LE MANS EM DOIS TEMPOS
SÃO PAULO (está chegando…) – A Audi é a grande favorita à vitória nas 24 Horas de Le Mans, nos dias 16 e 17 de junho. A marca vem dominando a prova nos últimos anos, e por isso vale a pena voltar um pouco no tempo para saber como começou o envolvimento de Ingolstadt com a corrida de Sarthe.
Foi em 1963 que as quatro argolas apareceram pela primeira vez em Le Mans. Já contei essa historinha aqui anos atrás, apenas para publicar a foto do carro. Foi um protótipo de alumínio batizado de CD Mantzel, sendo CD de Charles Deutsch, o dono da equipe, e Mantzel de Dieter Mantzel, o preparador do motor. É exatamente o que vocês estão pensando: o mesmo motor DKW de três cilindros e dois tempos que equipa meus carrinhos. Correndo contra Ferrari, Jaguar, Maserati, Lotus, Porsche, Alfa…
Aqui, em francês, está toda a história da construção do carro, com participação ativa da Audi, que cedeu chassi, mecânica, suspensão e câmbio. Tem uns exageros nas velocidades, mas é uma história maravilhosa, embora o carro não tenha passado dos primeiros metros da prova e nunca tenha concluído corrida nenhuma, porque logo depois a VW comprou a Audi e descontinuou os motores dois tempos.
Mas foi a barata aí em cima que deu o pontapé inicial para tudo que a Audi faz atualmente em Le Mans. Gostaria muito de saber que fim levou essa pequena maravilha.
Vendo o desenho em Raio X do carro, o que mais chama atenção são os freios a disco dianteiros, montados internamente , junto a transmissão e não nos cubos de rodas, o que ajuda a diminuir o peso das massas não suspensas.
O envolvimento da Audi em Le Mans começou com o R8, Flavio. A nota do seu blog é sobre a DKW.
Ah, não diga.
Se você ainda não sabe, a DKW foi a única das empresas que formaram a Auto-Union a sobreviver.
Com o fim dos motores 2 tempos – o último equipou o DKW F-102 – esse carro MUDOU DE NOME com a instalação de um motor 4 tempos e passou a se chamar AUDI.
Ou seja, o AUDI é a evolução do DKW.
Só não entendo o porque a VW não faz como a FIAT que, apesar de detentora do controle das marcas Ferrari, Alfa, Lancia e etc, mas mantém as características de cada uma, desenvolvendo produtos únicos para cada marca. A Audi na verdade não passa de VW caros.
Incluo aí inclusive Porsches como o Cayenne que é um Touareg caro, o mesmo chassis, motor, câmbio, suspensão, só muda a lataria e o preço. o A6 ídem ao Passat.
Talvez seja esse o motivo de a BMW e a Mercedes não considerarem a Audi seus concorrentes.
Equívoco seu, inverta a ordem:
Os carros da Volkswagen é que não passam de AUDIs – descendentes diretos do DKW – mais baratos.
Flavio,
entendo sua paixão pelos DKW, confesso que também tenho e acredito que perdemos uma grande oportunidade de otimizar os motores 2 tempos para automóveis, exemplo que o ocorre com os motores de popa para embarções, hoje tem motor com injeção eletronica e direta, alto rendimento, com motor de baixa cilindrada, é só pésquisar um pouco, tem emissões menores que de motor 4tempos, mais economicos e muito mais eficientes.
Mas hoje acho que a AUDI é tudo isso hoje, justamente por ser do mesmo grupo que a VW/PORSCHE, acho que vão dar um descanso para os AUDI e trazer de novo os PORSCHE para o cenário principal.
FG, o pessoal da Sauber cortou um BMW de 2008 (eu acho) bem ao meio. Muito bom vídeo para ver os componentes de um F1 e a posição do piloto: http://www.wired.com/autopia/2012/05/bisected-f1-car/
Meu pai teve um Dkw, por volta de 1974 . Não me lembro do ano do carro. Tres pistões, tres bobinas , tres platinados, sem bomba dágua, alavanca de marchas na coluna e com roda livre. A coisa parecia mágica quando em funcionamento, soltando aquela fumaça azulada na descarga e ronronando em marcha lenta. Tentei regular aquilo certa vez. Fracassei irremediavelmente. Minha coleção de fracassos aumentou bastante desde então. Saudades dos dois. Do carro e do dono dele.
Muito bacana o carro e o projeto. Sempre gostei dos 2 tempos.
PS: Flávio, a Sauber fez um video sobre um carro de F1 cortado ao meio, vale a pena os 5 minutos.
http://www.youtube.com/watch?v=_Wn1EFLa2C8&list=UUl1yq_ZQvqEb_D93OVuIFGw&index=1&feature=plcp
Segundo o que comentas, o carro só percorreu alguns metros em Le Mans, e nunca terminou uma corrida. Eles deveriam dar uma chegada aqui no Brasil para aprender como se faz um protótipo DKW com o Jorge Letry. O motor como os daqui do Brasil também chegava aos 100 HP. Letry conseguiu mais que 100 HP. Um Malzoni ao lado desse com certeza não faria feio.
Ninguém no mundo conseguiu tirar tantos cavalos de um motor DKW como o saudoso Lettry, com a ajuda do querido Crispim.
Parece que o climax foram 108 hp, mas o motor quebrava logo.
Ouvi algo em torno de 103 hp para motores para provas curtas.
Mas escuto esses números quase 1/2 século depois…
Muito “quase” um Posche…….
e o Monza( O Malzoni da Alemanha- 1956/58) , alguém sabe se participou de alguma prova automobilística ?
Le Mans até hoje homenageia os clássicos.
Saab 1959
http://www.youtube.com/watch?v=R3oXmSc_1kY
Gostei do filme 24 horas de Le Mans (Steve McQuin ??) e o Porsche pilotado por ele. Acho que o Flávio já comentou algo sobre esse filme, se minha memória não estiver enganada…
Viu a homenagem que fizeram pros seus carros na quatro rodas desse mês? Trabant e Lada Riva na sessão Top Ten: Carrões Postais!
Segundo meu marido, essa pequena maravilha está ali, em seu próprio berço: no museu das 24h du Mans. Estivemos em Le Mans há alguns meses e obviamente tiramos foto de TUDO que havia no museu, que fica na entrada do autódromo. Sinceramente minha memória não me permite confirmar, mas vou procurar a foto e te mando (pelo FB? Não sei se dá pra mandar por aqui mesmo…). Mas te mando amanhã, que já é quase meia-noite em Paris e estou virando abóbora! ;-)
Pelo Face.