SOBRE SÁBADO À TARDE
A IMAGEM DA CORRIDA
SÃO PAULO (eu sou você amanhã) – Vou ser sincero. Eu tinha escolhido outra imagem. Era um instantâneo da transmissão da TV que mostrava Lewis Hamilton esperando Oliver Bearman sair do carro para cumprimentá-lo, abraçá-lo, acarinhá-lo, acolhê-lo.
A legenda era algo na linha “colegas de firma”. Já tinha até feito o parágrafo de abertura do rescaldão, uma vez que estava com preguiça de ir atrás de fotos melhores e achava que havia algum significado naquela reverência de Lewis.
O texto, cheio de estilo como sempre, estava debaixo dessa imagem assim, ó:
Olha, se eu procurar mais é capaz de encontrar fotos melhores de Bearman, o grande personagem do GP da Arábia Saudita. Inclusive a imagem, um frame da TV, já foi publicada no sábado. Inclusive com a sequência desse lance aí, que resulta num aperto de mão e um abraço. Inclusive eu podia ter colocado a mesma sequência, mas nada disso importa. O legal, como se diz, é o contexto. Hamilton, em entrevistas em Jedá, espantou-se com Ollie, moleque de 18 anos chamado às pressas para disputar a corrida pela Ferrari. “Eu com 18 anos estava onde?”, se perguntou o heptacampeão. “Na F-3, acho, sei lá. Mas aos 18 anos, nem de longe estava preparado para a F-1”, falou. O inglês, então na McLaren, estreou na categoria aos 22 anos, em 2007. Era novinho de tudo, para os padrões da época. Hoje, novinho de tudo são meninos como Bearman, que têm espinhas no rosto e ainda não colocaram aparelho nos dentes. Já falei bastante do guri anteontem. Mas é legal reforçar: com a sétima posição em Jedá, ele se tornou o terceiro piloto mais jovem da história a marcar pontos na F-1. Tinha, sábado, 18 anos, dez meses e um dia de vida. O mais jovem de todos é Max Verstappen (17a/5m/29d no GP da Malásia de 2015, sétimo colocado), seguido por Lance Stroll (18a/7m/13d no GP do Canadá de 2017, nono).
Mas depois, procurando outra coisa, acabei me deparando com a foto lá do alto. Não tinha nem o direito de não trocar, de tão bonita e tocante.
Trocado está. Então, vamos seguir como se nada tivesse acontecido.
Bearman é um garoto que fura a fila dos próximos pilotos que estarão na F-1, se credenciando a chegar lá antes de campeões da F-2 como Felipe Drugovich e Théo Pourchaire, para ficar apenas nos dois últimos. Ele terminou a corrida cansado e feliz. “Estava destruído. Os bancos dos carros hoje são muito personalizados e não tivemos tempo de ajustar as coisas direito. Mas foi uma corrida fantástica e eu percebi que a cada volta ia mais rápido”, falou, todo sorridente.
Abaixo, na imagem da direita (clique nela para ampliar), dá para ver como ficou seu headrest, aquela proteção de espuma que envolve a cabeça dos pilotos por dentro do cockpit. Em algum momento da prova, Bearman já não estava aguentando o peso do capacete. Daí que deve ter batido o coco várias vezes na proteção, que terminou a corrida toda amarrotada.
Mas tudo bem, está lá para isso.
Como costuma acontecer em períodos de amplo domínio de algum piloto e/ou equipe na F-1, o GP da Arábia Saudita produziu mais alguns números impressionantes para Verstappen. Um deles: o cara não abandona uma corrida desde o GP da Austrália de 2022. São 43 provas, tendo vencido nada menos do que 35 delas. Nas demais, chegou três vezes em segundo, uma em terceiro, uma em quinto, uma em sexto e duas em sétimo. Sábado ganhou a nona seguida, e se vencer em Melbourne iguala sua sequência de dez do ano passado, marca que só ele tem. Mas foi apenas a primeira vez que o holandês ganhou as duas primeiras provas de uma temporada.
O centésimo pódio, creio que isso foi lembrado no sábado, o deixa em sétimo estatísticas de acumuladores de troféus, atrás de Hamilton (197), Michael Schumacher (155), Sebastian Vettel (122), Alain Prost, Fernando Alonso (106 cada) e Kimi Raikkonen (103). Max foi perguntado sobre o significado desse número, 100 pódios em 187 corridas disputadas. “Significa que perdi 87”, respondeu, rindo.
