BARÃO
SÃO PAULO – O Barão morreu.
Tinha 92 anos o pai do Emerson, do Wilsinho e do automobilismo brasileiro.
Não sejamos menos do que sinceros nessa hora. Não fosse Wilson Fittipaldi, o Barão, o Brasil não seria coisa alguma no automobilismo.
Fundador da CBA, foi Fittipaldi quem criou as Mil Milhas Brasileiras, inspirado na Mille Miglia italiana, e foi ele quem popularizou as corridas pelas ondas da rádio Panamericana, depois Jovem Pan.
Foi ele quem transmitiu as aventuras de Chico Landi no GP de Bari no fim dos anos 40, sem nem saber se o som estava chegando ao Brasil.
Foi ele quem organizou, promoveu e realizou dezenas de corridas nos anos 50 e 60 que deram uma cara ao automobilismo do país e frutos, muitos frutos.
E foi ele o pai de Emerson, o mais importante piloto da história do Brasil, o Rato, que saiu da cinquentinha para o Gordini, e para o Malzoni, e para o Fitti-Porsche, e para a F-Ford, e para a F-1, e para o bi mundial, e para a Indy, e para o bi nas 500 Milhas.
Emerson resume em sua trajetória uma história inteira de um país sobre rodas, e seu pai tem total responsabilidade por isso. A paixão pela velocidade foi injetada em seus meninos ainda na infância e neles ficou. Wilsinho tinha 13 anos quando o Barão fez as primeiras Mil Milhas. Emerson, 10. Eles nunca souberam o que era viver longe de um autódromo e de um carro.
Ao mesmo tempo, o Barão era radialista. Narrou a conquista do título de seu filho em Monza, em 1972, num dos mais belos momentos da história do rádio universal, pela Jovem Pan. Era um dos apresentadores do “Jornal da Manhã” na Pan, com seu vozeirão imponente a comentar as notícias e a dizer “repita” para os locutores na hora certa.
Apresentei o “Jornal da Manhã” algumas vezes e trabalhei na Pan bastante tempo ao lado dos velhos locutores que dividiram a bancada com ele, Cyro César e Franco Netto, em particular. Sua figura austera, contavam, não combinava com o comportamento de garoto no estúdio. Um moleque que passava o jornal inteiro fazendo traquinagens e caretas até que os locutores explodissem em gargalhadas durante a leitura de notícias importantes e sérias, como a morte de alguém, ou um desastre em algum lugar. Aí, quando o locutor não aguentava mais e caía na risada, ele assumia o microfone com toda pompa e gravidade, como que para colocar ordem naquela bagunça, e pedia: “A hora”. O locutor, com lágrimas nos olhos de tanto rir, dizia. E o Barão: “Repita”. O locutor repetia.
Aí Fittipaldi chamava os comerciais. E todos explodiam de rir fora do ar, e imploravam para o Barão parar de fazer aquelas coisas porque um dia seriam todos demitidos.
Wilson Fittipaldi, o Barão, morreu num ano simbólico. O primeiro ano sem Jacarepaguá, o primeiro ano em que o Brasil tem apenas um piloto no grid da F-1 desde 1971 (em 1978 só Emerson começou, mas depois chegou Piquet).
Talvez, Barão, o automobilismo que você criou esteja morrendo, também.
A vida de Wilson Fittipaldi realmente daria um filme maravilhoso!!!
Grandes estrelas já não brilham mais entre nós e não há substitutas à altura, pois são únicas. Fica a esperança que a próxima geração reviva e aprimore os trabalhos que estas iniciaram e desenvolveram, os quais foram relegados ao esquecimento pela atual.
Descanse em paz Barão.
Inconfundível, uma das vozes mais marcantes na minha longa história de ouvinte de rádio. R.I.P.
Obrigado Barão por que fez pelo automobilsmo, descanse em paz.
Tive a honra de conhecer em minha infância, entre pilotos e amigos, pouco tempo de convivência, mas o que me valeu pela vida toda, o conhecimento e astúcia em viver por corridas com a Família e saber que tudo isso era realizado naturalmente, mas com muita luta e persistência.
Dois de meus amigos, que peço o direito de chamá-los assim, o Beco que todos conhecem como Senna, se foi para as corridas astrais, que ser humano e companheiro, a Família toda também devota e dedicada em tudo e para tudo.
Beijos e estejam com Deus.
LIndo texto…
Obrigada por mais esta “informação”.
Abraços
Boa noite Flávio!
Realmente, parece que tudo nesse mundo nasce, cresce e morre. O automobilismo no Brasil nasceu na voz do Barão, cresceu pelas mãos hábeis de nossos pilotos e agora, passados todos esses anos, a gente vê a F1 e não vê mais nossos honrados representantes andando na frente. Morte!
