A TESTA ROSSA BRASILEIRA
SÃO PAULO (demais da conta!) – Incrível a história publicada na “piauí”, uma das melhores revistas do Brasil, assinada por Jean-Louis de Lacerda Soares. Piloto nos anos 60, ganhou uma corrida nos festejos de inauguração de Brasília em 1960 seguindo as dicas de Juan-Manuel Fangio, com quem jantara casualmente na noite anterior num hotel. No Blog do Jovino tem mais alguns detalhes, uma foto dessa corrida e um vídeo espetacular. Seu carro era uma Ferrari Testa Rossa “Pontoon Fender”. Raríssima, 21 unidades construídas.
Lacerda Soares conta que anos depois de vendê-la por um valor que hoje não chegaria a US$ 15 mil, reencontrou o carro. Sendo leiloado por mais de US$ 10 milhões. É essa aí da foto.
Meu nome éDomingos Papaleo
Essa Ferrari pertenceu ao meu pai!
Tenho provas, fotos e jornais da época até um pistão dela!
É verdade, Papaleo! Eu me lembro bem da época que vocês a compraram. Eu fui muito amigo e cliente nos anos 1960 do Camillo Christofaro!
Flavio se por acaso voce vier para a Florida, me procure e eu te levo passear nas pistas daqui.
Ainda falta algo nesta historia. Se pesquisarema lista de competidores para as 1000 Milhas Brasileiras dos anos 60, voce encontraroa o nome de Domingo Papaleo e de um tal de CIANCHARUZO. Esta TT tinha um motor Corverte 350cc com 6 carburadores. O motor foi montado no dia anterior e amaciado durante a noit na oficina do PAPALEO no Bairro do Bexiga. Ja que estao fazendo pesquisa, vamos pesquisar no pente fino. Uma desta 3 Ferraris pertence a EDUARDO BATELLI ADEIRA, e se caso for abrirei um processo de apropriacao indebita contra quem for o atual dono destes carros.
Meu nome éDomingos Papaleo, sou filho de Domingos Papaleo Netto que correu e foi dono dessa ferrrari, tenho as fotos , recortes de jornais e até um pistão dela!, gostaria de falar com vc, ABS
Tentei inciar uma amizade com você Flávio Gomes através do twitter assistindo a Rádio Fox, até brinquei com um Perua Kombi que está numa das fotos do seu perfil, sobre levar a torcida da Portuguesa, time que meu saudoso pai também torcia. Sou de Pirajuí e o 05/04/1959 – III Circuito de Pirajuí/SP meu tio era o prefeito da cidade. Achei vocês do Rádio Fox uns “metidos”, mas o Mano não, que foi mais simples e simpático. Agora fazendo esta pesquisa vejo que você se interessa por fatos do esporte antigos, que refletem o momento atual da vida esportiva deste país. Cresci dentro do esporte, meu pai foi campeão brasileiro de tiro ao alvo e treinador do campeão panamericado das provas de 800, 1500 e 3000 Darcy Leão Pereira, conheço de futebol muito mais que aquele Sormani e cia ltda. trabalhei com o Sócrates no Equador em 1995 e depois disso o Equador que nuna tinha ido para a Copa do Mundo já foi duas vezes e sempre dali em diante, manda seus jogos em Quito.
1) e daí?
2) o que esse papo furado tem a ver com este post?
Meu pai foi dono dessa Ferrari, tenho provas!
[email protected]
Aguardo
Um dos unicos a ter conhecimento de causa e fazer pesquisa sobre carros antigos no Brasil e’ o Napoleao Ribeiro.A pesquisa dele e’ a melhor que ja’ vi, a excecao de um dos donos
Na vida brasileira da Testa Rossa 1957 chassis # 0738, o carro logo apos o GP do IV Centenario do Rio, disputado no entao novo Aterro do Flamengo, foi comprado por Claudio Klabin, que revendeu o carro para o Newlands em 1967.Ele morava na Avenida Atlantica , no Leme , e eu no Posto 3, ele usava o carro todo dia na rua e quando passava em frente a minha casa, eu corria pra janela.
Em 1968 ou por ai havia uma Testarossa amarela no bairro do BICHIGA em Sao Paulo. O proprietatio desta FERRARI TESTAROSSA era EDUARDO BATELLI LADEIRA. Esta Ferrari tinha motor Corvette 8 cilindros e foi preparada para correr nas 1000 Mikhas Brasileiras. O mecanico e piloto foi DOMINGO PAPALEO e um outro individuo que nao lembro o nome. Dois carros foram inscritos neste evento. A Ferrari e uma FIAT STANGHELINI. Apos o evento a Ferrari foi apropriada indevidamente e sumiu da face da terra. A Ferrari tinha uma avaria no paralama dianteiro direito, e de cor amarela.
Havia uma outra Testarrosa de cor vinho metalica que pertencia a um Chines, nao me lembro o nome.
Estou a procura da Testarossa amarela para retorna-la a seu devido dono.
Algum comentario sobre o assunto?
Sou filho de Domingos Papaleo!!!
Entre em contato
[email protected]
Att
Essa Ferrari TR amarela que aparece na foto, com a faixa verde no nariz pertence (ou pertenceu) ao Carlos Monteverdi, que disputou com ela muitas provas de classicos na Europa.
Plelo que eu já li, é a mesma que venceu na Barra com o Camilo e que venceu em Pcom o newlandas, usando carroceria de 250 GTO Drogo.
Antonio
Pessoal, a cada dia que passa fico mais surpreso com as histórias de Brasília. E não é que esse tipo de ferrari já andou por estas bandas…. taqui a prova:
http://www.youtube.com/watch?v=KDEPv6U6O3Q
Que coisa horrivel e de mau gosto!!!
Parece carro de palhaço de circo…. um verdadeiro mico andar num troço desses pelas ruas!
Querido Aloncito (Alonso – 25 de fevereiro de 2015 às 15:26): nascestes em um circo e tem vergonha disso?… je je je je… jejejeje…
Fangio era o cara
Zé Rodrigo, a confusão não foi feita por mim.
Não sei se vc leu o texto escrito pelo J. Louis, e reproduzo aqui, ele afirma que esta Ferrari amarela é a mesma acidentada em Interlagos, quando era pilotada pelo “Rio Negro” chassis 0606 MM, com a qual ele venceu em Brasília.
A confusão vem daí.
“Agora vamos ao desfecho, que é o destino daquela Ferrari 250 Testa Rossa Pontoon Fender, uma história que nem mesmo o maior dos mentirosos teria coragem de inventar. Tive, na minha escuderia, duas Testa Rossa. Quando parei de correr em 1962, vendi a que me restava por 2 mil dólares – equivalentes, em dinheiro de hoje, a pouco mais de 14 mil dólares. Logo depois, um rapaz a partiu em duas contra um eucalipto em Interlagos. O motor foi parar num barco. O chassi e o resto da carroceria, num canto de garagem.