Para não ficar aqui apenas rasgando elogios ao cidadão, pois, vamos eleger nossa cifra em outra freguesia.
O NÚMERO DA ARÁBIA SAUDITA
115
…vitórias alcançou a Red Bull desde a estreia na categoria em 2005. Um número importante porque eleva a equipe à quarta posição entre as maiores vencedoras da história, deixando a Williams, com quem estava empatada, para trás. Agora, apenas Ferrari (243), McLaren (183) e Mercedes (125) ganharam mais corridas que o time austríaco.
E a Mercedes, hein?
Quinto e sétimo no Bahrein, sexto e nono na Arábia Saudita. O carro, que foi não mui entusiasticamente elogiado por seus pilotos na pré-temporada, parece ser… ruim.
Bom, ainda que não seja uma porcaria irremediável, o W15 deixou a equipe alemã em quarto no campeonato, atrás de Red Bull, Ferrari e McLaren. Segundo meu amigo Fábio Seixas, o time prateado não ficava numa posição tão apagada no Mundial de Construtores desde a sexta etapa da temporada de 2013, em Mônaco. Depois daquela corrida, já com Hamilton como um de seus titulares, Red Bull, Ferrari e Lotus (que depois voltaria a ser Renault e hoje é Alpine) estavam à frente da Mercedes, que na prova seguinte, no Canadá, passou o então time preto & dourado e nunca mais amargou algo pior que um terceirão na classificação.
É, a coisa não está fácil para os mercêdicos. O carro não vai, Hamilton se manda no final do ano, ainda não se sabe quem vai substituí-lo… O que nos leva à…
FRASE DE JEDÁ
Precisa de tradução? A história de Verstappen na Mercedes, é bom que se diga, está longe de acabar. Talvez porque não tenha começado de verdade. Ainda está no campo das possibilidades, vinculada ao desfecho do “Caso Horner”. Que, neste momento, tem apenas mais uma novidade: informações publicadas na imprensa alemã dando conta de que a funcionária que acusa o chefe da Red Bull de “comportamento inadequado” teria decidido falar sobre o assunto na semana que vem.
Aguardemos.
Agora vamos às caixinhas, ô-oooô!
BOM COMEÇO – Ainda sobre Oliver Bearman, merece reforço a informação de que seu sétimo lugar foi o melhor resultado de um estreante na F-1 desde o quinto de Felipe Nasr no GP da Austrália de 2015, pela Sauber. E por que ninguém chamou Nasr de fenômeno naquela ocasião?, perguntam os pachecos de plantão. Sem tirar, por óbvio, o mérito do brasileiro — aliás, ele detém a honra de ser o melhor estreante do país na F-1 até hoje, tendo superado os grandões e os nem tão grandes assim –, aquela corrida foi bem esquisita. Teve apenas 15 carros no grid (houve quebras, desistência por dor nas costas, equipe que não fez tempo na classificação…) e 11 chegando ao final. Há uma grande diferença entre as circunstâncias daquela estreia de Nasr e as de Bearman, sábado. Só isso.
OBRIGADO, CHEFE – Foram muitas as imagens marcantes e divertidas do pai de Bearman nos boxes acompanhando a estreia do filhote. Uma delas é essa aí em cima. O cara de azul e fones pendurados no pescoço é John Elkann, neto de Gianni Agnelli e, na prática, dono da Ferrari. Foi lá dar uma força para David, que estava meio apreensivo.
FUI EU – Sergio Pérez foi punido com 5s por sair perigosamente de seu box após o pit stop. Normalmente, essas ações são de responsabilidade da equipe, que libera o piloto de forma atabalhoada. Mas o mexicano isentou os mecânicos da Red Bull. Disse que saiu por conta ao olhar o retrovisor e não ver ninguém. Quase foi acertado por Alonso. No fim não deu em nada, ele precisava chegar mais de 5s à frente de Leclerc para manter o segundo lugar e assim foi.
