DODGINHO, 40

SÃO PAULO (não conhecia ainda) – Filme restaurado pela Dana que ao menos para este blogueiro é novidade. Mas veio bem a calhar, porque coincide com os 40 anos do lançamento do Dodge 1800, o Dodginho. O Thiago Bosco mandou. Muito legais as imagens da ampliação da fábrica, as obras acontecendo enquanto os Dojões saíam da linha de montagem ao lado, empoeirados por conta do trabalho dos operários da construção civil.

Eu tinha um amigo que havia trabalhado no marketing da Chrysler. Ele me contou que, na época, o lançamento do Dodginho foi antecipado por causa do Chevette, que a GM colocou antes nas ruas na mesma categoria — carro pequeno, compacto, em dia para enfrentar a crise do petróleo. E que o Dodginho foi jogado no mercado sem os devidos testes. Os primeiros davam muitos problemas. E um dia chegou ao pátio da fábrica um caminhão trazendo um 1800 com um bilhete dentro, de uma compradora: “Enfiem este carro no cu”.

Ele me contou também que para brigar com a GM, a Chrysler comprou uns dois ou três da montadora concorrente e nos finais de semana colocava os Chevettes de capô aberto em estradas de grande movimento, como se estivessem quebrados.

Como se diz na Itália, nos dois casos, se non è vero, è ben trovato.

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Cristóvão
Cristóvão
7 anos atrás

Olá, eu tenho um Polara GL 81 automático. Alguém poderia me indicar uma oficina em São Paulo? Obrigado
[email protected]

PAULO ROGERIO DA SILVA
PAULO ROGERIO DA SILVA
9 anos atrás

Ola que show, seu blog, me diga tem algum lugar para anunciar meu dodge polara preciso desocupar o quintal.

Paulo Travaglini
Paulo Travaglini
10 anos atrás

Um carro legal(*), que foi do Ringo Starr vai a leilão:

http://www.dailymail.co.uk/news/article-2442649/Ringo-Starrs-Facel-Vegal-Facel-II-car-auction.html

(*) Classificado segundo o Padrão Flaviogomístico de Classificação de Veículos

Guilherme
Guilherme
10 anos atrás

Na Argentina ainda é possível vê-los rodando com o emblema da VW.

Wolfpack
Wolfpack
10 anos atrás

Agora, o que era aquilo, ampliavam a fabrica e ao lado sai os Dart? Tudo ao mesmo tempo? Agora as rodas com detalhes em preto voltaram a moda. Observem o novo Golf VII. Dodginho, porque a DANA? ela ficou com a area da Chrysler? Uma outra coisa, a Chrysler queimou o filme no Brasil por duas vezes. É um herói quem compra carro desta marca que abandonou o Mercado por duas vezes. Eu passo longe,

Paulo Eduardo
Paulo Eduardo
10 anos atrás

Aprendi a dirigir num destes, Polara 1977 azul metálico mosca, de minha irmã. Depois, quando me julgava um verdadeiro as do volante adorava praticar, digamos, traquinagens, com a tração traseira até que uma espetacular rodada seguida de uma quase capotagem numa estrada de terra segurou um pouco minha onda. Lembro-me de meu cunhado perguntando o porquê da roda estar cheia de mato. Nem lembro o que respondi.

Enrico
Enrico
10 anos atrás

Essa história de comprar carro do concorrente e colocar “quebrado” na rua para queimar o filme conhecia com a Ford fazendo isso com a VW quando esta lançou o Passat, concorrente do Corcel; parece que puseram estes Passat “fervidos” na subida da Anchieta e do Caminho do Mar para detonar o primeiro VW refrigerado a água, ainda mais que toda a vida até então um dos argumentos de venda da VW era “ar não ferve”.

peter von wartburg
10 anos atrás

meu pai já teve um dodginho. era bege, de segunda mao. carro confortável, mas pequeno pra caber a patota toda, meus pais e 5 filhos.

Valmir Passos
Valmir Passos
10 anos atrás

esse carro era uma enorme porcaria. ruim demais!!!

