa, chama a atenção o Avrelivs, é particularmente interessante porque mostra o nível da segurança dos carros de corrida nos ano 60. Vejam a cabeça do piloto. Tem santantônio que salva?
Não lembro que corrida foi,mas eu vi esse carro ser destroçado em Interlagos na volta de apresentação nas mãos do Marivaldo.Ele caiu num dos barrancos no miolo e o carro dobrou ao meio.Depois eu vi os pedaços ainda com tufos de terra e capim, em cima da carreta num canto da oficina da Jolly na rua Frederico Steidel.Se foi importação temporaria,imagine a cara dos proprietarios, ao receberem os restos mortais!
Caro Pé de Chumbo,
Antes de mais nada, o motor do 1093 tinha a mesma cilindrada dos Dauphine e Gordini, ou seja 850 c.c.
Os primeiros Interlagos – 1962 – eram oferecidos com os motores 850 c.c. para as versões Coupe e Conversível.
E com um motor 1.000 c.c. para a Berlineta.
Mas nos anos seguintes, todos eram equipados com o motor 850.
Para as pistas, andavam com o motor 1.000 e tb com um motor 1.100, invenção do Tio Redelèe, coisa doida que tinha as bielas curvas – acredite se quiser…
Estas 2 versões no bloco do velho motor Ventoux.
Os Alpine A110 que andaram com motorização 1.100 c.c. e 1.300 c.c., já usavam o bloco do R8, maior e mais resistente.
Grande abraço !
Oi Sidney !
Sua memória está certa !
Eram 270 HP a 9.000 RPM mesmo.
E o câmbio Colotti tinha 6 marchas mesmo, que assim como o Hewland, podiam ser trocadas para acertar o map ideal da pista.
Este carro foi o sucessor das TZ, mas junto com os problemas das Montreal, deixaram o Carlo Chiti um pouco mais careca.
Tanto é que a 33/3 apareceu com um projeto inteiramente novo.
Das 33/2 eles só usaram o scudetto.
Apesar de tudo, a 33/2 Stradale entrou para a história como um dos mais belos automóveis fabricados.
Como é bom conversar com quem entende e conhece as coisas por dentro das pistas…Espero aprender muito com vocês…
De vez em quando farei umas perguntas impertinentes, se não se importam, começando por esta:
-A Berlinetta Interlagos corria com motor do 1093 preparado ou com motor de Alpine 1300?
Alfa P-33 ; Marivaldo fernandez , hum…. e hoje o que temos ? t
Isso aqui é uma aula!!!
Obrigado pelo delicioso excesso de conhecimento…
As Maserati MC12 que correm no FIA-GT atual também têm configuração com e sem teto, facilmente desmontável. Em Zuhai correram as duas versões.
T-33, não P-33…
Caro Sr. Ponto, rs.
Não me lembro certo a quantidade de cavalos desta Alfa, lembro-me que Moco me falou que girava, se não me falha a memória, é bem provável que falhe, há uns 9000 giros.
Falou-me também que possuía 6 marchas pra frente, era bem leve uns 650 quilos com o tanque totalmente cheio, o que dava uma relação peso/potência excelente.
Lembro-me também que ele disse que havia inúmeras combinações de relações de marchas, o que permitia acertá-la para qualquer circuito.
Quanto ao Joaquim, Sr.Ponto, percebi que vc está brincando com ele, pois eu o considero um dos maiores conhecimento vivo de nosso automobilismo, a ele sempre presto minhas sinceras reverências.
Permita-me discordar do Sr., Ponto, esta Alfa andava muito, sobretudo, porque era preparada pela eficiente Auto Delta e tinha Moco como piloto, que dispensa comentários. Ele deu azar nos 1000 Kms da Guanabara 69, quando foi passar um Puma que pelo visto, não o viu atrás, (ela era bem baixa) visto que o Puma estava fazendo a tomada para entrar na curva Norte e Moco vinha ultrapassando-o pela direita, exatamente no lugar da tomada da curva.