Normalmente a história terminaria aqui. Mas não com a Ferrari. Alguns anos depois, recebi o telefonema de um senhor, que disse estar à minha procura fazia tempo. Ele havia comprado o motor, o chassi, o que havia sobrado da carroceria e recuperado o carro. E me perguntou se eu tinha alguma prova ou documentação que identificasse a Ferrari como sendo uma Testa Rossa, pois sua suspensão traseira era diferente. Sim, respondi, era uma suspensão De Dion, instalada a meu pedido, por ser mais adequada aos circuitos brasileiros.”
Confira no histórico feito pelo N. Ribeiro, no relato do Sérgio Góes e nas fotos do L. Racing.
Estão falando de dois carros diferentes, mas tratados como o mesmo.
Esta é a confusão.
Fábio, talvez voce esteja confundindo o carro.
Esta amarela é o chassis 0738-TR e sua história não tem nada de confuso.
Leiam aqui (é em inglês):
http://www.conceptcarz.com/vehicle/default.aspx?carID=12478&iDNumID=11579&i=8&vd=y
Existiu outra Testarossa por aqui que também recebeu uma carroceria “tipo GTO” feita pelo mesmo Drogo na Itália. Esta Ferrari tinha o chassis 0716-TR, mas ai já é outra história.
Mais
Ferrari 250TR no Brasil
Ter, 24 de Julho de 2007 00:00
Escrito por Napoleão Ribeiro
Como artigo de estréia deste novo site, estou ousando ao tratar da participação das Ferrari 250TR no Brasil. Um assunto muito polêmico, mas que pretendo esclarecer, se não tudo, pelo menos alguns dados obscuros que pesquisados ajudam a clarear parte da história desses carros em nosso país. Foram duas as Ferrari 250TR legítimas que vieram para o Brasil, as de chassi nºs 0716TR-57 e 0738TR-57, apesar de uma terceira Ferrari ser tratada também como 250TR, quando na verdade tratava-se de uma 290MM, que veio para o Brasil com um motor 250TR, chassi 0606MM.
A Ferrari 250TR # 0716 participou em 26/01/1958 dos Mil Km de Buenos Aires pela Scuderia Ferrari e pilotada por Luigi Musso/Oliver Gendebien. Logo depois da prova foi adquirida por Celso Lara Barberis e trazida para o Brasil. Sua estréia nas pistas nacionais ocorreu no dia 23/02/1958, na Prova Crônica Esportiva Paulista, válida pela 1ª Etapa do Campeonato Paulista. Nessa prova Celso Lara Barberis foi pole-position, venceu a corrida e estabeleceu a volta mais rápida, com o tempo de 3m48s7. No dia 22/06/1958 Celso Lara participou do GP do Cinqüentenário da Imigração Japonesa voltando a registrar a pole-position (3m42s8), vencendo a prova e fazendo a melhor volta com o tempo de 3m47s2.
Sua terceira corrida no Brasil aconteceu na inauguração do Circuito da Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro. Mais uma vez Celso largou na pole-position tendo ao seu lado o piloto do Rio de Janeiro, Henrique Casini que pilotava uma Maserati 300S. Casini pulou na frente e liderou a primeira volta, mas já na volta seguinte Celso assumia a liderança, começando a levar vantagem sobre a Maserati.
Entretanto, na 18ª, das 25 voltas previstas para a prova, quando chegou na curva do “Corsário”, a Ferrari começou a apresentar falhas no sistema de alimentação e parou logo em seguida com problemas no sistema de alimentação de combustível. Com isso Henrique Casini acabou vencendo a prova.
No dia 30/11/1958, Celso participou com a Ferrari 250TR da prova preliminar de carros Sport do Torneio Triangular Sul-americano, prova disputada no circuito de Interlagos. Largaram apenas cinco carros, além de Celso, estavam presente José Gimenez Lopes, na Ferrari 250TR # 0738; Jean Louis Lacerda, numa Ferrari 750 Monza; Álvaro Varanda, numa Ferrari 250S e Christian Heins com um Porsche 550RS. Mais uma vez Celso largou na frente, mas acabou abandonando a prova por problemas, dessa vez no diferencial e, para surpresa geral, quem acabou vencendo foi Christian Heins com o carro de menor potência da prova, o Porsche 550.
Celso Lara voltaria a pilotar a 250TR no dia 31/05/1959, por ocasião do Prêmio Pedro Santalúcia, em Interlagos. Com o carro em ordem, Celso não teve dificuldade em estabelecer a pole-position, vencer a prova e registrar a melhor volta com o tempo de 3m43s8.
No final de 1950 o carro foi vendido para a equipe Lagartixa de Jean Louis Lacerda e Chico Landi. Chico Landi conduziu a Ferrari 250TR # 0716 no Prêmio Juscelino Kubitschek por ocasião da inauguração de Brasília, no dia 23/04/1960. Dessa prova participaram as três Ferrari tratadas neste artigo e Chico Landi terminou apenas na quinta colocação. Sob o comando de Moroni Giorgi participou do Prêmio Presidente do ACB, em Interlagos, terminando a prova na 4ª posição.
Em 1964 a Ferrari foi levada para a Itália, onde recebeu uma carroceria de 250GTO Drogo. Permaneceu no Brasil durante alguns anos e foi reexportada para a Europa onde retornou à sua condição original de 250TR e atualmente, participa de competições de carros históricos.
A Ferrari 250TR # 0738 foi adquirida em 1958 por Jean Lacerda da Scuderia Lagartixa. O carro fez sua estréia na Prova Cinqüentenário da Imigração Japonesa em Interlagos, no dia 22/06/1958, sob a condução de Chico Landi, que abandonou na 7ª volta, em prova vencida por Celso Lara Barberis na 250TR # 0716.
Em 28/09/1958 a Ferrari 250TR se apresentou na Inauguração do Circuito da Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, desta vez pilotada por José Gimenez Lopes, que obteve a segunda colocação logo atrás da Maserati 300S de Henrique Casini. Mais uma vez, com Gimenez Lopez ao volante, o carro terminou em quarto lugar na prova de carros Sport, preliminar do Torneio Triangular Sul-Americano disputada no dia 30/11/1959, em Interlagos.
No dia 10/12/1958, Jean Louis Lacerda participou pela primeira vez de uma prova automobilística com a Ferrari 250TR no II Circuito da Barra da Tijuca, onde foi obrigado a abandonar com problemas no diferencial, prova que foi vencida pelo seu companheiro de equipe Fritz D’Orey ao volante de Ferrari 750 Monza.
Finalmente, em 05/04/1959 a 250TR # 0738 venceu a sua primeira corrida no Brasil. O feito aconteceu no III Circuito de Pirajuí sendo conduzida por Jean Louis Lacerda.
No dia 31/05/1959 Jean Louis Lacerda disputou o Prêmio Pedro Santalúcia em Interlagos, mas abandonou a prova por problemas mecânicos.
O mesmo Jean Louis Lacerda conduziu a Ferrari à vitória no dia 27/07/1959 no Circuito da Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro.
No início de 1960 o carro passou às mãos de Luciano Della Porta que fez sua estréia na Etapa do Torneio Triangular Sul-Americano em Interlagos. Della Porta terminou em 9º lugar e na semana seguinte correu o GP Cidade do Rio de Janeiro, na Barra da Tijuca, terminando em 7º lugar.
