NAS ASAS
SÃO PAULO (voa, passarinho, voa) – Não entendo nada de aviões, mas sei que, por alguma razão, o 727 é um dos Boeings mais festejados pela turma dos ares. Pois o primeiro deles está sendo restaurado, repintado com as cores da United, e deve voar de novo em outubro. Voltará às mãos da Boeing, onde repousará em seu museu até o fim dos tempos. A história toda está aqui. Vários blogueiros apaixonados por essa nave me mandaram a notícia. Está registrado. E me falem dessa paixão pelo 727, please. Porque me lembro apenas deles multicoloridos voando para a Transbrasil, e nada além disso. Memórias distantes.
Voei em um da Cruzeiro 1977 de SP a Belém, com baldeação no galeão do mesmo modelo e qdo desci em Belém, foi pela porta que ficava embaixo da cauda.
Todo mundo já falou o que eu sabia e o que eu não sabia do 727. Endosso e pronto. Vou falar agora de um vôo, clássico, numa rota clássica. O melhor jantar de bordo – na minha opinião – dos anos 80. Cruzeiro 930 (CGH – POA – EZE). Quieto, sossegado e veloz, comia-se e bebia-se maravilhosamente de Sao Paulo a Porto Alegre, com vinhos nacionais decentes ( naquela época chegamos a ter o “quarto Cabernet do mundo” ). Depois do medalhão de filet ao molho madeira, com arroz de passas, uma sobremesa, ou um queijo, pasmem! Depois, um cafezinho e um licor. E dê-lhe licor,,,,
voei num da Fly que jaz no Galeao. está entre a base aérea e o terminal de cargas. junto com um da Platinum
Em 2001 voei num da Fly. Hoje ele jaz no Galeão , ao lado da base aérea.
Na foto do link, aliás, tem dois ( um da platinum é um da Fly)
http://www.panoramio.com/m/photo/83727941
Pecado maior é que a reportagem sobre o restauro informa que a repintura da aeronave, por estar sendo feita à céu aberto, vai ser na base do rolo e do pincel. . .seinão!!
Aqui quem vos escreve é um verdadeiro dinossauro da aviação comercial. Digo isso porque sou um Engenheiro de Voo (tripulante que foi devida ou indevidamente substituído por computadores) e voo, ainda nos dias de hoje, o magnífico 727, numa cia. aérea cargueira brasileira, a RIO Cargo. Prestamos serviços à Rede Postal Noturna dos Correios e também fazemos voos para o Banco Central. Nossos 727s podem ser vistos Brasil afora, geralmente estacionados nos terminais de carga dos aeroportos. Operamos 5 modelos do 727-200(F) (o alongado) e o Cadillac (carinhosamente apelidado) é uma maravilha da aviação comercial a jato. Só quem voa ou voou é que pode saber a extensão do prazer de ter tripulado essa fabulosa obra da engenharia aeronáutica.
http://img.planespotters.net/photo/264000/original/PR-IOB-RIO-Linhas-Areas-Boeing-727-200_PlanespottersNet_264516.jpg
Linda foto !
Além de tudo que o pessoal escreveu aí em cima, vale a pena dizer que ele tinha velocidade de cruzeiro de 1010 Km/h, coisa que não existe mais em jato comercial nenhum. Eram tempos de querosene barato e vontade de mostrar velocidade e tecnologia, entre as linhas aéreas. Havia até um comercial da VARIG quando do início da operação do 727, que chamava “Voando a 1000 pelo Brasil”. E convenhamos, está para ser fabricado um avião mais bonito que ele.
Flávio, pra quem supostamente não manja de aviões, vc é muito bem informado.
Aproveito para contribuir, muito a propósito, com a notícia que o Tupolev 154, equivalente sovi ao Boeing 727, voltará a ser produzido em Samara, depois de sua linha de montagem ser encerrada em 2013 (ele foi produzido de 1970 a 2013!). Uma das três células que restaram pela metade na fábrica ganhará vida.
http://www.cavok.com.br/blog/russia-voltara-a-produzir-o-tupolev-tu-154m/
Gostaria muito de ter voado um desses. Sempre que podia, subia num 27 da Rio. O que eu sei é que ele é muito rápido (cruzeiro a mach .86) e é muito gostoso de pilotar (centro de gravidade mais traseiro e harmonia de controles), só que, ao contrário que escreveram aqui, ele não tem taaanto motor de sobra assim. A subida dele é bem lenta.
