SOBRE DOMINGO DE MANHÃ
A IMAGEM DA CORRIDA
SÃO PAULO (adoramos) – Foi fácil escolher a imagem mais relevante da corrida de domingo em Singapura. Os fotógrafos tiveram alguns minutos para fazer o clique com os quatro primeiros colados nas últimas voltas do GP em Marina Bay. Nenhum deles era da Red Bull — o que faz dos ausentes personagens invisíveis desse flagrante aí em cima.
Foi demais a corrida, soberba a atuação de Sainz, lindo o desempenho de Norris, admirável a perseverança da Mercedes. Todos acabaram recompensados, exceto Russell — mas Hamilton levou um pódio.
Corrida tática e técnica, disputada em vários pelotões, tensa, emocionante. A gente não podia querer mais, né?
Vamos, agora, ao que ainda não foi dito sobre o GP singapuriano.
O NÚMERO DE SINGAPURA
100.188
…quilômetros percorridos em GPs tem agora Fernando Alonso, o primeiro piloto da história a superar a marca sempre emblemática de cem-mil-qualquer-coisa. Mas não teve um bom domingo, o espanhol da Aston Martin. Recebeu uma punição por cortar a linha de entrada nos boxes, fez duas paradas e na segunda resolveu colocar pneus macios. “Tudo que podia acontecer de errado para a gente aconteceu aqui”, lamentou o veterano. Foi a primeira corrida do ano que ele passou em branco, sem pontuar. E perdeu o terceiro lugar no Mundial para Hamilton. O placar agora aponta 180 x 170 para o inglês da Mercedes.
Poderíamos também ter escolhido como número do fim de semana, redondo que é, o 250º GP de Sergio Pérez. O piloto mexicano estreou em 2011 pela Sauber, passou pela McLaren, foi para a Force India e lá ficou sete anos, os últimos dois sob o nome de Racing Point. Em 2020, sem contrato para o ano seguinte, ganhou uma corrida no Bahrein de forma brilhante e despertou o interesse da Red Bull, que estava farta de seus moleques — exceção de Verstappen, claro. E lá está desde 2021.
Na comemoração dos 250 GPs, Pérez terminou em oitavo e levou uma punição de 5s — que não afetou sua posição final — depois de bater em Alexander Albon no fim, estragando a corrida do tailandês da Williams.
Agora, vamos falar do vencedor da prova.
Momentos que Sainz nunca vai esquecer: vitória de gente grande
Carlos Sainz tem 29 anos e está na sua nona temporada na F-1. Defendeu Toro Rosso, Renault, McLaren e, na Ferrari, disputa seu terceiro Mundial. Tem duas vitórias, cinco poles e 17 pódios na carreira. Não são números muito impressionantes, mas é preciso lembrar que desde a estreia, em 2015, conviveu com hegemonias de duas equipes, Mercedes e Red Bull, que não teve a sorte de defender.
Faz um campeonato bem melhor que seu companheiro Charles Leclerc: 142 x 123 na tabela de pontuação. Só não marcou na Austrália, enquanto o monegasco amarga quatro corridas no zero. Mesmo assim, não é o queridinho da escuderia italiana. A vitória em Singapura deve-se a ele, e só ele. Foi quem bolou e colocou em prática, no final, o plano de permitir a aproximação de Lando Norris, em segundo, para que o inglês da McLaren pudesse abrir a asa e se defender dos ataques de George Russell, que vinha babando com pneus mais rápidos e novos.
Sainz está na mira da Audi para 2025. Suas performances neste ano permitem dizer que é uma boa escolha dos alemães para liderar seu projeto de entrada na F-1. Acho que é o que vai acontecer.
A FRASE DE MARINA BAY
“Ele fez tudo certo em 99,99% da corrida”
Toto Wolff, sobre George Russell
O 0,01% ficou por conta da batida na última volta, quando perseguia Norris alucinadamente, com Lewis Hamilton em seu cangote. Acontece. A estratégia da Mercedes, de dois pit stops, foi agressiva e ousada. Deu azar, o time alemão, que a segunda parada aconteceu sob safety-car virtual. O chefe da equipe perdoou o erro de seu piloto.
GOSTAMOS & NÃO GOSTAMOS
GOSTAMOS de Liam Lawson, que em seu terceiro GP já chegou nos pontos, levando a AlphaTauri à nona colocação. O jovem neozelandês virou opção para 2024 e dificilmente ficará fora do próximo Mundial. Ele corre de novo em Suzuka. Daniel Ricciardo (ainda se recuperando da mão quebrada na Holanda) e Yuki Tsunoda terão de brigar pela segunda vaga.
