S DA SALVELINA (1)

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No rosto dos mecânicos da Red Bull, sinais de cansaço de uma temporada desgastante e decepcionante.

SÃO PAULO (27 com este) – Quinta-feira, antigamente, era dia da entrevista coletiva da Marlboro no Transamérica. Na prática, abria extra-oficialmente os trabalhos para o GP do Brasil, em Interlagos. Claro que a gente, no jornal, começava a cobertura assim que o primeiro piloto desembarcasse em Guarulhos. O grande barato era colocar repórteres de plantão nos principais puteiros da cidade para ver quem andava se divertindo no Café Photo ou no Bahamas. Ou em outros que não lembro o nome.

Essas pautas nunca renderam muito, porque já nos anos 90 o grau de profissionalismo dos pilotos não permitia grandes saltos. No máximo, a gente flagrava alguns mecânicos se divertindo, enchendo a cara e pegando umas minas no Love Story. Eram tempos de dólar muito forte, e São Paulo meio que parava para a F-1 porque era garantia de dinheiro vivo circulando com desenvoltura em bares, churrascarias, hotéis, casas de massagem, tudo. Em 1990, por exemplo, quando a F-1 voltou à cidade, foi bem na época do Plano Collor. Simplesmente não havia dinheiro na praça, porque o governo confiscou tudo. O dólar, naquela semana, virou praticamente a moeda oficial da metrópole.

Hoje São Paulo não para mais para seu GP. Não há sinais da corrida nas ruas, entre outras coisas porque os outdoors estão proibidos. Mas isso, óbvio, não é o único motivo. A F-1 foi perdendo o interesse ao longo dos anos, na mesma proporção em que os pilotos brasileiros deixaram de ser protagonistas. Depois da morte de Senna houve, é verdade, alguns momentos de maior empolgação. Barrichello com a Jordan em 1996, segundo no grid, por exemplo. Acabou rodando. Em 1999, terceiro na largada com a Stewart. Mas quebrou.

Depois, todos os GPs com Rubens na Ferrari foram cercados de expectativa de vitória, mas na maioria das vezes ele decepcionou. Era pane seca, problema hidráulico, rodada, batida, até fazer a pole e conseguir o primeiro pódio em 2004. Não ganhou, mas foi melhor que nada. Seus anos de Honda foram um desastre, e em 2009, renascido, teve a chance de vencer ao largar na pole com a Brawn — mas a aposta numa condição climática maluca não vingou e ele ficou bem longe do pódio. Em 2010 e 2011, na Williams, Barrichello já era mero coadjuvante.

Na verdade, quem passou a frequentar o coração do brasileiro foi Massa a partir de 2006, com uma vitória espetacular em Interlagos largando na pole. Foi o primeiro do grid de novo em 2007 e terminou em segundo. Em 2008, terceira pole seguida e nova vitória, na mais dramática decisão de um título em todos os tempos — a favor de Hamilton, na última curva da última volta.

Em 2009, recuperando-se do acidente da Hungria, Felipe não correu. Foi mal em 2010 e 2011, ficou em terceiro em 2012 e voltou a andar mal no ano passado. A euforia que chegou ao auge em 2008 arrefeceu. Hoje, Massa é querido pelo público, mas está longe de ser alguém capaz de arrastar multidões.

Voltemos às quintas-feiras da Marlboro. Senna arrastava multidões, todo mundo sabe, e naqueles tempos a tal da coletiva no Transamérica era disputadíssima. Além da imprensa do mundo todo (porque a turma da Marlboro tinha pilotos muito bons, como Prost, Berger, Alesi e muitos outros, além de brasileiros), apareciam também alguns malucos que, sabe-se lá como, conseguiam credenciais para o evento. Em geral, fãs de Ayrton, que ficavam histéricos quando o brasileiro aparecia no palco. Um deles continuou frequentando o hotel por anos a fio mesmo depois da morte de Senna, para perguntar a Schumacher, em todas elas, se ele não achava que o governo brasileiro tinha de erguer um monumento ao piloto, um templo, sei lá. Bem doido, o cara, que vivia carregando uma pasta com recortes de jornais, fotos de Senna, revistas antigas, cadernos amarrotados. Eu tinha um pouco de medo dele, achava que um dia iria entrar naquele auditório com um fuzil e matar todo mundo.

