PIQUET, 25
SÃO PAULO (não, não é preguiça) – Hoje o acidente de Piquet em Indianápolis faz 25 anos. Aconteceu num 7 de maio, em 1992, e para quem não lembra, o relato está aqui.
[bannergoogle]Pensei em escrever, claro, sobre o assunto. Mas como este blog já é um decano da internet, é óbvio que na passagem dos 20 anos da batida eu também escrevi. É possível que tenha feito o mesmo nos 15 anos, em 2007. Não fui procurar. Fui atrás, sim, do texto postado aqui em 2012. Li com atenção. Acho que vou contar a história do boné hoje, pensei antes de reler o que já havia publicado cinco anos atrás. A história do boné estava lá. Todo o resto estava lá.
Assim, não faria sentido escrever tudo de novo, com outra palavras, só por escrever. Longe de mim ter a pretensão de já ter escrito “o texto definitivo” sobre qualquer assunto na vida. Mas, no que diz respeito a alguns episódios, deixo a modéstia de lado e concluo que sim, ao menos do meu ponto de vista e daquilo que sou capaz de fazer diante de um teclado, alguns textos são definitivos — minhas lembranças se encerram neles.
A não ser que algum fato novo tenha ocorrido, ou que eu tenha lembrado de algo que estava jogado numa gaveta qualquer da memória. Não é o caso. Assim, aí embaixo está o mesmo texto publicado em 2012, apenas atualizado como se tivesse acabado de ser escrito. Vocês vão entender.
E viva o Piquet.
Foi num 7 de maio, em 1992, que Nelson Piquet sofreu o mais pavoroso acidente de sua vida, num treino em Indianápolis. Tricampeão do mundo, Nelson não conseguiu equipe para seguir na F-1 ao final de 1991, quando a Benetton optou por não renovar seu contrato. Ele também não se esforçou muito. Briatore apaixonara-se por Schumacher, com razão, e Piquet percebeu que seu tempo ali tinha terminado.
Mas ele resolveu, a partir daí, realizar algumas vontades pessoais. Não vou dizer “sonhos” porque Piquet não é muito chegado a essas coisas melosas. Estava a fim de correr em Indianápolis e Le Mans antes de parar de vez. E foi para os EUA. Assinou um contratinho com a Menard aconselhado por Eddie Cheever, seu brother. Deram uma Lola-Buick na sua mão e lá foi Nelsão andar no oval. Até estampar o muro de frente num treino a 340 km/h.
O muro moeu os pés de Piquet. Ele quase ficou aleijado, quase morreu, quase tudo. Foi um drama desgraçado, mas jamais tratado com tom de tragédia nacional no Brasil, ao menos como seria se o personagem fosse outro. Não, não preciso fazer rodeios. Estou falando de como seria a cobertura da imprensa e a comoção popular se o acidentado fosse Senna e não ele. E por que essa comparação? Porque eram, os dois, os maiores nomes do esporte brasileiro em 1991, no más. Dois tricampeões, vitoriosos, excepcionais pilotos. Só que um era o queridinho da mídia. O outro cagava para a mídia.
Piquet deu sua primeira entrevista no hospital ao Reginaldo Leme, a quem chamou para falar. Não era para o “Fantástico” ou para o Faustão. Era para o Regi, a quem ele conhecia havia décadas, um amigo, um cara da mesma época, da mesma geração. Não foi uma matéria em tom choroso, pelo que me lembro. Feia, até, no visual — um quarto de hospital em Indianápolis sem grandes luxos, fundo pastel, a parede do quarto, e nada de uma produção caprichada com luzes indiretas, trilha musical e vídeos de apoio dos amigos com gente vertendo lágrimas de jacaré.
Piquet arrebentou os pés numa porrada monumental e foi sobre isso que falou. E um ano depois, de muletas, estava lá em Indianápolis de novo para realizar o sonho. Ou: para matar uma vontade pessoal. Nada de sonhos.