Por ser cargueiro e sempre operar com pesos máximos Lucas, a subida não é tão rápida assim, ao contrário de quando está transportando passageiros.
Boa tarde, Flávio. Por falar em museu, olha só esta reportagem que saiu no jornal Tribuna do Paraná, aqui de Curitiba, sobre um colecionador de carros antigos: http://cacadores.parana-online.com.br/campo-comprido/fabulosa-garagem. Abraço
O 727 na verdade conseguiu aproveitar os avionics do 707 numa ave mais econômica e possível a voos mais curtos. Não teve concorrentes com seu custo -benefício por muito tempo, é bom lembrarmos. Era hiper-confiável também, e o desenho dele é um absurdo de lindo. Jatos pequenos são como ele até hoje, se repararmos bem.
O 100 com a portinha saindo a baixo da cauda da vontade de morrer de lindo!
O 200 também possui a “escada ventral”, Luis Felipe.
Pela Cruzeiro também , fui muito a Buenos Aires voando neles.
Creio que pelos 3 motores e pela entrada da traseira.
O 727 possui potência de sobra, uma aerodinâmica refinada ( as asas são limpas, uma vez que os motores estão na cauda) e opera em pistas de tamanhos e tipos variados. São “pau pra toda obra”. Além disso são muito elegantes!
No YouTube tem um documentário onde um 727 transporta gasolina para aldeias no interior de Angola, operando em pistas de terra!
Esse documentário é show! Digite “Transafrik 727” e é só assistir!
Os mais bonitos (em relação a combinação estilo/pintura) eram os da Cruzeiro. Lindos demais
http://www.proflight.com.br/img/fotos/museu_galeria_avioes_03.jpg
Flávio, já assistiu ao filme “O Agente da U.N.C.L.E”? Tem Trabant fazendo drifting..
https://pt.wikipedia.org/wiki/O_Agente_da_U.N.C.L.E._(filme)
Flávio,
Penso que a paixão pelos 727 deve derivar de duas coisas: primeiro, é o avião comercial subsônico mais rápido já construído, e em segundo lugar, é lindo.
A Transbrasil e a Varig operavam o modelo 100, a Vasp o modelo 200 alongado e ainda mais bonito. E é muito gostoso de pilotar,
Tanto Varig como Vasp operaram as 2 versões, apenas a Transbrasil e a Cruzeiro operaram apenas a -100.
Várias outras, pax e carga, operaram a -200.
Apenas um reparo: na verdade o mais veloz avião comercial subsônico foi o Convair CV 990 Coronado, embora o 727, notadamente na versão -100 que é a mais curta, também é um foguetinho!
MMO (Mach Máximo Operacional) = .888
Na realidade, os 727s estão na categoria dos transônicos, onde as velocidades verdadeiras se situam entre 75% e 120% da velocidade do som.
A velocidade máxima operacional do 727 é de 88% da velocidade do som.
Das conversas que tive com pilotos amigos, o 727 era adorado porque era muito rápido e com maior manobrabilidade que os outros Boeings. O enflexamento das asas do 727 tem um ângulo maior que os outros Boeings, o que indica alguma coisa que eu não me lembro mais o que é, mas acho que tem a ver com velocidade. Alguém mais entendido pode confirmar ou escleracer?
A combinação do enflechamento das asas + posicionamento dos reatores na cauda, possibilitam, aerodinamicamente, uma maior velocidade final da aeronave, a grosso modo.
grande aeronave. merece todo respeito, mas prefiro este: https://pt.wikipedia.org/wiki/Tupolev_Tu-154
é o modelo de boeing mais lindo que já construiram na minha opinião! 3 motores na parte traseira quase não se usa mais. boeing 727, md 11, dc 10 lockheed tristar e alguns modelos russos!
MD11, DC 10 e Tristar tinham 2 motores sob as asas e outro na cauda, russos com 3 motores na cauda são os Yak 40 e 42 e o Tupolev 154, russo com 4 motores na cauda é o Ilyushin 62, cópia do britânico Vickers VC 10.
é mesmo ! tem razão, me confudi legal kk tem um russo com 4 motores atras qual o nome?
já respondeu valeu!
A vasp tinha 727, inclusive era um q se acidentou no cesrá em 82.
O 727 habita o imaginário de muitos pilotos, que como eu, não tiveram a oportunidade de voa-lo. Diferente dos aviões comerciais de hoje, com seus motores politicamente corretos e que poluem pouco e fazem pouco barulho com seus motores turbofan, o projeto do 727 é focado em performance. Consumo de querosene, emissão de poluentes e ruídos, ficavam em último plano.