Era um inferno, conviver com esses birutas. O saguão do hotel ficava repleto de torcedores portando bonés, bandeiras, pôsteres, calcinhas, cuecas, jaquetas, tudo que se pode imaginar, atrás de um autógrafo. Se não desse de Senna, e nunca dava, neguinho pegava qualquer um que estivesse com uniforme de equipe. Quase todos os times se hospedavam no Transamérica, um verdadeiro QG da corrida. O que não faltava era gente circulando pelo saguão.

Um inferno, mas divertido. Hoje, quando fui retirar minha credencial, senti a melancolia no ar. Não há mais fãs. Não há mais a entrevista da quinta-feira da Marlboro — que foi sucedida pela da Shell quando a propaganda de cigarro foi proibida de vez. Dessa fase Shell cheguei a participar de algumas como condutor da bagunça, até a épica de 2006, então despedida de Schumacher, no dia em que o pessoal do “Pânico” deu a ele uma tartaruga de plástico batizada de “Barrichello”. Michael riu, colocou um boné no brinquedo e adivinhem qual a foto que estampou todos os sites dali a dez minutos e todos os jornais no dia seguinte?

Rubens nunca mais falou comigo depois desse episódio, porque acha que fui eu que armei a história. Bem, não fui. Tentei até o fim segurar os caras do “Pânico” para que eles não estragassem a coletiva, e deixei a pergunta deles por último. A tartaruga foi entregue quando a entrevista terminou. OK, fui o portador do pequeno animal, porque o cara queria subir no palco e eu não deixei. Peguei o diabo do bicho e dei a Schumacher, que estava achando tudo aquilo muito engraçado. Fiquei com a fama, pelo menos para Barrichello, de ter arquitetado aquele plano mirabolante para humilhá-lo. Azar.

Bem, contei tudo isso para dizer que a quinta-feira nesta F-1 de hoje não tem mais o mesmo impacto que tinha nos tempos da coletiva da Marlboro, e por isso tenho aproveitado o dia, nos últimos anos, para dar uma olhada nos carros, reencontrar amigos e tirar umas fotos, porque essa vida de rede social assim o exige. Os amigos são cada vez menos numerosos. Stefano Zaino, do “la Repubblica”, um dos velhos colegas de tantas jornadas, me contou agora há pouco que apenas quatro jornalistas da mídia impressa italiana diária estão aqui: ele, dois da “Gazzetta” e um do “Corriere”. É uma tragédia. O contingente da Bota nos GPs, no auge da era Schumacher, ultrapassava a casa dos 20 repórteres fácil, fácil. Isso sem contar a turma de TV e rádio. Praticamente todos os jornais relevantes da Itália mandavam seus correspondentes para todas as corridas. Afinal, a Ferrari é uma instituição nacional.

Esse clima melancólico atinge muitos repórteres de várias nacionalidades. É senso comum que “já não é mais a mesma coisa”. Verdade. Principalmente porque as corridas começaram a ser realizadas em glebas mui distantes, e cada viagem dessa custa uma fortuna, além de desgastar demais todo mundo, fisicamente. É um massacre. E, sendo bem objetivo, jornais e revistas atualmente não faturam o suficiente para ser dar o luxo de mandar repórteres para todos os cantos do mundo. Além disso, a cobertura na internet matou a imprensa escrita.

