SOBRE ONTEM À TARDE

O abraço de Vettel no hexacampeão: respeito máximo entre dois dos maiores de todos os tempos

RIO (vem bomba por aí…) – Numa corrida não tão boa quanto gostaríamos, a imagem escolhida para o rescaldão deste GP dos EUA é essa aí em cima. Antes de receber seu troféu de segundo olocado no pódio, Hamilton ganhou o abraço de Vettel, que fez questão de ir à salinha para cumprimentar o hexacampeão. Do alto dessa foto aí em cima, dez títulos mundiais nos contemplam. Tem peso, não?

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Hamilton e Vettel ganharam metade dos 20 campeonatos disputados desde que o calendário gregoriano trocou o 1 pelo 2 na contagem dos anos. Schumacher e Alonso, mais sete. Raikkonen, Button e Rosberg, os outros três. Como disse no “GP às 10” de hoje, é um privilégio ser contemporâneo de pilotos tão talentosos. O passado não tão distante nos ofereceu outros geniais, como Piquet, Senna e Prost. Mais para trás na linha do tempo, outras gerações se deleitaram com Clark, Stewart, Lauda, Hill (o pai), Fittipaldi, Fangio…

Como se vê, não podemos nos queixar muito.

O NÚMERO DOS EUA

…pódios alcançou ontem Hamilton, o que o deixa a apenas cinco de igualar o recorde de Michael Schumacher. Essa marca cai no ano que vem. O primeiro pódio do inglês veio já na estreia, com um terceiro lugar no GP da Austrália de 2007, pela McLaren.

O segundo lugar foi festejado por Hamilton não só porque acabou confirmando o título, mas também porque significou uma recuperação convincente depois de uma classificação muito ruim na véspera. O quinto lugar no grid foi sua pior posição de largada no ano. Posição na qual largou 14 vezes na carreira — na última antes dos EUA, em Singapura/2017, acabou vencendo a prova.

E foi também um alívio, porque no final Verstappen chegou muito perto e só não passou porque uma bandeira amarela num dos melhores pontos de ultrapassagem do circuito impediu qualquer tentativa do holandês. Magnussen havia parado ali motivando a bandeira. Azar de Max e de outros pilotos que ainda brigavam por alguma coisa nas últimas voltas da corrida.

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A Mercedes conseguiu sua nona dobradinha no ano, sendo seis com Hamilton em primeiro e três com vitórias de Bottas, o bom companheiro. O finlandês, com 314 pontos, já faz a melhor temporada da carreira (em 2017, anotou 305). Nome muito lembrado ontem por todos os integrantes da equipe alemã foi o de Niki Lauda. “Sem ele não estaria aqui”, falou Lewis. Que deu entrevistas até cansar, e de uma delas pinçamos a…

FRASE DE AUSTIN

Ao fim da prova, pose de “não acredito”

“Ainda me sinto jovem. Lembro de estar no meu sofá comendo sanduíche de bacon e vendo Michael [Schumacher] ganhar seus títulos. Agora quem está aqui sou eu, é inacreditável. Quero continuar a viver este sonho, não sei quando vai terminar. Amo o que faço.”

Lewis Hamilton, prometendo que continua ainda por muito tempo

Adotado pela McLaren quando garoto, ainda no kart, Hamilton conquistou seu primeiro título em 2008 com 5 vitórias e 7 poles aos 23 anos. Convencido por Lauda, transferiu-se para a Mercedes em 2013 e no ano seguinte faturou o bi aos 29, com 11 vitórias e 7 poles. Em 2015 repetiu a dose colocando mais 10 vitórias e 11 poles no currículo, já trintão. Perdeu para Rosberguinho em 2016, mas depois enfileirou taças: 2017 (9 vitórias e 11 poles), 2018 (11 vitórias e 11 poles) e 2019 (10 vitórias e 4 poles até aqui). Aos 34 anos de idade, de fato ainda tem muita estrada pela frente.

Aí está a homenagem de nosso Marcelo Masili aos três maiores campeões de todos os tempos. O pódio imaginário tem o hepta Schumacher no topo, o hexa Hamilton à sua direita e o penta Fangio no terceiro degrau. Pode ser que no ano que vem isso mude.

E vamos passar a régua com o tradicional “Gostamos & Não gostamos”? Vocês se importam se for sem foto?

GOSTAMOS – Do sexto lugar de Ricciardo, do quinto de Albon e do décimo de Pérez. Foram alguns dos destaques da corrida, cada um à sua maneira. Daniel foi o que chamamos de “primeiro dos outros”. O que não tem sido muito comum para a Renault, que há bastante tempo vem sendo batida pela McLaren na luta pelo posto de quarta força do campeonato.

NÃO GOSTAMOS – Da apresentação medíocre da Ferrari, com Vettel sendo ultrapassado por todo mundo na largada até arrebentar a suspensão na oitava volta e Leclerc se arrastando em quarto lugar. A falta de velocidade dos carros vermelhos chamou a atenção. Red Bull e Mercedes, como conta o Grande Prêmio hoje, desconfiam que os italianos andaram trapaceando com o sistema que controla o fluxo de combustível para o motor. A conferir os próximos capítulos. Detalhe: foi o primeiro GP desde Barcelona sem uma Ferrari entre os três primeiros colocados. O time vinha de uma sequência de 13 pódios seguidos.

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CRSJ
4 anos atrás

Se o Hamilton não tiver nenhum adversário a altura no ano que vem o Hepta deve vir de olhos fechados, e fora o recorde de pódios e vitórias, além de poder ser o primeiro a vencer 100 vezes, agora os recordes absolutos da F-1 giram em torno do Hamilton.

Gostamos: As corridas foram bacanas do Ricciardo, Albon e Pérez, mas o cumprimento do Tetra Vettel ao Hexa Hamilton falou mais alto.

Não Gostamos: Se a Ferrari estiver trapaceando mancha o nome do Comendador Enzo Ferrari que deve estar se revirando no túmulo a essa altura.

Nick B
Nick B
4 anos atrás

Oi, Fla.
Posso vigiar o seu carro, te pedir trocados e engraxar os seus sapatos?

Aquele cabeção do MN tinha que ganhar o prêmio? Igijo auditoria!
Qualé?! Tava com textão pronto aqui sobre uma ridícula e infrutífera tentativa de cooptação do MCP com o Nickinho do Fla (evidentemente jactando-me da vitória de FG, atribuindo-me, de forma humilde e franciscana, considerável parcela de “culpa” pelo prêmio) e aquela cabeça que mais parece um balão da Capadócia cortou meu barato. Xarope!

Mas simbora, Fla.
Eles não sabem de nós. E os urubus passeiam a tarde inteira entre os girassois.

Nick B.

Costa
Costa
4 anos atrás

Foi tão ruim quanto o GP da França… Depois de muito tempo, não conseguir chegar ao final da corrida…