BAD, BAD NEWS
RIO (só desgraça) – Leio nos pasquins eletrônicos que o Bahia Othon Palace Hotel vai fechar as portas em novembro. Inaugurado em 1975, é o maior de Salvador, ícone arquitetônico da cidade.
Sempre que vejo notícias como essa a única pergunta que me faço é: como assim? Ninguém faz nada? O que será desse prédio?
Flavio, o fenômeno é mundial. É a hotelaria tendo que se reinventar frente a nova economia (leia-se Airbnb e semelhantes…). Os dinossauros não sobreviverão
Não entendo.. o hotel não foi bem administrado.. simples.
Faliu.
Se fosse problema de algo “externo” todos os hotéis fechariam.
Eu já fui nele . Está velho, sem reformas, sem conservação.
O que haveria de se fazer?
Pegar milhões do contribuinte e “estatizar” o hotel, para transformar este gigantesco prédio num “Museu de hotéis”?
Ou quem sabe criar uma estatal. Autarquia Othon, com centenas de servidores concursados ganhando 15 ou 20 mil, e um administrador indicado pelo Gedel ou pelo Jaques Wagner…
Depois o Brasil quebra e vão culpar os golpistas do FMI
Infelizmente é o que mais acontece nos últimos anos. Nosso turismo acabando. Reflexo de mais de uma década de descaso e irresponsabilidade do governo federal.
Moro no exterior há mais de 15 anos. Sou do sul, mais respectivamente Florianópolis. É complicado, Levei mais de uma vez amigos gringos pra visitar minha cidade. Atendimento péssimo, trânsito caótico, Hotéis mal administrados e cheios de gambiarra cobrando mesmo preço que bons Hotéis Europeus e mais que o dobro de Hotéis Norte Americanos. Insegurança por toda parte, ruas e praias sujas, lixo por todo lado, pessoas mal educadas, isso tudo com preço exorbitante. Quando você é quem leva o visitante e é sua terra Natal, dá uma vergonha alheia da poha. Ninguém sai de um país pra ver shopping center em outro, Floripa tem “42” praias. Dessas, umas 20 são impróprias para banho, outras 10 são esgoto a céu aberto. Sentamos numa praia modinha, que vendia champanhe na praia, (coisa bem sem nexo da poha) e do lado corria um riozinho de bosta, com marinheiros de diversos formatos e diferentes tonalidades boiando. Deveriam chamar de praia Cocô Channel, sem Channel.. Viajamos 10 horas num avião, pra eu servir água de coco em embalagem tetra pack pros meus amigos.
Obs: Tive que comprar um relógio de pulso e dar de presente pra noiva do meu amigo, pra ela esquecer onde foi roubada cada vez que olhasse pro pulso.
Então do que adianta um Hotel desse tamanho? É nada mais que uma jaula de luxo. Hotel a gente vai pra descansar e dormir, o que importa é o que tem em volta.
E se já tava ruim. Imagina agora que vai ser faroeste.
Qual seria a solução? Investir dinheiro público? Em um estado paupérrimo de um país paupérrimo?
Pois é, faço parte da “elite” funcionário Banco do Brasil, 63 anos e cada dia mais pobre, depois de aposentado, apesar da previdência privada, tenho dificuldades de pagar minhas contas, como me hospedar no Othon? Vamos mais para onde, difícil Bom fim de semana a todos;
Outro icone da Hotelaria em Salvador também está fechado, o Pestana ali no “Rio Vermelho”.
Sempre que se fala em hotel vem na memória as temporadas de férias que a minha familia passava em Lindóia na década de 70, Era uma infinidade de Hoteis muito especiais, Lembro também do Mont Blanc em Campos, uma judiação aquele empreendimento monstruoso não funcionar mais, é um verdadeiro cartão postal digno de Alpes Suíços
Fecham-se os tradicionais Hotéis Carlton(antigo Méridien) da rede portuguesa Pestana e mais agora o Othon Palace mas reabre o charmoso (Fera) Palace Hotel da Rua Chile após mais de uma década fechado e logo em 2019 o Fasano téra sua unidade na capital baiana bem na Praça Castro Alves.
Os tempos são outros.
Salvador sente a ausência de um Centro de Convenções de médio/grande porte´além de não ter programações inclusas em algum circuito internacional de shows.
Quase não há agenda internacional aqui.
Já sair daqui para ver o Duran Duran e o A-ha no Rio de Janeiro.
Tears For Fears, Garbage, Snow Patrol, Simple Minds, Simply Red, Depeche Mode, Pet Shop Boys, Travis, Dido, Sade, Bryan Ferry entre outros são bandas e artistas que poderiam se apresentar na agradável Concha Acústica. Trariam receitas, generosos dividendos ao longo do ano para a cidade se tivéssemos ao menos meia dúzia de atrações do gênero aportando seus shows que poderiam ter público de boa parte do Nordeste.
Mas não. Aqui sobrevive do Carnaval, das tais famigeradas atrações locais e nacionais de gosto bem duvidoso ao longo do verão, apenas.
Fica difícil manter uma estrutura hoteleira de grande porte apenas com este tipo de turismo tão sazonal.
Mais uma vítima do limbo existente com a arquitetura modernista brasileira, que ainda não é vista em sua totalidade como patrimônio histórico e cultural, padecendo da inexistência de legislação protetiva. Aqui em Recife diversos prédios dessa época já foram pro saco.
Isso é fruto do desgoverno de décadas. Pregam que Salvador é uma cidade turística, mas o que temos aqui é total abandono, obras apenas de fachada. Os governantes só querem lucrar: multas os carros a cada segundo, IPTU lá em cima, impostoas altíssimos, a bandidagem toma conta. Ninguém em sã consciência sai à noite. Então é muito melhor o cara ir à Europa do que ser mal tratado nessa terra. Infelismente.
Sou soteropolitano e sei do que estou falando.
O de BH, na linda Avenida Afonso Pena, também fechará as suas portas.
Curiosas são as informações a este respeito, publicadas no jornal O Tempo (abaixo).
Vai entender…
https://www.otempo.com.br/capa/economia/símbolo-de-bh-othon-palace-fecha-as-portas-em-novembro-1.2054861
https://www.otempo.com.br/infográficos/a-ocupação-do-belo-horizonte-othon-palace-em-2018-foi-maior-que-a-média-do-setor-em-belo-horizonte-1.2055179
Deverá se tornar mais um empreendimento imobiliário de sucesso, com varandas gourmet e nome tipo “Village Firenze”. E viva a cyrelização!!
É triste, sim, mas resta torcer para que no mínimo o prédio se mantenha.
Estive hospedado lá em 2005, e já estava bastante decadente à época. A conservação dos quartos era ruim, baratas habitavam pelas áreas comuns e turistas italianos em atitude bastante suspeita – turismo sexual, possivelmente – dominavam o ambiente.