Enfim, esse é o clima. Baixo astral entre os que trabalham na imprensa, e cansaço entre os que estão lá embaixo, nos boxes. Há apenas nove times em Interlagos, o que faz do pit-lane uma área tristonha e vazia, em certa medida. A F-1 está em crise, e não é só financeira. Ela precisa recuperar sua vida, a alegria e o entusiasmo que desapareceram.

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Giovanni
Giovanni
9 anos atrás

A F1 perdeu brilho, não é mais ATRATIVA, desde o início dos anos 2000, com raros bons momentos de lá pra cá, e não é só no Brasil, é no mundo inteiro. Mas não estou falando das corridas e dos pilotos em si porque,. se for pensar, as equipes são ótimas no que fazem, os pilotos também, tecnologia é de ponta, e dinheiro não falta. Mas então, qual é o problema? A F1 é a prova de que profissionalismo, tecnologia, e dinheiro não são tão importantes quanto o sentimento, evidenciando que esses três fatores em exagero mata o brilho da categoria, mas que se pode levar a qualquer âmbito na vida.

Exemplos?
1 – PROFISSIONALISMO: hoje, tudo tem que pedir benção pro papa. E não é só pra torcedor chegar perto. É pra piloto falar também, etc.

2 – TECNOLOGIA: pra que investir milhões de dólares numa porra de aerodinâmica que só fode com as ultrapassagens, sendo que a aerodinâmica não serve nem como desculpa para contribuir pro desenvolvimento de carros de rua? Sobre a telemetria e sistema de informação, é importante e deve ser usada pra segurança, mas não pode ser para auxílio de desempenho do piloto! Isso MATA A ESSÊNCIA DA COMPETIÇÃO! O Piquet falou isso ontem! Por isso tem piloto de 17 anos pilotando como se tivesse 10 anos de experiência. RIDÍCULO! Tinha que acabar com a telemetria ligada aos desempenhos do carro e do piloto.

3 – DINHEIRO: As corridas saem de circuitos tradicionais para corridas em Abu Dhabi, Dubai, Bahrein, e a puta que o pariu porque lá os caras pagam o dobro para tê-las, MAS em compensação mata o público, que é QUEM PAGA A CONTA, na verdade! Mas aí você olha o lucro da categoria e percebe que a F1 dá um lucro tão grande, que mesmo se não fosse ter esses circuitos ridículos, teria uma puta margem de lucro, COM PÚBLICO.

4 – CONCORRÊNCIA DE AUDIÊNCIA: antigamente a F1 não tinha concorrência nos horários do evento. Hoje, a F1 pode acontecer a qualquer hora que sempre vai ter uma concorrência chamada INTERNET. A bosta que está hoje a F1, o cara que tem internet não vai deixar de ficar falando com amigo no facebook ou assistindo a um filme para ver uma corrida previsível de F1. Simples. Aí o cara ouve dizer que a corrida foi boa, vai no youtube procurar o video da corrida e o que acontece? Vídeo removido pela própria F1! O otário do bernie eccleston apaga os vídeos da principal fonte de pesquisa de vídeo do mundo! Aí está outro motivo para a baixa audiência da F1.

E sabe por que isso não muda na cabeça desse bernie ecclestone? Porque ele é burro o suficiente pra achar que tudo o que ele faz é o melhor possível e não há decisões melhores que a dele para fazer a F1 ser mais atrativa, além de não perceber que quem paga a conta é o público, através dos ingressos para quem paga ter a corrida no circuito, e públicos/clientes dos patrocinadores que pagam a conta das equipes, circuitos e transmissão de TV. E sem público, não há jogo.

pcds34@yahoo.com
9 anos atrás

Flavio, essa da tartaruga Barrichello foi demais ahuahuahuahuahua… imagina se você fez de propósito, claro que não… ahuahuahuahuahua
E quanto à frase “Hoje, Massa é querido pelo público…” QUE PÚBLICO, CARA PÁLIDA? Eu odeio a personalidade submissa dele.

