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Verstappen: 12ª vitória no ano, 32ª na carreira, bicampeão mundial

SÃO PAULO (é só ler) – Max Verstappen é bicampeão do mundo. Aos 25 anos de idade, o holandês da Red Bull levantou sua segunda taça consecutiva ao vencer o confuso (e curto) GP do Japão na madrugada de hoje em Suzuka. Por causa das condições ruins de pista, muito molhada, a prova teve apenas 28 das 53 voltas previstas.

Depois de uma interrupção de quase duas horas após a largada, a corrida foi retomada quando faltavam 45 minutos para terminar o limite de três horas estabelecido para a conclusão de um GP, contados a partir do horário marcado para seu início. No caso do GP do Japão, pelos horários locais, largada às 14h e fim de conversa às 17h — com um máximo de duas horas de carros na pista dentro desse intervalo. E a corrida foi encerrada quando esse tempo expirou.

As regras da categoria preveem que a pontuação de um GP é integral se for concluído com bandeira quadriculada, mesmo se o número de voltas não atingir o mínimo de 75% da distância original. No caso de uma prova suspensa, aí sim os pontos são distribuídos de forma fracionada, proporcionalmente ao número de voltas completadas. Mas não foi o caso do GP do Japão. Houve uma interrupção e a sequência depois, até estourar o tempo máximo.

Por conta dessas novas regras, percebeu-se alguma confusão assim que Verstappen recebeu a bandeira quadriculada, com Charles Leclerc em segundo e Sergio Pérez em terceiro. Se o resultado final fosse aquele, Max ainda precisaria de um ponto para garantir o título matematicamente. Mas na última volta Leclerc cortou a chicane que leva à reta dos boxes quando se defendia do mexicano e foi punido com 5s em seu tempo total de prova. Caiu para terceiro.

A dupla da Red Bull se abraça: 22ª dobradinha da história da equipe

A punição foi decidida rapidamente e anunciada quando Verstappen já dava sua primeira entrevista antes de subir ao pódio. Ficou surpreso com a informação de que era campeão, dada a ele pelo ex-piloto Johnny Herbert, mestre de cerimônias da vez. Assim como muita gente no paddock e nas transmissões de TV, o piloto também achava que não faria todos os pontos da vitória, porque a corrida teve pouco mais da metade das voltas originais. Faltou ler o regulamento novo — que é bastante claro, embora possa ser discutido em sua essência. Não importa. Boas ou ruins, as regras foram cumpridas.

Foi a 12ª vitória de Verstappen na temporada, 32ª na carreira. Nas estatísticas da categoria, ele agora está empatado com Fernando Alonso na sexta posição entre os maiores vencedores da história. Perde apenas para Lewis Hamilton (103), Michael Schumacher (91), Sebastian Vettel (53), Alain Prost (51) e Ayrton Senna (41). Faltando quatro etapas para o fim do campeonato, sua próxima meta será bater o recorde de vitórias na mesma temporada. Essa marca pertence a Schumacher (2004) e Vettel (2013), com 13.

A largada debaixo de chuva: muito spray e visibilidade nula

A meteorologia acertou na mosca e a prova de Suzuka começou mesmo com pista bem molhada e chuva intermitente. Não foi a tempestade esperada por muita gente, mas havia água o bastante no asfalto para levantar um spray desgraçado assim que os carros saíram para a volta de apresentação. Aquilo não ia dar certo. Os pneus escolhidos por todos foram os intermediários. E um piloto partiu dos boxes, Pierre Gasly – a AlphaTauri mexeu em tudo que podia para adequar seu carro à condição de piso encharcado.

A largada foi bonita no duelo entre Verstappen e Leclerc — o que se passou atrás dos dois, não deu para ver. A Ferrari #16 patinou menos, mas Max não quis nem saber. Não deixou o monegasco entrar na primeira curva na frente, fez um traçado quase exótico, por fora, e segurou a ponta.

Parecia que a primeira volta seria milagrosamente completada sem incidentes, mas que nada… Vettel e Alonso se tocaram, Albon furou o radiador num toque de Magnussen e abandonou, Zhou rodou, Sainz bateu forte e Gasly arrastou com o bico uma enorme placa publicitária da Rolex — que foi parar no meio da pista com o acidente da Ferrari #55.

