Ou um, ou outro
SÃO PAULO (o que se fazia…) – Acho que já postei algo sobre esse carro séculos atrás, mas certamente a foto não era tão grande. Enviada pelo Daniel Granja Comary. As explicações são dele:
Usado nas quatro horas de Curitiba (não sei o ano) pelo piloto Pedro Muffato. Esse estranho carro tinha aparência de monoposto, com as rodas descobertas, embora tivesse lugar para duas pessoas. Na verdade, mais estranha era sua mecânica: dois motores, um DKW na dianteira e um VW na traseira… Havia dois câmbios, duas alavancas interligadas, dois aceleradores. Só freio e embreagem tinha um pedal cada um. Tem tração nas quatro rodas, dianteira pelo sistema DKW (inclusive com suspensão original e freio a disco) e traseira pelo sistema VW (também com suspensão original). Não podemos esquecer, é claro, que os tanques de combustível eram diferentes. O motor VW era usado para colocar o carro em movimento. O motor DKW era usado em altas velocidades. Segundo Muffato, o carro não era difícil de pilotar, era só uma questão de hábito. E chegou em 10º lugar!!!!
Há uns três anos, comentei sobre essa trapizonga com o incansável Clóvis Grelak, que anda meio sumido, de Cascavel. Ele é muito amigo do Muffatão, que ainda está muito na ativa, e me garantiu que estava restaurando o bicho. Se alguém aqui for de Cascavel, que se pronuncie!
Olá, apesar do blog ser de 2007, só agora tomei conhecimento. Gostaria de passar algumas informações à respeito do protótipo da foto. Esse mostrado já é o segundo protótipo bimotor produzido por meu pai, Sr. Deoclides Carpenedo (falecido em 2017), aqui em Cascavel-PR (P. Grossa da foto é por conta do patrocinador ser da referida cidade de), competiu de 1968 a 1976 nas mãos de diversos pilotos (Deoclides Carpenedo, Juca Baldo, Eduardo Fico de Castro, Pedro Muffato, Valdir Favarin e Airton Szdowski; perdoem -me se esqueci de algum), e em diversas formas de carroceria, pela divisão IV. Atualmente o carro encontra-se desmontado, sendo que logo após ter parado de competir, meu pai, infelizmente, vendeu ou doou várias partes mecânicas, dificultando enormemente sua remontagem, após passar vários anos apodrecendo ao relento, após meu meu pai ter sofrido um avc, recolhi o que restou de sua estrutura e lataria e mantenho guardado em minha propriedade, aguardando que eu consiga arrumar peças e motores da época para que haja criteriosa remontagem. O Sr. Valdir Favarin, muito gentilmente, na companhia de outros mecânicos e com o acompanhamento do meu pai no início do projeto (logo em seguida meu pai sofreu o avc), fez um novo carro, homenageando o Sr. Deoclides, bem como a ele mesmo, por ter sido o piloto que mais sucesso obteve e por mais tempo pilotou o protótipo, mas não se trata, portanto, de uma restauração ou remontagem, visto que o modelo atual, em poder do Sr Valdir, não tem os mesmos modelos de motor, dimensões, chassi ou lataria usada no carro original.
Muito obrigado pelas informações, Leandro!
Trevisan, nesta prova o bem lembrado (e bravo) Dino de Leone estava “a bordo” do protótipo Haragano. Será “bimotore” dele? E nas fotos do Chico “Kodak” Feoli que V. herdou não tem o “bimotore” do Dino? Afinal os dois trabalharam juntos.
Conheci este híbrido no autódromo de Curitiba em setembro de 1970. Era pintado de uma cor verde metálico escura, e o jovem Pedro Muffato andou muito e impressionou, se não me engano até em 6º lugar na geral. Prova que teve um pega espetacular entre a Porsche 910 do Olivetti e a carretera do Camillo (que passava no retão e perdia no miolo). Quando o carro vinha se ouvia motor DKW e ao passar preponderava o VW preparado. Os dois aceleradores estavam lado a lado, e o câmbio DKW me parece que usava apenas 3ª e 4ª marcha, o que ajudava era o fato de ter o mecanismo de roda livre. Ou seja, o piloto se concentrava na mecânica VW e o DKW melhorava a resposta nas saídas de curva e claro agregava uma potência adicional. Depois sei que foi pilotado pelo Favarin, e o fato do carro ter sobrevivido e estar sendo restaurado é um grande acontecimento. Para os surpresos com a criatividade da época, registro que também estreou naquela prova o protótipo do gaúcho Dino de Leoni com dois motores DKW entre eixos e acoplados por junta de borracha, mas não concluiu a prova.
esse carro não seria de alguma equipe da cidade de Ponta Grossa (PR), já que no próprio carro consta P.GROSSA e o patrocinador VECAL que também em de Ponta Grossa?
O QUE QUE É ISSO, TORCIDA BRASILEIRA!?!?!?
ronaldo, esse bimotor da Div 4 não é o famoso “mistoquente” ?motor vw mais um motor de ford corcel ?
Fora do tópico, mas é por uma boa causa.
Renato de Portugal, o Antonio Ferreirinha, construtor dos Heve, precisa falar com você. Por favor, mande-me um email que eu passo o telefone dele.
