A F-1 ACABOU (3)

SÃO PAULO (eu gosto é de ver o circo pegar fogo) – Algumas reflexões. Acho que cabe refletir, afinal estamos falando de uma categoria que tem 60 anos e que, de certa forma, é a razão de ser deste blog, paixão da maioria dos blogueiros, essas coisas…

– Sou pró-Max, é o que a blogaiada está entendendo. Vamos esclarecer. Nada exatamente pessoal. Mosley não é infalível. Basta ver o que aconteceu no começo do ano, com a ideia doida de dar o título a quem ganhasse mais corridas. Mas ele é sensato, em geral. E da mesma forma que as equipes têm o direito de defender suas causas, ele tem o direito de defender uma categoria que, no final das contas, pertence à FIA e à FOM. Essa posse não é arbitrária. Todas as equipes sempre aceitaram a tutela regulamentar da FIA e comercial da FOM. Que ninguém esqueça que se a F-1 é um sucesso comercial (e todo mundo ganha dinheiro com ela, não fosse assim a McLaren não teria a sede que tem e por aí vai), deve isso a Bernie Ecclestone, por mais que ele seja um gavião para ganhar dinheiro. Aí não há santos.

– Vocês me conhecem e, em geral, estou longe de ser um legalista. Questionar os mandatários de plantão é algo saudável e necessário. Mas, para isso, é preciso argumentar bem. Os argumentos da FOTA não são bons. Os da FIA são. E quando eu digo FOTA, é melhor ler Ferrari. É ela, na persona de Luca di Montezemolo, que está à frente da revolução. E a Ferrari nunca foi uma revolucionária. Não nos enganemos. Não é uma questão de princípios que está em jogo no que diz respeito a Maranello. É uma questão de poder: controle sobre as regras e sobre o dinheiro. Direito legítimo, pode-se dizer. Tão legítimo quanto o da FIA e de Bernie de tentarem manter seu brinquedo.

– Mosley tem muita razão quando diz que uma categoria de competição precisa de um órgão regulador independente. É assim na MotoGP, no Mundial de Rali, em qualquer categoria que opõe adversários tão distintos. É mais fácil um autocontrole quando se trata de uma categoria monomarca. Mas é muito difícil quando se trata de administrar uma porção de equipes diferentes, fabricantes avulsos, marcas diversas de motores, pneus etc. Deixar isso nas mãos de oito equipes diferentes é suicídio. Serão oito regras, uma para cada. E brigas intermináveis.

– Se sair o campeonato “paralelo”, com as oito equipes da FOTA, duvido que equipes novas se disponham a participar. Afinal, quem tem dinheiro para isso? É possível montar equipes novas com um orçamento limitado a sei lá quantos milhões de dinheiros. Mas encarar um campeonato em que não há limite, e apenas uma genérica intenção de “cortar custos”, não é para qualquer um. Talvez apenas para montadoras. E, como se sabe, não há fila de montadoras dispostas a correr de F-1 ou de F-FOTA.

– Por outro lado, como dizem os neoliberais, a concorrência é sempre bem-vinda, não? Ninguém é obrigado a disputar a F-1 da FIA. Mas se quiser disputar, tem de seguir suas regras. Discordo dos que apontam autoritarismo em Mosley. A FIA tem várias instâncias de decisão, como o Conselho Mundial, a Comissão de F-1 etc. Em todas, as equipes são representadas, assim como os promotores, os patrocinadores, as confederações nacionais. O problema é que a Ferrari, que sempre rezou pela cartilha da FIA, resolveu não rezar mais. E arrastou com ela aqueles que Max sempre disse serem voláteis: Toyota, Renault, BMW, Red Bull. E mais McLaren e Brawn, que merecem tópico à parte.

– A McLaren espionou a Ferrari há dois anos. Viraram inimigos. Por conta disso, foi duramente punida. Seria um contrassenso ficar ao lado da FIA, portanto. Mas eu não achava isso. Seria um contrassenso igual ficar ao lado da Ferrari, inimiga mortal. Achava que por estar com a espada de Dâmocles na cabeça, a McLaren iria capitular para evitar problemas. Só que as diferenças entre Ron Dennis (alguém duvida que ele ainda manda?) e Mosley foram maiores do que as diferenças dele com a Ferrari. E é preciso compreender também que a Mercedes é do time das montadoras, não dos garagistas. Assim, está explicada sua opção, levando consigo a Brawn — que não teve peito para debandar, sob o risco de perder sua fornecedora de motores.

– E a F-1 da FIA, o que será? Bem, muitos dos que se voltam contra Mosley defendem e têm saudades “daquela F-1 dos velhos tempos”, em que todo mundo corria de motor Cosworth e a competição ficava por conta da criatividade de engenheiros e projetistas. Uai, é o que teremos agora, com o desfalque enorme da Ferrari, que não pode ser desprezado. Mas é uma aposta. Tem chance de perder? Tem. A Ferrari tem torcida, é a cara da F-1, não se sabe como o povo vai reagir à sua ausência.

– O povo… A FOTA fala em ingressos mais baratos, num exercício banal de demagogia. A F-1 é elitista e elitizada não por causa da FIA. Não só por causa dela. As equipes contribuem, e muito, com esse queixo empinado que quem conhece sabe como é abominável. Uma consequência boa desse racha pode ser essa: todo mundo baixar sua bolinha, a FIA e as equipes. A FIA, porque lidará com outro tipo de gente em seu campeonato, gente que sempre foi desprezada e segregada. O ambiente será outro. E as equipes fotianas, porque sabem que se continuarem se achando o uó do borogodó não têm futuro. Quem sabe param de gastar fortunas com motorhomes ridículos, aviões particulares e iates para festinhas em Mônaco. Eu sei bem como é o relacionamento dessa gente com o público. E não é exatamente a FIA quem dita esse comportamento.

– Considerando que dois campeonatos coexistam, a FOTA terá bastante trabalho para montar seu calendário. E para escrever as regras, e para escolher quem vai fiscalizá-las, e para fechar contratos com TVs, promotores e autódromos. Pistas existem. Sem pensar muito, dá para imaginar um campeonato correndo em Magny-Cours, Silverstone, Fuji, Portimão, Jerez, Valência, Montreal, Kyalami, Indianápolis, Hockenheim, Mugello, Áustria (Didi resolve…), Qatar e por aí vai. O problema maior é: quem vai governar essa categoria? Um conselho formado por representantes de montadoras rivais? É difícil imaginar que isso dará certo. Automobilismo é fogo.

– E, por fim, olhemos as coisas de forma otimista. Se sair um novo campeonato, serão dois para que aqueles que gostam de corridas acompanhem. Perder-se-á um pouco da referência, aquela coisa de saber que se está vendo a elite do automobilismo, o campeonato mais importante, mais charmoso, o olimpo. Mas os tempos estão mudando. Além do mais, é mais piloto correndo, mais gente empregada, mais equipes, maior diversidade. Não acho que vá acontecer, a tendência é de um enfraquecimento geral, como aconteceu nos EUA no racha Cart x IRL. Mas é impossível prever o futuro. Tem coisas que a gente só consegue avaliar depois que elas acontecem. Pode ser o caso agora.