O safety-car foi imediatamente acionado e no fim da segunda volta a direção de prova achou melhor parar tudo para recolher mortos e feridos ao longo dos 5.807 m do circuito. Bandeira vermelha e todos orientados a voltar para os boxes.

Verstappen, Leclerc, Pérez, Ocon, Hamilton, Alonso, Russell, Ricciardo, Tsunoda e Schumacher ocupavam as dez primeiras posições quando a corrida foi suspensa. E a chuva começou a apertar. Seria uma longa tarde no Japão, uma interminável madrugada para quem acompanhava a prova pelo horário brasileiro.

Na parada, um piloto em particular estava indignado. Gasly percebeu que com os carros ainda em movimento, embora a bandeira vermelha já tivesse sido mostrada, um caminhão-grua e um trator entraram na pista para resgatar os que tinham ficado pelo meio do caminho. E o caminhão veio trafegando na contramão! As imagens foram aterrorizantes.

À esquerda de Gasly, um caminhão na pista: situação perigosíssima

Foi inevitável a lembrança do acidente de 2014 com Jules Bianchi, no mesmo circuito. O piloto bateu num trator que resgatava a Sauber de Adrian Sutil e acabou morrendo nove meses depois. “É inaceitável!”, berrou o francês pelo rádio. Os comissários, porém, disseram que o piloto da AlphaTauri é que estava mais rápido do que deveria, a 250 km/h, porque parou no box com o safety-car ainda na pista para trocar o bico danificado pela placa publicitária e saiu em disparada para se juntar ao pelotão. Gasly seria punido por isso — 20s acrescidos ao seu tempo final de prova. Um absurdo do tamanho do mundo. Porque as câmeras on-board de todos os carros, a partir do líder Verstappen, mostraram que o caminhão e o trator entraram na pista antes que eles parassem nos boxes. Todos correram riscos enormes. “Estive a dois metros de perder minha vida!”, protestou Gasly, com toda razão.

A direção de prova chegou a ensaiar um reinício atrás do safety-car 40 minutos após a paralisação, mas logo voltou atrás e suspendeu a relargada, deixando o autódromo num vácuo de informações. Ninguém sabia exatamente o que iria acontecer. A única certeza: se a corrida fosse retomada, todos teriam de usar pneus para chuva forte, por determinação da torre de controle.

Aqui cabe um longo esclarecimento para compreender tudo que se passaria nas horas seguintes. Em 2022, o regulamento mudou para evitar que situações como a do ano passado na Bélgica se repetissem. Em Spa/2021, para quem não se lembra, a corrida não aconteceu, na prática. Mas teve metade dos pontos atribuídos aos dez primeiros porque o diretor de prova, depois de vários adiamentos, autorizou duas voltas atrás do safety-car – suficientes, pelas regras de então, para que o GP fosse considerado formalmente realizado — e suspendeu o evento. O motivo foi o mesmo: excesso de chuva, condições precárias de segurança. Verstappen ganhou, Russell foi o segundo de Williams, Hamilton ficou em terceiro.

As críticas generalizadas do público e da imprensa — além de integrantes das equipes, pilotos, camareiros, mecânicos, cozinheiros, sapateiros, bispos evangélicos, rabinos e padres ortodoxos — levaram a uma revisão das regras. Agora, os pontos distribuídos passaram a ser proporcionais ao percentual de voltas concluídas em relação à distância original. Mas apenas em caso de suspensão da prova e impossibilidade de um reinício. E se o líder não completar pelo menos duas voltas com bandeira verde até a suspensão definitiva, ninguém pontua. Se a corrida não tivesse sido reiniciada até se esgotarem as tais três horas do evento, seria exatamente esse o desfecho do GP japonês.

Ocorre que o GP não foi suspenso, e sim interrompido e retomado mais tarde. Quando o cronômetro regressivo apareceu na tela da TV, ficou claro que a corrida não seria disputada integralmente por causa do limite de três horas para encerrar o evento. Às 17h locais, acontecesse o que acontecesse, todo mundo iria para casa. No caso de um reinício antes disso, a bandeira quadriculada seria mostrada quando se chegasse nesse horário, independentemente do número de voltas percorridas — tipo bar que tem de fechar à meia-noite, esteja você com o copo cheio ou quase vazio. E a pontuação seria integral.

Só que a chuva não dava trégua.