Eduardo Britto
Eduardo Britto
10 anos atrás

Tive dois, um era amarelo-gema que parava colecionadores… Quem lembra da Mecânica Polar, no começo da av. Cruzeiro do Sul, no Pari, especializada em Doginhos? Tinha outra na av. Independência, no Cambuci, que nunca usei. Ontem vi um parado na Casa Verde Alta, tava judiado, mas cheio de dignidade… Valeu!

Pablo Vargas
Pablo Vargas
10 anos atrás

Uma das bizarrices do modelo 2 portas, eram os vidros traseiros basculantes que caiam pelo caminho…

Mas o painel de instrumentos dos ultimos polara era coidiloco !

Walter Terra Campos ?POA
Walter Terra Campos ?POA
10 anos atrás

Olá

Bela lembrança, não tinha me dado conta do ano e a relação com o Dodginho.

Em 1973 fui estudar em São Paulo, comprei um Dodginho (na Janda) antes de eles serem colocados no mercado,esperei de 60 à 90 dias para recebê-lo.

Meu carro era o nº 1274 se não me engano (faz muito tempo)

Com 600 quilômetros apareceu o 1º defeito,quando reduzia de 4ª para 3ª a marcha pulava para ponto morto.

Para acertar isto foram três caixas de câmbio e algumas estórias digamos surreais.

Na já estava na 2 ª caixa e o problema persistia e como numa vinda a Porto Alegre levei o carro na concessionária, expus o motivo e me garantiam que o conserto seria fácil.

Quando fui buscar o carro me explicaram que tinham sanado o defeito, disseram que a marcha saltava porque tinha folga nas engrenagens,então juntaram todas bem juntas e furaram o eixo primário e colocaram um pino, assim elas não teriam como se deslocar.

As marchas ficaram duras era difícil trocá-las, como tinha que retornar a São Paulo não pude reclamar.

Na Janda expliquei o que ocorreu e o carro ficou para conserto. Não quiseram trocar o câmbio.

Na hora de testá-lo fui junto e mesmo não estando dirigindo percebi que o câmbio continuava duro, testador disse que logo ele se acomodaria e ficaria normal e para demostrar as qualidades começou a trocar as marcha no tempo,sem o uso da embreagem, comentei que ele era bom nisso pois estava trocando rápido e com o carro em velocidade, até que reduziu da 2ª para 1º a caixa zuniu na hora e acabou mal deu para chegar na oficina .
Ganhei o 3º câmbio que foi muito bom, macio, preciso,bom de fazer as marchas.

Também tive problemas de carburador, gastava muito. Exemplo: fim de semana indo de São Paulo para o Rio, dois tanques para ir, um lá e dois para voltar.

Fizeram uma chamada e trocaram o carburado por um de corpo deitado NSU e o carro ficou bom, passou a gastar como os outros.

Sempre achei um bom carro tirando estes problemas relatados nunca me deixou na mão.

Fui várias vezes ao Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Porto Alegre, Buenos Aires.

Deixou saudades.

Ah era o modelo luxo e vermelho.

Agora, aqueles testes da fabrica deveriam ser meio fajutos senão teriam percebido que o carro consumia muito.

Mauricio
10 anos atrás

Olha cara, só uma coisa me lembro dessa época (estudava engenharia na época e em SBC, da para imaginar onde?):
Houve de fato muita sabotagem e sacanagem entre as montadoras na época. A mais agressiva delas era feita pela VW. Envolvia funcionários quinta coluna… A Chrysler era muito leve, frouxa mesmo em muitos aspectos e a concorrência pegou pesado.
Pena. O carrinho era bonito.

willian
willian
10 anos atrás

“Ele me contou também que para brigar com a GM, a Chrysler comprou uns dois ou três da montadora concorrente e nos finais de semana colocava os Chevettes de capô aberto em estradas de grande movimento, como se estivessem quebrados.”