Eduardo
Eduardo
9 anos atrás

Putz, FG, acabei de ver um pedaço do treino livre e, cara, que triste.
Como disse o indigitado Fabio Seixas, somos da época de muitas equipes tentando se classificar, e não de uma categoria em busca de carros para largar.
É claro que temos a tendência natural de achar que o ontem era melhor, mas era mesmo. Jamais me esquecerei de um domingo, final de tarde aqui, com Alesi em uma Tyrrell (!) rachando a lenha com Senna no GP dos EUA. Eu, meu tio e meu avô em frente a uma TV 14” vibrando com o pega dos dois. Tenho a impressão de que essa diferença na F1 atual e vindoura é cada vez mais impossível, daí a triste ideia dos 3 carros ou de um, perdão, campeonato brasileiro disputado entre Corinthians e Flamengo em 38 mata-matas.
Mundo triste.

gabriel rego
9 anos atrás

excelente a crônica…excelente…o Rubinho ficou brabo mesmo com a estória da tartaruga? Barrichello não parece um cara que guarda mágoa não…acho que já passou… já passou…

Leon Neto
Leon Neto
9 anos atrás

Post espetacular. Flavio Gome em sua melhor forma . Entraria facil no ” Boto do Reno II- A Missao” .

GUS
GUS
9 anos atrás

Belo review Flávio:

Hoje as pessoas (mais jovens) não se interessam mais por motores à combustão, ou até por carros em si…mas se descabelam por smartphones, aquelas coisas que as fazem tropeçar caminhando (sic);
– Pistas tão emotivas e históricas como estacionamentos de megamercados…

Em suma, é preciso uma revolução para revitalizar a coisa a nível mundial!

Luis Felipe
Luis Felipe
9 anos atrás

Legal, essas reminiscências. Eu, que já fui muito mais interessado em F1, para não dizer fanático ( cheguei a pagar mais de três mil dilmas por excesso de peso na bagagem, devidos aos livros e enciclopédias sobre F1 que comprei na Europa e que não existiam à venda no Brasil, coisa de doido mesmo ), estou na mesma toada “blues” que toma conta aí de Interlagos. Penso que a F1 ainda é a melhor categoria de automobilismo do mundo e ainda será por muitos anos, mas a verdade é que esta F1 não é mais “aquela F1”, entendem? Como manter o interesse dos fãs, o que dirá conquistar novos, se uma pilota absolutamente medíocre chamada Susie Stoddart, mulher do chefão da Mercedes Toto Wolf, anda na sexta-feira do GP da Inglaterra nos mesmos tempos de volta que Vettel e Alonso, dois dos melhores pilotos de F1 de todos os tempos? E para não dizerem que sou machista ou misógino, o que dizer deste fedelho de 16 anos, Max Verstappen, andando na mesma toada do resto do grid em Suzuka? Tem coisa muito, mas muito errada aí. Esses carros caríssimos, com tecnologias de ponta na recuperação de energia e do diabo a quatro não são para super pilotos. São para gente comum, como eu e vocês. Costumávamos endeusar caras como Alain Prost, Keke Rosberg, Gilles Villeneuve, Patrick Tambay, Michele Alboreto, Ayrton Senna, Nelson Piquet, Nigel Mansell, Gerhard Berger, Riccardo Patrese e Michael Schumacher porque sabíamos que os bólidos que pilotavam eram, sorry pelo palavrão, foda até de andar em linha reta, quanto mais pilotar a 300 e pico km/h. Todos, jornalistas e fãs, sabíamos disso. E, de novo, respeitávamos esses caras, porque sabíamos que eram gente de outro mundo em carros de outro mundo. Não acho que o interesse pela F1 venha caindo porque a internet fez estrago na mídia escrita ou coisa que o valha. Se a categoria fosse sombra daquilo que já foi, e como a acaretaram!, acredito que o interesse do público seria tão grande quanto já foi. O único homem capaz de salvar esta barca do naufrágio líquido e certo é o próprio timoneiro. E ele tem nome: Bernard Charles Ecclestone, ou Bernie, para os íntimos.