Subscribe
Notify of
guest

198 Comentários
Newest
Oldest Most Voted
Inline Feedbacks
View all comments
Kiko Lanari
Kiko Lanari
14 anos atrás

Bom mesmo seria se um povinho da FOTA migrasse para o WRC, os empoeirados estão precisando de uma força… abraço.

David
David
14 anos atrás

Na minha opiniao eles se acertaram ate o final do ano um presisa do outro

Fabio Pellim
Fabio Pellim
14 anos atrás

Torço muito para que aconteça, essas mudanças radicais são eventos históricos que poderemos observar de perto, não tem mudança que não traga uma lição ou inovação, além disso, será muito legal ter dois campeonatos com turma desse nível, vamos levar duas F1 pelo preço de uma.

MSM
MSM
14 anos atrás

Péssima notícia, infelizmente essa divisão será ruim para todos: categoria, pilotos, equipes, patrocinadores e torcedores.
Vimos que a divisão da Indy em 2 categorias foi um erro, se bem que no caso da F1, que é uma categoria a nível mundial, talvez o estrago seja menor, mas mesmo assim porá em dúvida todas as partes envolvidas, afinal tem muito dinheiro em jogo.
Concordo com o limite orçamentário, mas não do jeito que foi jogado para as equipes, que iria transformar a categoria em 2 (igual as corridas de Turismo). Todas teriam que acatar este limite (que ao meu ver teria que ser aumentado).
Pela divisão que eu vi, o futuro campeonato da F1 será decepcionante, pelo fato que terá somente a Williams e a Force India, das atuais, junto com outras equipes menores. E a equipe americana que se preparou para participar do campeonato junto com as equipes importantes e agora vai entrar num campeonato enfraquecido? Vai correr em qual? Será que ela vai para o campeonato das grandes, ou ficará no novo, sob questões contratuais?
E o outro campeonato, somente com as 8 equipes? Se fizer uma redução nos gastos, até poderá surgir novas montadoras (a Aston MArtin que entraria com a Prodrive e depois assumiria a equipe estava para entrar e estranhamente ficou de fora). Porque correr somente com 8 equipes será no mínimo estranho.
E quanto aos patrocinadores e os canais de televisão? Todos assinaram contratos na F1 e derrepente não sabem aonde irão mostrar seus produtos e imagens. A princípio, ficarão com as 8 equipes, eu acho. E a Globo, fará o que, se renovou contrato para mais 5 anos?
Eu não terei motivo para ver um campeonato somente com Williams e Force India como as principais e outras equipes inexpressivas correndo junto.
Nós torcedores, não queremos 2 categorias divididas e se arrastando na pista, queremos um campeonato forte, com a participação das montadoras e de times independentes que tenham condições de disputar pelo menos o pódio. Estamos vendo, tanto a Brawn, qt a Red Bull, mostrarem que ainda podemos ter disputas em um campeonato tão forte como é a F1, com tantos interesses acima do esporte, é só adequar as regras à realidade em que vivemos. Eu não estou feliz por essas mudanças, já venho dizendo que passou da hora da dupla dinâmica sair da F1, apesar de toda a estrutura que foi montada dentro e fora da pista, para mim o ciclo dos 2 já acabou na F1 e pelo jeito, esse ciclo fechará do pior modo.

Eduardo Azeredo
Eduardo Azeredo
14 anos atrás

Eu discordo em alguns pontos do Flávio. O Mosley é sim autoritário, o próprio caso das medalhas mostra bem isso quando a FIA impôs uma mudança no regulamento e esta só foi desfeita diante de muita pressão das equipes.

Também não acho o Mosley um modelo de sensatez, quase todo ano o regulamento muda de maneira significativa e isso atrapalha a categoria na minha concepção. Além do que algumas idéias são, no mínimo bizonhas, como a proibição da troca de pneus e o congelamento do desenvolvimento dos motores.

Por outro lado, eu concordo com relação à FOTA. Não é nada confiável e um campeonato dela não é nada sólido. Aliás, imaginar gente como Montezemolo, Briatore e Dennis se regulando mutuamente é algo improvável.

Para mim a solução mesmo era se livrar, nem que fosse por meios extremos, de todos esses caras que ditam os destinos da F1. Todos eles me parecem ter uma mentalidade tão evoluida quanto a dos cartolas do futebol brasileiro.

Zé
14 anos atrás

Comentário rápido: dizer que a McLaren foi duramente punida por espionar a Ferrari é, no mínimo, engraçado.

Dennis Nery
Dennis Nery
14 anos atrás

Vale lembrar também que a briga Cart X IRL enfraqueceu a Fórmula Indy em um período que ela vinha crescendo mundialmente… Tanto que havia corridas no Japão, Brasil (no belíssimo porém abandonado autódromo de Jacarepaguá) e em outros países…
Hoje, com elas juntas novamente, não há mais o mesmo charme, o mesmo apelo…
Temo pela F-1!

Charles
Charles
14 anos atrás

Ainda sobre a coerência e sensatez do mandatário da FIA, vale a pena ver o que ele disse 18 anos atrás, quando era candidato ao cargo que ocupa atualmente:

…I think you have to encourage the people there to say what they really think and listen to what thy have to say, changing the whole atmosphere and style of running FISA. Talking less and listening more.

If I am elected, if people stand against me and lose I will still want to work with them and equally if they won I would expect to continue working with them. As in any proper and civilised club it should be an open thing.

E aí eu pergunto:

Ele realmente pôs em prática esse discurso?!?

Ele é realmente sensato e coerente?!?

Lima
14 anos atrás

Não existe F1 sem Ferrari, pois 100% dos torcedores de F1 tem a Ferrari como objetivo ou Torce por ela ou é contra ela.
Hoje o grande objetivo das equipes é vencer a F1 mas também e vencer uma Ferrari ou uma Mclaren que tem muito dinheiro.
O grande mérito das pequenas é vencer com pouco dinheiro e grande talento.
Quando estivermos em 2030 assistindo um corrida de F1 se ainda existir, você não vai escutar o nome de Max Mosle, porém vai ver mutidões agitando as bandeiras da Ferrari, McLaren, Renault e outras. O publico que ver as grandes equipes com seus milhões de dorales investido e fazendo tudo para uma superar a outra.
Um bom exemplo é o campeonato desse ano, a Ferrari gastando e que pode (milhões e milhões) para tentar superar a Brown a cada corrida, trazendo esperança para sua torcida a cada corrida. Já imaginou se houvesse um limite, depois da segunda corrida todas as equipes teriam que entregar o campeonato para a Brown pois não poderiam mais gastar dinheiro.
F1 é para que tem dinheiro.
Minha opinião é que Flávio foi infeliz com seus comentários e apoio a Max Mosley.