Cobri essas duas corridas, a de 1992 e a de 1993. No acidente, no entanto, não estava nos EUA ainda. Foi numa daquelas sessões de treinos livres que só têm cobertura da imprensa local, início dos trabalhos para as 500. Em 1993, cheguei a Indianápolis uma semana antes da prova e todos os dias ia ao autódromo para fazer minhas matérias. Quando encontrei o Nelson pela primeira vez foi muito legal, numa mesinha com guarda-sol num gramado, ao lado do motorhome da Menard. Estávamos em poucos jornalistas, três ou quatro, no máximo. Sentamos para falar merda, como sempre, porque com Piquet era difícil fazer entrevista, ainda mais com ele quarentão, cagando mais ainda para a mídia. Então a gente sentava e ficava falando merda.
A recuperação foi dolorosa e difícil, sofrida, uma batalha dos diabos, não é qualquer um que faria o que ele fez. Mas Piquet nem tocava no assunto, não transformava nada em uma epopeia, era prático e objetivo. Corro de carro, é perigoso, bati, me arrebentei, posso optar por ser um velho amargo que reclama da vida, ou por me recuperar e tocar o barco. Não arrotava nenhum discurso pautado pela superação, pela força de vontade, pela perseguição de um sonho, pela perseverança, pelo desejo de levar as cores do Brasil ao mundo e mostrar que não desistimos nunca.
Muito pelo contrário. O que poderia ter sido uma longa matéria sobre tudo isso, a superação, a força de vontade e o caralho a quatro, virou um festival de bizarrices e piadas sobre si próprio. Foi nesse dia que ele contou como fazia para comprar tênis e sapatos, por exemplo. Como um pé ficou maior que o outro, ele disse que pedia na loja vários pares iguais de números diferentes, via qual cabia em qual pé, misturava tudo, colocava os dois que serviam numa caixa e levava embora. A loja descobriria dias depois que tinha vendido um pé 39 e outro 42, e ele se mijava de rir contando essas coisas. Porra, os caras só se fodem quando vão vender sapato pra mim!
Aí havia uma miniatura do carrinho de 1992, esse aí da foto, em cima da mesa, e ele e me deu. Nem é o Piquet no cockpit, o capacete é do Al Unser, mas não tinham feito a miniatura com o capacete certo. Ou, se tinham, ele não tinha nem visto, não era algo com que se importava. Nem eu, claro, aceitei feliz da vida o presente e levei para casa. O carro de 1993 já era diferente, vermelhão, bonito, patrocínio da Arisco.
No dia da corrida, fui para o grid e fiquei lá do lado do carro do Nelson esperando ele chegar para a largada, para ver se dizia alguma coisa, e ele foi chegando sozinho, de muletas, sem ninguém para ajudá-lo. Quando se aproximou e me viu disse alguma bobagem qualquer, pediu para que eu segurasse as muletas para entrar no caro, tirou o boné que vestia e jogou na minha mão. Fica com isso aí, baixinho, e achei demais, óbvio, coloquei o boné, os mecânicos chegaram, desejei boa sorte, voltei para a minúscula sala de imprensa e lá deixei o boné junto com minhas coisas.
Piquet abandonou no início e roubaram meu boné. Fiquei emputecido e fui até a garagem da Menard, corrida rolando lá fora, e quando cheguei o Nelson estava todo feliz, tinha conseguido largar, deu algumas voltas, matou a vontade, fiz umas perguntinhas, ele respondeu, e no fim, meio envergonhado, contei que tinham roubado o boné. Ele me xingou de burro, retardado, débil mental, tirou o que estava usando e me deu de novo.
Guardo o carrinho e o boné com carinho, foi uma cobertura bacana, Piquet foi legal comigo, e assim foi.
Hoje faz 25 anos daquele acidente e pouca gente lembrou, exceção feita a sites especializados como o Grande Prêmio. Não recebi nenhum e-mail me cobrando para escrever sobre o assunto, como na semana passada, nos 23 anos da morte de Ayrton — aliás, só escrevo hoje sobre o acidente porque é número redondo, 25 anos e tal.