Fabiano
Fabiano
9 anos atrás

Flavio,

Você falou bastante da Marlboro, uma coisa que eu notei ultimamente e me colocou uma ideia na cabeça, meio descabida é claro, mas justificável, pelo menos ao me ver.

A McLaren vai voltar a usar motores Honda ano que vem, e tá sem patrocínio este ano… e nada fechado pro ano que vem, certo ?! A época mais vitoriosa do time foi com a dupla Honda-Marlboro.

Você viu que o maço de Marlboro está sem o nome escrito em preto, e é no mundo todo, está em um sutil relevo somente, praticamente só em vermelho e branco. Tudo bem que não pode ter patrocínio de cigarro, mas ninguém pode impedir de pintar o carro de vermelho e branco, sem nenhum nome, igual ao novo maço do Marlboro. certo ?

Eu estou viajando na maionese e sendo saudosista de mais, ou realmente pode ter coisa ai ?!

Carlos Pereira
Carlos Pereira
9 anos atrás

Flávio, só um detalhe: Não acho, conforme a legenda da foto, que a temporada da Red Bull foi decepcionante. Pode não ter sido a esperada, principalmente pelo Vettel que não fez nada que preste, mas Ricardão salvou a pátria. Um ar renovado nesse ambiente chato que a F1 tá se tornando.

Allez Alonso!
Allez Alonso!
Reply to  Carlos Pereira
9 anos atrás

Também não achei que os mecânicos na foto estão desgastados, talvez se fosse o outro carro, mas os mecânicos do carro 3 estão alegres.

Paulo Pinto
Paulo Pinto
Reply to  Allez Alonso!
9 anos atrás

Os mecânicos do carro 14 também estão alegres.

Allez Alonso!
Allez Alonso!
9 anos atrás

Essa do Rubens foi engraçada. Era melhor levar na esportiva, depois pegar a tartaruga de volta na Hungria em 2011. Rubens pode ter menos conquistas que o alemão, mas nenhuma foi com controle de tração proibido, sem filtro de combustível, jogando o carro pra cima dos outros e, principalmente, fruto de hoje não, hoje sim. Outro piloto alemão que não sabe correr sob pressão, quando tem adversários, aposenta. Foi assim em 2006, com Alonso sendo adversário em equipe diferente, e em 2011 pegando o fraco Rosberg e sucumbindo diante do alemão leva-ferro-do-Hamilton, como companheiro de equipe. A história se repete com Vettel dessa vez e o melhor alemão da safra, Hulkenberg, limitado a andar em equipes pequenas.

Nico
Nico
Reply to  Allez Alonso!
9 anos atrás

Nossa! Quanta mágoa represada…

Paulo Pinto
Paulo Pinto
Reply to  Nico
9 anos atrás

A maior mágoa do Vicellez é saber que Alonso nunca vai atingir o patamar de Schumacher.

Hahahahahahaha! (sete… número místico).

Allez Alonso!
Allez Alonso!
Reply to  Nico
9 anos atrás

Enquanto Shumacher esteve na pista com o Alonso, ele levou pau. Os títulos do Shumi são pre Alonso… Quem riu por ultimo com o Shumacher foi o espanhol. Foi assim, haha! Depois chegou o Newey e a RedBull, mas aí é outra história.

Paulo Pinto
Paulo Pinto
Reply to  Nico
9 anos atrás

Enquanto Alonso esteve na pista com o Vettel, ele levou pau. Os títulos do espanhol são pré-Vettel. Quem riu por último com o Alonso foi o alemãozinho. Foi assim, hahahaha! Depois chegou a Mercedes, a derradeira equipe de Schummy (só pode ser perseguição), mas aí é outra história.