Aconteceu um caso parecido comigo nas 250 Milhas do Rio, 68, quando no meio da curva do S, eu que estava aquela altura em três cilindros, com Karman-Ghia VW 1600, sem querer, atrasei Milton Amaral que vinha atrás no Patinho Feio, por não vê-lo, devido a altura do Patinho ser bem baixa.
Ainda neste sábado passado, estive conversando com Ricardo Achcar e ele me disse que era pra lá de comum serem fechados com o Patinho devido não serem percebidos devido a sua pouca altura.
No próximo sábado vamos editar este filme e colocar no youtube, se prestar bastante atenção verá Milton Amaral, gesticulando pra mim, reclamando, visto que por não vê-lo atrasei um pouco sua briga com Emílio Zambello, o que nunca foi de meu feitio, visto ter andado muitas vezes na frente e ficar p da vida quando um retardatário me atrasava.
Da mesma forma, se tudo der certo, no outro sábado seguinte a esse, vamos editar as 300 Milhas do Rio,68, onde, por falta de sorte, um teimoso parafuso do carburador se soltou das mãos de um ajudante de mecânico indo cair em um dos cilindros, ficamos de novo apenas em três , dentro do S, fiz sinal com a mão para Emerson me passar com seu Fittipaldi-Fusca com duas tomadas de ar no teto, a fim de não perder tempo, pois estava disputando uma posição com outro concorrente que me passava na reta e eu o passava no miolo, Emerson confiou em mim e passou ali no meio do S, nestes tempos todos que corri e acompanhei corridas, acho que foi a única ultrapassagem neste lugar.
Caro Zampa
Apenas um equívoco, a corrida que você se refere foi os 1000 Kms da Guanabara 69, esta foto foi tirada nas Três Horas 68, sobre o incidente com o Puma, detalhei acima.
Abs a todos.
Tá bão, Joaquim, tá bão.
Por essa vez passa !
Mas na próxima, o Sidney e eu iremos caçar sua permanente do planetário !
E sem perdão ! Hahahahahhh…
Mas com certeza vc pensou na potência do 908.
O engraçado é que o 907 tb tinha uma potência específica alta.
Com 320 HP e 2.200 c.c., estava bem no gargalo para as provas de endurance.
Já o 908/2 , com 3 litros e “apenas” 350 HP, provou ser mais resistente.
E o resultado foi empilhar um caminhão de troféus.
Abraços,
Tem razão, senhor Ponto.
Devo ter trocado as bolas com Porsche 908 ou similares. Mas obrigado pelas correções, confiar na memória dá nisso.
Quanto à “minha completa desmoralização”, fiquem tranquilos, não estou com toda essa bola não.
Sou só aprendiz de feiticeiro.
hahahaha….
Caro Sidney,
Por favor, não seja complacente com o Joaquim ! Temos a obrigação de desmistificar este “ômen” como a memória viva do “ôtomobilismo” nacional ! Hahahahahhh…
Ele chutou a potência da 33/2.
Mas, brincadeiras a parte, acho que vale aqui comentar + algumas coisas sobre este lindo automóvel.
A potência específica de 135 HP/litro comprometia muito a durabilidade do motor 2 litros. E graças a isto, a 33/2 quebrou muito !
Por outro lado, com 270 HP, não era carro para disputar a ponta com os demônios da época.
E agravado pelo chassis tubular, desenvolvido com uma liga estranha e cara (esquecí o nome…).
A 33/2 colecionou algumas parcas vitórias, principalmente na categoria 2 litros. Mas no geral, foi um projeto fracassado.
Já a 33/3 apareceu como um carro completamente novo !
Tanto no chassis monocoque, como no motor V8, 3 litros, 4 válvolas e 450 HP na última versão.
Esta sim, um verdadeiro puro-sangue !