Mensagem do pai de Bianchi no Instagram: protesto veemente

Enquanto esperavam por uma decisão da direção de prova, pilotos como Norris, Pérez, Ocon e Sainz manifestaram, pelas redes sociais, seu inconformismo com as aparições fantasmagóricas do caminhão e do trator na pista. “Inaceitável” foi a palavra mais usada. “Não respeitam a vida dos pilotos nem a memória de Jules”, escreveu Philippe Bianchi, pai do desafortunado francês que era uma das apostas da Ferrari para o futuro quando sofreu o acidente de 2014, correndo pela extinta Marussia. Fãs também disparavam impropérios contra os dirigentes. “Um brinco ou um piercing são perigosos. Um caminhão na pista, não! Tá certo, FIA…”, escreveu um deles no Twitter.

Quando faltavam 58 minutos para zerar o cronômetro, veio a mensagem da direção de prova: o reinício seria autorizado às 16h15 locais, 4h15 pelo horário de Brasília, com largada atrás do safety-car. Seriam, no máximo, 45 minutos de carros andando. Mas se a prova chegasse ao fim das três horas sem nenhum incidente que levasse a uma suspensão, ainda que com muito menos voltas do que as 53 originais, a pontuação seria integral. Os pontos fracionados, é bom reforçar, só são aplicados quando a corrida é suspensa sem possibilidade de retomada — um terremoto que engole os boxes, um disco voador pousando no paddock pilotado por Jean Marie Balestre trazendo Max Mosley vestido de Carmem Miranda, coisas assim.

Como o GP terminou no limite de tempo, não se configurou suspensão alguma. Foram 28 voltas no total. Poderiam ser quatro ou cinco e os pontos seriam concedidos integralmente da mesma forma.

Reinício ainda com muita água na pista: 45 minutos de corrida

Assim que voltaram à pista, logo nos primeiros metros os pilotos começaram a informar, pelo rádio, que as condições estavam melhores do que antes. Depois de três voltas puxando a fila que ajudava a drenar a água, o safety-car apagou as luzes. A largada, com todos em movimento, seria dada. Na regressiva do relógio, seriam cerca de 40 minutos de corrida de verdade. Um pouco mais que uma Sprint.

E assim foi. Vettel e Latifi nem esperaram a bandeira verde e já foram para os boxes colocar pneus intermediários. Estavam no fim do pelotão. Uma boa sacada, sem dúvida, baseada na sensibilidade de ambos naquele pouco tempo atrás do safety-car. Na volta seguinte, Norris e Bottas fizeram o mesmo. Verstappen e Leclerc, em primeiro e segundo, correram para os boxes na volta seguinte. Quase todo mundo fez a mesma coisa na mesma hora. Os pneus de chuva forte já não eram mais necessários. Os últimos a parar foram Alonso, Ricciardo, Zhou e, bem mais tarde, Schumacher — que apostou, e perdeu, na eventualidade de a chuva voltar forte nas últimas voltas.

Após os pit stops, o holandês disparou na frente de forma assombrosa e rapidamente abriu mais de 5s sobre Leclerc, o segundo. Vettel e Latifi, os primeiros que colocaram intermediários, se deram bem e jogaram âncora em sexto e oitavo — queriam que o mundo acabasse em barranco para morrerem encostados onde estavam. Seria um prêmio pela ousadia. E valeu a pena, como se vê pela classificação final da corrida aí embaixo. O alemão da Aston Martin terminaria em sexto. O canadense da Williams, que largou em último, acabou em nono. E fez seus primeiros pontos no ano, com enorme mérito — era o último do grid.

Final em Suzuka: prova curta, pontos integrais

Mais para trás, Russell era o único que conseguia ganhar posições. Passou Tsunoda e Norris em duas voltas e subiu para nono. Ainda superaria Latifi, para terminar em oitavo. Hamilton, em quinto, perseguia Ocon, mas não conseguia passar o francês da Alpine de jeito nenhum. Dificuldade semelhante tinha Alonso fustigando Vettel. Faltando 15 minutos para o final, Max já corria sozinho, mais de 13s à frente de Charlinho.