Que sacanagem… ahahahahaha…

Roberto Fróes
Roberto Fróes
10 anos atrás

O carro foi lançado antes do tempo.
Na época, não só o Chevette havia sido lançado, mas também a Brasilia, um Fusca bem vestido e com muito espaço para os passageiros (e nem tanto para bagagem). E havia o TL…
Eles se apressaram e lançaram o carro, mas logo se arrependeram – pois a imagem do mesmo ficou torrada – e ele logo pego o apelido de “Dodge 1800 Defeitos”.
Eu mesmo me queimei seriamente com o estouro do radiador de um com menos de 10 (dez) kilometros rodados. Andou da concessionária até a porta de minha casa, superaqueceu, e o radiador rachou quando eu estava abrindo o capô, veio om leque de água fervendo que pegou meu antebraço todo e minha barriga.
Se fosse hoje, eu ganharia fácil uma grana bem alta da fábrica! Fiquei mais de 1 mês com o braço direito quase inutilizado!
Mas ele era bem bonitinho!

Reynaldo
Reynaldo
10 anos atrás

Ouvi a mesma história mas com outro protagonista. Nesta, foi a Volkswagen quem comprou alguns Corcéis e os colocou no acostamento da Via Anchieta com o capô aberto simulando um superaquecimento. Histórias…

Renato Powell
10 anos atrás

Uma coisa me intriga. A Chrysler já teve duas oportunidades de deslanchar no Brasil. Montou a fábrica duas vezes e nas duas vezes, abandonou o Brasil. Acabei pesquisando e não foram duas vezes, vejam, da Wikipedia:

“Em 1980 a Volkswagen do Brasil adquiriu todas as ações da Chrysler do Brasil, desligando o controle americano sobre a filial brasileira. As intenções eram claras, abrir mercado eliminando os concorrentes. Desde modo, em 1981 a Chrysler do Brasil encerrou suas atividades, mantendo apenas a produção de uma espécie de caminhão voltada para o uso rural, até 1984. Ao todo a Chrysler esteve presente durante 3 oportunidades no país; nos anos 50, mediante a joint venture com a Brasmotor, entre 1967 e 1981 com sua companhia e entre 1998 e 2002, com a divisão Dodge, que produziu a pick-up Dakota.

Desde 2009 sobre controle do grupo Fiat Spa., a Chrysler pretende retornar ao Brasil pela 4ª vez2 , entretanto não divulgou planos, nem modelos. Contudo, informações dão conta de que o veterano modelo Dodge Dart deverá ser fabricado pela Fiat no Brasil, em sua nova geração, sob o nome de Fiat Tempra3 , em menção ao antigo sedan-médio grande vendido pela companhia italiana entre 1992 e 1998.”

http://pt.wikipedia.org/wiki/Chrysler_do_Brasil

Rafael Ribeiro
Rafael Ribeiro
10 anos atrás

Meu pai teve um Dodge 1800 ano 1974, vermelho com detalhes em preto. Comprou-o semi-novo, em 1975, e com ele ficou até 1978, quando a família precisou de um carro maior para as constantes viagens à Região dos Lagos, aqui no RJ.

Nestes quase 4 anos de uso, o carro conquistou a todos lá em casa, e até hoje meu pai o considera um de seus melhores carros, e olha que teve muitos, e bons. Só perde para os dois BMW que teve nos últimos 18 anos. Destaque para o interior, o conforto de rodagem e o desempenho, acima da média da categoria na época.

Ricardo Bigliazzi
Ricardo Bigliazzi
10 anos atrás

Cade o cinto de segurança no minuto 8? Cade os EPI´s a serem utilizados nos laboratorios? Alguém imaginou o que aconteceria se aquele feixe de molas quebrasse?

Éramos imortais da década de 70… lembro bem da fabrica da “Dodge” em frente a fabrica da Volks… em Santo André ainda tinhamos a fabrica de caminhões deles (virou um Carrefour).

Outros tempos, bem mais divertidos…

Imperador

Roberto Fróes
Roberto Fróes
Reply to  Ricardo Bigliazzi
10 anos atrás

Cinto de segurança? Na época, só mesmo em aviões e alguns carros de corrida…
Achava-se, inclusive, que ele era perigoso, pois impediria a pessoa de sair do carro, no caso de um acidente com fogo ou água.
Os valores de hoje não existiam naquela época, não dá para comparar.

willian
willian
Reply to  Ricardo Bigliazzi
10 anos atrás

qual carrefour é essa fábrica? aquele que fica naquela avenida que vai sair em mauá?