Rodrigo Duarte
Rodrigo Duarte
14 anos atrás

São muitos comentários, não vou ler todos, mas tem gente aí chamando o Mosley de “nazista de merda”, lunático sexual de “chicotinho”, louco mal resolvido sexualmente, só tem interesse no poder, FOTA-se a crise mundial, a Fórmula Um é excludente mesmo, um fo**** aos pobres, viva a tecnologia e f** o mundo. Só estão se baseando em como Mosley e Ecclestone queriam uma F1 em que o campeonato fosse decidido com base no número de vitórias.
Isso não é argumento, não tem raciocínio lógico, não se sustenta. Max e Bernie não são perfeitos, erram, vão continuar errando, sendo incoerentes às vezes, se contradizendo. Mas tem gente aqui que perdeu o foco, a discussão não está em torno do que Max e Bernie erraram ou fizeram de ruim no passado. Ou que eles já foram aliados da FOTA, claro que foram. Isso tudo, como já disse lá atrás, tem o mesmo poder de argumentação de quem fala: “Você é um idiota, não gostei da cor da sua camisa”.

Rodrigo Duarte
Rodrigo Duarte
14 anos atrás

Pedro Jungbluth, me desculpa, mas acho saudável essa discussão e não concordo com nada do que você falou.
Como assim Mosley e FIA são coisas diferentes? O cara é o presidente da FIA.
Você fala do Mosley como se ele fosse um ditador, um tirano, que “não trabalha por esporte”. Ninguém é santo aqui, vamos devagar, quem não gosta de dinheiro sim é psicopata, não o Mosley e o Ecclestone. Sinceramente, se esses caras são psicopatas, então eu queria ser psicopata como eles. Os caras estão lá só pela grana? Pode ser, eu acho dinheiro fundamental hoje em dia, não é tudo mas é fundamental. Perfeito, eles estão lá pela grana então, mas esses caras ajudaram a construir a cara que a F1 tem hoje, claro que não foram os dois sozinhos, ninguém faz nada sozinho, mas a questão aí está em administrar diversos interesses, alguns diferentes outros convergentes, fazer os melhores contratos e como o FG disse, as equipes ganham muita grana com a F1, e elas, estão lá pelo esporte como você disse?

Sobre a questão do vídeo da orgia do Mosley, me desculpa mas isso não é argumento. Se o Mosley não tem caráter, falou que ia sair e não saiu, tudo bem nem tudo é perfeito, ele tem defeitos, mas o Max Mosley comparado com essa cambada que tem como líder o Luca di Montezemolo, esses caras estão completamente podres de caráter. A palavra caráter não existe no dicionário desses caras, eles com certeza perguntariam se pudessem: “Caráter dá dinheiro?”

Quando você fala que os governos põe dinheiro público e a Fórmula Um não dá retorno, não saberia dar maiores detalhes, mas querendo ou não Interlagos é um patrimônio, é um autódromo que pode nos proporcionar momentos de lazer, para nós paulistanos. Então qualquer parque, uma calçada mais larga, bancos numa praça é tudo dinheiro jogado fora? Porquê não dá lucro? Eu acho muito difícil a Fórmula Um não dar lucro, inclusive ao governo, mas sinceramente não saberia te responder essa pergunta. Você tá com uma visão muito empresarialista e empreendedora, autódromos, Fórmula Um, claro é tudo um grande negócio, mas é legal, é divertido.

Repito, se Bernie Ecclestone e Max Mosley são dois psicopatas, sem dúvida, gostaria de jogar nesse time, ser como eles, que pena que não sou um psicopata. Com o maior respeito do mundo, porquê cada um tem direito à sua opinião, mas pra mim seu argumento é fraco e fácil de ser descontruído.

Charles, você tá se apegando a um discurso político da FOTA, não entra nessa, você está sendo ingênuo. Tá na cara que Mosley e Ecclestone não são socialistas. Outra coisa, você tá fazendo críticas à FIA, que não é perfeita, pode ser incoerente, pode ter como obrigação o regulamento técnico da categoria, pode não ser imparcial como deveria. Não seja ingênuo, no mundo de hoje, ninguém, absolutamente ninguém é imparcial em tudo que faz. Não exige isso da FIA porquê nem FIA, nem CBF, nem FIFA, nem ninguém é imparcial como vocês estão querendo e exigindo.

Esse negócio que encontrei em outros comentários de ficar descendo o cacete no Mosley e no Ecclestone, isso é coisa de quem não tem argumento e pensa: “Não gosto de você, não gostei da cor da sua camisa”. Isso é argumentação fraca, não se sustenta.

Desculpe gente, é meio que um desabafo, desculpe se alguém se sentiu desrespeitado, não foi minha intenção. É que nas palavras, não dá para escutar o tom de voz, e por favor, meu tom de voz ao usar essas palavras seria o melhor possível. É só uma crítica, nada pessoal.

Rodrigo Duarte
Rodrigo Duarte
14 anos atrás

Flavio, mandou muito bem, escreveu muito e escreveu bem. Belo discurso, bela sistematização, parabéns.
Também sou pró-Max, essas equipes estão testando o Max, querem saber até onde ele vai, até onde a corda pode arrebentar. Max está certíssimo em se manter firme e forte em sua posição, senão as equipes vão tomar conta de vez da F1 com sua série de exigências. Eu já estou gostando de ver a Brawn andando na frente, dando uma lavada nas equipes consideradas grandes. E eu sou um cara romântico que sente saudades da F1 da década de 80 e início de 90, era outra F1, sem comparação. Portanto, para mim ao menos, como torcedor, vai ser ótimo que essas façam o que lhes der vontade, que continuem montando carros então, ou criem uma nova categoria não tem problema nenhum. E podem ir para lá o Massa, o Alonso, e quem mais que queira correr na “Verdadeira Fórmula Um”, frasezinha estúpida essa viu. Referência, a “F1 de mentirinha, do Max” pode perder um pouco. Mas referência se conquista de novo, dá pra reconstruir, o que não dá é ter referência como você mesmo disse, na Red Bull (essa nunca ia ter mesmo, na Globo só falam RBR e STR, um absurdo), BMW, Renault, e as outras.

Tipo, não tenho nada pessoal contra o Massa, com certeza ele tá pouco se lixando pra isso também. Ele pode ser uma pessoal sensacional, bom amigo, honesto, gente fina, pode ser tudo. Mas eu acho muito cretino e idiota o que ele vem falando, me desculpe usar essas palavras FG, mas cada vez que eu vejo ele falando da “Verdadeira F1, com os melhores patrocinadores, melhores carros, os melhores pilotos, a melhor estrutura” eu não consigo pensar outra coisa que não seja: “Que discurso idiota”. Não estou chamando o Massa de idiota, mas é um discurso idiota. Essa é a minha mais sincera opinião, difícil de engolir essa da Verdadeira Fórmula Um, isso pra mim não serve. Como torcedor dos brasileiros, isso me decepcionou.

Douglas
Douglas
14 anos atrás

Se a F1 rachar de fato, quem pode se dar bem é a F-Indy. Ano que vem terá prova no Brasil e até a Ferrari já está cogitando correr as 500 milhas (como o Flávio postou no Twitter). Seria interessante.

José Freire (F1Admirador)
José Freire (F1Admirador)
14 anos atrás

Quem fala que “será impossível” para montadoras/equipes distintas gerenciar um campeonato, esquece ou faz-se de desentendido, que a FOTA já fez um convite a DORNA (organizadora da MotoGP, 250cc e 125cc) JUSTAMENTE para gerencia o seu próprio campeonato!

