NAS ASAS

SÃO PAULO (então manda) – A história da Transbrasil, que nasceu da necessidade da Sadia de mandar frangos de avião para o resto do Brasil, eu conhecia. Mas a Perdigão também? O Fábio Almeida achou a foto e mandou as informações:

Em 1955, para solucionar o problema do transporte e distribuir os produtos da empresa, foi constituída a Ponzoni Brandalise – Comércio, Indústria e Transportes. Dois anos depois de sua constituição, o Expresso Perdigão, como ficou conhecido, passou a contar com 20 caminhões. Como as estradas eram precárias e não havia refrigeração nos caminhões, a Perdigão resolveu transportar seus produtos perecíveis de avião entre Videira e São Paulo. Foi
assim que, em 1957, adquiriu dois aviões Douglas DC3, com capacidade para transportar três toneladas de carga por viagem. Apesar da rapidez dos aviões, o Expresso Perdigão continuou a existir e a crescer. Com a modernização das estradas de rodagem patrocinada pelo governo de Juscelino Kubitschek, e com o advento das câmaras frigoríficas, o transporte terrestre por caminhões passou a ser econômica e tecnicamente mais interessante para a Perdigão do que a manutenção dos velhos aviões, que foram desativados e vendidos. A foto foi tirada no aeroporto Angelo Ponzoni, em Videira, no Oeste de Santa Catarina.

entaomandaaviao

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oi?
oi?
8 anos atrás

Cadê o Gnomes? Isso é luto pela Audi em Le Mans? Queremos ler seu post sobre a corrida.

Diego Fiuza
Diego Fiuza
8 anos atrás

Olá, Flávio.

Está à venda esse 1954VW oval beetle raro de Billie Joe Armstrong (vocalista e guitarrista do Green Day). O leilão será em agosto, em Monterey.O carro é um modelo preto de fábrica com vermelho, com todos os documentos.

Segue a foto:

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Marcelo Witt
Marcelo Witt
8 anos atrás

Sem contar o avião, a foto caberia bem na série Carro da Firma, hein! Muito legal esse furgão aí!!!

Aristides
Aristides
8 anos atrás

Trabalhei na Perdigão a partir de meados dos anos 70. Um dos DC3 acidentou-se perto de Videira-SC quando retornava de uma de suas viagens para SP e o remanescente foi vendido.

Mario Sarot
Mario Sarot
8 anos atrás

Interessante também é imaginar que o império da Perdigão mal durou uma geração. Considerando-se a situação financeira atual da família, ex-milionária, que criou a empresa.

Rafael
Rafael
Reply to  Mario Sarot
8 anos atrás

Mas um dos herdeiros não é dono do SBT em SC?

Roberto Fróes
Roberto Fróes
8 anos atrás

O velho Douglas DC-3 (Velho, com muito carinho!)
O grande DC-3.
Ou C-47, ou Dakota, não importa o nome, grande avião!
O jipe aéreo!
Foi o responsável pelo início do airlift para Berlim, em 1948. Que prosseguiu e progrediu com seu descendente, o Douglas DC-4 Skymaster.
E foi o 1º avião que tive a oportunidade de “comandar”, mesmo sem brevet.

Marcelo
Marcelo
8 anos atrás

Não sei o q é mais legal: o DC-3 ou o Chevrolet….. Isso lembra minha infância, no bairro do pari em sp, um amigo do meu pai tinha uma oficina q trabalhava para a Tostines e Bela Vista, pintava os caminhões, aquelas faixas personalizadas, e nada feito no computador, era a mão talentosa do “letrista”….fazia carro forte tb, não sei se fazia da Pedigão. Registro sensacional, foto fantástica.

Alvaro
Alvaro
Reply to  Marcelo
8 anos atrás

Nem o DC-3 e nem o Chevrolet , o caminhão em questão é um Ford

Adolfo Craveiro
Adolfo Craveiro
8 anos atrás

Com certeza sempre vendo coisas novas
O amigo saberia me informar como mando fotos para o Gomes para que ele veja e quem saber colocar no blog????

luiz
luiz
8 anos atrás

Olá Flávio,

Só para enriquecer o conhecimento. Segundo o falecido comandante Omar Fontana, os Douglas DC 3 foram usados para o transporte de lombo suíno fresco, de alto valor no mercado e muito mais valiosos que os frangos. No mais parece que a história é essa mesma.

José Angelo
José Angelo
8 anos atrás

Flavio, meu avô trabalhou na Perdigão (até mesmo antes de se chamar Perdigão) por toda sua vida. Começou ainda garoto até aposentar-se em 1982. Era amigo pessoal do fundador da Perdigão, o sr. Saul Brandalise, o qual foi padrinho de meus tios, tão próximos eram os dois. Como sou o neto mais novo, quando meu avô se aposentou eu tinha apenas 2 anos e morava em outra cidade, então não conheço muitas histórias. Mas ler esse post hoje me fez lembrar de meu avô contando de quando era enviado pela Perdigão em seus aviões próprios, para São Paulo, para fazer compras. Muito provavelmente meu avô voou nesse avião ao fundo e com certeza decolou algumas vezes desse aeroporto da foto. Vou repassar esse post para toda a família.