No Circuito de Piracicaba dia 13/03/1960, Della Porta obteve a terceira colocação atrás da Alfa Romeo Corvette de Camillo Christófaro e do Porsche 550RS de Christian Heins, carro que, apesar de menos potente foi muito beneficiado pelo circuito travado de Piracicaba.
Na prova comemorativa da inauguração de Brasília, no dia 23/04/1960, Luciano Della Porta terminou em segundo lugar batido apenas pela Ferrari 250TR/290MM # 0606 de Jean Louis Lacerda.
Na Prova Presidente do Automóvel Clube do Brasil, disputada em Interlagos no dia 12/06/1960, Della Porta novamente teve que abandonar por problemas mecânicos.
Nos 500 Km de Interlagos, em 09/09/1960 o carro conquistou o segundo lugar, sob o comando de Luciano Della Porta e Chico Landi.
Novamente no Rio de Janeiro em 05/11/1960, Luciano Della Porta participou do GP Cidade do Rio de Janeiro. Manteve-se em segundo durante uma boa parte da prova mas acabou abandonando.
Em 1963, a Ferrari foi enviada à Itália onde ganhou uma carroceria 250GTO Drogo.
Após retornar ao Brasil, a então “250GTO Drogo” participou do Prêmio John Kennedy, em 11/10/1964 no Autódromo de Interlagos, sob a condução de Luciano Della Porta. O carro despertou grande interesse, mas sua apresentação terminou logo na 5ª volta com problemas mecânicos.
Em 19/09/1965 o carro foi inscrito no GP do IV Centenário do Rio de Janeiro, prova disputada no circuito da Barra da Tijuca. Apesar de muita polêmica em torno de dúvida se era GT ou Protótipo, o carro que foi pilotado por Camillo Christófaro bateu as temíveis Abarth Simca, até então imbatíveis no automobilismo nacional.
Vendido para Paulo César Newlands do Rio de Janeiro, a Ferrari GTO participou da II Etapa do Campeonato carioca em 04/06/1967, no Autódromo de Jacarepaguá. Apesar de ter liderado a prova, acabou tendo que abandoná-la com problemas no sistema de alimentação de combustível.
No dia 30/07/1967, Newlands obteve convincente vitória no Circuito de Petrópolis, batendo dois Karmann Ghia Porsche com carrocerias de fibra de vidro e o DKW Malzoni de Norman Casari.
Em 06/08/1967 Newlands participou da II Etapa do Campeonato Carioca, em Jacarepaguá, mas foi obrigado a abandonar ainda no início, em prova que marcou a sua despedida das pistas nacionais.
A Ferrari acabou sofrendo uma série de modificações na sua carroceria ganhando faróis duplos parecidos com os da Ferrari 365 GTB, obra do “carrozzieri” da região de Três Rios no Estado do Rio de Janeiro, retornando no início dos anos 70 para a oficina de Camillo Christófaro no Canindé, em São Paulo, onde permaneceu algum tempo. Em seguida foi reexportada para a Europa onde recebeu novamente uma carroceria de 250TR e atualmente participa dos eventos históricos de carros clássicos.
A Ferrari 290MM # 0606M fez sua estréia nas pistas pela Scuderia Ferrari no Giro da Sicília de 1956 tendo Luigi Musso ao volante que, entretanto, teve que abandonar pouco depois de Trapani, com problemas na parte elétrica do carro.
Em 27/05/1956 a Ferrari participou dos Mil Km de Nürburgring, com Luigi Musso/Maurice Trintignant, que sofreu um acidente e abandonou a prova.
Em 12/08/1956 a Ferrari 290MM # 0606 venceu o GP da Suécia pilotada por Maurice Trintignant/Phil Hill. Em seguida o carro foi vendido a Jacques Swaters que competiu em 1957 de diversas provas, com destaque para a participação nas 24 Horas de Le Mans sob a condução de Jacques Swaters/Alain de Changy. O carro abandonou ainda no início da corrida com problemas de motor.
Em 1959 teve o seu motor 290 de 3.500 cc substituído por um 250TR de 3.000 cc e vendido a Jean Louis Lacerda da equipe Lagartixa. Sua estréia em pistas nacionais aconteceu no dia 10/01/1960 por ocasião da prova do Torneio Triangular Sul-americano disputado em Interlagos, pilotada por Jean Louis Lacerda que abandonou logo no início da prova.
Em 17/01/1960, no GP Cidade do Rio de Janeiro, na Barra da Tijuca, Lacerda terminou em 6º lugar, enquanto que, em Piracicaba terminou em 6º lugar.
A consagração do carro aconteceu em Brasília em 23/04/1960, na disputa do GP Juscelino Kubitschek quando Jean Louis Lacerda terminou em primeiro lugar.
Nova vitória foi conquistada por Jean Louis Lacerda 12/06/1960 no Prêmio Presidente do Automóvel Clube em Interlagos.
Vendida a Aguinaldo Góes, a Ferrari 290 # 0606M terminou em segundo lugar nos 500 Km de Interlagos, batida apenas pela potente Maserati 450S de Celso Lara Barberis/Ruggero Peruzzo/Emílio Zambello.
Como Aguinaldo Góes, com problemas de saúde, não podia participar da prova “Aniversário ACESP”, disputada em Interlagos em 20/05/1962, emprestou-a a Fernando Mafra Moreira, mais conhecido como “Rio Negro”, piloto com pouca experiência em competições. Muito entusiasmado, “Rio Negro” começou a prova “com tudo”, entusiasmado com a chance de correr numa Ferrari tão potente. Logo na segunda volta, Rio Negro entrou forte na curva 1, perdeu a direção e chocou-se contra os eucaliptos que ficavam na área de escape. O carro foi dividido em dois e Rio Negro teve morte instantânea. Segundo Emílio Zambello, o carro tinha a posição da pedaleira invertida e talvez isso tenha feito com que “Rio Negro” pisasse no acelerador quando deveria pisar no freio e assim o acidente foi inevitável.
