25 ANOS SEM HENFIL
SÃO PAULO (saindo de novo) – Hoje faz 25 anos da morte do Henfil. Não vi uma linha sequer sobre a efeméride no único jornal que assino, e duvido que qualquer um tenha lembrado a data — correndo o risco, claro, de estar sendo injusto com algum. Numa era de notícias rápidas, instantâneas e mal apuradas, essa deveria ser uma das tarefas dos jornais impressos: refletir sobre pessoas e fatos do passado, aproveitando datas que a gente chama de “redondas”.
Mas pedir reflexão sobre qualquer coisa hoje parece um exagero.
Hemofílico, Henfil contraiu o vírus da AIDS numa transfusão de sangue e morreu com 43 anos. Aqui, uma entrevista publicada pela “Caros Amigos” alguns anos depois de sua morte. É desses caras que o Brasil não produz mais.
Quem tem as tiurimhas da luta dos caverinos vs seferinos???
Flávio, Henfil foi meu ídolo, meu avatar é um personagem do henfil. Flávio, eu tinha todas as revistas do Fradinho Infelizmente,em uma fachina foi jogado no lixo. Tinha 18 anos e comfesso, foi lendo o Movimento, Pasquim e o Henfil que comecei a ter conciência política. Flávio, eu estudei mesma escopla que ele, sinto sinceramente não te-lo conhecido pessoalmente.
Nossa! Obrigado pela lembrança! Era criança e só ouvia os outros falarem muito bem dele. Aí deram um quadro para ele, dentro de um programa que passava a manhã inteira. O quadro era o “TV Homem” e passava dentro do tal programa matutino “TV Mulher”. O quadro era o único em preto e branco, e bem próximo do almoço. Foi um sucesso estrondoso: todo mundo parava o que estava fazendo para assistir a ele (durava uns 7 minutos, mas muito inteligente, crítico e engraçado). O pessoal no começo da década de 80 estava muito inspirado. E ele era uma espécie de brasileiro típico no que tange a simplicidade e o jogo de cintura, mas com o preparo intelectual que o brasileiro típico merecia (merece) ter. Claro, que, na escola, passamos a pedir que as professoras escolhessem livros dele para lermos. E foi com coisas assim, simples e inteligentes, que ele conseguiu deixar sua marca na nossa cultura e na formação de gente de minha geração. Mais uma vez, xará, obrigado pela lembrança (porque jamais me lembraria o dia, mas nunca me esqueço de gente como aquele sujeito).
Henfil, mais que humorista, inteligente e crítico, um pensador. Da linhagem de um Millor Fernandes; tal qual, merecedor de todas as homenagens.
Amigo Flavio,
Não acompanhei a carreira do Henfil, o que mal sei é através destes comentários e uma vez ou outra que aparece na TV. Quando o Henfil morreu eu era bem jovem (tinha 11 anos)…
O que acompanhei melhor foi a carreira do seu irmão Betinho e seu legado na luta contra a fome, também com muita credibilidade e respeito…
Amigo Flavio, uma curiosidade vou lhe falar – quando ouço ou leio a palavra “hemofílico” lembro dos 2 (Henfil e Betinho) e confesso que nunca soube de nenhum outro caso (seja na TV ou de meus familiares/amigos/conhecidos) que é hemofílico…
Abraços,
Marcelo
Um saco transformar esta recordação e reverência aos 25 anos de morte do Henfil em discussão política (extremamente pobre por sinal). Sempre tem os “Paes” da verdade..Puta saco.
Creio que Henfil não estaria ligado a nenhum partido político, se vivo. Esculacharia todos, sem excessão, merecidamente.
Muito bem lembrado Flávio! (eu tinha me esquecido)
Entre tantas “coisas” que ele produziu, quem se lembra da TV Homem, um pequeno quadro dentro do TV Mulher da Rede Globo.
Dentro da Globo, toda colorida, durante a ditadura militar, era brilhante!, E em preto e branco …. as vezes ele levava até a mãe para ajuda-lo e dar forças às suas teses.
