Berlim, 1945: inacreditável

SÃO PAULO (lições) – Agora vejam Berlim em 1945. E tentem entender como uma cidade (e um país) inteiramente destruída consegue se reerguer como se reergueu em tão pouco tempo.

Eu não entendo. Quer dizer, acho que entendo. Mas quase não acredito.

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Lucien Enfrec
Lucien Enfrec
15 anos atrás

Acho incrivel a força que os alemães tiveram para se reerguer no pos-guerra, mas acho ainda mais fantastico o que eles fazem hoje para que o passado nao se repita.

do contra
do contra
16 anos atrás

Engate,
vá se informar sobre a realidade do trabalhador brasileiro e engula cada palavra que você escreveu.

Engate
Engate
16 anos atrás

Aqui no sul do Brasil os alemães e seus descendentes criaram cidades ótimas pra realidade nacional. Dá pra notar como fizeram isso:
– não são preguiçosos como os brasileiros
– são honestos em sua maioria (se um alemão te deve dinheiro ele paga; se for italiano…)
– educação rígida para os filhos.
Essas 3 simples características mostram os destinos de Rio e Berlim.

VELOZ-HP
VELOZ-HP
16 anos atrás

Pois é Daniel, eu também acreditava que a fome e a miséria após a 1a. Guerra tivessem sido a base para a implantação do nazismo nos anos 30. Porém, após visitar a Alemanha e conviver com eles, fiquei em dúvida quanto a essa teoria. Algo maior e muito mais complicado aconteceu naquele período. Os alemães eram cultos e evoluidos demais para cair nessa vala. Vinham de uma guerra mundial recente e conviviam a duas gerações com as consequências dela. Tinham os melhores professores, os melhores cientistas, os melhores filósofos, os melhores escritores, os melhores e mais bem preparados trabalhadores da Europa, a melhor siderurgia, a melhor engenharia em todas as áreas, enfim, os caras eram os melhores do mundo naquilo que se dispusessem a fazer, e quando o faziam, era sempre pela qualidade máxima.
Portanto, para mim ainda é um mistério que sendo quem eram, com a cultura e formação que tinham, tenham entrado naquele buraco de esgoto do nazismo.
Não acredito nas bruxas, mas que elas existem, existem. Só pode ser isso.

antono stricagnolo
antono stricagnolo
16 anos atrás

Se a questão fosse só investimento para fazer o Brasil andar,os USA já estariam na condição de nosso quintal (colonia)ha muito tempo! O principal não é o dinheiro,mesmo porque, toda vez que ele entra aqui no Brasil vem alguem daqui e leva ele de volta para a Europa (Suiça).

Marco A. Clerris
Marco A. Clerris
16 anos atrás

Caríssimo Daniel, as histórias das guerras são escritas pelos vencedores. Stálin foi tão ou mais maluco do que Hitler, já que matou, só de fome, mais de 25 milhões de russos antes da guerra e depois ainda se associou ao alemão na ânsia de ganhar uma fatia da Europa. Os ingleses e americanos queimaram Dresden, uma espécia de Ouro Preto alemã que não tinha nenhum objetivo militar nítido, durante 3 dias seguidos. Morreram mais civis do que Hiroshima e Nagasaki juntas e ninguém fala muito nisso até hoje. Tóquio queimou durante 24 horas e mais de cem mil japoneses morreram assados em suas casinhas de madeira. E por aí vai. A história da Segunda Guerra não tem mocinhos nem bandidos muito nítidos. Só tem ganhadores e vencidos. Assistam o documentário Sob a Névoa da Guerra, o secretário americano Robert MacNamara diz textualmente que “se houver inferno eu tenho um lugar garantido nele” e você entenderá mais do assunto. Abração.

Ricardo
Ricardo
16 anos atrás

Olá,
Parece que o Daniel (o autor dos comentários) tem um problema sério com os teutos.
Ficamos então assim Daniel: entre os teus homônimos Goldhagen e, por exemplo, o Barenboin fico com este último, com sua orquestra ´West-East Divan´.
Não me leve a mal, mas acho que a orquestra é o tipo de coisa muito mais positiva e propositiva que teus comentários racistas. Atribuir a todos os alemães todo o sofrimento dos ´filhos de Deus´ é diminuir demais aqueles que lutaram contra o totalitarismo nazi-fascista (alemães inclusive) alem de eventualmente reforçar os absurdos ditos por líderes como p. ex. o Almadinejahd.
Vamos chamar as coisas pelo nome: dizer que todo alemão é racista e anti-semita é mentira deslavada. Só faz por desmerecer toda a grana indenizatória que até os dias de hoje é paga pelos alemães ao estado de Israel.
Mas é só meu palpite de 2 centavos.
[ ]´s

Daniel
Daniel
16 anos atrás

Foi pouco. Pelo emprendimento genocida levado a cabo pelo povo alemão, pela destruição causada diretamente pelos alemães no desejo de exterminar outros povos (não apenas judeus, mas poloneses e eslavos de maneira geral, russos, ciganos, etc.), foi muito pouco. Pelo que plantaram, não deveriam ter colhido outra coisa que não as bombas que acabaram tendo como alvo o Japão.