RESULTADOS:
Provas da Ferrari 250TR # 0716
DATA PROVA CIRCUITO Nº PILOTOS COL
16/01/1958 Mil Km de Buenos Aires Autódromo de Buenos Aires 4 Luigi Musso/Olivier Gendebien 2º
23/02/1958 Crônica Esportiva Paulista Interlagos – SP 46 Celso Lara Barberis 1º
22/06/1958 Cinqüentenário da Imigração Japonesa Interlagos – SP 46 Celso Lara Barberis 1º
28/09/1958 Festival do Desporto Motor Barra da Tijuca – RJ 46 Celso Lara Barberis 5º
30/11/1958 Preliminar do Torneio Triangular Sul-americano Interlagos – SP 46 Celso Lara Barberis 5º
31/05/1959 Pedro Santalúcia Interlagos – SP 46 Celso Lara Barberis 1º
23/04/1960 Prêmio Juscelino Kubitschek Eixo Rodoviário – Brasília – DF 80 Chico Landi 5º
12/06/1960 Prêmio Presidente do ACB Interlagos – SP 80 Moroni Giorgio 4º
Provas da Ferrari 250TR # 0738
DATA PROVA CIRCUITO Nº PILOTOS COL
22/06/1958 Cinqüentenário da Imigração Japonesa Interlagos – SP 82 Chico Landi 7º
28/09/1958 Festival do Desporto Motor Barra da Tijuca – RJ 82 José Gimenez Lopes 2º
30/11/1958 Preliminar do Torneio Triangular Sul-americano Interlagos – SP 82 José Gimenez Lopes 4º
10/12/1958 II Circuito da Barra da Tijuca Barra da Tijuca – RJ 82 Jean Louis Lacerda 7º
05/04/1959 III Circuito de Piajuí Pirajuí – SP 8 Jean Louis Lacerda 1º
31/05/1959 Pedro Santalúcia Interlagos – SP 8 Jean Louis Lacerda AB
27/07/1959 III Circuito da Barra da Tijuca Barra da Tijuca – RJ 8 Jean Louis Lacerda 1º
10/01/1960 Etapa do Torneio Triangular Sul-Americano Interlagos – SP 79 Luciano Della Porta 9º
17/01/1960 GP Cidade do Rio de Janeiro Barra da Tijuca – RJ 79 Luciano Della Porta 7º
13/03/1960 II Circuito de Piracicaba Piracicaba – SP 79 Luciano Della Porta 3º
23/04/1960 Prêmio Juscelino Kubitschek Eixo Rodoviário – Brasília – DF 79 Luciano Della Porta 2º
12/06/1960 Prêmio Presidente do ACB Interlagos – SP 79 Luciano Della Porta 5º
09/09/1960 III 500 Km de Interlagos Interlagos – SP 79 Luciano Della Porta/Chico Landi 2º
05/11/1960 GP Cidade do Rio de Janeiro Barra da Tijuca – RJ 79 Luciano Della Porta AB
Provas da Ferrari 250GTO Drogo # 0738TR
DATA PROVA CIRCUITO Nº PILOTOS COL
11/10/1964 Prêmio John Kennedy Interlagos – SP 79 Luciano Della Porta 16º
19/09/1965 GP IV Centenário do Rio de Janeiro Barra da Tijuca – RJ 18 Camillo Christófaro 1º
04/06/1967 II Etapa do Campeonato Carioca Jacarepaguá – RJ 4 Paulo César Newlands 16º
30/07/1967 X Circuito de Petrópolis Petrópolis – RJ 11 Paulo César Newlands 1º
06/08/1967 III Etapa do Campeonato Carioca Jacarepaguá – RJ 11 Paulo César Newlands 16º
Provas da Ferrari 290MM # 0606MM
DATA PROVA CIRCUITO Nº PILOTOS COL
08/04/1956 XVI Giro da Sicília Sicília – ITA 334 Luigi Musso AB
27/05/1956 III Mil Km de Nürburgring Nürburgring – ALE 3 Luigi Musso/Maurice Trintignant 37º
12/08/1956 II GP da Suécia Estocolmo – SUE 3 Phil Hill/Maurice Trintignant 1º
12/05/1957 GP de Spa-Francorchamps Spa-Francorchamps – BEL ND Jacques Swaters AB
30/05/1957 6 Horas de Forez – França Forez – FRA ND Willy Mairesse AB
09/06/1957 VII GP de Portugal Monsanto – Lisboa – POR 19 Alain de Changy 4º
23/06/1957 XXV 24 Horas de Le Mans Le Mans – Sarthe – FRA 11 Jacques Swaters/Alain de Changy 39º
11/08/1957 IV GP da Suécia Estocolmo – SUE 11 Willy Mairesse/Michel Ringoir 23º
25/08/1957 II GP do RAC da Bélgica Spa-Francorchamps – BEL ND Alain de Changy 11º
14/09/1957 Daily Express Trophy Silverstone – ING ND Willy Mairesse 5º
Provas da Ferrari 290MM/250 # 0606MM
DATA PROVA CIRCUITO Nº PILOTOS COL
10/01/1960 Etapa do Torneio Triangular Sul-Americano Interlagos – SP 81 Jean Louis Lacerda AB
17/01/1960 GP Cidade do Rio de Janeiro Barra da Tijuca – RJ 81 Jean Louis Lacerda 6º
13/03/1960 II Circuito de Piracicaba Piracicaba – SP 81 Jean Louis Lacerda 6º
23/04/1960 Prêmio Juscelino Kubitschek Eixo Rodoviário – Brasília – DF 81 Jean Louis Lacerda 1º
12/06/1960 Prêmio Presidente do ACB Interlagos – SP 81 Jean Louis Lacerda 1º
07/09/1960 IV 500 Km de Interlagos Interlagos – SP 81 Aguinaldo Góes 2º
20/05/1962 Festival Automobilístico ACESP Interlagos – SP 81 Fernando Mafra Moreira (+) 4º
Fonte:Ferrari 250TR no Brasil
Ter, 24 de Julho de 2007 00:00
Escrito por Napoleão Ribeiro
Como artigo de estréia deste novo site, estou ousando ao tratar da participação das Ferrari 250TR no Brasil. Um assunto muito polêmico, mas que pretendo esclarecer, se não tudo, pelo menos alguns dados obscuros que pesquisados ajudam a clarear parte da história desses carros em nosso país. Foram duas as Ferrari 250TR legítimas que vieram para o Brasil, as de chassi nºs 0716TR-57 e 0738TR-57, apesar de uma terceira Ferrari ser tratada também como 250TR, quando na verdade tratava-se de uma 290MM, que veio para o Brasil com um motor 250TR, chassi 0606MM.
A Ferrari 250TR # 0716 participou em 26/01/1958 dos Mil Km de Buenos Aires pela Scuderia Ferrari e pilotada por Luigi Musso/Oliver Gendebien. Logo depois da prova foi adquirida por Celso Lara Barberis e trazida para o Brasil. Sua estréia nas pistas nacionais ocorreu no dia 23/02/1958, na Prova Crônica Esportiva Paulista, válida pela 1ª Etapa do Campeonato Paulista. Nessa prova Celso Lara Barberis foi pole-position, venceu a corrida e estabeleceu a volta mais rápida, com o tempo de 3m48s7. No dia 22/06/1958 Celso Lara participou do GP do Cinqüentenário da Imigração Japonesa voltando a registrar a pole-position (3m42s8), vencendo a prova e fazendo a melhor volta com o tempo de 3m47s2.
Sua terceira corrida no Brasil aconteceu na inauguração do Circuito da Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro. Mais uma vez Celso largou na pole-position tendo ao seu lado o piloto do Rio de Janeiro, Henrique Casini que pilotava uma Maserati 300S. Casini pulou na frente e liderou a primeira volta, mas já na volta seguinte Celso assumia a liderança, começando a levar vantagem sobre a Maserati.
Entretanto, na 18ª, das 25 voltas previstas para a prova, quando chegou na curva do “Corsário”, a Ferrari começou a apresentar falhas no sistema de alimentação e parou logo em seguida com problemas no sistema de alimentação de combustível. Com isso Henrique Casini acabou vencendo a prova.