OK, ele não morreu no acidente, mas essa indiferença à efeméride nos diz muito sobre a relação fã-ídolo no Brasil.
Meu ídolo desde 83, desde 91 quando parou nunca mais sentei a bunda no sofá pra ver F1 ao vivo, só em VT… Sempre fui mais Piquet que qualquer outro, pois era simples, acertava o carro pro fim de semana, corria e ia embora pra casa. Simples como a vida deve ser…
O interessante é que Piquet em uma entrevista, disse que se não fosse esse acidente, ele possivelmente voltaria à f1, como tantos outros campeões voltaram. E isso seria o máximo!
Que sisma com o Senna. Ele não deu boné?
Eu axo que não.
Puts la vem!
Só falta dizer que nunca mais assistiram F1….
VSF
Esse texto é excelente e continuará sempre assim. Não precisa mudar nada.
Parabéns, FG.
texto do rodigo mattar:
http://rodrigomattar.grandepremio.uol.com.br/2017/05/sobre-idolos-e-injusticas/#comments
ótimo, como sempre
Na realidade os fãs do Piquet provavelmente lembram do acidente, o que é irônico no texto é o lamento por uma falta de atenção do público em geral para um cara que “não dava a mínima para a mídia”, não é mesmo? Não se contesta a qualidade do Piquet como piloto, mas como pessoa ele colheu o que plantou na vida, nada mais e nada menos. Creio que para ele não faz a menor diferença ser lembrado por um acidente, mas vejo que para você, como um fã, é doloroso ter que conviver com o fato do Senna ser constantemente lembrado. É bem provável que a imagem do Senna não fosse tão idealizada caso ele não houvesse falecido, talvez ele conquistaria mais alguns mundiais e se aposentaria como grande piloto que foi, mas morreu no auge da carreira e é essa lembrança que vai ficar, pois é extremamente mais relevante que o acidente do Piquet.
O.Senna era um excelente piloto!
Se tornou o queridinho.da globo.porque o Piquet cagava para a midia nacional.
O.Nélson colhe muitos frutos na vida, sempre soube desfrutar de seus amigos e da vida.
É uma pessoa que se diverte com o.que propõe a fazer.
Flavio, excelente texto antigo e novo. O Piquet merece ser lembrado sempre. Temos que manter a memoria de pessoas que deixaram algum legado. O brasileiro tem memoria muito curta e acha que só o bonzinho deve reverenciado. Temos que parar de aceitar o modelo Globo de “idolos”. O Piquet é tricampeão de F1. Quais pilotos tem mais títulos? Tem outros mais obscuros que passaram despercebidos mas que devem ter historias de luta. Flavio voce deve ter historias deliciosas de Gugelmin, Cristian, Zonta, Burti, Berger, Hakkinen, Villeneuve, Mansell, dos japoneses. Conte para nós.
Juntando tudo na carreira do Nelson Piquet no automobilismo esse acidente em Indianápolis 1992 foi de longe o mais grave deixando em segundo aquele de Ímola 1987 na F-1. 25 anos se passaram e pra quem viu isso naquela época parece que foi ontem. Os acontecimentos do passado no automobilismo em geral não podem ser lembrados só pra quem morreu, e sim os vivos também merecem ser lembrados! A relação fã-ídolo não existe regras, tanto o fã quanto o ídolo pode ser qualquer um.
Vida longa ao Nelsão!!!!
Apesar de ainda garoto, já acompanhava a Indy naquela época, por incrível que pareça, e curtia demais a velocidade dos ovais, era um jeito de sair do lugar comum da F-1. Dava meu jeito nos tempos pré-modem 56k (e bota pré nisso, fui ter computador quase dez anos depois disso aí). Olhar notinha de jornal na banca, chamadinha na parte esportiva do telejornal, caprichava no bombril na antena pra Bandeirantes funcionar “marromeno”…
Pra quem não acredita, lembro que o Piquet quase sempre andava entre os dez primeiros nos (à época, intermináveis) treinos livres antes de bater. E que o motor Buick tinha fama de cavalo paraguaio, empurrava demais, mas que tinha fama de não aguentar até o fim, quebrava fácil. E que a Menard era uma equipe que fazia só as 500 milhas, o que pra mim soava estranhíssimo na época.