Ainda não vi, mas no youtube deve ter alguma coisa.
Grande Henfil!
PS: Globo nos tempos do Boni, portanto, quando ela ainda tinha cérebro!
Desculpe a quantidade de comentários, mas acho que esse video é melhor que o anterior. Mostra como o Serra (e a tucanada) querem transformar direitos (saúde, educação, etc.) em serviços para aqueles que podem pagar.
Antidemocráticos. Canalhas.
Flavio (sem acento), depois veja esse video da Marilena Chauí que aborda a classe media paulistana (e brasileira). Brilhante.
Mais uma daquelas perdas irremediáveis do Brasil.
Filho querido que amava esta terra como poucos e lutou por um País mais equalitário e justo.
Bem a cara do Brasil, esta perda. Vítima do despreparo do sistema de saúde brasileiro, sem controle do sangue doado.
Fico muito curioso de saber como ele estaria vendo o quadro político atual se estivesse conosco.
O Henfil não foi somente um cartunista, foi também um pensador fantástico.
É dele a frase: SE NÃO HOUVER FRUTOS, VALEU A BELEZA DAS FLORES; SE NÃO HOUVER FLORES, VALEU A SOMBRA DAS FOLHAS; SE NÃO HOUVER FOLHAS, VALE A INTENÇÃO DA SEMENTE.
Certamente o Henfil com seu humor inteligente e crítico, teria farto material para expor suas idéias com as mazelas atuais em todos os niveis que ocorre em nosso país…
Nunca escrevi uma carta infelizmente na minha vida, tenho 53 anos, mas adorava as cartas que henfil escrevia a mãe e aos amigos, o sofrimento na America, o sonho desfeito, a vergonha de ser brasileiro qdo passava um õnibus com brasileiros fazendo algazarra nos EUA, luta e indignação contra os jornais medrosos e cooporativistas, etc
Passava a imagem de um cara de carater e opiniões firmes, epoca errada para fazer hemodialises, na França tbem morreu muitas pessoas com a falta de cuidado nas tranfusões, uma pena
Bom Ano Flavio
Só pra não deixar passar em branco, a Record News fez uma breve reportagem, exibida hoje no Hora News.
Nossa jovem e frágil democracia deve muito a ele e aos não menos esquecidos Betinho e Chico Mário.
http://www.fredericopeter.com.br/blog/wp-content/themes/default/charges/henfil/povo_ilegal.jpg
Flavio, você está de parabéns, ótima lembrança e mais que merecida homenagem.
Hemofílico, ele foi contaminado com HIV numa transfusão de sangue.
Vc falou do Henfil me lembrei do trecho da música O Bêbado e a Equilibrista, da Elis, onde fala dele.
E eu lembrei do samba da Mocidade Independente que, falando de Elis, lembra a música e o “irmão do Henfil”:
Mocidade Independente de Padre Miguel 1989
Lá pelas bandas de lá
Do sul do meu país
Eternamente a cantar
Elis, Elis, Elis
Nas “Andanças”, “Travessias”
No caminhar por entre as pedras desse chão
Na perfeição de se cantar a liberdade
Na poesia de uma canção
Brilhando nessa passarela
Eu sou Elis com a Mocidade
Numa rota de luz e emoção
No céu da imaginação
Artista, mãe, mulher
Irreverente e tão sutil
Cantando uma canção
Que faz lembrar o irmão do Henfil
Amigo é pra se guardar
Dentro do peito, do lado esquerdo
No coração
Vem do céu
Esta magia, esta luz que ilumina
É “Fascinação”
Num trem azul chamado emoção
O sonho mais lindo que sempre sonhei
Uma esperança de paz
Cruzando espaços siderais
Hoje aqui na Terra
Para mostrar que a paz existe
E é possível conseguir
Derramando verde e branco
Na Sapucaí
Agora sou uma estrela
Trago um sorriso de amor e de verdade
Eu sou o samba
Sou a Mocidade
http://www.youtube.com/watch?v=chxnqz9YM5w
Flávio,
Já assistiu TRÊS IRMÃOS DE SANGUE? Senão, assista. Um dos melhores documentários já produzidos aqui no Brasil.