E assim se esvai em fumaça mais um argumento da coluna do Flávio…

S/Mais.

lio
lio
14 anos atrás

FAVIO ANALISE COMIGO
A F1 SEMPRE GASTOU MILHOES E NUNCA HOUVE SITUAÇAO QUE CHEGASSE A DATA LIMITE E SE DISSESSEM “NÃO… NAO IREMOS PARTICIPAR
ENTÃOVOCE COM TODA EXPERIÊNCIA QUE TEM NESTE MEIO ACHA QUE A FOTA ESTARIA BLEFANDO,
VAI QUE O MAX NAOMUDA DE OPINIÃO
QUE JÁ NAO EXISTIRIA UM ACORDO PRÉ DEFINIDO DE QUEM MANDA, ONDE CORRER QUEM VAI TRANSMITIR
PORQUE DINHEIRO NAO VAI FALTAR
PISTAS PRA CORRER TAMBÉM NAO
PILOTO TEM AOS MONTE
GENTE PRA TRANSMITIR ACREDITO QUE TAMBÉM
AGORA É CRUELDADE SUA ACHAR QUE UMA CATEGORIA QUE TERA FERRARI , BMW,MACLARE ,MRENAULT ETC,…
[ E VIRÃO MAIS POIS UMA DAS EQUIPES NOVAS PARA 2010 ESTA INDECISA]
ESTA FADADA AO FRACASSO
CADE O VELHO FLAVIO QUE CONHECEMOS OU CONHECIAMOS NÉ

francine
francine
14 anos atrás

Pior do que tudo é o contrassenso na nova regra ortográfica… horrível!

Pedro Jungbluth
Pedro Jungbluth
14 anos atrás

Charles, sua argumentação começou tímida, mas terminou fantástivca! Valeu por relembrar fatos e dados, além da sua análise mais profunda, que fugiu do “noticias da última semana”

Pedro Jungbluth
Pedro Jungbluth
14 anos atrás

Continuo discordando, e bastante.
Não acho que seja uma questão da FIA contra a FOTA.
Concordo totalmente que times que tem em seu DNA um nível de competitividade enorme não conseguiriam regular um campeonato saudável.
Por isso sempre a FIA foi o órgão para controlar isso tudo, agindo pelo bem do esporte.
Só que dizer que Mosley é sensato, ou que tenha trabalhado pelo esporte, é loucura. Acho que o único elogio para ele é sua capacidade de argumentar. Cada passo que dá, e calculado para criar situações onde sua argumentação préviamente elaborada se destaque. Nisso ele é muito bom.

O que não posso engolir é que hoje tenhamos a confusão entre FIA e Mosley. São coisas diferentes, mas as manobras que ele tem feito ao longo dos anos geraram um domínio sobre a entidade que não é saudável. Mosley deveria sair não por ser ruim, muito mais por estar a tempo demais por lá, é um órgão de interesse geral, deveria ter mudanças de poder a cada poucos anos.

Ele trabalha, e usa toda a estrutura da FIA para isso, em nome de aumentar seu poder e controle. Seu poder partivcular, inclusive io poder de se perpetuar dono da FIA. Tudo o que ele faz na FIA pela F1 envolve argumentação que envolve manutenção de poder. E isso não é de graça, ele não faz por esporte.

Citando o caso do vídeo de orgia, como ele agiu: demorou dias depois das divulgações preparando argumentações e manobras para se manter no poder. Jurou que não continuaria na FIA depois do mandato, mas tinha que ficar para não permitir que Ecclestone dominasse a categoria. Hoje já ficou clara a mentira, ele vai continuar enquanto for possível, e provavelmente vai se reeleger. dificilmente terá qualquer adversário. Atacou o amigo Ecclestone para se defender, depois deixou a poeira baixar e voltou a ser amigo. Brilhante, seria admirável, não fosse a absoluta falta de caráter de suas ações.

Falta a FIA e a F1 pessoas que ajam com um pouco mais de sensibilidade, de amor ao esporte. Por que psicopatas podem ser muito eficientes, mas mais cedo ou mais tarde a consequência de suas insensibilidades aparece.
Alguém sempre paga o pato.

Mudando de assunto, sobre suas reflexões, Gomes: O Ecclestone tornou a F1 rica, disso não há dúvida. Mas já dizia Newton, nada se cria, tudo vem de algum lugar… Essa grana que a F1 roda hoje foi resultado de anos de exploração do próprio esporte: o automobilismo de monopostos do mundo foi duramente atacado e desvalorizado para que a F1 ocupasse todos os espaços. Mal categorias de formação conseguem ter, só com grandes subsídios técnicos, o que é absurdo se for comparar a quantidade enorme de gente que gostaria de se envolver no esporte. Patrocinadores, por exemplo, adorariam ter diversas categorias, de diversos nichos, em que pudesse encaixar sua propaganda. Espectadores também. Ora, como então não tem?
Autódromos pagam fortunas abssais para participar da F1. Governos tem que colocar dinheiro público para garantir tais funcionamentos, sendo que pela lógica negócios de mercado livre deveriam ser auto funcionais.

Pode-se dizer que a F1 nso últimos 30 anos, metade de sua história, passou de esporte de topo dos 30 anteriores para negócio desmedido, vampiresco, que deixa tudo seco e podre em volta.

Ecclestone deixou a F1 pobre, isso sim, alimentou os próprios bolsos, bolsos de dirigentes, mas a F1 em si, no dia que ele faltar, para ela nada restará!

Pensem em Interlagos, em sua reforma de 1989: foi decepada apenas para não poder ter corridas de Indy. O autódromo perdeu, o automobilismo local que dele dependia perdeu, o país perdeu um dos grandes diferenciais de qualidade de escola de automobilismo que tinha, a Indy perdeu possibilidades de lugares para correr, ou seja, muitos perderam para que a F1 ganhasse. Se ecclestone tem as burras cheias, dando migalhas a alguns dirigentes em volta para manter o poder, não é um elogio a pessoa dele, a sua capacidade, mas sim uma crítica a sua insensibilidade psicótica. Tal sujeito, que em seu íntimo com certeza é vazio e infeliz, deixa rastro de estrago por onde passa, e acredita que acumular números cada vez maiores talvez o preencha.
Se no lugar dele estivesse uma pessoa sensível que amasse o esporte, a F1 de hoje não teria FOTA.
O mesmo vale para Mosley. FOTA é cria dele. e ele vai ganhar da sua própria cria, inclusive creio que a criou apenas para poder vencer algo. Cria o problema, depois o esmaga e joga debaixo do tapete, no saldo final só fez porcaria, mas sai se sentindo vitorioso!

É contra o DNA das equipes se unirem para regulamentar a catagoria. É contra o DNA de montadoras gastarem fortunas imensas em projetos sem nenhuma pluralidade, para que nele tenham que se unir a concorrentes naturais para garantir algum funcionamento regular.

Não dá certo, óbvio, mas isso não é algo que surgiu hoje, ou nesse ano. é fruto de anos de desmandos para a F1, para a FIA, e não vai mudar, pois o jogo está sob controle dos dois psicopatas que nãio sabem fazer nada diferente.

