Ladaland (sexta)
SÃO PAULO (não alimente os animais) – Recebo telegrama de famoso blogueiro que andava meio sumido desde que… Desde que já nem lembro mais! Mas folgo em saber que tudo está bem.
Kamarada Gomes, nos estabelecemos na Lituânia há alguns anos e gostaria de compartilhar com todos vocês nosso recente amor pelos animais. Tornamo-nos vegetarianos e agora só nos alimentamos de beterrabas, batatas assadas, bacon e picanha maturada. Há muitas oportunidades de negócios por aqui. Estamos no ramo de importação de camelos para simba-safaris. Esta foto foi tirada por um amigo quando levávamos um filhote para a Polônia. Note que são camelos, mesmo, não dromedários. Há uma enorme diferença. Os camelos são mais dóceis e econômicos. Minha noiva canadiana, que é geneticista, está desenvolvendo uma espécie com três corcovas. Será um sucesso e vamos exportá-los para a Disneylândia. Abraços, Leandrov Alfonsov
É certo que um camelo com três corcovas fará muito sucesso na América, disso não há a menor dúvida.
muito legal
Estava com saudades deste amigo blogueiro. Quando estiver pronto eu quero um camelo de 3 corcovas. Minha filha iria adorar. rsrsrsrsrs!
show!!!!!!!!!!!!!!!!
Com certeza, este é o melhor Ladaland.
Bem, amigos da Rede Gomes, boa noite.
A história do mundo é sempre feita de versões e fabulação, quer dizer, de um dado real são construidas fantasias do tamanho da paranóia de quem nos conta. Todos somos de certa forma ficcionistas. É praticamente impossível não colorir com nossa personalidade o que narramos. Muitas vezes a memória sempre nos trai.
Historiadores acadêmicos, em geral, acreditam muito em documentos. Alguns, sem dúvida, são dignos de crédito e podem retratar realidades. Mas um conhecimento da vida prática, fora das salas de aula e dos documentos oficiais, acorrentados a notas de rodapé, mostra que os acontecimentos nem sempre são refletidos na forma que ganharam em letra de fôrma. “‘Nada existe fora do texto”, talvez o comentário mais citado e mais errado, que não basta para entendermos a realidade, sempre elusiva.
Uma coisa me parece certa : nunca o Brasil esteve remotamente ameaçado pelo que a imprensa chamava de komunização. O Partido Comunista tinha, tem, um eleitorado ínfimo. Num esforço imenço de reportagem, apelando a todos os simpatizantes, conseguiu eleger meia dúzia de “‘bois de manobra”. O PC influia em meios intelectuais. Não komandava. Gente ponderada, como o jornalista Konder, dava conselhos sensatos aos cabeças quentes e vazias de nossa esquerda, com algum efeito.
Mas imaginar que essa organização, que perdera quase todos os seus intelectuais no ano em que nasci, 1956, quando Khruschev (escrevi certo ?) denunciou Stalin como um novo Satanáz, cobrando em sangue o sacrifício inútil e arbitrário de mais de 1 milhão de comunistas em expurgos ferorez, imaginar que esse PC, em suma, se avizinhava do poder no Brasil ou pendurado nele era, para dizer o mínimo, um exagero retórico de gente que queria evitar a mais leve guinada do Brasil para reformas sociais, que continuam hoje “para o futuro”, para “nossos filhos e netos”, etc, etc. Um pretexto para não fazê-las porque separadas da empulhação do comunismo que levaria, em última análise, à tirania do estado totalitário. É claro que essa possibilidade, de uma coisa levar a outra, existe e, na minha opinião, o comunismo de Fidel é um exemplo disso. Acho que ele cheirou komunismo na juventude como todo mundo da sua, nossa, todas as gerações, mas aderiu de vez porque não via jeito de sustentar sua exclusividade de poder, contra os EUA, sem apoio das URSS.
Toda a filosofia moderna, a partir de Nietzsche (acertei esse palavrão ?), discute o valor de palavras, sua relação com a realidade, se é que tem alguma. Nietzsche (de novo, credo) filho de um pastor protestante, de temperamento religioso, ficou bestificado ao descobrir que as palavras da Bíblia, que imaginava virem diretamente do ente divino e criador, tinham sido redigidas por gente como ele, humana, demasiado humana, usando as banalidades de sintaxe e gramática. Descobriu então, que tudo é versão, e junto à aquele período funesto que a URSS vivia e morria, enlouqueceu totalmente. Morreu num hospício.
Sorte dele, pois. Acordou para a realidade mas pagou pelos erros em vida. Pobre vida. Deve estar no céu agora pois, quem paga seus pekados em vida, não sobe devendo.
Outros, muitos outros, ainda acreditam nos dogmas e preceitos que são escritos e lhe impingidos sob forma de salvação futura. Acabam acreditando que os meios justificam os fins e então, tem o seu fim merecido e cobrado pela ira divina um dia, quer acreditem nisso ou não. Para eles é melhor não acreditar nisso, é claro. Mas o mundo já acreditou que a Terra era um prato sustentada por colunas e todo o Cosmos gravitava em torno dela. Tal arrogância, digna de um kamelo sem rumo no deserto do saber, fez milhões de idiotas acreditarem e até matarem por isso.
Deu no que deu. Os dogmas cairam, seus reinos sukumbiram e foram substituidos por novos arrogantes boçais. Essa é a verdadeira evolução do pensamento humano, sempre trocando de demônios e pás para kavarem mais fundo seu próprio burako.
E assim tropika a humanidade, rebokando seus kamelos irracionais rumo a uma irracionalidade geral, total e irrestrita…
A luta kontinua, a luta kontinua…
Na verdade, o dono, que camela muito na vida (se não for camelô e abastecer os vegetarianos amigos blogueiros lituanos com bacon e picanha maturada), carrega não um estepe, mas um meio de transporte mais confiável que, mais à frente, o salvará de ficar parado na beira da estrada com a caranga quebrada… e certamente andará mais rápido com o “veículo” reserva, hehehehehe…
só uma correção pela foto não é na Lituânia. Pelo guard rail reacionário e pelo asfalto pequeno burguês só pode ser chegando Polônia……
já ouvi que o camelo é um cavalo projetado por um comitê, e a cada redesenho fica pior….
Já o Lada foi projetado pelo diretório central de alguma faculdade de sociologia.
….. Se colocar o camelo ao lado do pseudo carro e ele ( o camelo) , colocar a lingua para fora do lado esquerdo, não assustem-se : ele está querendo cortar o pseudo carro …..
Um dia um camelo desse ai deu uma babada na cabeça do meu tio, num Simba Safari que tinha ai em SP.
Gomes, tô tentando te enviar uma foto de uma Kombi que ta exposta na Bienal do Automovel aqui em BH, mas o email voltou.
Abração.