Um (belo) fracasso

SÃO PAULO (perde-se e ganha-se) – O Thiago Pereira foi quem mandou este vídeo com os primeiros testes da Brabham BT55 em Jacarepaguá.

Para além da história do carro — lindo, mas um fiasco que marcou apenas dois pontos em 1986 e, para piorar, foi nele que De Angelis morreu —, as imagens são bacanas porque mostram uma outra F-1. Do projetista Gordon Murray sem camisa dando entrevista, das mesinhas e cadeiras vagabundas nos boxes, dos mecânicos de bermudas.

De um outro tempo, enfim.

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Sidney Cardoso
Sidney Cardoso
16 anos atrás

Filipe W
Engraçado, aconteceu o mesmo comigo, também estava lá e estava procurando no vídeo se, por acaso, aparecia.
Tirei várias fotos neste dia.
Caca
Tenho uma foto linda do Senna com o número 12 neste dia.

Carlos Trivellato
Carlos Trivellato
16 anos atrás

De fato, o carro era uma bomba, mas era lindo! Tive a oportunidade de vê-lo no salão de Genebra daquele ano, foi apresentado girando em pé, na vertical.
Era chato como uma panqueca, era possível ver os braços do piloto. Além de todos os problemas, ainda sofria com uma refrigeração deficiente. Lembro-me que nos testes no Rio, os mecânicos cortaram partes da carenagem para ver se a temperatura abaixava.
Um verdadeiro “bel’Antonio”!

Ultraman Grand Prix
Ultraman Grand Prix
16 anos atrás

Este carro é bem parecido com o da McLaren de 1988, com exceção das asinhas na frente das rodas traseiras. De resto, é bem parecido.

Caca
Caca
16 anos atrás

Ah, detalhe.

Nesse video é mostrado o Senna andando de Lotus #11, o que só aconteceu nesses treinos, a pedido dele, que queria abandonar o #12.

Só que a Players, patrocinadora da Lotus na época (via cigarros JPS), pediu que ele voltasse a correr com o #12, para que eles pudessem usar o material publicitário de 1985 (fotos, videos, etc) tb no ano de 1986.

Caca
Caca
16 anos atrás

Esse é um trecho do video “Acelere, Ayrton”, que saiu em 1986. Mostra, além desse trecho, muitos outros momentos dos testes de janeiro de 1986 em Jacarepaguá.

Dirigido por Roberto Farias (o mesmo de “O Fabuloso Fittipaldi” e irmão do ator Reginaldo Farias), só foi lançado em VHS e ainda é encontrado em prateleiras de videolocadoras com acervo antigo, como a 2001 aqui de SP.

Vale conferir!

R/T
R/T
16 anos atrás

Em algum lugar li que o Murray não entendia porque a potencia não chegava ao solo, nem o downforce

´Zé
´Zé
16 anos atrás

Qualquer semelhança com o McLaren MP4/4 de 1988, que deu o título a Ayrtn Senna, é mera concidência…

Sirlan Pedrosa
Sirlan Pedrosa
16 anos atrás

Era um carro muito avançado para época, e necessitava de um motor desenvolvido especialmente para ele.

O Motor BMW foi então adaptado, inclinado para o lado a fim de ficar mais baixo, e nunca conseguiu uma lubrificação adequada.

Mais fez história. A posição de pilotagem, cadeira ginecológica, está até hoje em todos os monopostos de competição. E o MP4/4 que ganhou 15 corridas de 16 em 1988 era uma evolução deste conceito, como alguém já mencionou.

Além do mais o carro era lindo !

Acho que o BT 55, o marche 881 de 1988 e o Ferrari de 1989 foram os carros que deram mais contribuição para o que encontramos na F1 e nos monopostos em geral.

O BT55 pela posição de pilotagem e atenção ao arrasto aerodinâmico e área frontal.

O March 881 pela atenção dada ao fluxo de ar sob o carro (foi o primeiro F1 a ter a frente mais alta), além de ser extremamente extreito e de levar os detalhes aerodinâmicos ao extremo.

A Ferrari de 1989, embora não tenha influenciado na aerodinâmica, foi o primeiro F1 com câmbio semi-automático.