NÃO GOSTAMOS da Aston Martin, que além de não ter feito pontos com Alonso ainda foi obrigada a correr com apenas um carro, já que Lance Stroll, que faz um campeonato horroroso, bateu na classificação, acordou todo dolorido e decidiu não largar. A maionese do time verde desandou.
GP SUZUKA , Será que Lance vai disputar ?. Red Bull vem com aquela vontade danada de vencer MAX é favorito.
Pilotar com a cabeça e não com o pé é para poucos !
Há que se ter muito sangue frio e inteligência para saber que o freio (slower pace) trará melhor resultado que o acelerador.
Como dizia Fangio “carreras são carreras ” e essa foi à CARRERA…
Faltou um “gostamos parte dois” pra incluir a boa corrida do Ocon (até quebrar). E um “não gostamos parte dois” da batida do Pérez.
Adoramos a pintura das Williams…o macacão também.
Há cerca de uns 3 ou 4 anos, Flavio Gomes escreveu: “quando eu for Presidente do Mundo etc etc etc” (não lembro o assunto).Gostei e vou plagiar na cara dura. Quando eu for Presidente do Mundo, o primeiro Decreto será que Pérez, Stroll e Sargeant NÃO podem correr na Fórmula 1 em 2024.Sejamos sinceros: não dá mais para eles três.
O “problema” Stroll é muito fácil de ser resolvido! Poucas pessoas tem um pai bilionário. Basta apenas que ele peça para ser chefe de equipe e ponto final. É uma saída digna!
@jefprogguitarcinef1 (rock progressivo, guitarristas, cinema clássico e F1)
Acho que a FIA já podia entregar as taças para a Red Bull e Max Vesrtappen e convidá-los para sairem de férias antecipadas.
Alguém poderia me explicar se é lícito o que o Hamilton fez na largada, cortando a chicane e ficar por várias voltas segurando o Norris para que o Russell pudesse se distanciar?
É a especialidade dele, cortar a chicane, só lembrar Abu Dhabi 2021.
Versttapen fez a curva, e ele não.
E nem sequer devolveu a posição.
FIAcedes em ação.
Hahahahahahaha Hahahahahahaha Hahahahahahaha Fiacedes em Abu Dhabi 2021! Hahahahahahaha Boa piada! Esse idiocta é também muito engraçado!
Abu Dhabi 2016, ultima corrida do campeonato.
Hamilton liderava a corrida e precisava vencer e que Rosberg não fosse ao pódio.
Eis que o britânico diminuiu o ritmo para que Vettel e Max chegassem na briga pra ultrapassarem Rosberg e ser campeão.
Hamilton acelerava quando queria, controlava a corrida esperando um deslize de Rosberg. Mas o alemão foi impecável, não se abalou e foi campeão com méritos.
A atitude de Hamilton dividiu opiniões no fim da prova, inclusive dentro da equipe.
Eis que 7 anos depois, Sainz tem o mesmo pensamento e dessa vez o plano deu 100% certo. Realmente a vitória foi espetacular. Genial.
Bem lembrado.
Me admira que ninguém tenha mencionado essa situação de 2016 até então. Foi bem perceptível pra mim logo no início que Sainz estava executando estratégia similar à de Hamilton em 2016
Quem é vivo (e de bom texto) sempre aparece.
Chegou o “Sobre Domingo de manhã”. Clap, clap, clap…
Abs!!
As duas segundas paradas da Mercedes executadas sob safety car virtual, a meu ver, não foram situação de azar. A menos que o comentário no retângulo preto acima foi no sentido que poderiam as paradas terem sido feitas sob safety car real, e aí, sim, a Mercedes deu azar.
Carlos Sciense distorceu o espaço-tempo da corrida.
Andando mais devagar, o tempo passa mais rápido, relativisticamente falando.
Sendo assim, a corrida passou mais rápida para ele do que para os outros.
Só assim para explicar como ganhar uma corrida de F1 tendo a pior velocidade máxima (coluna da esquerda) e a pior velocidade média (coluna da direita), simultaneamente, entre todos os pilotos.
Foi o mais lento na pista, relativamente a todos, mesmo andando sempre de cara para o vento, e ainda assim ganhou.
Foi ele a acender as luzes de Singapura em primeiro.
Um caso a ser estudado. Pela ciência.
Ainda bem que em Suzuka voltaremos a ter F1 de verdade, e a Red Bull sairá do buraco negro em que se meteu. Ou não!
Pé em baixo… no acelerador, claro.
Rumo ao 8cta.