Allez Alonso!
Allez Alonso!
Reply to  Nico
9 anos atrás

Você tem que torcer pra dois pilotos pra poder comparar com o Alonso?

Paulo Pinto
Paulo Pinto
Reply to  Nico
9 anos atrás

Comparar um hepta e um tetra com um bi? Sem noção!

Estou apenas mostrando que as Eras se sucedem no esporte, incluindo a F-1.
Por uma estranha coincidência, os magros campeonatos do espanhol ficaram “espremidos” entre duas Eras tedescas.

Jonatas
Jonatas
9 anos atrás

Sobre a falta de alegria e entusiasmo, vejamos:

1. Os pilotos viraram robôs apertadores de botões, salvo raras exceções.
2. As regras são estúpidas e visam promover competitividade de forma artificial. Exemplos? Obrigatoriedade da troca de pneus, pontuação dupla na última corrida, sistema que premia regularidade, não arrojo, e por aí vai.
3. O formato do qualifying é patético, sem emoção alguma.
4. Até o barulho dos motores os caras conseguiram estragar.

Como gostar dum esporte desse? Essas invenções todas tornaram a F1 chata e irreconhecível para quem gostava e não conseguiu cativar novos fãs. Passou da hora do gagá do Tio Bernie largar o osso e passar a batuta para alguém que consiga resgatar o espírito das corridas de outrora que hoje foi substituído pelo espírito do lucro a qualquer custo.

Luis Felipe
Luis Felipe
Reply to  Jonatas
9 anos atrás

Bons pontos, Jonatas. Acho que é por aí mesmo.

Victor
Victor
Reply to  Jonatas
9 anos atrás

Eu acrescentaria:
5. Os carros ficaram feios como o capeta, acabou o ar futurista;
6. Os carros são lentos (5 segundos por volta, dependendo da pista) e dá pra notar a aceleração fraca;
7. Carros sem testes e congelados onde a chegada da primeira corrida do ano já define todo o campeonato…
E por aí vai…

Fabio yan
Fabio yan
9 anos atrás

Qdo começou a asa móvel, a maioria da imprensa gostou daquilo. Enalteceram as dezenas e dezenas de ultrapassagens por corrida. Eu achei péssimo. Tudo o que é paliativo é castelo de areia. Naquele momento a guinada descendente da F1 se acentuou. E uma outra coisa anterior a isso, que muitos podem achar bobagem, mas considero subliminarmente decisivo: a largada não ter mais luz verde. Largar ao se apagarem a luzes não é bom. É como se às 23:59:50 de 31 dezembro, em Copacabana, houvesse a contagem regressiva de 10 seg, e ao final dela, nada. Sem luzes dos fogos de artifício no céu.

Paulo Z
Paulo Z
9 anos atrás

falei disso no com meu pai! conseguiram acabar com a F1…..onde já se viu F1 sem som de motor estourando os tímpanos?

maoi
maoi
9 anos atrás

Que/quem diabos é Salvelina?
Só eu estou boiando por aqui?

Carlos Tavares
Carlos Tavares
Reply to  maoi
9 anos atrás

Só. Certeza.

Victor
Victor
Reply to  maoi
9 anos atrás

Salvelina é a vó do menino do taca-lhe pau, por isso ele diz “desce o morro da Salvelina”.

Ricardo Soares
Ricardo Soares
9 anos atrás

Pergunta: Esse fã do Ayrton”, desfilou na Paulista, semana passada??? e, lamentável a “entrega” da tartaruga, né Flávio (me mande…rsrsrsr)

PlayBackShow
9 anos atrás

Fiquei triste. Eu ainda estava na maravilhosa fábrica de chocolates – http://geradormemes.com/media/created/3tdc22.jpg -, sem querer abria a porta e ver como estão realmente as coisas lá fora, e aí vem você e dá mais outro ponto de vista da real situação…

http://geradormemes.com/media/created/0tntmb.jpg

Carlos Tavares
Carlos Tavares
9 anos atrás

Baita verdade. Dá pra sentir essa energia. Ou a falta dela. Vou acompanhar, porque gosto, é tradição, mas a empolgação não é a mesma dos anos anteriores. Ano passado já estava diferente. Parece que perdeu o encanto.