No dia 30/11/1958, Celso participou com a Ferrari 250TR da prova preliminar de carros Sport do Torneio Triangular Sul-americano, prova disputada no circuito de Interlagos. Largaram apenas cinco carros, além de Celso, estavam presente José Gimenez Lopes, na Ferrari 250TR # 0738; Jean Louis Lacerda, numa Ferrari 750 Monza; Álvaro Varanda, numa Ferrari 250S e Christian Heins com um Porsche 550RS. Mais uma vez Celso largou na frente, mas acabou abandonando a prova por problemas, dessa vez no diferencial e, para surpresa geral, quem acabou vencendo foi Christian Heins com o carro de menor potência da prova, o Porsche 550.
Celso Lara voltaria a pilotar a 250TR no dia 31/05/1959, por ocasião do Prêmio Pedro Santalúcia, em Interlagos. Com o carro em ordem, Celso não teve dificuldade em estabelecer a pole-position, vencer a prova e registrar a melhor volta com o tempo de 3m43s8.
No final de 1950 o carro foi vendido para a equipe Lagartixa de Jean Louis Lacerda e Chico Landi. Chico Landi conduziu a Ferrari 250TR # 0716 no Prêmio Juscelino Kubitschek por ocasião da inauguração de Brasília, no dia 23/04/1960. Dessa prova participaram as três Ferrari tratadas neste artigo e Chico Landi terminou apenas na quinta colocação. Sob o comando de Moroni Giorgi participou do Prêmio Presidente do ACB, em Interlagos, terminando a prova na 4ª posição.
Em 1964 a Ferrari foi levada para a Itália, onde recebeu uma carroceria de 250GTO Drogo. Permaneceu no Brasil durante alguns anos e foi reexportada para a Europa onde retornou à sua condição original de 250TR e atualmente, participa de competições de carros históricos.
A Ferrari 250TR # 0738 foi adquirida em 1958 por Jean Lacerda da Scuderia Lagartixa. O carro fez sua estréia na Prova Cinqüentenário da Imigração Japonesa em Interlagos, no dia 22/06/1958, sob a condução de Chico Landi, que abandonou na 7ª volta, em prova vencida por Celso Lara Barberis na 250TR # 0716.
Em 28/09/1958 a Ferrari 250TR se apresentou na Inauguração do Circuito da Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, desta vez pilotada por José Gimenez Lopes, que obteve a segunda colocação logo atrás da Maserati 300S de Henrique Casini. Mais uma vez, com Gimenez Lopez ao volante, o carro terminou em quarto lugar na prova de carros Sport, preliminar do Torneio Triangular Sul-Americano disputada no dia 30/11/1959, em Interlagos.
No dia 10/12/1958, Jean Louis Lacerda participou pela primeira vez de uma prova automobilística com a Ferrari 250TR no II Circuito da Barra da Tijuca, onde foi obrigado a abandonar com problemas no diferencial, prova que foi vencida pelo seu companheiro de equipe Fritz D’Orey ao volante de Ferrari 750 Monza.
Finalmente, em 05/04/1959 a 250TR # 0738 venceu a sua primeira corrida no Brasil. O feito aconteceu no III Circuito de Pirajuí sendo conduzida por Jean Louis Lacerda.
No dia 31/05/1959 Jean Louis Lacerda disputou o Prêmio Pedro Santalúcia em Interlagos, mas abandonou a prova por problemas mecânicos.
O mesmo Jean Louis Lacerda conduziu a Ferrari à vitória no dia 27/07/1959 no Circuito da Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro.
No início de 1960 o carro passou às mãos de Luciano Della Porta que fez sua estréia na Etapa do Torneio Triangular Sul-Americano em Interlagos. Della Porta terminou em 9º lugar e na semana seguinte correu o GP Cidade do Rio de Janeiro, na Barra da Tijuca, terminando em 7º lugar.
No Circuito de Piracicaba dia 13/03/1960, Della Porta obteve a terceira colocação atrás da Alfa Romeo Corvette de Camillo Christófaro e do Porsche 550RS de Christian Heins, carro que, apesar de menos potente foi muito beneficiado pelo circuito travado de Piracicaba.
Na prova comemorativa da inauguração de Brasília, no dia 23/04/1960, Luciano Della Porta terminou em segundo lugar batido apenas pela Ferrari 250TR/290MM # 0606 de Jean Louis Lacerda.
Na Prova Presidente do Automóvel Clube do Brasil, disputada em Interlagos no dia 12/06/1960, Della Porta novamente teve que abandonar por problemas mecânicos.
Nos 500 Km de Interlagos, em 09/09/1960 o carro conquistou o segundo lugar, sob o comando de Luciano Della Porta e Chico Landi.
Novamente no Rio de Janeiro em 05/11/1960, Luciano Della Porta participou do GP Cidade do Rio de Janeiro. Manteve-se em segundo durante uma boa parte da prova mas acabou abandonando.
Em 1963, a Ferrari foi enviada à Itália onde ganhou uma carroceria 250GTO Drogo.
Após retornar ao Brasil, a então “250GTO Drogo” participou do Prêmio John Kennedy, em 11/10/1964 no Autódromo de Interlagos, sob a condução de Luciano Della Porta. O carro despertou grande interesse, mas sua apresentação terminou logo na 5ª volta com problemas mecânicos.
Em 19/09/1965 o carro foi inscrito no GP do IV Centenário do Rio de Janeiro, prova disputada no circuito da Barra da Tijuca. Apesar de muita polêmica em torno de dúvida se era GT ou Protótipo, o carro que foi pilotado por Camillo Christófaro bateu as temíveis Abarth Simca, até então imbatíveis no automobilismo nacional.
Vendido para Paulo César Newlands do Rio de Janeiro, a Ferrari GTO participou da II Etapa do Campeonato carioca em 04/06/1967, no Autódromo de Jacarepaguá. Apesar de ter liderado a prova, acabou tendo que abandoná-la com problemas no sistema de alimentação de combustível.
No dia 30/07/1967, Newlands obteve convincente vitória no Circuito de Petrópolis, batendo dois Karmann Ghia Porsche com carrocerias de fibra de vidro e o DKW Malzoni de Norman Casari.
Em 06/08/1967 Newlands participou da II Etapa do Campeonato Carioca, em Jacarepaguá, mas foi obrigado a abandonar ainda no início, em prova que marcou a sua despedida das pistas nacionais.
A Ferrari acabou sofrendo uma série de modificações na sua carroceria ganhando faróis duplos parecidos com os da Ferrari 365 GTB, obra do “carrozzieri” da região de Três Rios no Estado do Rio de Janeiro, retornando no início dos anos 70 para a oficina de Camillo Christófaro no Canindé, em São Paulo, onde permaneceu algum tempo. Em seguida foi reexportada para a Europa onde recebeu novamente uma carroceria de 250TR e atualmente participa dos eventos históricos de carros clássicos.