Pudera, em um país onde só se valoriza o futebol, só se fala do time A ou B, do joagador A ou B e etc…
É uma pena!
Grande abraço!
Meus pêsames ao clã Fittipaldi. Todos sem excessão são ícones do nosso automobilismo e merecem toda a nossa homenagem.
Penso que o Barão teve um papel preponderante no automobilismo nacional…
daí a dizer: “Não fosse Wilson Fittipaldi, o Barão, o Brasil não seria coisa alguma no automobilismo….” vai uma distancia enorme!
Em 1925 o Barão tinha 4 anos (nasceu em 1921), quando realizou-se no Rio de Janeiro uma prova ao redor do morro do Castelo, e no ano seguinte realizou-se a I Quinzena Automobilística.
O Barão tinha ainda 12 anos quando começou a pratica (no Rio de Janeiro) do automobilismo no Brasil. O primeiro grande circuito para a prática do automobilismo foi o da Gávea, no Rio de Janeiro, criado em 1933. O de Interlagos em São Paulo, surgiu em 1940.
Foi, porém, em 1933 que o Brasil chegou ao automobilismo internacional, com a disputa do circuito da Gávea, também denominado “trampolim do diabo”, pois, disputado em pista mista de estrada de montanha e circuito urbano, era uma prova muito perigosa. O circuito da Gávea ficou associado ao nome de Francisco Landi, que por três vezes foi o vencedor. Em 1935 disputou-se o I Grande Prêmio de Porto Alegre, e em 1936, o I Grande Prêmio da Cidade de São Paulo.
Valeu guerreriro!!!!!!!!!! tomara que muitos aprendam as coisas boas e esforçadas que este homem fez.
Vc exprimiu como ninguem o sentimento de muitos brasileiros, me incluo nestes.
Meus sinceros pesâmes a família Fittipaldi.
Abraços,
Excelente texto, vc é um excelente jornalista, assisto sempre que posso quando vc substitui
o João Canalha na ESPN Brasil. Realmente, o Emerson foi o mais importante, foi precursor
do automobismo nacional, mas o melhor foi o SENNA, não só do Brasil como do automobilismo mundial em todos os tempos.Um dia gostaria de ler uma crônica sua o do porque vc, que é um entendido no assunto, não gosta do Senna, pois vc deixa transparecer nas entrelinhas este sentimento, e não dá o braço a torcer nem mesmo quando ele é eleito pela crônica mundial o melhor de todos os tempos. Saudaçõs.
Hein?
Esse senhor teve uma história de vida incrível. Se fosse nos Estados Unidos com certeza viraria filme.
Uma vida repleta de realizações!
Descanse me paz!
O veccio Barone Wilson Fittipaldi, nos deixou.Ao amigo de papo nas livrarias da Barra e no passeio na calçada da praia da Barra.
Aquela cara com o bigode branco….
O automobilismo brasileiro nao vai morrer, apenas deve ter um choque de gestao .
Da minha epoca de kart nos anos 80. Eu vi acabar a F-FORD, a F-FIAT,a F-2 e a F-3 BR.
O campeonato de marcas tinha em media 50 carros no grid.
Tinha o RALLY DO BRASIL , que fazia parte do WRC.
E agora ?
Cade ao Wilson e ao Emerson , alem do Endurance ,traga de volta a MIL MILHAS.
Um exemplo de profissional, o filho ganhando o título mundial e ele não saiu um pouquinho da linha. O Galvão, pelo contrário.
Excelente texto Gomes.
Agradecer a familia Fittipaldi pelo que fizeram é pouco.Que o barão descanse em paz.
O lado de “lá” cada dia mais interessante que o de cá.
Otimo post em homenagem ao Barão… eu o reconhecia por ser o patriarca do automobilismo brasileiro, pouco sabia sobre sua atuação no rádio.
Meus pêsames aos Fittipaldi.
WILSON FITTIPALDI- O BARÃO .EU NUNCA VOU ESQUECER A IMPORTANCIA DELE NO AUTOMOBILISMO BRASILEIRO. DESCANSE EM PAZ.
Vi a notícia na TV à tarde. Uma pena.
Descanse em paz, Barão.
Minhas condolências à família Fittipaldi.
Putz, não sabia dessas traquinagens durante o Jornal da Manhã na rádio Joven Pan. Ouvia quase todos os dias e curtia o Barão e a turma de lá.
O homem vai fazer falta, mas deixou história e um legado.
O Wagner Gonzalez escreveu um texto bacana no Facebook aonde ele relata alguns detalhes da fundação da CBA e os créditos tardiamente concedidos ao Barão.
Que ele descanse em paz e nós aqui vamos continuar tentando evitar o desmoronamento do nosso automobilismo.