Pérez, em terceiro, era quem se aproximava do monegasco. Colou na Ferrari quando o cronômetro zerou. Na última chicane, Leclerc passou direto e voltou ao leito da pista na frente do mexicano. Recebeu a quadriculada 26s atrás de Verstappen, mas acabaria sendo punido com 5s por ter levado vantagem no atalho da chicane — aquela mesma do quiproquó entre Senna e Prost em 1989. Caiu para terceiro, e foi essa punição que deu o título ao holandês. Com o resultado, Max passou a ostentar uma diferença de 113 pontos para Pérez, o novo vice-líder do campeonato. Há 112 em jogo até o fim da temporada.

Ocon terminou em quarto, seguido por Hamilton, Vettel, Alonso, Russell, Latifi e Norris nas dez primeiras posições. A Alpine passou novamente a McLaren e reassumiu o quarto lugar na tabela de classificação. A Red Bull, após mais uma dobradinha, é virtual campeã de construtores. Com 191 pontos em disputa até Abu Dhabi, tem 165 de frente para a Ferrari. Será o quinto título rubro-taurino entre as equipes, o primeiro desde 2013.

Max no clube dos que ganharam ao menos dois títulos seguidos: boa companhia

Por conta do desconhecimento generalizado e das dúvidas sobre as regras de pontuação adotadas neste ano, a comemoração de Verstappen e de seu time foi, digamos, hesitante. Demorou um pouco para a turma entender que a fatura estava liquidada. Quando teve certeza da conquista, Max abriu um largo sorriso e saiu abraçando seus companheiros. No pódio, foi felicitado pelos colegas. “O primeiro título é mais emocionante, mas o segundo foi mais bonito”, tentou resumir o holandês.

Sim, foi bonito. E fácil. Porque para Verstappen as coisas parecem mais simples do que realmente são. Neste ano, ele ganhou corridas no seco e no molhado, em pistas rápidas e nas mais travadas, largando na frente e partindo de trás, dominando os adversários implacavelmente ou subjugando-os com manobras desconcertantes. Mostrou um repertório vastíssimo, errou pouco, exibiu sua técnica em plenitude, esbanjou talento e maturidade.

Se no ano passado muita gente torceu o nariz para seu primeiro título, pela forma como se deu o desfecho em Abu Dhabi, nesta temporada não há muito mais a fazer além de aplaudir o rapaz. É um desses gênios que só aparecem de vez em quando.

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Rafael
Rafael
1 ano atrás

Campeonato mais sem graça dos ultimos anos. Até mais sem graça que os de Hamilton.
Uma pena a F1 acabar tão cedo, e ao mesmo tempo não precisamos mais ver a chatice desse ano. Nos vemos em março.

Last edited 1 ano atrás by Rafael
Chupez Alonso
Chupez Alonso
1 ano atrás

Será o maior de todos.

Impressionante como todo mundo chega e deixa o Picaretonso pra trás.

Vettel chegou e dobrou. Hamilton chegou e triplicou. Versttapen vai quadruplicar.

Triste fim de Policarpo Quaresma.

Markonikov
Markonikov
Reply to  Chupez Alonso
1 ano atrás

Alonso é tão bom e até melhor que ele … Mas tem um gênio desagregador e não tem 1% do apoio que o Tilápia tem desde o kart … o cara tem uma equipe e o melhor engenheiro da história tudo em função dele … se o Alonso tivesse isso na sua juventude, teria uns 10 títulos … Ps: para mim o maior de todos é o HAM, dentro e fora das pistas … mas nunca desmereça o Alonso, com 41 anos correndo de igual para igual com moleque de 20 anos não é para qualquer um …

Mauricio Rocha
Mauricio Rocha
1 ano atrás

Não entendi a punição à Leclerc! Que vantagem ele levou? Se estivesse atrás do Perez e saísse na frente, ok. Perez não estava emparelhado com ele. Ele simplesmente errou a curva, acho até que perdeu tempo.

Ricardo
Ricardo
Reply to  Mauricio Rocha
1 ano atrás

Ele simplesmente errou a curva!!! Ora, essa é a vantagem. Ele errou o traçado e não poderia levar vantagem. Ficar exatamente na mesma posicao seria levar vantagem. Mas para tirar qualquer duvida bele ainda fechou peres tirando o espaço dele que vinha com mais ação e irja passar.

rogerio kezerle
rogerio kezerle
1 ano atrás

A incompetência da FIA manchou a conquista de Max no ano passado.
Nesse ano, a incompetência continuou presente, mas pelo menos não interferiu no resultado final. Acho que Max seria campeão da mesma forma, mas a incompetência da Ferrari facilitou, e muito, a conquista de Max. Parabéns à Max e a incrivelmente competente Red Bull. A incompetência alheia não tira em nada o mérito dessa dupla….