Dane-se se ele cagava pra mídia. Melhor assim. Fez o que gostava, sabia do risco, quis respirar outros ares, respirou, matou a vontade, não se arrepende. Isso aí. E dane-se se ele não tem a metade da lembrança do Senna, mesmo se tivesse morrido naquela panca horrorosa. É tricampeão do mundo. Poucos são. Sempre foi bota demais, e isso é o que importa.
Piquet é um dos maiores brasileiros vivos, sucesso absoluto como piloto e como empresário.
Valeu a lembrança Flávio… Como faz falta gente como o Nelsao nesse mundo de milionária mordaça aos pilotos… falta de humor. .. acidez… verdadeeeeeee!!! Vida longa a Nelsao, piloto sem igual… Não por ser meu ídolo. .. mas por ser único!!!!! Como uma vez o Zampa mencionou: “último piloto de caráter exposto!!!”
acho que vai da definição de ídolo de cada um.
é como hoje existem fãs de vettel, de alonso e de hamilton, cada um vai ver e analisar os pilotos pelos próprios olhos viciados.
eu acho alonso melhor que vettel e hamilton e até me surpreendo como tem gente que acha os dois melhores.
no caso de piquet e senna era diferente. eu preferia piquet, embora considere que senna possa ter realmente sido melhor ou igual.
As pessoas não se lembram do Piquet porque o brasileiro não tem memória mesmo. Peguem os videos das temporadas que o Piquet correu pra ver contra quem ele correu e venceu 3 campeonatos fora os vices. O cara era o cara.
E digo mais, se havia um piloto que em condições de igualdade derrotaria o Senna era ele. Pensem nele na McLaren no lugar do Prost em 88 e 89.
“Se havia um cara que derrotaria Senna em condições de igualdade, esse cara seria Piquet”.
Prost foi o cara que derrotou Senna com o mesmo equipamento. Esqueceu?
Eu penso que as pessoas colhem o que plantam. E o Nelson nunca foi, nem fez questão de ser, simpático ou carismático. Outros pilotos brasileiros são muito melhores neste quesito do que ele. E por isso são “mais” lembrados. E viva o talento dos nossos pilotos!
Piquet era “piloto” dos melhores de todos os tempos. Em tempos em que, não existia o politicamente correto hipócrita de hoje. Alguns ao que parece, preferem o carisma de um Massa ou Rubinho. Nelson tinha talento! E muita personalidade.
Minha filha…ah deixa pra lá.
Não entendi o “colhem o que plantam”. Se refere ao acidente ou a “falta de popularidade”??
De qualquer forma eu TENHO CERTEZA ABSOLUTA que:
1. Você não viu/acompanhou os “anos Piquet” da F1 ( a F1 pré Senna);
2. Você não conhece Piquet (mesmo á distância) e não entendeu até hoje que ele era “antipático” só com os puxa-sacos e aqueles que tentavam se promover ais suas custas.;
3. Não sabe que Piquet não tinha problemas com a imprensa DE LUGAR NENHUM, tanto que os italianos, espanhóis, japoneses, ingleses, sempre o respeitaram e ele nunca teve problema com a imprensa (e os torcedores de F1) de outros países. Não confunda a “popularidade por dar acesso exclusivo á Rede Globo” como prova de simpatia, humildade. Pergunte a QUALQUER UM que cobria a F1 na época de Senna, como ele tratava MAL a imprensa quando as luzes das câmeras (especialmente da Globo) apagavam….Essa queixa você não vai ouvir sobre Piquet.
4. Só esquece quem e/foram Nelson Piquet, Emerson Fittipaldi, José Carlos Pacce e preferem Felipe Massa, Rubens Barrichello e Senna por serem mais “humildes” e/ou “simpáticos!, quem não entende bulhufas de F1/automobilismo, nunca chegou a procurar conhecer quem são todos esses caras além da superficialidade “Global”. E pior ainda, falha na hora de fazer julgamento de caráter.
