Motoland (sábado)

SÃO PAULO (largamos!) – Ando cada vez simpatizando mais com essa marca. Acho que vou eleger a Suzuki como minha japonesa preferida. Claro que em âmbito mundial nenhuma japonesa se compara com as alemãs da DKW.

Segue mais um exemplar escolhido pelo Veloz-HP para a seção, com as devidas explicações.

Bom dia, meu amigo kamarada. Mando-lhe hoje minha contribuição para o seu Motoland. Trata-se de, na minha opinião, uma das motos mais incríveis da história recente das competições, a gloriosa Suzuki RK 50cc de 1966, campeã mundial com folga tendo Ralph Anderson ao guidão. Tem 2 cilindros, 18 HP, 14 (sim, digitei corretamente) marchas no câmbio e apenas 58 kg. O motor, como já dá para prever, girava a 12 mil rpm e a faixa útil era de apenas 1000 rpm, daí a razão para esse monte de marchas no câmbio. A embreagem provavelmente já acabava na saída do box para a pista, tamanha a quantidade de “queimadas” que o piloto tinha de dar só para colocá-la em movimento. Como a largada naqueles gloriosos tempos era parada, e tendo de empurrar a moto para fazê-la funcionar no “tranco”, para que embreagem, então? Tudo isso em 1966 e em apenas 50 cc. Quem fala que é preciso muita capacidade cúbica do motor para se ser feliz em duas rodas, realmente não sabe do que está falando. Essa é a maravilhosa e principal característica das motos, tem-se muito com muito pouco.

Um poeta para as coisas das duas rodas, nosso amigo. Mas… 14 marchas???

Aproveitando o ensejo, sr. Veloz, continuo aguardando a indicação de V.Sa. sobre aquele assunto ruidoso e estridente.

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Ricardo Pupo
16 anos atrás

No meu site, o Motos Clássicas 70, na seção “Livro de Ouro das Competições”, tem a história dessas maquininhas maravilhosas, a categoria “cinquentinha” !

Paulo Franco
Paulo Franco
16 anos atrás

É de dar raiva, porque eu tô sempre atrasado nesses posts legais!
Mas antes tarde do que nunca, né não?
Caro Veloz, pelos idos do século passado, eu fiz uma viagem muito legal pras Ôropa.
Alem de dar um cacete a bordo de um Peugeot em Nurburgring, em companhia de minha fotógrafa-senhôra, naquela época gravida de nossa segunda filha; fui tambem visitar a Osprey Books em Londres, onde achei um livro entitulado “Track Secrets of Champions Road Racers” de Alan Cathcart.
È um livro sobre pilotos, de moto claro, famosos e suas impressões de seus circuitos preferidos, ou onde eram considerados especialistas.
O segundo capítulo é sobre Assen, a Catedral das Duas Rodas, e Hugh Anderson a bordo desta Suzuki aí.
Delicioso de se ler, pois Hugh detalha acertos técnicos cruciais como pressão dos pneus, fala da faixa de potência de apenas 500 giros!! da Suzuki, do uso da embreagem, da dificuldade de se carburar a bichinha e da incrível fragilidade destes motores dois tempos, pois se ele pulasse tirando a roda traseira do chão, conforme o ponto do circuito, a simples “passada de giro” mandava o motor pro saco!
Então, ele deixava sempre uma margem de segurança de uns…. 200giros!!
Hugh afirma que tinha que “afoga-la” em algumas voltas para não quebrar o motor e depois afinar e mandar ver.
Quanto ao câmbio, o desafio era tão grande que ele costumava percorrer o circuito a pé, verificando a direção do vento para decidir as relações do câmbio!
Através deste livro, eu comecei a respeitar mais os pilotos de outrora, porque não era só uma questão escolher o traçado certo ou controlar melhor a moto.
Mas sim, conseguir fazer tudo isso e ainda superar toda sorte de deficiencias técnicas de então.
Os caras eram bons pra cacete!!
Eu recomendo firmemente este livro, Veloz!
Voce vai adorar!!
Paulo Franco

Fábio
Fábio
16 anos atrás

2 tempos é claro! Fantastica. Para competição não tem nada mais eficiente, pena que estão acabando com esse tipo de motor.

Pedro Neto
Pedro Neto
16 anos atrás

Pensa só: 360hp por litro.. Mais que um F-1..!

T+

Vitor
Vitor
16 anos atrás

Que treco feio…

quer dizer, no minimo esquisito.

Ricardo Guimarães
Ricardo Guimarães
16 anos atrás

Olá, Veloz! Tudo bem, cara? Você continua acelerando no Motoland, maravilha!
Demais esta Suzuki RK 66 de 2 cilindros, e lembrando que quando a Suzuki finalizou em 1967 o modelo RP 68 de 3 cilindros, 19 HP, 20.000 rpm, 14 marchas, ela não pode
competir, pois a FIM limitou a quantidade de cilindros para (um) e câmbio de seis marchas na categoria 50cc a partir de 1968.
Agora, uma correção: em 1966 o campeão mundial de 50 cc foi o alemão Hans Georg
Anscheidt , de Suzuki , e o neo-zeolandês Hugh Anderson , com outra Suzuki ficou apenas em quarto lugar.
Hugh Anderson , sempre de Suzuki, foi o campeão do mundo nas 50 cc, em 1963 e 1964, e foi terceiro em 1965 (a Honda levou o título este ano com o Irlandês Ralph Bryans).
Hans Georg Anscheidt faturou ainda os títulos das 50 cc para a Suzuki, nos anos de 1967 e 1968. Foram os anos dourados da Suzuki.
Um grande abraço, Veloz!

José Luiz
José Luiz
16 anos atrás

Só uma correção. Li que esse modelo girava a 17.500 rpm e atingia máxima de 170km/h.
nesse site abaixo tem a informação e mais algumas fotos de máquinas maravilhosas
http://www.ozebook.com/jonkhart/theos_pit_bay.htm

Conde
Conde
16 anos atrás

Nunca tinha ouvido falar …14 marchas : Vivendo & aprendendo .Parece um foquetinho .

José Luiz
José Luiz
16 anos atrás

Também sou fã da Suzuki, comprei uma recentemente, mas tenho que me contentar com uma Intruder 125 com apenas 5 marchas. Mas como o Veloz disse que não é preciso muita cilindrada para ser feliz, tudo bem.

José Luiz
José Luiz
16 anos atrás

Motores de baixa cilindrada e alto desempenho precisam de mais marchas para aproveitar a curta faixa útil de potência, mas 14 marchas eu nunca tinha ouvido falar.

Jorge Roberto Alves
Jorge Roberto Alves
16 anos atrás

Meu, imagina fazer umas curvas com esses pneus de bicicleta!!!!!! Se com de uma C.G. já dá umas escapadas de traseira, imagina esses. Por isso que na época dessas motos aí, morria piloto aos montes. haja coragem!!!!

Rodolfo I. Vieira F.
Rodolfo I. Vieira F.
16 anos atrás

Linda ! Devia andar uma barbáridade para época !