A Ferrari 290MM # 0606M fez sua estréia nas pistas pela Scuderia Ferrari no Giro da Sicília de 1956 tendo Luigi Musso ao volante que, entretanto, teve que abandonar pouco depois de Trapani, com problemas na parte elétrica do carro.
Em 27/05/1956 a Ferrari participou dos Mil Km de Nürburgring, com Luigi Musso/Maurice Trintignant, que sofreu um acidente e abandonou a prova.
Em 12/08/1956 a Ferrari 290MM # 0606 venceu o GP da Suécia pilotada por Maurice Trintignant/Phil Hill. Em seguida o carro foi vendido a Jacques Swaters que competiu em 1957 de diversas provas, com destaque para a participação nas 24 Horas de Le Mans sob a condução de Jacques Swaters/Alain de Changy. O carro abandonou ainda no início da corrida com problemas de motor.
Em 1959 teve o seu motor 290 de 3.500 cc substituído por um 250TR de 3.000 cc e vendido a Jean Louis Lacerda da equipe Lagartixa. Sua estréia em pistas nacionais aconteceu no dia 10/01/1960 por ocasião da prova do Torneio Triangular Sul-americano disputado em Interlagos, pilotada por Jean Louis Lacerda que abandonou logo no início da prova.
Em 17/01/1960, no GP Cidade do Rio de Janeiro, na Barra da Tijuca, Lacerda terminou em 6º lugar, enquanto que, em Piracicaba terminou em 6º lugar.
A consagração do carro aconteceu em Brasília em 23/04/1960, na disputa do GP Juscelino Kubitschek quando Jean Louis Lacerda terminou em primeiro lugar.
Nova vitória foi conquistada por Jean Louis Lacerda 12/06/1960 no Prêmio Presidente do Automóvel Clube em Interlagos.
Vendida a Aguinaldo Góes, a Ferrari 290 # 0606M terminou em segundo lugar nos 500 Km de Interlagos, batida apenas pela potente Maserati 450S de Celso Lara Barberis/Ruggero Peruzzo/Emílio Zambello.
Como Aguinaldo Góes, com problemas de saúde, não podia participar da prova “Aniversário ACESP”, disputada em Interlagos em 20/05/1962, emprestou-a a Fernando Mafra Moreira, mais conhecido como “Rio Negro”, piloto com pouca experiência em competições. Muito entusiasmado, “Rio Negro” começou a prova “com tudo”, entusiasmado com a chance de correr numa Ferrari tão potente. Logo na segunda volta, Rio Negro entrou forte na curva 1, perdeu a direção e chocou-se contra os eucaliptos que ficavam na área de escape. O carro foi dividido em dois e Rio Negro teve morte instantânea. Segundo Emílio Zambello, o carro tinha a posição da pedaleira invertida e talvez isso tenha feito com que “Rio Negro” pisasse no acelerador quando deveria pisar no freio e assim o acidente foi inevitável.
RESULTADOS:
Provas da Ferrari 250TR # 0716
DATA PROVA CIRCUITO Nº PILOTOS COL
16/01/1958 Mil Km de Buenos Aires Autódromo de Buenos Aires 4 Luigi Musso/Olivier Gendebien 2º
23/02/1958 Crônica Esportiva Paulista Interlagos – SP 46 Celso Lara Barberis 1º
22/06/1958 Cinqüentenário da Imigração Japonesa Interlagos – SP 46 Celso Lara Barberis 1º
28/09/1958 Festival do Desporto Motor Barra da Tijuca – RJ 46 Celso Lara Barberis 5º
30/11/1958 Preliminar do Torneio Triangular Sul-americano Interlagos – SP 46 Celso Lara Barberis 5º
31/05/1959 Pedro Santalúcia Interlagos – SP 46 Celso Lara Barberis 1º
23/04/1960 Prêmio Juscelino Kubitschek Eixo Rodoviário – Brasília – DF 80 Chico Landi 5º
12/06/1960 Prêmio Presidente do ACB Interlagos – SP 80 Moroni Giorgio 4º
Provas da Ferrari 250TR # 0738
DATA PROVA CIRCUITO Nº PILOTOS COL
22/06/1958 Cinqüentenário da Imigração Japonesa Interlagos – SP 82 Chico Landi 7º
28/09/1958 Festival do Desporto Motor Barra da Tijuca – RJ 82 José Gimenez Lopes 2º
30/11/1958 Preliminar do Torneio Triangular Sul-americano Interlagos – SP 82 José Gimenez Lopes 4º
10/12/1958 II Circuito da Barra da Tijuca Barra da Tijuca – RJ 82 Jean Louis Lacerda 7º
05/04/1959 III Circuito de Piajuí Pirajuí – SP 8 Jean Louis Lacerda 1º
31/05/1959 Pedro Santalúcia Interlagos – SP 8 Jean Louis Lacerda AB
27/07/1959 III Circuito da Barra da Tijuca Barra da Tijuca – RJ 8 Jean Louis Lacerda 1º
10/01/1960 Etapa do Torneio Triangular Sul-Americano Interlagos – SP 79 Luciano Della Porta 9º
17/01/1960 GP Cidade do Rio de Janeiro Barra da Tijuca – RJ 79 Luciano Della Porta 7º
13/03/1960 II Circuito de Piracicaba Piracicaba – SP 79 Luciano Della Porta 3º
23/04/1960 Prêmio Juscelino Kubitschek Eixo Rodoviário – Brasília – DF 79 Luciano Della Porta 2º
12/06/1960 Prêmio Presidente do ACB Interlagos – SP 79 Luciano Della Porta 5º
09/09/1960 III 500 Km de Interlagos Interlagos – SP 79 Luciano Della Porta/Chico Landi 2º
05/11/1960 GP Cidade do Rio de Janeiro Barra da Tijuca – RJ 79 Luciano Della Porta AB
Provas da Ferrari 250GTO Drogo # 0738TR
DATA PROVA CIRCUITO Nº PILOTOS COL
11/10/1964 Prêmio John Kennedy Interlagos – SP 79 Luciano Della Porta 16º
19/09/1965 GP IV Centenário do Rio de Janeiro Barra da Tijuca – RJ 18 Camillo Christófaro 1º
04/06/1967 II Etapa do Campeonato Carioca Jacarepaguá – RJ 4 Paulo César Newlands 16º
30/07/1967 X Circuito de Petrópolis Petrópolis – RJ 11 Paulo César Newlands 1º
06/08/1967 III Etapa do Campeonato Carioca Jacarepaguá – RJ 11 Paulo César Newlands 16º
Provas da Ferrari 290MM # 0606MM
DATA PROVA CIRCUITO Nº PILOTOS COL
08/04/1956 XVI Giro da Sicília Sicília – ITA 334 Luigi Musso AB
27/05/1956 III Mil Km de Nürburgring Nürburgring – ALE 3 Luigi Musso/Maurice Trintignant 37º
12/08/1956 II GP da Suécia Estocolmo – SUE 3 Phil Hill/Maurice Trintignant 1º
12/05/1957 GP de Spa-Francorchamps Spa-Francorchamps – BEL ND Jacques Swaters AB
30/05/1957 6 Horas de Forez – França Forez – FRA ND Willy Mairesse AB
09/06/1957 VII GP de Portugal Monsanto – Lisboa – POR 19 Alain de Changy 4º
23/06/1957 XXV 24 Horas de Le Mans Le Mans – Sarthe – FRA 11 Jacques Swaters/Alain de Changy 39º
11/08/1957 IV GP da Suécia Estocolmo – SUE 11 Willy Mairesse/Michel Ringoir 23º
25/08/1957 II GP do RAC da Bélgica Spa-Francorchamps – BEL ND Alain de Changy 11º