Robertom
Robertom
Reply to  willian
10 anos atrás

Sim.

Robertom
Robertom
Reply to  Ricardo Bigliazzi
10 anos atrás

Os caminhões também eram fabricados em São Bernardo, em Santo André era a fábrica de motores, que hoje é um Carrefour.
É a indústria automotiva perdendo espaço para o grande comércio de varejo.

Mario Mesquita
Mario Mesquita
10 anos atrás

Legal. Os Dodginhos são legais, mas essa fama de dar defeito deu uma queimada neles.

Gerson
Gerson
10 anos atrás

Meu primeiro carro comprado em 1980 com financiamento do meu pai por 5mil dinheiros, que paguei 500 por mes foi um Doginho 1800, ano de fabricacao 1975 na cor Cinza. Que saudades do Doginho e do meu Pai !!
Carburador SU que eu adorava mexer, e nunca ficava bom… tinha um conforto e estabilidade digna para a época, bom conforto interno, e me levou a muitos lugares conquistando varios sonhos.
Pena que nao tive condicoes financeiras de mante-lo em minha garagem até hoje.
Meu avo gostou tanto do meu Doginho na época, que acabou comprando um Polara e mais tarde outro, que ficarm com ele até o fim da vida.

A.Vandelay
A.Vandelay
10 anos atrás

Bizarro! Peãozada batendo massa de um lado e a linha de produção ali do outro. E a edição é uma pérola, trilha sonora muda ao leu, pneu canta em terra batida… Demais!

morpetx
morpetx
10 anos atrás

O vídeo é legal, mas o improviso mostra bem o que foi o início do carro, ruim mesmo! Só melhorou depois com o Polara. E nos últimos anos teve um modelo automático que era show!

Matteoni
Matteoni
10 anos atrás

Dodginho Amarelo?

Hummm… Os dono do Camaro pira!

Mário Buzian
10 anos atrás

FG<

Sempre MUITO LEGAL ver imagens da Chrysler do Brasil, ainda mais quando elas recém-completaram 4 décadas !
Sobre o Dodge 1800: nunca fiquei com um deles por muito tempo para formar uma opinião mais concreta, mas acredito que os primeiros realmente possam ter tido problemas crônicos, e infelizmente algumas publicações os usaram para "malhar o judas" e ele acabou pegando má-fama no mercado. Conheço um senhor de quase noventa anos de idade aqui na minha região que possui um dos primeiros 1800 fabricados até hoje, o carrinho está com seu filho mais novo (que é mais velho que a gente, por sinal) que o usa diariamente e já rodou quase 300 mil kmts. sem apresentar defeitos dignos de nota, apenas os normais em um carro que roda bastante; além disso, a família deles tem mais SETE Dodges 1800 e Polara, sendo que dois tem quilometragem bem baixa, e acredite, eles preferem usá-los bem mais que os CINCO Dodge Dart e Charger que estão guardados sob a capa por décadas !
Vou te mandar algumas fotos por e-mail sobre esses valentes carrinhos !!
Abração direto do Sul, camarada !

José Spinelli
José Spinelli
10 anos atrás

Depois a Chrysler deu uma boa melhorada no modelo, e passou a chamá-lo de Polara. Eram carros muito bons, que não davam mais problemas que os concorrentes da época. Lá em casa tivemos dois, um 77 e um 80. Tinham um câmbio maravilhoso, um som de motor bem legal (e no motor um lindo carburador SU), e saíam de traseira que era uma maravilha (pensando bem, as saídas de traseira na chuva não eram tão maravilhosas assim…). Acho que um Polara 77 ia cair bem na tua coleção!

ram2500
ram2500
10 anos atrás

Dizem que um engenheiro de São José dos Campos, intrigado com a quantidade de defeitos, levou um Doginho seminovo para a oficina da Embraer, desmontou-o todo e no fim catalogou todas as peças dele que se encontravam fora das especificações — o trabalho ficou mais volumoso que o catálogo da lista telefônica de SP…