GOSTAMOS & NÃO GOSTAMOS
GOSTAMOS de ver a Haas pontuar com Nico Hülkenberg. Mas teve gente que não curtiu muito. Se por um lado houve quem aplaudisse o jogo de equipe de Magnussen, orientado a atrapalhar um monte de gente na corrida para o parceiro ter chance de pontuar, a turma da Vai Querer Sua Via? reclamou bastante. “Foi um comportamento antidesportivo”, disse o diretor Alan Permane. O chefe Laurent Mekies foi além: “Ele destruiu a corrida de Yuki e as punições foram inúteis”. O dinamarquês da Haas levou dois pênaltis de 10s, um por bater em Albon e outro por passar Tsunoda por fora da pista.
NÃO GOSTAMOS de ver Carlos Sainz saracoteando pelo paddock poucas horas depois de operar o apêndice. Por mais que esses caras sejam atletas muitíssimo bem preparados, algum repouso seria recomendável ao espanhol depois de costurar a barriga. Não entendi direito sua presença na pista com pulseirinha do hospital. Totalmente desnecessário. E perigoso.
Desde 2009 que a F-1 vive de títulos de pilotos em equipes dominantes. As exceções foram 2010 e 2012, quando Vettel teve que suar o macacão para derrotar o Mister Singapura. Teve, também, o Hexa da Ferrari e o Penta de Schumacher no início do milênio. As disputas curva a curva, roda a roda ficaram praticamente fora dos pódios.
Não acredito que o Flávio Briatore falou o que falou do Lewis Hamilton.
Lewis Hamilton, tocou fogo na F-1, ao anunciar a sua escolha em fazer parte da equipe FERRARI, abriu a possibilidade de muitas peças do tabuleiro possam pular de casa. Sim abre eventual e real possibilidade de Super Max, de escolher uma nova equipe talvez a Austin Martin ou a Mercedes-Benz, poderá haver efeitos colaterais danoso a carreira de pilotos e ao mesmo tempo poderá haver a valorização de pilotos com carreira consolidada. três pilotos podem ser chutados entre eles Daniel Ricciadio, Lance Stroll , Magnussen e os favorecidos podem ser Carlos Sainz e Sérgio Perez.
Muita fanfic aqui nos comentários, o Bearman fez o básico na Ferrari e os caras já tão falando que ele vai pra Red Bull, que a Mercedes tá arrependida de ter contratado Hamilton… Menos, muito menos! O destino dele é a Haas! Sim, a Haas, que fez joguinho de equipe pra garantir um mísero ponto! Bearman terá sorte se conseguir pontuar nessa equipe ano que vem.
Já o Sainz foi pro paddock pra mostrar presença e entregar currículos, e sim, ele vai estar na Austrália, mesmo que seu corpo não esteja 100%, porque ele acha que tem que mostrar serviço pras outras equipes o contratarem. Apesar da Mercedes ser a bola da vez, eu sendo o Sainz, esperaria mais um pouco para ver como as coisas vão se resolver na Red Bull, pois a depender de como isso vai se consumar, pode ser que pinte para ele uma vaga no melhor carro do grid já para 2025!
O plano da Mercedes era claro: dar dois anos de contrato a Hamilton, para ele se aposentar em paz e em casa, e segurar a assento de Antonelli, que teria mais 2 anos de experiência na F2.
Toto não queria cometer o mesmo erro que houvera cometido quando perdeu Versttapen para a Red Bull.
A Ferrari deveria ter feito o mesmo com Sainz.
Mas eis que o amiguinho de infância do Hamilton resolveu lhe dar uma aposentadoria, digamos, mais robusta na Ferrari.
Como se ele precisasse.
É o que dá investir num ex piloto em atividade.
Agora a Red Bull tem 2 assentos fresquinhos: o do Pérez e do Riccardo (outro ex piloto em atividade).
Um pro Lawson e um pro Bearman.
Sem nem se esforçar.
Rumo ao 8ctavo lugar…!
Apesar das informações oriundas de fonte da própria cabeça, começou até bem, ponderado. Mas foi só chegar em Lewis que o preconceito aflorou como sempre e aí a coisa desandou de vez.
