RAIO-X (7)

SÃO PAULO (bem mais simples) – Já que a Lotus voltou, e daqui a pouco vai para a pista em Sepang, uma lembrança do primeiro carro, salvo engano, a levar patrocínio de cigarro na história da F-1. Na verdade, parece que houve outro antes desse, mas já esqueci a história. E o que ficou para os anais é que essa aí, de 1969, com a marca Gold Leaf na lateral, foi a primeira. Alguém desvenda o mistério?

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Neanderthal
Neanderthal
13 anos atrás

Lotus 63 de Fórmula 1, tração integral. Chapman obrigou todos seus pilotos a pilotarem, mas ninguém gostava. John Miles (o terceiro piloto em 1969) foi quem disputou GPs oficiais com esse carro. Hill e Rindt disputaram corridas extra-campeonato, e Rindt especialmente detestou a máquina.
Mario Andretti também correu no GP da Alemanha, mas destruiu o chassi no início da corrida, no Nurburgring antigo.

Há um segundo chassi, que, no festival de Goodwood de 2001, sofreu um acidente na linha de chegada, matando seu piloto e então proprietário, um milionário australiano colecionador de lotuses, e também um pobre fiscal de pista.
Esse chassi depois foi recuperado para ir a leilão, junto com toda a coleção do finado.

Daniel Vieira
Daniel Vieira
13 anos atrás

o primeiro patrocinio na F1, foi da DUREX, marca de preservativo, por isso é muito pouco comentado, quase levado ao ostracismo, e depois veio a marca do cigarrinho, que era mais poupudo

Gabriel de Amorim
Gabriel de Amorim
13 anos atrás

Peraí: os freios (discos) ficavam dentro da carenagem, e não próximos dos aros???

Me expliquem fisicamente isso!!!

vitão
vitão
Reply to  Gabriel de Amorim
13 anos atrás

exatamente, aquelas duas chaminés alinhadas com as rodas servem para cobrir os discos de freios . Veja aqui um explicação e a foto do ventilador para resfriamento dos freios in-board :
http://colunistas.ig.com.br/flaviogomes/2010/03/22/misterio-do-dia-2/

Alcides
Alcides
13 anos atrás

A primeira aparição das Lotus com patrocínio da Gold Leaf foi na Copa da Tasmânia em 1968, com os modelos 49T, com motores de 2,5 litros.

Há uma foto de 20 de janeiro de 1968 no endereço:

http://grandprixinsider.wordpress.com/2008/01/01/comercial-sponsorship-discovers-motor-racing/jim-clark-gold-leaf-team-lotus-49t-lady-wigram-trophy-20-jan-1968/

vitão
vitão
Reply to  Alcides
13 anos atrás

tem razão, a estreia do Gold Leaf TEam Lotus foi na Tasmanian Cup de 68 . vide :

http://www.tasman-series.com/races/1968/round3/round3.asp

Orlando Salomone
Orlando Salomone
13 anos atrás

Fantástico esclarecimento, Vitão! O Lotus pilotado pelo John Love, fora as asas, é lindo. Não foi com um Lotus 63 o acidente fatal de Jochen Rindt?

vitão
vitão
Reply to  Orlando Salomone
13 anos atrás

não, foi um 72 mesmo. como o Colin sempre fazia as peças no limite (acrescente leveza era o seu lema) , ao frear para a parabólica em monza o semi- eixo ligado ao disco de freio da roda dianteira esquerda se partiu, quebrando o braço da direção e fazendo o carro dar um guinada para a esquerda, batendo no guardrai, e Rindt foi decapitado pelo frcho do sinto de segurança, já que escorregou para baixo ; A confusão é que exestia um semi-eixo, mas ele só servia para conectar a roda ao disco de freio. Precisando é só pedir. abs

telsi
telsi
13 anos atrás

A imagem mais antiga que vi de carros de corrida com patrocinio de marcas de cigarros , são da decada de 30 em carreteiras gauchasEssas imagens estão no livro Automobilismo no Tempo das Carreteira, em especial no RGS de Luiz Fernando Andreatta e Paulo Roberto Renner. primeira edição 1992, pags. 32, 33 e 34.As marcas são Tufuma e Sudan. So quem coleciona embalagens de cigarros vão notar.

telsi
telsi
13 anos atrás

Em 1961 a Fergunson fez um formula 1 com tração nas quatros rodas.Ganhou uma corrida secundaria com Stirling Moss em Oulton Park.

Roberto Valle
Roberto Valle
13 anos atrás

Mas o Lotus turbina pilotado por Emerson em 71 tinha tração nas 4, não tinha ?

ibsen
13 anos atrás

Mais uma vez falta o nome do artista que fez este fantástico desenho. Bruno Betti, italiano, ilustrador da revista Quattroruote.
Este raio x foi publicado no Brasil na Enciclopédia do Automóvel – da Editora Abril – de 1974-75. O carro tem o chassis baseado no famoso Lotus 56 – Indianápolis 1968 – movido a turbina (é crianças, já teve isto também) ,que tinha tração nas quatro rodas e chassis em forma de cunha antecipando o que viria a ser usado na Lotus 72.