14/09/1957 Daily Express Trophy Silverstone – ING ND Willy Mairesse 5º
Provas da Ferrari 290MM/250 # 0606MM
DATA PROVA CIRCUITO Nº PILOTOS COL
10/01/1960 Etapa do Torneio Triangular Sul-Americano Interlagos – SP 81 Jean Louis Lacerda AB
17/01/1960 GP Cidade do Rio de Janeiro Barra da Tijuca – RJ 81 Jean Louis Lacerda 6º
13/03/1960 II Circuito de Piracicaba Piracicaba – SP 81 Jean Louis Lacerda 6º
23/04/1960 Prêmio Juscelino Kubitschek Eixo Rodoviário – Brasília – DF 81 Jean Louis Lacerda 1º
12/06/1960 Prêmio Presidente do ACB Interlagos – SP 81 Jean Louis Lacerda 1º
07/09/1960 IV 500 Km de Interlagos Interlagos – SP 81 Aguinaldo Góes 2º
20/05/1962 Festival Automobilístico ACESP Interlagos – SP 81 Fernando Mafra Moreira (+) 4º
A historia sempre repetida! Os carros são importados e usados ate o ultimo bagaço ou acidente,desmontados para aproveitar os pedaços para fazer um tranqueira qualquer ou aquela celebre mania de “vou usar esse motor num barco”,cansei de ouvir esse tipo de barbarie.Os carros europeus na falta de conhecimento e dinheiro para fazer um motor ganhavam aquele monte de ferro fundido de Corvette que os americanos chamam ate hoje de motor,só se for de bomba de irrigação rsrsrsrsrsrs .Enquanto isso lá fora os carros corriam,passavam por guerras e hoje estão andando com saude perfeita nos eventos tipo Goodwood.Acho que é o ar daqui que deixa as pessoas displicentes com fauna,flora,cultura,predios antigos e obras de arte em geral.
1958 e não 1957 :-)
Esta história não tem nada de confusa, ela apenas é longa e cheia de detalhes.
O resumo é este aqui:
O carro nasceu assim, uma Testarosa 1957 e veio para o Brasil. Aqui sofreu um acidente no início de 60 e foi mandada de volta para a Itália e lá recebeu uma carroceria parecida com a da 250 GTO, mas feita pelo ateliê italiano do Drogo (um artista/desenhista/carrosserista e outros istas mais).
Voltou para o Brasil travestida de 250 GTO e fez várias corridas por aqui, trocando de dono algumas vezes ao longo desta fase.
O carro começou a ficar velho e cansado, afinal já era uma tranqueira ultrapassada numa época que sua valorização só ia ladeira abaixo. Chegou a ser trocada por um Dodge Dart, ou Charger, o que é a mesma coisa. Acabou seus dias de Brasil guardada (jogada) num fundo de oficina do Camilo Christófaro (é assim que se escreve?) até que apareceu um Príncipe Encantado em sua vida e pagou uma bela quantia para levar o carro para fora do Brasil, isto já pela segunda e última vez. Seu novo dono resolveu fazer com que aquele vira-latas de de 12 cilindros retornasse ao seu estado original, então se desfez da carroceria Drogo e fez outra carroceria de Testarossa Pontoon, que é como o carro se encontra agora.
A grande curiosidade deste retorno as origens é que seu dono é um colecionador que mora na Europa, mas o cara é brasileiro.
A direção era na direita e “voltou ao estado original”no lado esquerdo?
O motor ficou aqui junto com a suspensão De Dion……
O que foi para a Itália?
O história detalhada………eu chamo de confusa, se vc não se incomodar.
mais detalhes…..
“Como filho mais velho do Aguinaldo de Góes Filho, eu gostaria de acrescentar alguns detalhes sobre a história da Ferrari 250 TR, que acaba no Camillo Christófaro.
Em 1961, meu pai comprou a Ferrari 250 TR do Jean Louis Lacerda Soares (Dono da concessionária Volkswagen, Marcas Famosas.
O carro tinha os seguintes detalhes:
Motor de 3.000 cc com 300 cv.
Cor amarela original, que nos 500 km de 1961, foi pintado um “bigode” preto na frente, com nº 81.
A direção era na direita (meu pai dizia que quando desgarrava entre a curva 1 e a 2, via a grama chegar perto).
O pedal do freio era na direita e o acelerador no meio, entre a embreagem e o freio. (imaginem como o cérebro tinha que pensar, com a inversão dos pedais).
Suspensão De Dion (que ele achava muito perigosa).
Não tinha cinto de segurança.
Não se usava macacão, era camiseta lacoste de manga curta.
A participação nos 500km de Interlagos do dia 07/09/1961 foi assim:
Antes da corrida ele procurou pneus para comprar e só achou 2 novos e 2 usados, mas correu assim mesmo, com os dois melhores na frente e os semi-novos atrás, devendo durar os 500Km.
Ele largou na 2ª fila com pista seca e quando começou a chover, a Ferrari atravessou de lado entre as curvas 1 e 2.
Ele fez a curva inteira de lado e quando apontou a tangente da curva 2 acelerou e conseguiu sair. Depois disso sua perna começou a tremer no acelerador, então diminuiu o trem de corrida, não mudou mais a marcha, ficou só em 4ª marcha, fazendo as 4 curvas do anel externo de Interlagos.
Todo mundo começou a ultrapassá-lo, até quando o ultimo colocado, que pilotava um carro bem inferior, passou por ele e o piloto olhou e deu risada.
Então meu pai ficou bravo, puxou uma 3ª marcha e começou a acelerar, passando um por um.
Parou nos Boxes para reabastecer e ninguém contou para ele que o piloto, Jaime Guerra, havia atropelado e matado o mecânico Victor Lossaco dentro dos Boxes.
A pista secou e ele chegou em 2º lugar.
Seu grande amigo Celso Lara Barberis, que correu juntamente com Emílio Zambello e Ruggero Peruzzo em dois carros, uma Maserati 450S de 4.450 cc. e outra Maserati 300S de 3000cc, obteve o 1º e 3º lugares respectivamente.
Após o reabastecimento, Celso Lara trocou de Maserati, saindo da 450S que ocupava a liderança e indo para a 300S que estava em terceiro, na tentativa de buscar Aguinaldo e sua Testa-Rossa, mas não deu e acabou ficando em 3º, com 2 voltas de atraso.
Em 20/05/1962, meu pai viajou para a fazenda em Ribeirão Preto e eu estava ao lado dele quando o telefone tocou e o Fernando Mafra Moreira , mais conhecido como “Rio Negro”, pediu a Ferrari emprestada para correr, visto que só tinham 2 carros inscritos na Prova Festival da ACESP e o mínimo para largar eram 3 carros.