É só no Brasil que existe essa baboseira que Schumacher e Piquet eram antipáticos e Sena o humilde e “simpático com todos”
Procure se informar melhor, antes de chutar conceitos e teorias superficiais baseadas no achismo, ou pior na “desinformação”.
Piquet não tinha problemas com a imprensa? E o troféu limão “conquistado” ano após ano?
Acho que alguns comentaristas não entenderam o que a Caroline disse. Devem estar acostumados a ler só os comentários das redes “anti-sociais”.
Piquet e familia fazem parte de uma RAÇA pouco comum no Brasil .
Quando o assunto são textos, os seus são sempre definitivos. Puta talento pra transferir ideias para o teclado.
Tem uma foto do exato momento em que Piquet está no muro. Se vcs verem, um dos pneus segurou a cabeça de Piquet, evitando talvez sua morte ou um grave trauma na coluna. Abs.
Eu acompanho F1 desde 1970 , e meu ìdolo era Emo , depois Piquet , e Por ultimo
Senna…. Carisma ninguem compra , é nato da pessoa , nisso Senna éra imbatível.
Piquet foi o pobre que chegou lá , por isso talves seja esse cascudo que conhecemos.
Quanto ao acidente , êle não morreu e o outro morreu.
Agora pra mim todos foram importantes…
Pobre???
para o padrão F1, pobríssimo.
Concordo que ele nunca deve ter feito um crediário nas casas Bahia, era filho de ministro e tal. Mas pra correr nunca teve um tostão da família, nem um patrocinador forte antes de chegar a F1. Nelsão fez tudo no braço, meio mecânico, meio piloto.
KKKKKKK. Se Piquet foi pobre um dia, deve ter sido em algum sonho…
bem informado nosso amigo
Flavião, acho que este seu texto é um dos melhores que já li sobre essa figurassa chamada Nelson Piquet. Voce consegue retratar a imagem do Nelsão exatamente como ele sempre foi : cagando e andando para tudo e para todos, avesso a midia mas muito correto e competente
Em suma, um puuuuta piloto que deixa saudades até hoje. Não o conheci pessoalmente mas tive a oportunidade de de ve-lo muitas vezes em diversas situações quando trabalhei na organização do GP Brasil entre 1985 e 2006 ( e ainda posso me gabar em dizer que assisti ao primeiro GP de F1 no Brasil). Enfim, um texto genial sobre um gênio das pistas. Parabéns Flávio!!!!!!
O SEnna foi um puta piloto, claro, ninguem contesta, mas para mim, o Piquet é O PILOTO. 3 titulos com 3 carros diferentes. Gosto tanto dele que no meu indy de controle remoto pintei o capacete do Piquet. Gostaria muito que o Piquet contasse em um livro os anos de F1, principalmente os bastidores. Acredito que seria algo muito divertido.
3 carros diferentes?
Ele falou “carro”. Não falou “equipe”.
Vale lembrar também que hoje, 8 de maio, faz 35 anos da morte do lendário Gilles Villeneuve. Esse é insubstituível, quem viu, viu..
A morte de Vileneuve em 8 de maio de 1982,foi muito mais chocante,não era brasileiro,mas e dai?. Acho que ninguém que gosta de ver pilotagem na chuva ,esquece daquela aula no Canadá em 1981.
Baita texto Flavinho …
Parabéns
Não tem como comparar a perda da vida de um piloto que era popular mundialmente com a panca de um piloto no muro como se fosse o primeiro. O certo é que errou e pagou o preço. Piquet apresar de ser um grande piloto nunca quis ser carismático pelo contrário, parece ser uma pessoa arrogante, grosso se achando o melhor do mundo assim como outros. Grande piloto como ser humano não sei.