Desculpem, rapazes…
Ronaldo, eu sou fascinado por este motor, que lembra muito o som de um DKW. Agora, o mecânico veio de Miami! Este motor não foi proibido nos USA e na Europa por causa da emissão de poluentes e me parece que só existe no Japão, ou estou enganado! Vi um carro deste esportivo no programa Auto Esporte da Globo.
Jovino
Será um prazer Renato.
O bimotor que conheci já era carenado e muito bonito por sinal, como ja esta escrito, ele tinha dosi motores, dois pedais de embragem etc. A historia é a seguinte. Na inauguração do asfalto da pista de Cascavel, em que participaram varios botas da inesquecível Divisão 4 classes A e B, Pedro Victor de Lamare liderava com Havalone, mas uma rodada no ´S´ fez com ele não pudesse retornar a pista, então Pedro Muffato assumiu a ponta com Havalone e Bimotor com Valdir Favarin em segundo. Pedro Muffato para nos boxes sem acelerador, mas um parafuso ou porca foi apertado graças a interferência de um menino. Pedro Muffato volta a pista e vence. Pois é quase que o bimotor vence a prova em cima de MANTAS, HEVES E HAVALONES. Quanto o Aldde ele é cupê e não spyder. O motor é de 1300 cm, com dois rotores, o que ganhou Le Mans com Jhonny Herbert me parece que tinha três rotores. Cara ele berra uma barbaridade. No retão de Curitiba era fantástico seu ronco e sua velocidade. Tive a oportunidade de participar da desmontagem e montagem deste motor em Curitiba, juntamente com o Osmar ” Lagarto ” Sorbara e o mecânico Cubano/Americano Carlo que veio de Miami para acertar a usina que é carburada. O óleo é misturado a gasolina, a lenta parece de um DKW, mas quando o giro sobe é inesquecível. Abraços.
Ao Ronaldo.
Queria pedir um favor.
Se possível, conte mais detalhes da história desse carro. De preferência, conte tudo. Eu sei que é meio entedioso para alguns, escrever muito, mas ficamos aqui com água na boca para desvendar todos os segredos desse maravilhoso carro, o bimotor.
Num outro post, se aianda ouver vontade, conte mais, também, sobre o Aldee Mazda.
Muito obrigado.
Jonny, me chama que eu vou com você….
O carro bimotor é de propriedade de Deoclides Carpenedo e foi pilotado pelo piloto Valdir Favarin na pista de Terra de Cascavel. Quanto ao Aldee Mazda, correu sim, nas Mil Milhas de 1999 em Curitiba. Largamos em oitavo, mas quebrou uma palheta do rotor e ai tchau voltamos para casa. O carro também andou numa etapa do paranaense de endurance, mas um pneu furado tirou a vitória de Pedro Muffato.
droga. vo ficar devendo essa. tiraram do ar. vo ver se acho um host bom, que aceite arquivos enormes, dae posto aqui, ou mando em mídia pro Gomes.
Depois de restaurado, bem que poderia estar num 2° Clássicos de Competição, só para a gente poder ver bem de pertinho e, quem sabe, até ver ele dando umas voltinhas em Interlagos… daria para tirar muitas dúvidas sobre essa engenhosidade toda… como as cabeças eram mais mirabolantes tempos atrás, sem medo de inovar…
ANIMAL!!!
Na verdade Gomes, esse carro tá sendo restaurado sim. ele e outras máquinas daquela época, com uma finalidade apenas, montar o museu do automobolismo daqui de Cascavel. aliás, vou postar aqui os links para fazer o download da história do autódromo, daquele documentário que o cara ali embaixo falou. várias imagens raras dos anos 60 e 70, bem como histórias da época. se não me engano, ele é de 2004, mas vale a pena.
Muffatão tem também acho que o único carro de corrida com motor rotativo do país, um Aldee com motor do RX7…nunca correu…tá lá paradinho, guardado num canto da oficina…
Isto hoje parece uma trapizonga, mas na época, quando o automobilismo ainda estava meio embrionário em termos de construção de carros de corrida, qualquer novidade que aparecia era comemorada por aficionados. Imaginem naquela época aparecer um carro como este com dois motores e diferentes! Lembro-me quando apareceu nos mil quilômetros de Brasília de 70 aquele protótipo construído pelo Jardim, já muito bem relatado aqui pelo Joaquim, o fascínio que ele despertou naquela época.
Jovino
Queria entrar em uma maquina do tempo e ver isso ao vivo!
Essa turma pensava em algo diferente e não tinham duvidas,colocava em pratica.
Ficaria bom um livrinho, heim Gomes?
E eu achando que o unico carro multimotor foi produzido pelo Emerson e pelo Wilsinho…
Bacana!!!!!!
com certeza essa carro figura no hall das maiores trapizongas que já inventaram por essas bandas, é digno do “caçador de estrelas” do Bica. hehehe
Tinha que saber do Muffato como é que ele pilotava essa coisa.
Protótipo na melhor tradição do veículo híbrido nacional, de onde vieram as carreteras e os mecânica continental…
Ao fundo, a Alfa Romeo GT Júnior 1300 cc do Tite Catapani(#94) e o Puma do J.P. Chateaubriand.
Uma das mecânicas mais singulares de que ouvi falar… Minha curiosidade por mais detalhes está a toda !!!
Este carro está sendo restaurado sim. Ele apareceu numa reportagem sobre o autódromo de Cascavel. O Pedro Muffato tbem tem um Avallone Chrysler jogado no patio da sua empresa, implorando restauração.