Meu pai disse que não, ele insistiu, e então meu disse para o “Rio Negro”: “- Dê a largada, entre nos Boxes e deixe os dois correrem”.
“Rio Negro” pediu se podia dar duas voltas, e meu pai disse gritando: “- Dá uma volta” e repetiu varias vezes “ – dá uma volta e deixa os dois correrem”.
Naquela época o telefone era aqueles de parede, que você falava no microfone, segurando a outra peça do fone no ouvido, e tinha aquela manivela do lado direito para dar linha.
Conclusão: o “Rio Negro” Largou, não entrou nos Boxes e talvez em função da posição do pedal do freio ser na direita e o acelerador no meio, ele tenha se confundido.
Quando entrou na curva 1 muito forte, o carro atravessou de lado e ele foi saindo, pegou a grama e como tinha uma plantação de eucaliptos entre a curva 1 e 2, bateu de lado em um eucalipto dividindo a Ferrari em dois, separando o o motor e o câmbio sem danificar as peças.
A metade da frente da Ferrari foi parar, segundo o Jean Balder em seu livro, a 150 metros para a frente e a traseira ficou no eucalipto junto com o corpo do “Rio Negro”.
Depois disso, meu pai chamou seu grande amigo Camillo Christófaro e disse: “Leva o que sobrou, fica para você de presente”.
Então o Camillo aproveitou a suspensão De Dion traseira e o tanque de gasolina, na Carreteira nº 18 e junto com um motor Corvette V8.
Em 27/03/1965, Camillo convidou Aguinaldo para correr os 1.600 Km de Interlagos, para ver como ficou a Carreteira e eles chegaram em 3º na geral e 1º na categoria TFL.
Camillo guardou o motor 12 cilindros, usando-o mais tarde no Fúria criado por Tony Bianco. O carro foi pintado de amarelo como o mesmo “bigode” preto na pintura, qual a qual meu pai tinha corrido dos 500 Km.
Depois disso, uma Ferrari de passeio fundiu o motor e Camillo vendeu o motor 12 cilindros da Testa-Rossa, para que o proprietário pudesse pelas ruas de São Paulo”.
Sérgio Suplicy Góes
São Paulo – 17 de abril de 2008.
Aproveite e olhe as fotos, com numeração de chassis inclusive, e tire suas conclusões.
O história confusa !
http://www.luik.com.br/index.php?option=com_morfeoshow&task=view&gallery=1&Itemid=17#5309002289893193953/1
Lindo carro. Devia voltara para o Brasil. E a placa dela ainda dá SAMBA (54MBA)……
Cada vez eu admiro mais o Fângio…
lindona!
Já li uma historia que o Richard Attwood ganhou da fábrica um Porche 917 K após a sua vitoria em Le Mans em 1970. No final dos anos 70 , precisando de dinheiro, vendeu o carro ao também piloto Brian Redman por um preço digamos normal ! Perguntado sobre o porque estaria comprando um carro antigo e que não mais serviria para competições Brian Redman respondeu: É a minha aposentadoria ! 25 anos depois vendeu o carro por mais de US$1.000.000,00 de dolares !
Esta é a história mais fantástica que já ouvi. Se for verdadeira entao, melhor ainda.
Flávio, mais uma vez, obrigado por divulgar o meu Blog.
A história desta prova, o resultado, é algo que sempre foi um pouco obscuro, pois haviam algumas controvérsias em relação ao resultado. Conversei com alguns amigos que assistiram ao vivo, inclusive, um deles estava na janela de um bloco da SQS 107 (só haviam duas ou três quadras prontas na asa sul naquela época) e eles testemunharam tudo. Mas exigir da memória de uma pessoa mais de 50 anos depois, é complicado. Quanto ao nome Testa Rossa se escreve separado ou não, é irrelevante. O importante foi o resgate de uma época muito importante da história do Brasil. Jovino
Muito bonita. =D
Esse buracão aí na foto, na curva… road atlanta?
Ou Lime Rock… apesar de que falem em Goodwill, no outro blog.
Lime Rock na saída do The Esses …
maravilhosa
Esta história sempre foi e continua confusa.
Ele está falando sobre a Ferrari que foi vendida para o Aguinaldo de Góes, na qual o piloto “Rio Negro” morreu ? Ela foi vendida em 61 não em 62. A direção era do lado direito.
O motor não foi parar num barco, foi parar no Furia do Camillo Christófaro.
Desculpe mas não entendi direito o relato.
Pra deixar a direção à direita, é só inverter a foto…
Esse papo de inversão é com vc , eu to fora.
Caro Fábio, não existe confusão, essa Ferrari da foto, é uma Testarossa e a do Jean Louis Lacerda Soares, que foi vendida para meu pai Aguinaldo de Araujo Goes Filho, era uma 290 MM chassis numero 0606, que foi trocaram o motor, por um motor da Testarossa e ficou apelidada de Testarossa.
Vide o site do http://www.luik.com.br , que explica tudo. A frente dela não tinha essas entradas e a entrada dos 6 carburadores duplos, era arrombada.
Depois que ela foi dividida em dois por um Eucalipto, meu pai deu de presente para o Camillo Christófaro, que aproveitou a suspensão Traseira Dedion, o Tanque de gasolina e o diferencial da Ferrari 290MM/TR, na Carretera18.
O Motor e o Cambio da Ferrari, que foram separados na batida apenas quebrando os parafusos, o Camillo, aproveitou, no Fúria Ferrari 18, feito pelo Tony Bianco, mas depois de reclamarem, o Camillo trocou o motor Ferrari, por um Dodge V8 e logo vendeu o motor Ferrari V12, para uma Ferrari de rua que havia fundido, por US$100 mil.
Se o Camilinho não jogou fora, ainda deve existir algumas peças da Ferrari 290MM/TR do meu pai, na oficina do Camillo.
Veja tb no Livro de Interlagos, a foto, com as duas metades da Ferrari. A direção era na direita, mas na foto ela está na esquerda, parece que inverteram a foto.
Os pedais eram invertidos para nós brasileiros, ou seja freio no meio e acelerador, na direita.
Vou lhe mandar umas fotos, para vc comparar as frentes.
Curiosidade, que vc pode perguntar para o Jean Louis, meu pai comprou a Ferrari, dando um Jaguar XJ120 1955 e mais Xx$25 mil em 5 cheques de Xx$5.000,00 pela Ferrari 290MM/TR, chassis 0606.
Outra curiosidade: A Ferrari 250 GTO vermelha do Camillo, ele vendeu por US$300Mil e logo em seguida o comprador vendeu por US$1Milhão e qdo o Camillo soube, ele ficou muito bravo.
Maiores detalhes estou a disposição. Abs
Valeu Sérgio !
Testarossa se escreve junto e não separado.
Sabe tudo se escreve com S.
S? De “salame” ou de “(s)cebola”. Só faltava os caras baixarem aqui pra corrigir português. Se escreve como quiser, nome próprio.