Veloz, quer tentar entender o que aconteceu? Leia “Os Carrascos Voluntários de Hitler”, de Daniel Goldhagen. Achará muitas respostas nesta obra.

É muito fácil e conveniente acreditar que o povo alemão foi simplesmente ludibriado por meia dúzia de loucos extremistas com o auxílio de uma bem pensada propaganda.

O Partido Nazista simplesmente permitiu que os desejos dos alemães viessem à tona, deu-lhes liberdade para expressar um anti-semitismo antiquíssimo e fortemente arraigado na cultura alemã.

Por mais que a alta cúpula do Partido fosse formada por dementes, a intenção deles nunca atingiria os patamares que atingiram não fosse a colaboração do povo alemão, que abraçou a causa com paixão e fervor.

O livro mostra membros de batalhões policiais que nem eram membros do partido nazista, não estavam tão “nazificados” e até discordavam das políticas nazistas, mas que se tornaram exímios matadores, gente que atirava na cabeça de crianças indefesas (sim, porque boa parte das vítimas do holocausto não morreu da maneira mais “limpa”, isto é, nas câmaras de gases), tinham as roupas sujas por pedaços dos cérebros das vítimas e depois voltavam para casa para cuidar de seus próprios filhos. Gente comum. Que não teve arma apontada para a cabeça para fazer o que fez, e que poderia (isso é mostrado no livro), se livrar da função de homicida caso assim desejasse. Ainda assim, poucos o fizeram. Mataram com vontade, pois julgavam estar matando um subumano, um ser indesejado, uma praga.

Hitler mal sujou as mãos. Foi o alemão comum quem apertou os gatilhos, jogou o Ziklon-B dentro das câmaras, acendeu os fornos. Depois retornavam aos seus lares com a consciência tranquila, mesmo que suas roupas estivessem sujas de massa encefálica, exalando odores cadavéricos.

Me desculpem, mas propaganda nenhuma, em um espaço tão curto, convence todo um povo a cometer tamanho crime.

Hitler não fez nada a não ser criar um ambiente político propício para que os alemães expressassem suas idéias genocidas.

Por isso eu digo: foi pouco. E se americanos e ingleses (entre outros), tivessem alcançado Berlim antes, teriam salvo milhões de vidas.

Marco A. Clerris
Marco A. Clerris
16 anos atrás

Tá certo que a Alemanha recebeu muito dinheiro do Plano Marshall para reconstruir seu país. Mas eles tiveram principalmente vergonha na cara e raça pra sair do buraco onde eles mesmo se meteram. Todos se uniram em torno de um bem comum: reconstruir um país melhor Coisa que por aqui, talvez por não termos história de sofrimento e dor como a Europa pós-guerra, nunca daria certo. Dariam um jeito de desviar dinheiro pra pagar algumas mamatas ou, quem sabe, fazer uma Copa do Mundo.

Ricardo
Ricardo
16 anos atrás

Olá,
Só como informação: o Brasil, ao final da segunda guerra mundial, tinha crédito internacional (não devíamos nada a ninguem). Em poucos anos (+/- 1975, 30 anos depois da guerra) conseguimos a “proeza” de ter uma das mais altas dívidas do mundo (à época).
Devemos ter um “talento” danado para conseguir fazer tanta m. em tão pouco tempo…
[ ]´s

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16 anos atrás

Um pitaco p/ TENTAR responder à pergunta do VELOZ;
As massas costumam cair em roubadas como essas sempre. Basta um pouco de lábia e uma mídia bem cooptada e bingo.
Um exemplo é nossa atualidade. O país está amadurecendo e melhorando já há algum tempo,à medida que as pessoas evoluem em seu civismo e educacão ( OK, tá muito devagar, mas é o nosso ritmo.)
Aí chega alguem e usa isso p/ qquer barbaridade que lhe ocorra, usando o seu poder de oratória. Se a minoria consciente não conseguir controlar isso, bau bau.
Adolf Hitler comecava seus discursos provavelmente com algum chavão do tipo “nunca na hiftória defe paíf”, e por aí vai. Óbviamente não estou querendo assemelhar as atitudes de um e de outro líder, mas ilustra bem como as massas entram em roubadas, independentemente do seu “nível”.