Para quem ama o automobilismo, defender a gerência da F1 e da FIA é tiro no pé. Das atuais gestões nada de bom vai sair.

Os ratos dominaram a cabine do comandante e estão levando o barco para sua Ilha de queijo.
Só que esse queijo é podre…

Elton
Elton
14 anos atrás

Já que a Associação de Pilotos é a GPDA (Grand Prix Drivers Association) – poderia também ser FODA (Formula Onde Drivers Association) eheheeh…

Falando sério… a tendência é o nome da FOTA mudar para GPTA (Grand Prix Teams Association).

Só pra descontrair… o mundo não acabou pessoal!!!

Elton
Elton
14 anos atrás

FOTA = **FORMULA ONE** TEAMS ASSOCIATION

FOTA só mesmo esse ano, em 2010, fora da F-1 e da FIA, não vai mais poder de chamar Formula One Teams Association (FOTA). Antes de mais nada, vão ter que pensar em outro nome para essa Associação de Equipes, e depois pensar em organizar algum campeonato.

Daniel Brizzante
Daniel Brizzante
14 anos atrás

Parabéns pelo brilhante artigo. É exatamente isso que você explicou. Também acho que a FIA tem razão. A própria F1, com seus orçamentos ilimitados, estava indo para um caminho no qual escuderias abandonaram a categoria, outra ameaçam sair há tempos e não havia a perspectiva de novas entradas. Exatamente o caminho que a nova categoria (se vier a existir, o que não acredito) vai tomar… O próprio Alonso, há uns anos, vêm dizendo que a F1 não é mais esporte e que pensa em abandoná-la e blá blá blá… Ou seja, ele e sua equipe querem seguir com um modelo que ele mesmo já disse que fez a “F1 deixar de ser um esporte”… Incoerência total. E tudo se resume a briga por poder.

Zani (Autozani)
14 anos atrás

Refletindo genericamente a respeito, vejo uma unica coisa boa que vai restar no campeonato da FIA em 2010 – A volta dos motores Cosworth. Adoro esses motores e a historia que deixaram para trás com mais de 100 vitórias na F1 nas mãos de pilotos fantásticos, entre eles os nossos três campeões mundiais.

Com exceção da Williams, que vou sentir falta e da Force India, que não vou sentir nenhuma, as outras oito equipes que integraram a decisão da FOTA, são simplesmente tudo! Porém, como o Flavio bem disse, administrar um novo campeonato à margem da FIA não será brincadeira, mas quem sabe se longe dos ‘ataques’ desvairados do Max a coisa não acaba sendo até melhor. Não vamos subestimar antecipadamente o que esses grandes reunidos podem fazer.

Afinal, ficaremos livres também do Galvão, pois as transmissões da nova categoria devem ser feitas por outro, ou talvez, outros canais que, tomara, possam colocar jornalistas especializados transmitindo o verdadeiro ‘clima’ do esporte. Querem coisa melhor?

Então, vamos acender umas velas para a FOTA dar certo, porque ela pode nos trazer a ‘redenção’ da categoria maxima do automobilismo. Por que não?

Daniel Struck
Daniel Struck
14 anos atrás

Flávio: vc acharia certo se a CBF chegasse para os clubes e dissesse “agora vcs só podem gastar tanto” nao ia ter um monte de times falando um monte???

Átila Almeida
Átila Almeida
14 anos atrás

Flávio, mais uma vez vc se supera em um comentário.

Sensacional tua explanação, partindo dos pontos prós e contras, além de claramente se ater de comentar por um único fato maior, não adivinhares o futuro.

Eu, de cá, ainda acho que seja blefe, mas, vá lá… Apenas espero que a competição, o talento e a História não sejam deixados para trás.

milton
milton
14 anos atrás

Caro Flavio Gomes, você declarar que é pró-max, sendo uma pessoa formadora de opiniões, tenha santa paciencia, como vai ser o limite na espn?

RESPOSTA DO FG:

Vai ser gravado na terça, como todas as semanas.

Leandro Giannetti Duarte
Leandro Giannetti Duarte
14 anos atrás

Li muita coisa de ontém pra hoje sobre esta ‘separação’ da FIA e da FOTA e queria expor minha opinião e dúvidas.

Tudo isso, na minha opinão se deve a:

1º. Teto de $40mi – Que as equipes pediram para que fosse de $100mi, já uma grande redução se comparado ao gasto das equipes hoje.

2º. Dois regulametos – Um para quem aceitar o teto e outro para quem ir contra, o que é totalmente ridículo em uma competição, a não ser que seja às 24horas de Le Mans ou Campeonatos de Rali, onde todos correm juntos mas cada um competindo em sua categoria.

3º. O campeonato ser conquistado pelo piloto com mais vitórias ou medalhas de ouro, prata e bronze – De tão ridículo não vou comentar muito, mas se querem valorizar a vitória podem retornar para o esquema de pontuação: 10, 6, 4, 3, 2, 1 ou modernizá-lo para: 12, 8, 6, 5, 4, 3, 2, 1.

Como você escreveu Flávio, o campeonato de F-1 sem as montadoras parte para uma unificação de motores com o uso dos Cosworth e talvez um ou outro fabricante a mais que só não entrava para a F-1 para não fazer feio frente aos ‘Grandes’.

Se a FIA manter as padronizações e facilidades técnicas previstas para o regulamento de 2010, ajudará muito as novas equipes (e também a Williams e Force India), que se preocuparão mais em projetar os carros e isso também valorizará mais os projetistas e acertos do carro para as corridas (lembrando a F-Indy). O único problema neste campeonato seria a ausência dos maiores nomes das montadoras e pilotos de maior prestígio, pelo menos por enquanto.

Do outro lado, se a FOTA conseguir criar um relulamento forte e se não houver brigas pelo poder poderão criar um campeonato muito forte do ponto de vista competitivo e organizacional e será a categoria top do automobilismo, mesmo, eventualmente não sendo aprovada pela FIA. Lá estarão os maiores nomes do automibilismo mundial e é isso que interessa e dá créditos a este novo campeonato.

Muitos se perguntarão onde eles irão correr… bom vão correr nas pistas que a F-1 não corre mais, e porque não em algumas das atuais? Pode ser a volta das pistas históricas à uma competição de grade nível.

Acredito também que neste novo campeonato organizado pela FOTA, talves os pilotos tenham mais voz ativa, penso que se não acharem que uma corrida não está em condições de continuar, seja por mau tempo ou outro fator, serão mais ouvidos que hoje.

Então me perguntam, mas qual você assistiria? A resposta é: ambas, por isso espero que as datas ou horários das corridas não sejam os mesmos.

No final, tudo isso é pura especulação e um pouco de torcida de alguém que acompanha a F-1 regulamente há apenas 15 anos e nunca chegou a ver de perto um Grande Premio.

Abraços e obrigado pela paciência.

Falcao Neto
Falcao Neto
14 anos atrás

Ola Flavio,
Voce poderia explicar para a comunidade ate onde vai o poder do Max Moley e do Bernie Eclestone ?
Grato.

Charles
Charles
14 anos atrás

Gomes, lamento, mas novamente os pontos em que você afirma ocorrer sensatez e coerência de Max Mosley e da FIA estão incorretos.