Assim que tiver oportunidade, vou perguntar a minha avó se ela tem alguma foto de aviões da Perdigão e te mando.

Abdo
Abdo
8 anos atrás

Bah, qdo era muleque a cerca de 15 anos pulava a cerca e ficava na beira da pista acenando para pilotos. Todo dia tinha pouso e decolagem. O aeroporto fica quase no centro da cidade de.um no topo de um morro. O avião passava mto perto das casas.

Cássio Caliari
Cássio Caliari
8 anos atrás

Meu avô, Joseph Feiten, foi o funcionário número 2 da Perdigão. Foi ele quem criou a administrou a frota de caminhões, sendo, também, o primeiro motorista a entregar produtos nas redondezas de Videira. Viveu até os 97 anos, sendo sempre homenageado pela empresa. Dizem as más línguas que foi ele quem ensinou Brandalise, o Saul, a receita de salames e outros embutidos.

r.castro
r.castro
8 anos atrás

o consumo da F100 era quase igual ao Douglas DC3.

Diego
Diego
8 anos atrás

Se alguém souber, por favor me diga onde foi que nos perdemos enquanto nação.

João Marcos Turnbull
8 anos atrás

Inicialmente a Sadia começou alugando um DC-3 da Panair. Porém, como só havia disponibilidade dos aviões aos domingos, a Sadia decidiu comprar um deles. Após a compra, surgiu um novo problema, o alto custo do combustivel. Para ter acesso aos beneficios fiscais que o Governo concedia às empresas aéreas, entre elas, a redução do querosene de aviação, Omar Fontana sugeriu que se arrendasse mais 2 aviões, caracterizando assim a existência de uma empresa aérea. Com essa pequena frota, foi fundada em 1955, a Sadia Transportes Aéreos. Com o sucesso, o transporte por avião deu uma grande vantagem competitiva à Sadia: seus produtos chegavam aos consumidores mais rápido do que os de seus concorrentes, e nas horas ociosas, os aviões eram usados para servirem terceiros.

A Perdigão decidiu adotar a mesma estratégia pois os seus produtos acabam chegando estragados ou muito perto do vencimento, no caso dos pereciveis.

Este link ( http://aerialvisuals.ca/AirframeDossier.php?Serial=71992 ) tem todo histórico de uma dessas aeronaves. Construido originalmente como um C-47B, aeronave militar para uso na II Guerra (1940), sendo usado pela US Air Force, e posteriormente na RAF (Força Aérea Britânica) com a matricula KN230. Foi parar na Pan AM como prefixo NC4724V, e depois foi transferido para a Pan Air, sua subsidiária brasileira, com matricula PP-ASN. Na Perdigão, virou o PT-AYC, até ser transferido para o Governo do Acre, virando o PP-ENB, que foi doado ao Governo Federal conforme mostra este link ( http://www.al.ac.leg.br/leis/wp-content/uploads/2014/08/Lei228.pdf ). Tempos depois, operou pela Força Aérea Boliviana, até encerrar seu ciclo na Força Aérea Paraguaia. Seu ultimo destino o Aeroporto Internacional Silvio Pettirossi, em Asuncion. Neste primeiro link (Aerial Visuals) inclusive tem a ultima foto dele, definhando.

Neste outro link ( http://www.flogao.com.br/panairdobrasil/142418756 ) tem a foto do PP-PCI. Originalmente construído em 1942, foi adquirido pela PanAM e matriculado como NC25657. Convertido para configuração DC-3A-228C, foi transferido para a Panair do Brasil, transformando-se no PP-PCI (1946). Em 1 de dezembro de 1954, foi adquirido pela Ponzoni Brandalise S/A (Perdigão), transformando-se no PT-ATP. Acidentado em 6 de fevereiro de 1964, foi destruido em acidente sem muitos relatos em Caçador (SC).

Luis felipe
Luis felipe
8 anos atrás

E ae Flavio…tava discutindo c vc estes dias por email….
Meu pai foi executivo da Transbrasil (entre 1990-2000) após mais de 20 anos como jornalista , cobrindo aviação pelo Estadao…. Foi Assessor de Imprensa…
A história desta empresa é algo singular.. De um romantismo único.. Omar Fontana era antítese do Canhedo… Um lord perto do Constantino.. Passou por tudo e morreu. Logo depois , em 3 anos (2002) a empresa faliu , saqueada por seu genro Celso Cipriano(i) , ex agente do Dops.. Simples assim!! Vontade de chorar dá…

Conde
Conde
8 anos atrás

Vivendo e aprendendo …Mais uma boa pra contar no bar .

Adolfo Craveiro
Adolfo Craveiro
Reply to  Conde
8 anos atrás

saberia me informar em qual email posso enviar fotos para o Gomes?