Pedro Medeiros
Pedro Medeiros
1 ano atrás

Sem dúvida um título merecido e indiscutível do Max – ao contrário do de 2021.

Mas a prova celebrou a incapacidade técnica do time da Band, capitaneados pelo Sérgio Maurício. Um profissional que deve ser respeitado, claro, mas que também não está imune a críticas. Não há uma corrida em que ele não erre, não confunda o piloto, volta ou ignore informações que estão na tela para todos verem.

Cabe à direção da Band entender isso para melhorar a transmissão ou melhorar a equipe atual, já que o que não falta no setor são profissionais mais do que competentes.

E essa questão da pontuação, não entendo como não havia uma pessoa na produção para se certificar do novo regulamento e impacto que isso teria caso a punição (inevitável e justa) ao LeClerc chegasse.

CHAGAS
CHAGAS
1 ano atrás

Primeiramente parabéns a Max Verstappen que surrou o grid de forma impressionante. Um supercarro e um superpiloto, domínio absoluto. 
Uma pausa ao campeão para falarmos um pouco de seu oponente real, já que Sainz para tristeza de muitos do blog prova que é pequeno.
Escrevi à alguns posts atrás que Leclerc (que é piloto grande) era a decepção do ano. Ironia do destino um erro grotesco do monegasco deu “matematicamente” o título a Max. Sim, decepção é a palavra.
Leclerc quando entrou na F1 gritava furiosamente contra si em seus erros na pista. A imprensa passava pano, “Charlinho não seja tão cruel consigo”, “Calma Charlinho não precisa se autoflagelar” “Com o tempo Leclerc saberá que essa atitude não faz bem ao ego e a legião de fãs que o seguem”.
Claramente Leclerc vocifera contra seus erros, porque se conhece bem. Provavelmente esses erros o acompanham a muito tempo, ele sabe exatamente do que é feito, e entende mais do que ninguém que a bronca é merecida, muito merecida.
O maior erro de Leclerc é ter ouvido a imprensa, pois o rapaz agora se contenta em ser segundo ou terceiro, nos pódios depois das derrotas são sorrisos e papos descontraídos, atitudes que um futuro campeão não pode ter. Claro que não é pra ser desrespeitoso nas perdas, mas também não precisa “trocar figurinhas” com o oponente. O monegasco dá risada até quando perde pra Pérez. Ruim.
Voltando ao título que vai além de largar de trás e vencer corridas com maestria, além de vencer provas no início com carro inferior, além de massacrar os rivais nas corridas em que seu carro passou a ser dominante, chegamos ao ponto em que a batalha agora é contra recordes.
Baterá o recorde de vitórias em um mesmo ano, e após isso fará a Red Bull campeã de construtores e a cereja no bolo, tentar fazer Pérez vice-campeão.
Sim vamos ter corridas em que Max tirará o pé para dar a vitória ao mexicano, um prêmio de consolação ao querido companheiro.
Barba, cabelo e bigode lembrando os bons tempos de Vettel e Webber. Como diria o filósofo, qualquer semelhança é mera coincidência.  

SulLivan
SulLivan
1 ano atrás

E o Charles Leclerc….? vejam a imagem abaixo.

download cc.jpg
SulLivan
SulLivan
1 ano atrás

Os conservadores poderão torcer o nariz mas vão ter que se calar, as viúvas vpode gritar, chilicar, prantear mas vão ter que inguolir, os invejosos correm riso de infartar, mas MAX EMILIAN VERSTAPPE é BI !!!! E o campeoanto nem acabou, tEm mais show do HOLANDÊS VOADOR AM 2022.

Markonikov
Markonikov
Reply to  SulLivan
1 ano atrás

Amiguinho, ninguém tira a razão de que o Tilápia é um gênio dentro do carro, fora dele, só a gadaiada torce para ele …

Ricardo
Ricardo
1 ano atrás

Otimo texto! Max mereceu! Impressão minha ou Piquet está de castigo??

Afonso Muzzo Alves
Afonso Muzzo Alves
1 ano atrás

Não foi um simples texto, foi um capítulo de livro. Para quem não conseguiu assistir à corrida, é uma bela fonte de detalhes. Que confusão…

Allan Guimarães
Allan Guimarães
1 ano atrás

Verstappen, 2 títulos, os 2 com interferência da FIA (embora em 2022 fosse devida).