Vamos lá novamente, aos pontos:

PONTO 1: Sensatez

Você diz que Mosley é sensato de um modo geral. Como pode ser sensato o presidente de uma entidade que até o último mês de novembro apregoava o discurso do congelamento de motores e padronização de aerodinâmica (e que ao longo de toda a década criou medidas no sentido de padronizar a categoria), e que somente agora apregoa o discurso da liberdade técnica?!? Qual a coerência no discurso de Max?!?

Ainda nesse ponto sensatez: como podemos afirmar que é sensato um homem declarar abertamente que times como a Ferrari podem sair da F1 quando bem entenderem pois não farão falta e agora entrar com uma ação judicial para manter a Ferrari na categoria?!?

PONTO 2: Argumentação da FOTA

Você aponta que os argumentos da FOTA não são bons. Gomes, veja que a FOTA sempre alegou que um dos pontos de insatisfação dela era justamente as constantes mudanças de regulamento que só serviam para aumentar os custos da categoria.

Gomes, me desculpe, se esse não é um argumento bom, o que vem a ser um argumento bom?!?

Veja bem: entre 1966 e 1985, o regulamento de motores da F1 não sofreu UMA MODIFICAÇÃO SEQUER. Agora, só de 2004 para cá, o regulamento de motores da F1 foi alterado por Mosley CINCO VEZES.

Se formos abordar outros pontos técnicos, tivemos as seguintes alterações pela ordem:

1998: Adoção de pneus sulcados
1999: Adoção de um quarto sulco nos pneus
2001: Novo pacote aerodinâmico e liberação da eletrônica
2003: Banimento parcial da eletrônica
2004: Motores com duração de 1 GP, e elementos aerodinâmicos padronizados
2005: Novo pacote aerodinâmico, motores que deviam durar 2 GPs e proibição de troca de pneus
2006: introdução de motores V8 e liberação das trocas de pneus
2007: limitação de giros nos motores, fornecedor único de pneus, congelamento de desenvolvimento dos motores.
2008: banimento total da eletrônica através de ECU padrão.
2009: novo pacote aerodinâmico, pneus slicks, motores que devem durar 3 GPs.

Essa metodologia de “tentativa e erro” de Mosley e da FIA gera pesquisa e desenvolvimento dos times, o que requer maiores gastos e maiores custos. Como não dizer que ele é responsável direto pelo aumento de custos?!?

Pior: como dizer que esse argumento da FOTA não é bom?!?

PONTO 3: Órgão independente

Gomes, como a FIA pode ser um órgão regulador independente se ela permite que uma de suas equipe tenha direito a veto as normas que ela propõe?!?

Como ela pode ter julgamentos coerentes se em pelo menos dois casos recentes envolvendo a equipe McLaren, a entidade claramente costurou acordos políticos para proferir sua decisão?!?

PONTO 4: O regulamento de 2010 e a atuação da FIA

Outro argumento da FOTA é que a FIA não tem o direito de estipular tetos orçamentários as equipes por se tratar de um aspecto comercial. Gomes, novamente a FIA está errada nesse ponto. Como já foi dito aqui, a FIA não tem poder de Estado e deve se limitar somente a regular técnica e esportivamente a categoria.

A própria FIA SABE que ela não pode interferir em aspectos comerciais das equipes ou organizadores de eventos do campeonato F1. No começo dessa década, Max Mosley entrou em atrito com alguns países e organizadores de GPs da União Européia que deveriam passar a seguir a legislação de seus países e proibir a propaganda de tabaco. Mosley queria obrigar os organizadores a permitir a propaganda tabagista.

Porém, em 2001 a Comissão Européia determinou claramente que o papel da FIA era única e exclusivamente regular técnica e esportivamente o campeonato F1, e que portanto suas decisões jamais deveriam interferir em aspectos comerciais, financeiros ou de legislação.

O regulamento de teto orçamento claramente interfere no negócio primário das equipes e assim a FIA claramente viola a legislação imposta pela Comissão Européia.

Enfim…

Desculpe Gomes, mas toda a sua análise sobre esse caso se baseia nos comunicados/decisões recentes da FIA, mas você esquece (pra não dizer que omite) todos os procedimentos tomados pela FIA nos últimos anos e que claramente denotam que a entidade e seu líder não possuem coerência e sensatez e que seu único objetivo é se perpetuar no poder.

Desculpe ainda mais pela franqueza, mas a impressão que tenho ao ver seus argumentos é que sua defesa a Mosley se pauta pelo cenário FIA e controle socialista (Davi) x Grandes Montadoras Capitalistas (Golias). Mas, não, esse está muito longe de ser o caso.

Rafael
Rafael
14 anos atrás

esqueci uma coisa, deviam abolir reeleições para presidente da FIA, deveria ser 4 ou 5 anos e depois cai fora!!!

Rafael
Rafael
14 anos atrás

Eh verdade nao se sabe o que vai acontecer no futuro. Mas acho que vai ser legal se rachar. Vamos ver o que da. Vai ter ate mais assunto pra nós mortais dar nossas opinioes, vai ter ingressos mais baratos quem sabe duas aqui no Brasil, uma da FIA e uma da FOTA.
Os pilotos serao menos maricas, e vai empregar mais gente com duas categorias e vamos ter mais corridas pra assitir fim de semana. Eh diferente da Cart e da Indy, pq as equipes ficaram dividias e querendo ou nao as duas categorias so disputavam o mercado interno (EUA), o que restringe lucros e patrocinadores.

Lorenzo
Lorenzo
14 anos atrás

Ok, Mosley isso, FIA aquilo… E do Ecclestone, Flávio, porquê você não fala nada? Não é ele o cara que manda, ou mandava até ontem, de verdade no barraco? Será que a CVC, dos quais Max e Bernie são de fato agentes vai ficar olhando a galinha dos ovos de ouro ser depenada e enfiada na panela e nada fazer? Para mim o verdadeiro pau não é entre FOTA e FIA, é entre Bernie e as grandes equipes. Ou não?

Bruno Taddei
Bruno Taddei
14 anos atrás

Flavio,
Basicamente não concordo com você. Sua análise é bem clara, porém deixa fora algumas considerações importantes. É lógico que há um grande conflito de interesses, tanto de um lado como de outro. Acho que a importância da Ferrari e de Montezemolo são inegáveis, porem não tão decisivas a ponto de influenciar ou impor a um Briatore ou Witmarsh decisões que estes não achem conveniente a seus interesses (e de seus mantenedores é claro).
As imposições unilaterais de Mr. Mosley não agradam a ninguem, como toda e qualquer imposição, diga-se de passagem. (talvez não a certos admiradores de regimes totalitários e automóveis do Leste europeu).
Você cita uma pretensa racionalidade de Mosley, porem como fica a história do KERS, como ficam os custos de desenvolvimento de uma tecnologia que pode vir a ser produtiva mas que atualmente somente fez com que levitem os orçamentos das equipes.
E quanto as taxas cobradas por Eclestone para o ingresso de novas equipes ?
Abraços
Bruno Taddei

Carlão
Carlão
14 anos atrás

Hum, como é mesmo esse campeonato da FOTA? Oito equipes? E a debandada dos Clios e Corollas? Sobram seis equipes, grid com doze carros alinhando! Tô fora. Idem pra FIA se não colocar uns 22 carros na pista. Não verei nenhuma, se for desse jeito.