Carros para a história ! Projetados por engenheiros lendários, Gordon Murray, Adriam Newey e John Barnard.

Por falar nisso, alguém sabe por onde anda o Gordon Murruy e o John Barnard ?

Um grande abraço a todos

André Buriti
16 anos atrás

Realmente é de dar dó ver estas imagens de Jacarepaguá nos seus áureos tempos e comparar com o que sobrou hoje.
Mas o que realmente salta aos olhos é o despojamento dos boxes e dos mecânicos, uma simplicidade que desapareceu em troca dos rios de dinheiro dos direitos de transmissão da TV dos patrocinadores.
Não que o dinheiro seja ruim, mas tira a espontaneidade das pessoas, hoje o Gordon Murray daria aquela entrevista dentro de uma sala refrigerada vestindo uma camisa com o logo do patrocinador e não sentado do lado de fora do boxe sem camisa, e se bobear até com uma latinha de cerveja do lado escondida fora do foco da camera.
São os novos tempos, em que cada segundo de exposição na mídia é explorado de forma mercenária, temos que nos acostumar com isso.

Ricardo Bigliazzi
Ricardo Bigliazzi
16 anos atrás

Muito bom o link. Realmente era um carro avançado para a época, os conceitos aplicados só foram vingar no modelo da Mclarem em que o Proust e o Senna usaram na temporada de 1987 e que deu o 1º titulo ao brasileiro. podem reparar como podemos ver os ombros do Elio de Angeles, busquem uma foto da Mclarem de 87 e vejam a semelhança. Pouca gente se lembra mas o Gordan Murray trabalhava na Mclarem naquela época. Bons tempos de uma F-1 onde a “mão na graxa” ainda fazia a diferença.

Abraços

Thiago Pereira
Thiago Pereira
16 anos atrás

E não é que ele publicou mesmo.

Thiago Azevedo
Thiago Azevedo
16 anos atrás

Carango lindo mesmo!

Ubaldir Jr.
Ubaldir Jr.
16 anos atrás

Lembro-me que apelidaram o bólido de “missil” devido à sua aerodinâmica arrojada.
O que salta aos olhos quando vejo os carros de fórmula 1 até a década de 80 é a diferença de segurança para os pilotos. Os pés ainda se alojavam a frente do eixo dianteiro, o piloto ficava visivelmente exposto, o santo antônio era quase que figurativo, uma vez que em caso de capotagem ele pouco seria capaz de proteger a cabeça dos destemidos da época.
O frenesi em volta desse carro no início de 86 foi realmente muito grande. A Brabham, ainda no embalo dos anos de Piquet, era tida como equipe de ponta, e todos estavam com grandes expectativas com relação ao modelo. Infelizmente ele foi um marco do início do fim da equipe. Claro que vários motivos levaram a Brabham ao fim, como bem foi citado no post do Herik. Mas esse carro realmente foi a marca material do iníco da decadência que levaria a Brabham a fechar as portas. A morte de Élio de Angelis deixou ainda mais marcada a imagem negativa do modelo. Um fracasso retumbante realmente.
Uma pena. Acho que todos que acompanhavam a fórmula 1 de então gostariam de vê-lo dando certo. Não sei se por carinho à equipe que deu o bi-campeonato a Nélson Piquet, ou se por torcer para que um carro tão bonito fosse também vencedor.
Interessante observar no vídeo como se fala com empolgação do valor do projeto: dez milhões de dólares!!!!! O valor chega a ser uma piada na realidade de hoje da fórmula 1.

Solberg
Solberg
16 anos atrás

Bem lembrado. Os grandes carros não “acontecem” simplesmente, não são criados de uma hora para outra e este fiasco eu origem a um carro dominador quando tudo se encaixou (dinheiro, motor, concorrncia preocupada com outras coisas, pilotos, etc. Sem este fiasco, nunca teriamos visto o MP4/4. E a fórmula 1 (mas não só ela) está cheia de exemplos assim.
A Williams campeão com Mansell e Prost foi outro exemplo. Ficou anos colecionando fracassos e experiências, até ficar dominador.
Infelizmente, com as regras autais limitando tudo, fica difícil surgir algum conceito novo e um carro “diferente”. Hoje é tudo variação de um mesmo tema.