Luiz Mariano
Luiz Mariano
13 anos atrás

Caro FG:
Vitão matou a charada. John Love – Team Gunston – Kyalami 68. John Love = velhinho bom de pista.

Cristiano Mendonça
13 anos atrás

Foi uma experiencia da Lotus de um com tração nas quatro rodas, se não me engano para participar da prova de Indianápolis. Podiam reeditar este carro para a crrida-dilúvio de Sepang.

Roberto
Roberto
13 anos atrás

Me desculpem se eu estiver errado pois não vivi esta época!
O carro além de ser 4×4 ele tinha freio a disco nas quatro rodas?
Acho que este carro também era muito mais pesado que os demais! 4X4 hoje em dia só em rally. Antes existia na f1 o controle de tração que ajudava o carro a não derrapar na pista. Agora imaginem um carro de f1 4×4, com controle de tração e derrapagens e freios abs? viraria um carro de rua! rsrsr

Sandro
Sandro
13 anos atrás

cigarro Gunston!
Kyalami 1968!

Flavio Gomes
Flavio Gomes
Reply to  Sandro
13 anos atrás

Isso aí. Eu sabia que tinha algo a ver com a África do Sul.

Braulio Gerhardt
Braulio Gerhardt
13 anos atrás

Na verdade, o primeiro a usar a pintura dos cigarros Gold Leaf foi o Lotus 49, como já disse o Luca Bastos. Isso ocorreu ainda na temprada de 1968. A Lotus começou o ano com o tradicional verde e amarelo e no decorrer do ano adotou a pintura da Gold Leaf.

vitão
vitão
13 anos atrás

o Lotus 49 ainda era britsh racing green em janeiro de 68 conforme :
http://www.fotosearch.com/IST539/1634426/

o Gold LEaf Team Lotus estreiou infelizmente numa prova de F-2 no lotus 48 de Jim Clark , quando ele teve o acidente fatal . Talvez este seja o fato que fez Colin forçar Jim a participar de uma corrida secundária , ao invez de ir para a corrida dos campeões em Brands Hatch , além de problemas fiscais de ambos, e da estreia dos pneus firestone . Ou seja, o cenãrio da desgraça estava desenhado.
A equipe de F-1 estreiou na Espanha . Mais aqui :
http://en.wikipedia.org/wiki/Team_Lotus

vitão
vitão
Reply to  vitão
13 anos atrás

aliás, o GP da Africa do Sul de 68 foi a últtima vitória de Jim Clark .

JP Curitiba
JP Curitiba
13 anos atrás

se bem que olhando bem a foto, como o câmbio fica a frente e o eixo cardâ fica deslocado em relação ao centro do carro, pode ser que tenha o tal diferencial central. Colin Chapman que me perdoe

JP Curitiba
JP Curitiba
13 anos atrás

o 4×4 desse carro provavelmente não deu certo pela falta do diferencial central, que compensa a diferença de giro entre os eixos dianteiro e traseiro, que é basicamente o conceito do sistema Quattro da Audi

Eduardão
Eduardão
13 anos atrás

Realmente o Lotus Gold Leaf é considerado o precursor no patrocínio, mas há um engano, isso ocorreu em 1968 e o modelo era o Lotus 49, campeão daquele ano com Graham Hill. Esse Lotus 63 é posterior e não “vingou”.

PAULONI
PAULONI
13 anos atrás

Pelo que me lembro o primeiro modelo da Lotus a correr com as cores do Gold Leaf foram os 49 com Graham Hill (e talvez mesmo com JIm Clark, um dos melhores pilotos de todos os tempos)

Luca Bastos
Luca Bastos
13 anos atrás

Se não me engano, o primeiro F1 com propaganda de cigarros foi a Lotus 49. Este 63 com tração 4×4 era muito ousado e os pilotos principais da Lotus, Graham Hill e Jochen Rindt, não gostaram da novidade e o achavam muito difícil de guiar. Só quem corria com ele era o terceiro piloto John Milles.

Mas o teimoso do Chapman não desistiu e usou o Lotus 63 como base das soluções aerodinâmicas do fantástico Lotus 72.

vitão
vitão
Reply to  Luca Bastos
13 anos atrás

não foi não, foi o Team Gunston, da Rodesia, que participou do GP da Africa do Sul em 68 . Nesta época a corrida ocorria no dia 01 de janeiro, e o Colin viu no patrocinio uma forma de melhorar o suporte do TEam, foi na Britssh Tabacco e vendeu o patrocinio. Mais informações sobre esta equipe sul africana aqui :
http://cadernosdoautomobilismo.blogspot.com/search/label/Team%20Gunston
Das equipes “locais” que se inscreviam apenas em GPs da África do Sul, o Team Gunston é o exemplo mais destacado. Os europeus da Lotus, Brabham, Ferrari etc eram unânimes em considerá-los os mais profissionais da região.