E.Martinez
14 anos atrás

Porque esse velhaco anglo-saxônico quer teto orçamentário? Os investimentos em tecnologia das equipes sai do bolso dele?

Luiz Gomes
Luiz Gomes
14 anos atrás

Flavio,
muito dificil ficar do lado do Max Mosley e da FIA, mesmo com todos os problemas entre as montadoras acho que tem chances de ser mais transparente e limpa. Ninguém gosta de jogar dinheiro pela janela, se não der retorno eles nãovãoquerer, e aí os custos se ajustam. Não da para saber o que vai dar, vamos ver, mas acredito que não será divorcio, eles vão “dar um tempo” e rever a relação.

E.Martinez
14 anos atrás

É sério? o FG é pró-Max??? E como pode uma equipe de F1 sobreviver com metade do valor do passe de um perna de pau como o Cristiano Ronaldo???

Marilia Compagnoni Martins
Marilia Compagnoni Martins
14 anos atrás

Curitiba (eu gosto é de ver o circo pegar fogo, e o palhaço morrer queimado)

Uma noite seguida de um dia de reflexões, a F1 já existe há 60 anos e que, de certa forma, é a razão de ser deste blog, e confesso: qdo li isso já comecei a fazer promessa pra FIA e FOTA fazerem as pazes …

Mosley apresentou mais momentos falíveis nos últimos anos que as montadoras

“Todas as equipes sempre aceitaram a tutela regulamentar da FIA e comercial da FOM.” Mas será que não há alternativas a Max e Bernie? Será que eles não percebem que deram uns tiros nos pés, e que isso irritou muito as montadoras? Alguém se ilude que GP da Turquia, do Bahrein, de Cingapura, da China tem zero de apelo comercial?

“Não é uma questão de princípios que está em jogo no que diz respeito a Maranello. É uma questão de poder: controle sobre as regras e sobre o dinheiro.” Acho que ninguém se ilude em relação a isso, desde o começo ficou escancarado que o jogo é de poder, poder esse que a FIA deu de bandeja a Maranello, e o poder corrompe… Maranello quer mais, Maranello questiona pq reza a cartilha e não está ganhando nada esse ano.

“Mosley tem muita razão quando diz que uma categoria de competição precisa de um órgão regulador independente.” Ah Flavio, e desde quando a FIA é independente? Mudando a pergunta, nos últimos 10 anos, a FIA foi independente? Foi?

“Se sair o campeonato “paralelo”, com as oito equipes da FOTA, duvido que equipes novas se disponham a participar. Afinal, quem tem dinheiro para isso?” A FOTA aceita um teto, e essa é a parte que eu me sinto mais perdida nisso tudo, a FOTA apresentou um protocolo de custos mais consistente que a FIA. Afinal, o que é esse KERS? Qual o custo, para uma equipe, ir correr no Bahrein quando comparado a correr na França?

“Por outro lado, como dizem os neoliberais, a concorrência é sempre bem-vinda, não?” A concorrência é bem vinda, quando as partes que disputam têm qualidade, e do jeito que a coisa se desenha, tanto F1 como F-FOTA terão qualidades e defeitos, não sei ainda em que proporção.

“O problema é que a Ferrari, que sempre rezou pela cartilha da FIA, resolveu não rezar mais.” Pois é, mas parou de rezar por quê? Divisão do bolo, só pode ser, e o fato de Ron Dennis (nunca acreditei q ele deixou de mandar, até acho q ele vai ao autódromo disfarçado de Gola Profonda) dar a mão a Montezemolo, me sinaliza que há algo de muito podre no reino de Max Mosley

“muitos dos que se voltam contra Mosley defendem e têm saudades “daquela F-1 dos velhos tempos”, sim, bem isso, saudade da F1 de garagista, com piloto sentando com engenheiro, com mecânico falhando (lembra aquele pneu do Mansel escapando? hahaha), com corridas em locais tradicionais, e não autódromos elefantes brancos feitos pra um mimadinho falar, a F1 corre em Mônaco, mas tb aqui no meu quintal.

Infelizmente não conheço nem 1% do que vc conhece em relação a FIA, FOM e FOTA. Pelo que leio em blogs, sites e colunas, é uma gentinha, que nem com muita cerveja deve ser fácil de engolir. Mas enfim, é o clube deles, e agora o clube rachou, e cada um vai disputar os fãs (sim, agora acho que eles vão notar a nossa presença). A FIA não dita esse comportamento, ok, mas é muito conivente com o mesmo.

A F1 vale o que ela pensa que vale? Um Rosberguinho vale um Prost? Uma Force India vale uma Ferrari? Não sei o q passa na cabeça desse povo ao cruzar a linha da F1. Pra mim, meu mecânico vale muito mais que um mecânico de F1, afinal, se a rebiboca da parafuseta do Feijão der crep, é o seu Jair que vai consertar.

“Considerando que dois campeonatos coexistam, a FOTA terá bastante trabalho para montar seu calendário.” Nisso eu concordo 100% com você. Ontem no ímpeto, dei pulos de alegria com a F-FOTA, fiquei rindo a toa com a volta de circuitos legais, disputas, corridas toda semana. Mas quando refleti sobre tudo concluí que não há tempo, Max é advogado, e dificilmente há brechas nos contratos. Por outro lado, as montadoras não podem ser tão ingênuas a ponto de não terem quase tudo pronto, e seus advogados já devem ter achado as brechas existentes.

Mas os tempos estão mudando. Aqui faltou o Bob Dylan http://www.youtube.com/watch?v=wgECKj9LSH4

A única redução de custos que vi da parte da FIA foi o fim dos testes, e imagino o qto isso resultou em desemprego, e corpo mole em desenvolvimento, afinal vou planejar, projetar e depois não posso testar… então pra que?

E vamos falar a verdade, Max colhe o que plantou. Ele e Bernie criaram as feras, ficaram um bate, o outro assopra, e deixaram tudo cozinhando na panela, pois é, transbordou… Como você disse: não há santos nessa história. Como não deve haver apenas um demônio.

Eu ainda acho que pelo bem de todo$, ele$ fazem as paze$

Leandro Rezende
Leandro Rezende
14 anos atrás

Flavião,

O problema de 2 campeonatos, é que no final da temporasda é saber qual o melhor time…
Em relação ao restante, só tenho a concordar com sua opnião…

Abraços!

John John
John John
14 anos atrás

Um cara decididamente socialista defendendo o filho de maior nazista da inglaterra, que aliás mostrou ele também ter uma forte queda pelos nazis naquele video… estou surpreso.

F1 é o top. Tem que gastar. Senao vira F2, F6,5… nenhum equipe é obrigada a estar ali. Quer estar, arque com os custos.

Teto orçamentário é coisa da nascar. Pro inferno com a FIA, e a F-MeiaBoca que morra

rodrigo alonço
rodrigo alonço
14 anos atrás

Flavio, a questão toda de teto orçamentário e muito bonito, mas na prática não funciona.