Filipe W
Filipe W
16 anos atrás

Putz !

nesse dia eu tava nesse treino, assisti ao vídeo me procurando hehehe

O murray era um figuraça, bermuda jeans desfiada, camisa branca pra lá de surrada e calçava … melissa ! hehehe

parecia qualquer coisa menos projetista de f1.

eh , época boa !!!! ficava nos boxes até o fim da tarde zanzando e acompanhando tudo.

agora os carros são todos iguais, tudo é asséptico, e jacarepagua foi mutilado, em que ponto do caminho esse desvio tão grande foi tomado ?

Rodrigo Meira - RJ
Rodrigo Meira - RJ
16 anos atrás

Fiasco é ver nosso autódromo aqui no RJ do jeito que ele está.

Enquanto isso a prefeitura nada faz para torná-lo internacional novamente.

Uma pena. Brabham e o aitódromo RJ.

Dois capítulos que fazem falta no automobilismo

Carlos Galto
Carlos Galto
16 anos atrás

Eu fui nesses treinos…

O carro não dava mais de 10 voltas e voltava com problemas. Era inacreditável de tão baixo!!

Eduardo Bonates
Eduardo Bonates
16 anos atrás

Tive esse carro na versão da marjorete (acho que é assim que se escreve), aqueles carrinhos de ferro dos anos 80, que viraram febre e que eram boas réplicas dos originais!

Nick Bichinha
Nick Bichinha
16 anos atrás

Fla, meu miguxo.
Que vídeo maravilhoso!
Essa Brabham, como tantas outras, era linda demais!

Legal o vídeo também por causa da juba do Gordon Murray. Confesso que também usava minhas madeixas daquela maneira. hihi.

Mas o que me perturbou (positivamente falando) foi rever o deus grego Elio de Angelis.

Ai, que tudo!

Com aquela cara de Marlon Brando em começo de carreira…

Eita italiano lindo!

Mas depois vem aquele nariz indecedente do Patrese, seguido do Lauda Krueger e bau bau meu entusiasmo boiolístico.

Bitoquinhas e ótima prova em Pira, terra da pamonha, do Nhô Quim, do Rio Piracicaba e otras cositas más.

Ao contrário do que disse o abelhudo Irving, em infeliz momento Nelson Rubens, não estarei no evento.

Uma pena, mas já tinha assumido compromisso com uma turminha e participarei de um evento que discutirá as novas técnicas e variações dos banhos de sais aromáticos e sabonetes artesanais.

Bom final de semana a todos.

Nick B.
(matando a sexta-feira ao som de Autoramas, Fala Mal de Mim).

Francisco Luz
Francisco Luz
16 anos atrás

Bah, mas eram lindas as Brabham dos anos 80… outros tempos, realmente.

Herik
Herik
16 anos atrás

O piloto é Elio de Angelis. O capacete do Alesi é uma homenagem ao piloto italiano. Por isso a imensa semelhança.

Herik
Herik
16 anos atrás

Como o Érico disse o BT55 foi a base do Mp4/4. Foi esse Brabham “skate” o laboratório que Gordon Muray teve para aprimorar suas idéias e levar para McLaren.
O que levou esse projeto ao fracasso foi a reunião de uma série de fatores: uma Brabham já decadente e com o Tio Bernie mais interessado em ganhar dinheiro com a F1 do que com a equipe, os pneus Pirelli, motores da BMW que já não eram os melhores em termos de confiabilidade e, finalmente, a ausência de um piloto com a capacidade de desenvolver carros com a de Piquet.
Mas mesmo assim é um carro que ficou na história.

Trotta
Trotta
16 anos atrás

Quem é o piloto??

Pelo capacete parece ser do Alesi… mas acredito que não.

Humberto Corradi
Humberto Corradi
16 anos atrás

Interessante é o patrocínio da Armani

Érico Calixto
Érico Calixto
16 anos atrás

Essa carro foi um fiasco, mas foi dele (de sua filosofia) que nasceu o carro mais dominante que a F1 já viu. Check out http://en.wikipedia.org/wiki/McLaren_MP4/4 para ver a que me refiro.