92 anos bem vividos, um cara que produziu muito e deixou marcada sua passagem por aqui…
É de arrepiar toda vez que ouço a narração em Monza. Esta gravado em minha menta para todo o sempre.
-Vai ingressar na reta de chegada.
-E atenção!!! Ai vem o vencedor da competição!!!!
-É o Brasil ganhando o campeonato mundial de automobilismo!!!
-Venceu Emerson Fittipaldi!!!
-Venceu o Brasil minha gente!!!
Obrigado Barão. Se depender de nós estes momentos jamais serão esquecidos.
O Barão é o exemplo a ser seguido.
Se cada um envolvido com o Automobilismo fizer 1% do que ele fez os picaretas e os babacas serão obrigados a sair de cena e a coisa vai melhorar.
O ‘Barão” não morreu ! dificil calcular quando isso acorrerá.
Só morre quem é esquecido; duvido que os amantes do automobilismo ,o esqueçam!
Toda vez que uma bandeira quadriculada registrar uma largada ou uma chegada,de uma corrida o Barão estara lá; na cabeça de todos que o conheceram, pessoalmente,por rádio por tv, ou pelos seus filhos “gloriosos” Emersom e Wilsinho, este sim foi um, “monstro do aoutomobilismo” que Deus o tenha. meus pesames.
Ele com certeza já viveu mais que o automobilismo brasileiro, que ele tratou com tanto cuidado. Infelizmente quem o sucedeu na administração não teve 10% da sua competência.
Fique com Deus, Barão, e junto com as outras pessoas ilustres, competentes, honestas, humildes, criativas, divertidas e inteligentes que também já se foram, olhem por nós aqui embaixo, para que um dia essa porcaria de mundo um dia seja um lugar minimamente decente. Dessa o Sr. está livre.
Flavio acho que estou indo nas ultimas corridas de f1 no Brasil, acho que há alguns anos teremos que ver corrida só pela tv, e sem sei se será por tv aberta.
“Talvez, Barão, o automobilismo que você criou esteja morrendo, também.”
É verdade. Haverá outro Barão?
Força para os Fittipaldi e vamos com calma Flavio o automobilismo brasileiro ainda tem chance.
Flavio,
Parabens pelo texto. Obrigado Barão e Familia Fittipaldi
Belo texto, Gomes.
É um dia de luto para aqueles que gostam de corridas. Força aos Fittipaldi, descanse em paz o Barão.
Nesse momento passou uma reportagem com a som da narração do campeonato em 72. De arrepiar!
Não tenho o que dizer… que o velho Barão descanse em paz. Indiretamente por causa dele, comecei a ver a Fórmula 1 lá por volta de 1985, quando eu tinha apenas 2 anos, era quando o Piquet e o Senna ”estouravam”, como se dizia na época, e o automobilismo se tornou o meu esporte favorito, até porque naquela época o futebol não era tão exibido como é hoje. E, a bem da verdade, acho o automobilismo mais emocionante, mais limpo, mais honesto e mais civilizado do que o futebol, embora não tão popular. Agora, ele deve estar dando uns ”pegas” na Dona Juze, lá em cima. Vida longa ao Barão!
Eu ligo o computador duas vezes ao dia, nunca li uma palavra sobre o BARÃO, mas sobre essas porcarias de Geise, Chorão, Cazuza e outros que são mal exemplo para nossos filhos todo santo dia, mas não digo só sobre esse homem íntegro que não usa droga, que não aparece nas noticias policiais, mas todos aqueles que merecem ser noticia.
Não é só aqui no MSN em todos.
Meus parabens Flávio, por essa materia maravilhosa, temos que dar valor a quem merece.
“Não fosse Wilson Fittipaldi, o Barão, o Brasil não seria coisa alguma no automobilismo.”
Honras sejam feitas a ele, grande Wilson Fittipaldi.
Mas mesmo assim,… “o automobilismo continua sendo coisa alguma no Brasil…”
faz tempo que não leio algo tão bem escrito e com tanta verdades, Foi se o Pai do nosso pobre automobilismo e pai do Melhor e Maior piloto brasileiro.
Flavio este seu texto é um bela homenagem, resgatando em poucas palavras, um história de muito sucesso! Vida eterna ao Barão!
Êle se cansou da mesmice, das babaquices, dos maus tratos para com sua paixão e resolveu se juntar aos bons. É capaz de organizar a primeira Milhão de milhas lá em cima. Obrigado por tudo Barão.
Muito triste. Numa época de valores invertidos, não tem o destaque merecido na imprensa.
O esporte e cultura brasileira devem muito à esse ícone. Missão cumprida, descanse em paz, nobre barão.