Allan Guimarães
Allan Guimarães
Reply to  Allan Guimarães
1 ano atrás

Verstminons piram!🤣🤣🤣🤣🤣

Valmir lopes
Valmir lopes
1 ano atrás

Leclerc não merecia a punição, estava na frente e Perez não o ultrapassaria na curva. Na minha opinião de leigo, ele errou a curva, arrumou o carro e seguiu, sem ganhar vantagemalguma. Quanto ao Max, merecidissimo o título.

Paulo Leite
Paulo Leite
1 ano atrás

ótimo textão, como sempre. Sobre a corrida, quem sabe um dia tenhamos uma regra clara o suficiente para que o resultado seja no momento da bandeira quadriculada, ao invés de esperar fiscal decidir. No futebol o jogo acaba no apito, e priu. Na semana passada o resultado final demorou horas, hoje demorou segundos. Palhaçada.
Vejam que video legal sobre campeões ao logo dos séculos. Max chegará lá junto dos grandes mais rápido do que ligeiro.

https://www.givemesport.com/1689802-watch-fascinating-graph-detailing-most-f1-grand-prix-wins-19502020

Pedro Leonardo
Pedro Leonardo
1 ano atrás

Max sobrou ao longo do campeonato. Com o melhor adversário do grid sem um carro competitivo (HAM), atropelou a concorrência com sobras. Na chuva, demonstrou a absoluta superioridade ao impor quase 30s sobre LEC. Foi com requintes de crueldade, diria.

Simplesmente, o rapaz sobrou. Em 2021, com um carro já competitivo, fez um campeonato bárbaro ao conseguir disputar “roda com roda” com HAM até o final. Deste grid atual, qual outro piloto aguentaria duelar com HAM naquele nível? Em 2022, sendo os principais adversários LEC e SAI, da bagunçada Ferrari, ficou nítido que VER estava muito acima daqueles. Praticamente, não houve disputa.

Nos próximos dois anos, num calendário de 24 corridas e com a Red Bull mantendo esse nível, tem tudo para alcançar as marcas de Senna e Prost (e, quiçá, Vettel).

Torço pela melhora da Mercedes para termos um campeonato mais competitivo em 2023. Da Ferrari não dá pra esperar nada. HAM e RUS seriam melhores adversários ao VER do que LEC e SAI.

Manuel Gamallo
Manuel Gamallo
1 ano atrás

Quem é “Aryton” Senna? Que mancada da F1, hein?

Last edited 1 ano atrás by Manuel Gamallo
Thiago
Thiago
1 ano atrás

A disputa na primeira largada na curva um com o Leclerc foi lindo demais. Gostem ou não (assim como acontece com Hamilton) é diferenciado. Mais uma vez vemos a história diante de nossos olhos.

Edu Zeiro
Edu Zeiro
1 ano atrás

Gênios da raça, FG? Da raça? Gênios da pista, ou da modalidade, ficariam melhor, não?

Edu Zeiro
Edu Zeiro
Reply to  Flavio Gomes
1 ano atrás

Sim, percebi sua intenção desde o princípio. Mas você sabe que tem gente por aí que tem outro conceito de raça, né? No qual um se encaixa e o outro não, se é que me entende. Na minha opinião sua expressão pode dar margem pra esse povo intrepretar do jeito errado deles o que você quis dizer.

carlos junior
carlos junior
Reply to  Flavio Gomes
1 ano atrás

Humano é espécie, não raça….

Marcos Bassi
Marcos Bassi
Reply to  Flavio Gomes
1 ano atrás

Fui até pesquisar onde surgiu a expressão “gênio da raça”. Posso estar enganado, mas além de música com ela, já teve propaganda usando. Até Djamila Ribeiro usou em um texto outro dia, embora entre aspas. Glauber Rocha, perseguido pelo regime, acabou elogiando o Ministro Golbery de Couto e Silva (isso aí…um ministro do regime ditatorial) e Darcy Ribeiro numa mesma frase, usando essa expressão. Enfim…

Clodoaldo
Clodoaldo
1 ano atrás

Dormi e pelo jeito foi a medida mais sabia que poderia ter tomado, pelo jeito tirando o furdunço inicial o resto foi só chatice, aguentar o Sérgio Mauricio falando por trocentas horas cansa, aliás já tá se tornando um Galvão Bueno