Na verdade, era uma equipe da Rodésia (atual Zimbábue), país que ficou conhecido por um dos governos mais autoritários e racistas do século XX. O Team Gunston estreou no GP da Rodésia de 1967 (sem relação com o campeonato mundial) em torno dos dois melhores pilotos do país: John Love e Sam Tingle.

A Gunston era uma marca de cigarros pertencente ao grupo rodesiano Winston, e o patrocínio no automobilismo teve como objetivo promover os negócios no país vizinho, já que eles próprios se afundavam em guerras civis e precisavam de capital externo. Dessa forma, quando os pilotos da Gunston alinharam para o GP da África do Sul de 1968, fizeram da equipe a primeira na história (antes mesmo da Lotus) a correr com patrocínio de cigarro na Fórmula 1.

Na foto acima vemos John Love com uma Lotus 49 em Kyalami. O contrato com a Winston previa que os pilotos recebessem uma certa soma de dinheiro anualmente, mas eles mesmos eram responsáveis por comprar e manter os próprios carros.

vitão
vitão
Reply to  Luca Bastos
13 anos atrás

sobre a pilotagem difícil, está comentado acima. abs

Pagodeiro Bello
Pagodeiro Bello
13 anos atrás

4X4, 4WD, tração integral…

Fravo
Fravo
13 anos atrás

Esse dai foi o tal do Lotus 4×4 que acabou nao dando muito certo mas nao lembro bem a razao. Note o eixo carda ligando os dois diferenciais, um na frente e outro atras. A caixa de marcha era na frente do motor em vez de atras como eh padrao.
Alguem sabe pq esse carro nao deu certo?

Marcos.
Marcos.
13 anos atrás

São lindas as Lotus da Gold Leaf.
Quero encontrar uma camiseta com esse retânculo dourado “Gold Leaf Team Lotus”.

Carlos Carrato
Carlos Carrato
13 anos atrás

Coisa de louco, carro 4X4 na F1, não conhecia nenhum. Aos conhecedores: houveram mais?

Marcelo D
Marcelo D
Reply to  Carlos Carrato
13 anos atrás

Houve mais?

vitão
vitão
Reply to  Carlos Carrato
13 anos atrás

a ideia da tração integral na F-1 ressugiu nos anos 50 com a FErguson, que fez um sistema viável . Infelizmente, o seu carro tinha motor dianteiro, na época em que John Cooper introduzia o motor central-traseiro, com sensível melhoria na posição do CG, e com os motores limitados a 1.500 cc, o peso extra a complexidade não compensavam , como demonstrou o BRM 67, que encontrou o sucesso nas provas de subida de montanha . Com o motor DFV, a questão de grip voltou, e foram feitos 4 carros : Lotus 63, McLAren M-9, MAtra MS-84 e o Cosworth , que nunca correu. O desenvolvimento da aerodinâmica ( spoilers e aerofólios) revelou-se mais simples e menos complexa, além de desenvolvimentos nos pneus (os carros integrais exigem pneus iguais, e os fabricantes preferiram desenvolver as medidas para os carros “ normais” ) . A mesma questão de grip ocorriam em Indy, mas lá os carros eram conduzidos mais “ redondos” ou seja , os carros eram conduzidos em aceleração constante, e não sobrecarregavam os pneus, então a tração integral era vantajosa (tanto que a Lotus quase ganhou em 67 com um carro integral movido a turbina) até ser proibida em 68 . Segundo uma entrevista do Jochen Rindt, o problema do carro integral é que o piloto não pode “ race” , ou seja, não dá para fazer four Wheel drift , fazendo um ângulo de yaw e acelerando na saída da curva muito mais rápido. Com o carro integral você tem aceleração constante na curva, tem que desenhar o percurso e sai mais devagar, mas o carro com tração traseira sai mais rápido acelerando nas retas, e ajudado por spoilers e aerofoilios compensa a tração pior nas curvas. O piloto ficava meio travado nas opções de pilotagem do carro integral , tinha que sem mais “redondo” .
Para leitura nesta sabadão :
Excelente livro sobre Racing dynamics
http://www.millikenresearch.com/rcvd.html
introdução técnica :
http://eaglewoman.rscsites.org/gpl/grehelp/dynamics.htm
fatos históricos:
http://en.wikipedia.org/wiki/Yaw,_pitch,_and_roll
http://formula-1.suite101.com/article.cfm/bizarre_formula_1_cars
http://en.wikipedia.org/wiki/Cosworth#Cosworth_F1_car

um resumo geral :
http://en.wikipedia.org/wiki/Four-wheel_drive_in_Formula_One

Roberto
Roberto
Reply to  Carlos Carrato
13 anos atrás

Dizem que existiu mais um carro de f1 com tração nas quatro rodas, mas ficou só no projeto. Não disputou nenhum campeonato. Também houve carros na indy com tração nas quatro rodas e também com rodas traseiras que faziam curvas junto com as da dianteiras.

Carlos Carrato
Carlos Carrato
Reply to  Carlos Carrato
13 anos atrás

Desculpe meu erro de concordância e obrigado pelas respostas.