Pena mesmo a sua morte… estariamos dando um monte de risadas com o farto material que Brasilia anda a gerar nos ultimos anos.
Todo mundo critica a questão do sanque contaminado… claro que foi/era um erro monumental… mas acredito que muito dos hemofilicos perderam a vida por puro descuido de Todos (eu inclusive) que sequer imaginavamos o tremendo risco que os que recebiam transfusões de sangue corriam naquela época.
Ele morreu em 1988, deve ter contraido a doença lá por volta de 1985… acho que ninguém pensava sobre esse tipo de risco.
Uma pena… uma tristeza só.
Imperador
Foi materia de capa no JA e no Correio da Paraiba aqui em João Pessoa.
Flavio, foium p,,,. cara,sem mais na a declarar<
Em 1988 eu entrei para a faculdade, e o HENFIL acabara de falecer. Ele foi o primeiro cara que despertou minha consciência crítica lá pelos meus 18 anos. Triste coincidência. Fica a lembrança de um grande pensador.
Flavio,
Ao menos alguns lembram e comentam!!
Sua antiga casa lembrou, a Jovem Pan comentou no Jornal da Manhã este fato.
Abraços!
Saiu sim:
http://acervo.estadao.com.br/noticias/acervo,henfil-um-dos-maiores-cartunistas-do-brasil,8810,0.htm
excelente..fantástica a entrevista e a introdução feita por Neusa Pinheiro !!!!!
A multiplicidade de informações, aliada à velocidade das notícias, faz com que as mesmas envelheçam em igual proporção. O esquecimento, nestes casos, chega a ser uma necessidade salutar. Ou uma válvula de escape.
Camarada esperto, esse Henfil.
Sempre gostei, pena que se foi!
Mas deixou – por exemplo – essa entrevista.
Atualíssima!
(O tempo passa, os atores mudam para outros personagens, mas continua a mesma novela…)
Flávio
Saiu sim, na capa do estadao.com.
Abraços, e Feliz Ano Novo.
Eu falei “jornal”.
KKKKKKKKKKKKKKKKKKK
Se atualiza Flávio…uma matéria on-line tem o mesmo peso que uma matéria em papel. Senão mais, já que pode ser compartilhada de maneira muito mais eficaz.
Acho que a piada era que o dono do blog não considera o estadão jornal, sacou?
ahuaHUAhaUHAuhAUaAhUAHauhaUHAuaHUAhu….
O Estadão tá dando de 10 na Folha faz tempo ….
No portal do Estado tem uma nota sobre o aniversário. Me dói dizer, mas o Estado me parece mais sério que a Folha (que eu assino). São assumidamente pró PSDB e não fazem esse jogo besta da Folha de se dizer neutra e esculhambar o PT na primeira página por qualquer motivo. Também parecem escolher melhor o que entra na versão online – o portal da Folha está mais para uma versão envelhecida da revista Contigo.
Também prefiro o conservadorismo explícito do Estadão à hipocrisia da tal “imparcialidade” (como se isso existisse) da Folha e pasme Veja. Na inglaterra e nos EUA é comum um jornal apoiar abertamente um candidato a presidente
ou primeiro ministro. É muito mais honesto com o leitor que não compra “gato por lebre”.
Sendo assim, também é melhor ler a “Caros Amigos”, já que esta também tem suas ideias de esquerdas explícitas
Então não deve ser por qualquer motivo.
Tenho entre meus livros o seu “Diário de um cucaracha”…
Não lembro de datas, mas sou um grande admirador do Henfil.
Leia “Henfil na China”. Não dá para acreditar que a China que ele visitou há décadas seja a mesma de hoje.
Mesmo assim Flávio, não perca a esperança. Peça sempre uma reflexão.
E Henfil realmente faz falta, não só ele, mas também de seu irmão. Ambos foram figuras que o pais não produz mais.
Grande lembrança, Flávio.
Fradim é o personagem mais sacana da história. Hoje talvez não fosse publicado de tão “politicamente incorreto”