Bruno
Bruno
16 anos atrás

um fato interessante, quando Hitler viu que a vaca tinha ido pro brejo, rodenou que todos os velhos e crianças que conseguissem se mexer, bem dizendo, se apresentassem pra defender berlin.. enfim, o que acho mais incrível, não é a capacidade da alemanha se reerguer.. e sim a força das mulheres alemãs, porque elas sim que levaram a alemanha esse período pós guerra nas costas, já que sobraram praticamente só elas. isso que tem que ser salientado antes de tudo.

VELOZ-HP
VELOZ-HP
16 anos atrás

Bem, amigos da Rede Gomes, boa tarde.
Meu amigo kamarada, você já foi muitas vezes à Alemanha acompanhando a F1 no seu trabalho jornalístico e certamente fêz vários amigos por lá nesses anos todos. Também deve ter visitado várias indústrias, exposições, salões e equipes de competição, e deve ter formado um perfil extremamente positivo daquele povo. Eu já estive por lá a turismo conhecendo várias cidades, tanto as metrópoles como as interioranas do belíssimo Vale do Ruhr com seus vinhedos e castelos.
Você, pelo número de vêzes que esteve por lá, deve ter uma opinião muito mais abalizada que a minha sobre aquele povo. A mim, o que sempre me surpreendeu não foi a recuperação da Alemanha após a 2a. Guerra e sim, como foi possivel aquele povo entrar naquela “roubada” nazista pois até então, a Alemanha já havia produzido toda a filosofia humana possivel, toda a literatura possivel, toda a arte cênica possivel, toda a música possivel, toda a tecnologia possivel à época, enfim, toda a cultura humana de alto nivel no mundo da época.
Isso para mim é um mistério que nem os “universitários” conseguem me elucidar…

Roberto Hackmann
Roberto Hackmann
16 anos atrás

Genosse Gomes,

simples Plano Marshall, disciplina, educação, força de vontade, políticos que roubam menos e que normalmente investem corretamente o imposto (dinheiro) que recebem e a ausência da “Lei de Gérson” ( leve vantagem você também… ).

Caio, o de Santos
Caio, o de Santos
16 anos atrás

O link acima mostra uma Berlin mais moderna.

Nada melhor do que o tempo!!!

Ufa…

Caio, o de Santos
Caio, o de Santos
16 anos atrás

O que me assusta é que pessoas hoje acham que a Guerra não foi tão mal assim, que a ideologia que a moveu pode até estar certa, que não houve holocausto e que se derem espaço começam de novo!!!

VIRGO
VIRGO
16 anos atrás

E, complementando o amigo Beren, se fosse uma cidade do Brasil, provavelmente os prefeitos e governadores estariam ainda reclamando dinheiro federal para a reconstrução, enquanto todo dia o Jornal Nacional estaria mostrando imagens dos edifícios destruídos e criticando a lerdeza e a corrupção como entraves ao desenvolvimento do Brasil… por isso, no nosso mesmo Brasil, o sul e uma parte do sudeste são o que são, e o resto a gente conhece…

Wagner
Wagner
16 anos atrás

Simples, meu caro Flavio… na Alemanha não existe esse tal “jeitinho brasileiro” , que na verdade é sinônimo de fazer algo porco e ainda se passar por alguém inovador, inteligente e expertooo… lá existe um povo centrado, alfabetizado e que tem uma noção de sociedade diferente daqui do Brasil, onde o que importa é ser expertoooo, e se possível, passar alguém ou um bando de gente para trás para garantir o seu.

Ronald
Ronald
16 anos atrás

Fala GOmes,
Me tira uma dúvida quanto ao post lá embaixo, sobre o Villeneuve: quem tirou a foto do meio ( aquela que estão os jornalistas)? Foi o próprio piloto?

Marcelim
Marcelim
16 anos atrás

Receberam muito dinheiro dos americanos, para que não se sentissem tentados a bandear para o outro lado do muro.

Mas como disseram abaixo, o povo tem grande responsabilidade nisso também. Se fosse no Brasil…

Beren
Beren
16 anos atrás

Dinheiro americano, aliado a um povo centrado e metódico. Idem para o Japão.