Abraços,
Não sei se estou vacilando mas eu estava lá naquela corrida e acho que o Lito Cavalcanti era uma dos perversos bandeirinhas -sempre me expulsavam do matagal mais próximo do miolo. O Puma da dupla Paulo Artur/ Miudo (cariocas) , FECHOU A porta para o Alfa e acabou a corrida para os dois.
Joaquim
Como sempre tudo certo que você falou.
Esta foto foi tirada pelo saudoso fotógrafo e amigo Waldir Braga, “Estrela” nas Três Horas da Guanabara 69, onde, inclusive, pra variar, Moco venceu.
Apenas uma pequeníssima correção, esta Alfa estava com 6 marchas, não 5.
Abs.
Alfa Romeo P33/2. Ou Tipo 33
O 2 é do motor 2 litros. Um V8, com 4 comandos e 270 CV.
Este carro teve um triste fim no braZil e acabou em um caixote.
Não tem santantonio para proteger, pq se o um miserável de um piloto capotar uma jóia dessas, merece ficar sem a cabeça mesmo…(rs)
Sem querer discordar do Joaquim, a alfeta mostrou, sim, o que valia, na primeira vez que correu no Rio. Eu estava na curva do S, no sábado do treino, e ver a aproximação da curva feita pelo Moco, e depois, todo o contorno do S, foi de arrepiar. Era a primeira volta que ela dava na pista, e, toda a turma da sinalização, da qual eu fazia parte, ficou babando. Até hoje lembro o urro do motor, o cheiro da borracha derretida, e a incrível sensação de velocidade (sensação o cacete, foi real paca!) passada pelo carro, isto é, pelo Moco. Foi a combinação perfeita de se ver, carro/piloto. Estava para os outros bicho-papões como um Porsche para fuscas. E olha que foi nessa corrida que o Rato estreou o dois-motores, outro orgasmo, ao fazer a curva sul…
Ahhhh vou até dormir melhor com uma imagem dessas…..pena estar sem cor e sem som…FORZA FIAT.
Em tempo, essa “brecha”está prevista no Anexo J, para quem quiser ler.
essa “semi capota” ocorreu pelo regulamento da FIA. Os carros “abertos” podiam ter um peso menor, então vários projetos da época foram feitos com o “teto solar” . Para citar alguns de memória : 330 P3, o Ford F3L – P68, a Alfa P-33, o 910, etc. Quando o Circuito era de velocidade (Le MAns) a configuração fechada era melhor aerodinamicamente, mas nos circuitos “médios” os abertos levavam alguma vantagem.
A P-33 tinha capota sim e a utilizaou umas poucas vezes. Curioso é lembrar que também as Ferrari 512S tinham a opção com e sem teto e quanto pilotos altos como Mike Parkes corriam na versão fechada, havia um ressalto na capota. Outro fato curioso é que nas Mil Milhas de 1970 quando veio a 512S de Corrado Manfredini e Gianpiero (Momo) Moretti favorita para a prova o Alcides Diniz experimentou o cockpit e disse que não cabia no carro. Mesmo com a “corcova” na capota imaginar que o capacete ultrapassa o santantônio é muito estranho. Esse Alfa veio para a exposição da indústira italiana em São Paulo, no pavilhão do Ibirapuera, ficou em posição de destaque na entrada e depois por aqui ficou. Até o fim…
A foto é da temporada de 1969 quando a Alfa P-33 da Jolly Gancia foi pilotada em dupla ou alternadamente entre Marivaldo Fernandes e José carlos Pace. Motor V-8, dois litros, coisa de uns 350 HP, cinco marchas, uma gracinha. Vi este carro correndo nos 1000 Km da Guanabara e nos 500 Km de Salvador de 69. Pena que tanto no circuito de rua baiano como no antigo Jacarepaguá, a Alfa não podia mostar todo seu potencial.
Outra pergunta: essa P-33 tinha capota?!?
Gomes, está sem a foto !