Portanto, essa ave se enquadra no grupo das últimas aeronaves em operação no Brasil e no mundo, com foco 100% em performance, Claro que existem outras aeronaves equipadas com motores turbojato operando ” por aí”, caso dos 737-200 “breguinha” e o 707. Mas o 727 é muito mais performático e arrojado, além de ser muito bonito. Eu nunca botei o pé dentro de um avião desses, mas já voei com comandantes que já o voaram e os relatos são incríveis.
Tive o privilégio de pilotar o 727 (Cruzeiro e Varig), ainda considero um dos mais lindos entre os comerciais.
Depois do 707, foi o projeto da Boeing para pistas ‘curtas’ (comparando com o 707). Até por isso tinha a escada e APU, para operar em locais com menor infraestrutura.
É até hoje um dos jatos comerciais mais velozes, velocidade de cruzeiro de 84% da velocidade do som (meu máximo foi 88%).
Tinha um speedbrake incrivel, pessoal da Cruzeiro operava como um caça, fazendo descidas muito rápidas.
Minha única “decepção” foi constatar que lá na cabine não se ouve nada dos motores, que por serem quase um turbojato puro, fazem aquele barulhão que quase não se ouve mais hoje em dia.
Realmente Eduardo, o nível de ruído na cabine de comando dos 727s é baixíssimo. Só se escuta o sussuro do vento.
sussurro
Flavio, boa noite,
Entre os entusiastas da aviação o 727 é festejado por seu projeto inovador para a época. Todos os seus 3 motores eram presos à fuselagem, e não às asas. O 727 era muito versátil e confiável. Era um avião tinha boa capacidade de carga (passageiros e porão) sem precisar de pistas muito longas para pousos e decolagens, por isso na década de 70 tornou-se o principal integrante da frota de várias companhias aéreas.
Uma outra inovação presente no 727 foi a APU (auxiliary power unit), uma espécie de gerador que permite que o ar condicionado e componentes elétricos fiquem ligados no solo sem a necessidade de ligar um dos motores.
Ah! Sem contar no episódio do D.B. Cooper, aquele maluco que em 1971 roubou US$ 200.000 (equivalente a mais de 1 milhão de Obamas nos dias de hoje) em títulos de um 727 em pleno voo e saltou de paraquedas para nunca mais ser encontrado.
Um abraço.
Another innovation was the auxiliary power unit (APU), which allowed electrical and air-conditioning systems to run independently of a ground-based power supply, and without having to start one of the main engines
Complementando o Fernando, após o episódio D. B. Cooper, foi instalada uma trava aerodinâmica de forma a impedir a abertura da escada ventral em vôo.
Oi Flávio, não só a Transbrasil, mas tb Varig, Cruzeiro e Vasp tiveram estas maravilhas.
Por terem 3 motores eram subsônicos ( chegavam próximos à velocidade do som) e reza a lenda que um piloto de uma companhia brasileira ao trazer um para o nosso país fez um tunor ( uma volta sobre o próprio eixo) com um deles para teste . não se sabe até hj se isto é lenda ou verdade…. Mas o que se sabe é que eram confortáveis, potentes, duráveis e foram usados ainda como avião de carga por muito tempo.
Uma de suas características marcantes era a escada de passageiros que descia da cauda.
http://img.gawkerassets.com/img/17l6sxkq51itkjpg/original.jpg
Eles pararam de ser fabricados, por conta do Barulho de seus motores e também do isolamento ( baixo) de ruídos de sua cabine.
mas teve um maluco que o transformou ( sem asas) em uma limousine que trafega pelas ruas com autorização
http://www.techeblog.com/index.php/tech-gadget/feature-world-s-only-street-legal-boeing-727-jet-limo
Apenas um reparo: o nível de ruído na cabine nos 727 era o mais baixo de todos, justamente pelo fato dos 3 motores estarem posicionados na cauda. . .então Bruno, sua informação não procede.
Verdade verdadeira, a Boeing literalmente “matou” o 727 por conta de tentar aumentar as vendas do 757, que por sua vez também foi “morto” para abrir espaço para os 737NG.
Concordo integralmente, Zé Maria!
Zé Maria,
O erro foi meu de não me expressar bem. Eles ficaram barulhentos em relação aos outros que substituíram como o 737, etc, mais modernos.
Foi isto que eu quiz dizer.
Mas são ainda hoje fantásticos
Tem algo mais charmoso que uma escada no rabo?