Como vc imagina que isso seria feito? um bando de auditores auditando contas das equipes de F1, sendo que essas estão ligadas a empresas que investem uma fortuna para desenvolver tecnologia?

Imagine a situação de um auditor questionando o salario de um engenheiro, questionando quanto custou o centro de usinaem para fazer os blocos, dos motores, quanto custou a tecnologia para desenvolver uma calibração de motores, uma caixa de cambio, KERS ou seja é irreal.

Limite o regulamento técnicamente de forma a impedir o desenvolvimento – isso é auditável agora custos impossível.

Te dou um exemplo – o sugeito da ferrari pode ivestir pesadamente em softwares que simulem a aerodinamica ( existem varios ) colocar 20 engenheiros num galpaozinho em Betim e nunca ninguem saberá de onde sugir ” aquele novo bico ” que deu 0,3 s por volta.

O objetivo é nobre, mas a forma de realizar é irreal e no mínimo infantil.

abraço

José Freire (F1Admirador)
José Freire (F1Admirador)
14 anos atrás

Chega a ser piada encontrar algum tipo de sensatez no que faz, fala e resmunga o Nazi Mosley…

Quem pode acompanhar todo o desenrolar das discussões até aqui, sabe que, desde o evento da idiotice “do campeão por medalhas”, onde a FOTA se opôs e propôs uma excelente alternativa de pontuação (com 13, 10, 8, 6, 4, 3, 2, 1), que a FOTA vem propondo regras e/ou sugestões das mais sensatas…

Quem de alguma forma defende esse nazista de merda mira apenas (e tão somente) no suposto “grid cheio” deixando de lado completamente a qualidade dos competidores!

Já pularam fora da barcaça do Mosley: Prodrive, LOLA e N. Technology… E aqui mesmo no WU se divulga a nota de que tbm a Campos pode largar a barca para se juntar JUSTAMENTE à FOTA!!!

Sou hiper fã da categoria, a acompanho desde os idos de 1981/82 e me dói esse racha, mas, enquanto o Nazista Sadô lá estiver, sou o primeiro a apoiar o Racha!

E só pra constar, em grande parte o MAIOR CULPADO dos custos astronômicos atuais (que já foram piores, muito piores) é o próprio Max Nazi Mosley! E sua mania de regras esdruxulas que custam os tubos para serem implementadas! Vide: KERS!

E agora querem transformar esse idiota no “último paladino dos orçamentos baixos” é dose!

S/mais.

Romulo
14 anos atrás

Minha gente o raciocinio é simples: a FOTA esta pensando diante da crise, como resolver o problema do dinheiro sem ter que fazer teto orçamentario. A solução é tirar a FIA e a FOM da F1, somos nos da FOTA que fazemos o espetaculo e assumimos os riscos, agora nos é que vamos comandar a F1 e ponto final. E tudo se resume a dim-dim….

Paulo
Paulo
14 anos atrás

Max e Lenin remexendo na cova: Quem eh esse new Maxista Mosley pregando o carma de permitir correr no mesmo autodromo burgues equipes proletarias lutando contra as montadoras imperialistas?
E voce, eh Maxista ou Lucasxista? Eu continuo olhando de cima do muro a briga de cachorros grandes medrosos de linguica depois de mordidos por cobra.

Romulo
14 anos atrás

Flavinho as dificuldades existem para se criar um novo campeonato mas podem ser feitas facilmente resolvidas; regulamento, orgao fiscalizador e tudo mais. As equipes ai do bloco não são bobas estão na F1 a anos podem facilmente entrar em acordo entre elas e gerir a formula 1, e economizar dinheiro tambem, ja que todo o dinheiro gerado ira para eles da Fota.Não acho que a Ferrari sozinha vai tentar impor as regras, as outras equipes logicamente não iriam aceitar, teriam outro racha novamente, o que não seria admissivel para eles, pois assim seria o fim da FOTA.
Hoje a FOTA precisando de mais dinheiro diante da crise e ainda tendo que dividir os resultados da receitas da F1 com a FIA e a FOM, o rompimento seria um meio de viabilizar mais dinheiro para eles da FOTA, ja que são eles que assumem mesmo todo o risco da F1. E mesmo assim não da para imaginar F1 sem Ferrari, Mclaren,Willians e as montadoras fortes do mundo com vontade de investir na F1, a gastança quem tem que discutir são eles e não um dirigente que não tem equipe de carro na F1 e não sabe o que é viver disto.

Cleber
Cleber
14 anos atrás

FG, creio que tudo isto ainda é reflexo do episodio do chicotinho, qdo tentaram demover o Max do comando e o tiro saiu pela culatra.

Concordo que a briga é por podere muita grana.

Mas acho perigoso a FIA esta na mão de um Sr. que amanhã acorda com dor no ovo e resolve que o campeão é quem mais vence.

Acho que no fundo é o desejo de todos inclusive o BERNIE.

MARCELO PINHEIRO
MARCELO PINHEIRO
14 anos atrás

Que seja bem vindo o novo campeonato, mas sem as altas taxas de inscrições, sem as taxas altas de super-licença para pilotos, sem circuitos autoramas ou d eruas com excessão de Monâco.
que aja mais de um fornecedor de pneus, mas que sejam sempre slicks, que as fornecedoras de combustiveis sejam mais de uma, configurações de motores iguais para todos, V8 3.0 litros com limite de giros em 18. mil rpm e no maximo 750 hp, nada de kers, mas podendo voltar a usar turbo de 1,5 bar e todo apoio aerodinamico possivel, com carros confiaveis de pressão aerodinamica, peso de 650 kg, com piloto e sobra de combustivel para 2 voltas no final de cada corrida, montadoras fornecendo motorespara mais uma equipe, e cada uma podendo por até tres carros no grid.
E geração de imagens feitas por tv’s locais, sendo tudo negociado junto a cada evento com cobertura de 3 dias com transmição ao vivo e em horarios compativeis para o mundo todo
Essa é minha opiniao sobre uma nova competição: a FOTA WORD CHALLENGER. – FWC.

Rob
Rob
14 anos atrás

Brincadeira terminar de ler um texto desse cara..
Voçe ganha pra isso?

RESPOSTA DO FG:

Ganho. Ganho também para dar aulas particulares de português.

Elpídio
Elpídio
14 anos atrás

Como diria o Raul Gil: Ô Max Mosley pegue o chicotinho e saia de mansinho.

Aldo
Aldo
14 anos atrás

Flávio, acho que você já deve ter lido, mas, concordo plenamento com a opinião do Livio Oricchio (http://blog.estadao.com.br/blog/livio/), inclusive, sobre o regulamento.
Mas, se o Max continuar, serão dois campeonatos.

Thales Toledo
Thales Toledo
14 anos atrás

A meu ver, o problema todo ocorre não pelo Max querer mudar a cara da F-1, mas sim pela imposição com que ele quer fazer isso.
É quase uma versão gringa do Cap Nascimento dizendo : “Quem manda nessa porra aqui, sou eu! E não quero ninguem falando meu do meu batalhão dentro dessa casa!”