Sobre a “estratégia” pouco republicana da Hass. Deixar um piloto na pista com ação anti desportiva deliberada, para atrapalhar adversários de forma a favorecer o companheiro de equipe. Recebendo punições totalmente inócuas de acréscimo no tempo de prova: só eu acha óbvio ululante que os comissários deveriam neste caso necessariamente ter de imediato punido Magnussen com stop and go? Maneira simples e lógica de tirá-lo da fila, de forma a resolver a situação e evitar um absurdo destes. Imaginem se vira moda brincar de “tranca rua” nas provas.
Concordo que o Carlos Sainz não deveria ter ido, mas se foi liberado pelos médicos… É como o Ronaldo na copa de 98; o problema não é ele querer jogar, o problema foi o médico liberar.
Carlos Sainz quis mostrar que já tá pronto pra outra, nada de botar o piazão no lugar dele na próxima corrida.
O funil para chegar na F1 está cada vez menor. Os veteranos estão ficando até os 40 enquanto os jovens começam muito cedo.
Se vc não for um fenômeno já aos 18 anos de idade dificilmente vai ter uma chance.
Até que vc arrumou bastante assunto pra coluna depois de mais uma corrida tediosa.
Seria bom demais se esses boatos acerca do verstapen deixar a Red Bull se confirmassem, daria uma bagunçada no grid, mas não acredito que isso venha a acontecer.
O mais interessante este ano seria ver se Verstappen conseguiria ganhar todas as corridas da temporada. Algo que eu acho que nunca aconteceu.
Esse carro do Nasr, comparado com os atuais F1, parece em carro de Formula 2.
Sobre o Sainz:
“ Não entendi direito sua presença na pista com pulseirinha do hospital. ”
Soube que ganhou mais pontos que o Hamilton na Arábia.
Ahahaha! Demorei um tempo para entender!
Acontece, paciência.
Aliás, a gente tem responsabilidade sobre o que a gente escreve. Não sobre o que as pessoas entendem.
Fato do dia, da semana, do mês, do ano: levando-se em consideração que poucos aqui o entendem, sorte sua.
Que sapiência!
Que coisa …eu com 56…. o Ollie Bearmann ja poderia ter idade de meu neto !!!!
Fato do dia, semana, mês, ano: tem gente aqui que se acha e, só pode ser, parece estar de olho no emprego do blogueiro, começando pela tentativa de monopólio dos comentários. E vai mostrando que tem potencial, pois nâo se importa que as muitas coisas que posta fiquem quase sempre a dever no quesito veracidade, ou que foquem somente nas obviedades. Também apresenta grande falha nas questões de imparcialidade e de ausência de preconceitos. Características que são padrões nas redes sociais e com as quais, para satisfação de seu ego, ele já arrebanhou aqui várias cabeças como a sua, que se deixam conduzir e sempre respondem ao seu chamado: “toca, gado!”
10 negativações e contando. Já dizia um professor meu de matemática ao solucionar um teorema: “Como queria demonstrar”.
Chegando a 22 negativações. Creio ser recorde aqui. É o rebanho se manifestando: “Toca, gado!”
Esse Crítico é o principal gado do Chupes-Chupes. Basta o outro tocar o berrante que ele aparece balaçando o rabinho. Deve ser um tipo de amor platônico.
Segunda vez já, amiguinho. Ciúmes, é? “Toca, gado!”
Fatos da Semana (III):
O cara está mesmo em outra galáxia.
Rumo ao 8cta…!
Vamos ver se ele consegue ganhar todas este ano.
Muito improvável.
Fatos da Semana (II):
Com isso, a Ferrari entrou, definitivamente, na briga para contratar Verstappen para 2026.
Vai ser uma ótima Silly Season.
Fatos da Semana (I):
A Ferrari já está arrependida da contratação de Hamilton para 2025, depois do forte desempenho de Bearman.
Já temem perder o garoto para a Red Bull.
Realmente, com Lecrash e Hamilton na Ferrari, não vai ter vaga pra ele lá tão cedo, e quando surgir, já vai ter novos pilotos disponíveis, aí não é garantido que ele seja escolhido.
Frases da Semana (III):
“Marko seria como Lauda na Mercedes.”
Wolf, Toto.
Frases da Semana (II):
“Estamos na era Verstappen.”
Hamilton, Lewis.
Frases da Semana (I):
“Adoraria ter o Max.”
Wolf, Toto.