Sempre fui muito fã do Nelson Piquet e esse terrível acidente foi um balde de água fria para o que se imaginava do que ele poderia fazer na corrida, me lembro que no primeiros treinos ele tinha feito bons tempos e muito se dizia que seria um dos favoritos a vitória, pra quem não sabe o Al Unser (pai) que ocupou a vaga de Piquet na Menard chegou em terceiro com aquele carro, enfim aquela panca foi um golpe duro!
Eu não sabia dessa informação. Eu pensava que essa equipe fosse “turística”.
Piquet está mais para um Jorge Lorenzo do que para um VR46. Mal comparando.
Ele nunca precisou ou quis cultivar a aura de “Ídolo”. Aquilo que depende de criar um clima de empatia mais ou menos forçada com todos e, principalmente com a mídia. Pelo contrário, ele sempre foi seco, sincero e direto.
Então me parece natural que ele não esteja no Olimpo dos heróis carismáticos.
Tinha 12 anos e lembro como se fosse hoje. Que puta susto (assistia as corridas era fanático pela Indy desde que o Emmerson resolveu cruzar o Atlantico de volta ao novo continente) Ainda mais que tinha uma esperança de que o Nelsão resolvesse também aportar nos monopostos americanos de vez.. E que admirável a força do homem para voltar no ano seguinte!
Não sinto por nenhum outro esportista o que tenho por consideração ao Triquet!
-O cara é FODA!
Vida longa a quem gosta dele a para ele!
Pra não dizer que ninguém lembrou, comentei no post do teste do Alonso a respeito do “ziguezague” na pista, e a lembrança do vacilo do Nelsão. Só não imaginava que tinha acontecido quase naquele dia, 25 anos antes.
Não acho que a data do acidente do Piquet seja marcante a ponto de receber lembranças em veículos de comunicação. Não há como comparar com a data da morte do Senna. O que foi mais relevante? A morte do Senna ou o acidente do Piquet quando se divertia na Indy? Não sejamos tolos! A morte do Senna foi um divisor de águas na F1 no que diz respeito à segurança da categoria. O acidente do Piquet foi como vários já ocorridos em Indianápolis e não contribuiu em nada para mudar a categoria. Além disto, Senna, quando morreu, era o maior ícone da F1 e Piquet, quando bateu em Indianápolis, era um aposentado da F1. Não carece dizer mais nada.
Cara, quanto ódio no seu coraçãozinho!
Viúva é viuva
Viúva!
Mas uma viuva do Senna…
Xarope!!
É por isso que eu ODEIO as viúvas do “Cena”.
Raça desgraçada que prega o ódio defendendo o seu “santo”.
A gente acaba detestando o falecido por causa desses imbecis que o adoram.
Como se o Senna fosse um cara simpático. Nunca foi.
A ignorância sobre F1/automobilismo e sobre quem era realmente o seu “santo” como ser humano, são as duas maiores características dessas odiosas e detestáveis viúvas de AS.
São a personificação do cúmulo da ignorância e da hipocrisia.
Senna é Senna! O resto faz cena.
Só eu que não achei o cara viúva?? O que ele falou é verdade, ou alguém lembraria do acidente do Rubinho se não fosse por ser no mesmo fds do Senna?? O Piquet era controverso, acho que teria ele como ídolo se não tivesse nascido em 1984, mas apesar de não tê-lo acompanhado diretamente, gosto da personalidade, do já dito não se importar com a mídia. Acho a comparação Piquet/Senna muito parecida com a Romário/Ronaldo, são ídolos, as conquistas são parecidas e um também não liga tanto pra mídia. Só acho ridículo que em todo lugar quando se faz uma comparação, precisar diminuir um ou outro pra defender ponto de vista, parece coisa de povo que assiste muita novela e se vê na obrigação de escolher o mocinho e o bandido.
Não cutuquem as viúvas.
Nasceu de novo na pancada. Que bom que nada tão mais sério aconteceu com ele.
Baita piloto. Mito!!! Vida longa ao Nelsão!
Piquet sendo Piquet,
Flávio Gomes sendo Flávio Gomes e viva o sincerícídio viva a imprensa livre
Boa!