Igor
Igor
Reply to  Clodoaldo
1 ano atrás

Por sinal, os três patetas que narraram a corrida jogaram a culpa de saber do título na hora na FIA por não lerem o regulamento. Ficaram falando dos 25%, 50%… Quando apareceu na tela que seriam todos os pontos o Sérgio Maurício ainda teve a cara de pau de dizer que estava errado. Então o anticlimax também foi culpa dele, sem perceber que estava narrando um possível título na disputa LEC × PER. Eles estão fazendo um arroz com feijão mal temperado, não fazem leitura da corrida, só falam o que aparece na tela.

Vitor Rodrigues
Vitor Rodrigues
Reply to  Clodoaldo
1 ano atrás

Francamente, devemos louvar o fato da Band manter a transmissão em tv aberta e ainda mostrar o treino classificatório, mas a equipe da transmissão, putz… simplesmente péssima.

André
André
1 ano atrás

Vamos ver o holandês no próximo ano, na tentativa de ganhar o terceiro título. Alonso também surgiu como um gênio, mas apesar da genialidade, não passou do segundo título.

Vai Vettel!
Vai Vettel!
Reply to  André
1 ano atrás

Alonso ainda tentou por três vezes o terceiro título pilotando um Ferrari, mas foi superado por Vettel.

Paulo Dantas Fonseca
Paulo Dantas Fonseca
1 ano atrás

Prezado FG: A vitória de Max foi o ponto alto e as regras da F-1, com a punição de 05(cinco) segundo punindo Charlinho, regras foram aplicadas, mas a condição da pista molhada justificava a manobra do Piloto da Ferrari, sim caberia a advertência, o Diretor de Pista é soberano após consultar as imagens e o seleto grupo de apoio de análise das infrações. Falando em punições é inadmissível a entrada de um trator- guincho com a corrida em andamento e novamente foi no Japão- Suzuki , onde ocorreu o acidente que vitimou Jules Bianchi. Quem autorizou a entrada do trator naquele momento?.
O melhor da Corrida foi a conquista do título. o Pior da Corrida : dar prosseguimento ao evento sem ter as condições ideais de segurança para os Pilotos . DESTAQUE: A imprudência, e negligência do Diretor da prova de F-1, em ter autorizado a entrada do Trator- guincho na pista com carros da F-1 percorrendo a pista .

Renato Pandur
Renato Pandur
1 ano atrás

Ótimo Texto Flávio!
(sim, eu leio o blog rs)

Israel
Israel
1 ano atrás

O Latiffi pode estar abaixo dos outros pilotos nessa temporada, mas tem de se reconhecer que em pista molhada ele é muito bom.

Essa Williams é um míssil nas retas e perde muito nas curvas. Era nítido a diferença de performance entre ele e Mclaren do Norris nas sequencias de curvas.

Last edited 1 ano atrás by Israel
Mauricio Rocha
Mauricio Rocha
1 ano atrás

Não há dúvidas que Max seria campeão este ano. Muito merecido por sinal. Mas será que não dá para ele ganhar sem que sejam necessárias interpretações do regulamento?

Adriano Tenório
Adriano Tenório
Reply to  Mauricio Rocha
1 ano atrás

Desta vez o regulamento foi apenas seguido, e não “interpretado”. E ele foi eventualmente campeão pelo erro do Leclerc. E o seria em Austin de qualquer maneira. Não foi por uma interpretação que ele abriu quase 30s dos demais. Ele é, como Hamilton, um piloto excepcional, que com o melhor carro torna-se o conjunto ideal.

Last edited 1 ano atrás by Adriano Tenório
Mauricio Rocha
Mauricio Rocha
Reply to  Adriano Tenório
1 ano atrás

Sim sem dúvida.

Alfredo Ramos
Alfredo Ramos
Reply to  Mauricio Rocha
1 ano atrás

Cabem interpretações em todas as leis, em quaisquer regulamentos ou numa simples relação de normas. O ser humano, por ser dotado de inteligência e raciocínio, interpreta o mundo à sua volta. E cabe um julgamento em cada interpretação. E o regulamento da F-1 não foge à regra! O importante é que haja clareza nos tópicos para que a interpretação (e o posterior julgamento) seja equilibrada e justa.