Meio-pau em todas as bandeiras quadriculadas do Brasil. E palmas para o Barão!!
Linda imagem, essa das bandeiras. Parabéns!
Que descanse em paz!
Uma tristeza… força para a família Fittipaldi!!!!
Sem duvida importantissimo na história do automobilismo brasileiro.Ouvi sua
transmissão pela JP , a corrida de Monza, do primeiro titulo mundial de F1
do Emerson a 40 anos . Adeus Barão!!!!!!!!!
R.I.P. Barão e obrigado.
o automobilismo está de luto,morreu o homem que desbravou fronteiras e ensinou aos seus dois filhos ilustres emerson fittipaldi e wilsinho fittipaldi jr. o caminho das vitórias,alegrias,conquistas e realizações,me veio na cabeça agora há pouco,o especial do programa linha de chegada do reginaldo leme com a familia fittipaldi reunida falando e contando todos as suas histórias com o patriarca barão wilson fittipaldi e teve um momento da entrevista que o barão veio fazer uma revelação depois de quarenta anos do primeiro titulo do emerson fittipaldi que o proprio emerson depois que ele foi campeão mundial de f1 reuniu o pai e o irmão wilsinho fittipaldi que gostaria de parar de correr e que ele,o proprio emerson,resolveu parar e que não queria seguir a carreira de piloto de f1 e que o pai e o irmão se reuniram para que ele seguisse ou tomasse uma decisão do que ele queria fazer naquele momento,foi um especial que nunca mais vai sair da minha mémoria,foi um momento de emoção ver aquele homem falar e contar as suas histórias que conviveu ao longo dos anos ao lados dos seus filhos ilustres,netos queridos e bisnetos que hojem seguem os passos das gerações anteriores.
Descanse em paz barão wilson fittipaldi,o senhor nos fara muita falta a partir de hoje e que seu legado sempre estara vivo em nossas mentes e a comunidade do automobilismo esteja sempre lembrando aquele homem que desbravou e derrubou fronteiras.
O automobilismo que ELE criou morreu a muito tempo, infelizmente os “dirigentes ” que vieram não souberam ou quiseram perpetuar o legado do Barão, gente sem conhecimento e muito menos amor pelo esporte, junto com Eloy Gogliano foram os mártires do esporte a motor no Brasil, ABS aos Fittipaldi. E muito obrigado ao Barão
Sabiam que o Tuta,dono da Jovem Pan está internado há dois meses?
O Tutinha está cuidando da rádio pra ele.Sempre achei que a Pan copiava
as rádios Guaíba,Gaúcha e Difusora de Porto Alegre,principalmente no jornalismo.
Uma perda irreparável. Meus sentimentos à família.
Belo texto…disse tudo que deveria sobre os Fittipaldi ! O Barao saia Brasil a fora, de carro , para divulgar as Mil Milhas aos pilotos do Sul…e por ai vai…
A narração de Monza 72 então…
Talvez, não… Com certeza.
E o mais interessante é que o Barão saiu de cena não na sua São Paulo, mas no Rio de Janeiro onde descobriu o automobilismo assistindo a uma corrida no Circuito da Gávea. A cerca de cinco quilômetros do Hospital Copa d’Or, Felipe Massa (o último dos moicanos) preparava-se para reviver os velhos dias das corridas de rua na cidade. E acabou participando de um evento lastimável em que três pessoas foram feridas em razão da desorganização, da falta de segurança e da imprudência suicida de um “pilotinho” de Ferrari de passeio.
Esse ato final do automobilismo brasileiro ocorreu na mesma cidade e no mesmo dia: a partida do velho barão e o passeio de Felipe Massa.
Amigo Flavio,
Tive o prazer de conhecer o Barão e agradecê-lo pelo que fez no automobilismo. Foi a uns 10/15 anos atrás no lançamento de uma biografia dos Fittipaldi. Neste evento também conheci o Emerson.
Ele até brincou comigo e disse “Filho, agradeço pelas palavras, é dificil hoje alguém, sobretudo um jovem, elogiar um velho!” O Emerson também foi muito simpático comigo neste dia.
Flavinho, tenho “apenas” 36 anos, é claro que pela idade acompanhei toda a carreira do Senna na F1, o máximo que vi foi o 3º título do Piquet e a fase “Emmo” nos EUA…
Mas adoro a história, saber que o Barão “desbravou” toda esta minha paixão…
Contra a atual administração de “pinteiro”, desejo “Vida eterna ao Barão”!
Abraços,
Marcelo
Amigo Flavio, desculpe-me pela gafe, mais um belo texto!!!
Flavio, sem comentario, vc ja escreveu tudo, meus pesames a familia Fittipaldi, sem ela nao teriamos historia no automobilismo mundial. Abraços.