Prezado Flavio, já tinha lido essa história aqui no seu blog, como sempre te acompanho e sou super fã do Piquet, e também sou um bom Italiano, fiquei até um pouco emocionado, bela historia!
Piquet foi um piloto sensacional.Invejo daqueles que desfrutam da sua amizade porque este tem histórias e das boas.
E foi para o Regi que ele contou a armação do Flavio Briatore. Realmente tem uma confiança tremenda no Regi
Provavelmente, o Nelson tá ainda mais indiferente do que a midia à “passagem do jubileu de prata do dia em que ele renasceu”. Tá nem aí mesmo. A morte veio buscá-lo e ele cagou pra ela, botou a Velha Ceifeira pra correr. Vamos ver se, pelo menos, ela aprende! Long Live Nelson Piquet!!
Miguel, que o chamava sempre de “Nelson” me fez gostar dele… nunca me arrependi.
A parte final do texto só reforça uma tese que tenho há tempos: de que os fãs de Piquet não são babacas como os do Senna. Explico: voce não vê fã de Piquet dando pito pq Schumacher é considerado melhor… ou até mesmo o Ayrton. O cara acha isso? Foda-se: não acho. E vamos para o bar beber. Fã do Ayrton, não. Faz macumba, vodoo, o cacete a 4 pra arruinar a sua vida se você ousar dizer que Ayrton não merece ser chamado de Herói (com H maiúsculo).
Enfim: tenho maior orgulho de Ayrton ser brasileiro. Mas o Piquet era mais foda, sagaz, completo.
Eu diria que fãs do Piquet gostam de corrida de carros, e somente uma minoria dos fãs do Senna gostam. A maioria eram aqueles que assistiam F1 porque o Brasil ganhava.e a baboseira de sempre. e a emissora oficial contribuiu e muito para essa picuinha besta que se criou..
Eu penso assim, em relação aos nossos campeões: Emerson foi o tipo simpático e humilde. Piquet foi autêntico e sem meias palavras. Senna foi o queridinho da torcida e elevado à condição de mártir, devido à tragédia e endeusado pelos fãs.
https://youtu.be/3O9hhKioGs4
Piquet foi um dos pilotos mais sensacionais que já vi correr na minha vida. Ainda hoje acho o estilo dele demais. Corre com qualquer coisa sobre rodas (qualquer entusiasta viu o vídeo dele com a Kombi turbo em um desses Kartódromos da vida).
Enfim, acho que a idolatria de um ou outro é um claro reflexo de como o povo pode ser manipulado pela mídia mas isso é outro assunto.
Enfim, piquet é demais e foi ele junto com o Roberto Pupo Moreno que prepararam aquela Benneton infernal que ganhou tudo com o Michael Schumacher. O resto é história.
Tem mais, Jair.
3 títulos sem ter o melhor carro do grid.
Quando o ídolo da mídia deixou de ter o melhor carro… acabaram-se os títulos.
2 títulos sem ter o melhor carro do grid.
Na época não tinha softwall, podia ter sido muito pior. Os muros de Indianapolis cobraram um preço ainda mais alto do Emerson, que também quase morreu. Curioso (e trágico) como os três canpeões brasileiros de F1 possuem suas histórias com algum muro.
Antes disso ele cacetou o muro da Tamburello, o mesmo que tirou a vida do Senna.
Tirando os campeões, Rubinho quase morreu em Imola e Massa passou por apuros com uma mola, solta pelo carro do Barrichello. Meu Deus…
A curva Tamburello era um absurdo, o Piquet bateu nela em 87, e dps perdeu a percepção de perspectiva, e precisou mudar o estilo de pilotagem.
Em 89 o Berger bateu lá e se queimou.
Em 92 o Patrese bateu lá e machucou as mãos.
Esperaram o Senna morrer em 94 pra acabar com ela e transformar numa chicane,
Tbm não podemos esquecer o acidente do Burti em Spa-2001, q quase morreu lá. Meu Deus mesmo.
Muito bem lembrado!
A batida grave do Emerson foi em Michigan.
O Emerson quase morreu em Michigan em 1996, quando teve que encerrar a carreira pq quebrou um monte de coisas inclusive a coluna. Aliás o relato dele é assombroso…
Abraços e sorte
Prezado Flávio.
Excelente matéria e muito bem lembrado como a mídia funcionava “naquela época”. As aspas foram porque nada mudou, não é? E quanto a cobrança quanto a um artigo, hoje morreu o piloto que eu mais admirava na F1, até o advento Schumacher (sim, tenho 55), o grande Gilles Villeneuve.
Grande abraço.
“OK, ele não morreu no acidente, mas essa indiferença à efeméride nos diz muito sobre a relação fã-ídolo no Brasil.”
Cirúrgico……sem mais o que dizer!!
Abraço
Poxa, que bom que Piquet segue vivo e saudável após o acidente.
Sobre a comparação do Flavio Gomes entre Piquet e Senna, a única coisa possível de dizer é que se trata de uma questão de gosto (ou identificação, sei lá). Tem gente que gosta da irreverência de Piquet e outros do jeito introspectivo de Senna. Além do relacionamento que um queria cultivar com a imprensa e ou outro não, é evidente que Senna era um produto melhor para ser vendido e, consequentemente, foi criada uma maior identificação com o público. Por mais que alguns não gostem, a declaração “Eu dedico o campeonato à mim mesmo” é divertida mas não tem o mesmo efeito como “Eu senti a presença de Deus, eu vi” ou o “Eu entrei em outra dimensão”. É claro que, para mim, não justifica o fanatismo que algumas pessoas tem por Senna.
Mas eu não vejo a indiferença com a acidente da mesma maneira que o autor. Por mais terrível que tenha sido o acidente de Piquet, fica difícil comparar com algo definitivo como a morte.
……mas essa indiferença à efeméride nos diz muito sobre a relação fã-ídolo no Brasil.
No seu texto fica parecendo que a culpa é da mídia ou dos fãs (por não dar devido crédito ao Piquet, como por exemplo nesses 25 anos do acidente que ninguém te enviou email pedindo para publicar algo).
Eu entendo que a culpa é do próprio Piquet. Você mesmo diz no texto que ele cagava para a mídia. Ora, em qualquer profissão, por melhor que você seja o marketing é fundamental e essencial.
Sou fã de Piquet.. Sempre!!!
Lembro da agonia quando ocorreu o acidente, do risco de amputar o pé/perna… foi foda.
Tem uma imagem no exato momento que o carro, que mostra o capacete do Piquet no muro ou quase, que é uma das mais assustadoras que já vi relacionadas a automobilismo. Foi por muito pouco.
Que boa essa visão que Piquet tem da vida. Ele é o cara, mesmo!
O cara que deu o balão no seu boné deve ter visto a cena da entrega e tal… Vacilou, mesmo, Gomes. Eu não largaria nem por um segundo! Valeu perder o boné pela bronca que tomou depois. É o tipo de bronca que acaba sendo bem vinda. hehehe
– Também tenho essa foto, Tiago. Piquet é de ferro, cara!
E levar um carão de NELSON PIQUET e ganhar de novo o mesmo presente, caralho, foi de fato, o mesmo que ganhar um elogio e um afago. Sensacional! A cara do Flávio, ao falar que perdera a tal dádiva, deve ter sido a mesma que a minha, quando eu perdi o “dinheiro do pão” e levei uma surra de galho de goiabeira da minha vó, kkkk. Fui comprar pão de novo, com os “coro ardeno”.
E a verdade é que Reginaldo Leme tem crédito até na lua! Grande Regi.
E esse Maio promete. É o direito de ir (,acampar) e vir…
Ainda bem que tem gente como o Nelson. E outros como o Flavio pra contar as histórias…
Eu fiquei impressionado,com o capacete levantando na pancada. Mas ainda bem, quê teve a volta em grande estilo.