Chupez Alonso
Chupez Alonso
9 anos atrás

Mas é claro que os Tifosis não vão mandar ninguém à toa para cobrir um time perdedor com o Viceonso.

Mas deixa começar a ganhar de novo…

Por enquanto, nessa fase perdedora, estão mais para Te fode (Alonso).

Mas é questão de tempo.

Allez Alonso!
Allez Alonso!
Reply to  Chupez Alonso
9 anos atrás

Vou rir muito do ferro que o Vettel vai levar do Kimi, assim como vou rir ao ver o Kvyat fazendo o que o Vettel não sabe fazer. Depois de quatro títulos by Newey, ri melhor quem ri por ultimo. Esse é só o primeiro há. 2014, máscaras ao chão! #ChupaMais!

Paulo Pinto
Paulo Pinto
Reply to  Allez Alonso!
9 anos atrás

E eu estou rindo já faz oito anos.

Alex Butantã/SP
Alex Butantã/SP
9 anos atrás

Ótimo texto e lembranças!! E foda-se o chorão do Barrichello.

Evandro
Evandro
9 anos atrás

Toda a unanimidade é burra, como disse Nelson Rodrigues. Assim nosso Bernie que tinha fórmula mágica achou que tinha acertado (e por um tempo funcionou) e não precisava mudar nadinha. Oras, tudo evolui e em time que está ganhando se mexe sim, a dinâmica é outra, as pessoas querem novidades, a tecnologia muda e o equilíbrio é muito necessário para que haja o que todo mundo vai assistir: contacto, disputa, imponderabilidade. Ninguém quer ver um carro disparando na frente. Senna ganhava, mas passava a corrida toda disputando, assim como Piquet, Emerson e outros grandes ídolos., Prost parou por que enxergou exatamente isso. Não tem a menor graça sem ninguém pra disputar. A era Schumacher foi genial exatamente pelas novidades e sempre houve alguém disputando alguma coisa. Apartir daí a F1 virou o que todos concordam: uma chatice sem graça. Mudar é preciso, e urgente. Mais carros urgente. Mais equipes urgente. Já pensou ordens de equipes entre 8 equipes de 3 carros cada? Um dia um amigo meu segredou: Vira e mexe a gente cria uma categoria pra brincar, seja kart, fusca, gaiola, enquanto mantemos tudo meio standart todo mundo se diverte, basta abrir a regra um pouquinho pronto, os preços disparam e o pessoal começa a cair fora. Bernie, põe motor de fusca nas baratinhas e carburador, tira o rádio controle dos consoles e deixa a turma se virar na pista, aposto que vai ser mais divertido.

pcds34@yahoo.com
Reply to  Evandro
9 anos atrás

Discordo quando você diz que na era Schumacher sempre houve alguém disputando alguma coisa. Eu achava as corridas chatíssimas porque já sabia que o Schumacher ia ganhar pois os carros da Ferrari eram zilhões de anos-luz mais rápidos e estáveis que os outros. E o pior: se fosse o segundo piloto da Ferrari que estivesse em primeiro a “equipe” mandava ele dar o rabo (digo, a posição) para o Dick Vigarista ganhar a corrida (Oi, Barrichelo e Massa, não sei porque lembrei de vocês). Na minha opinião, a derrocada da F-1 começou com essa absurda diferença da era Schumacher, senão na absurda diferença da era Williams com Mansell e Prost.

Pablo Vargas
Pablo Vargas
9 anos atrás

Puxa, não sabia que o Barrichello te culpava pela piada da tartaruga.
Se no lugar dele fosse o Piquet, ele te mandava à merda, davam-se umas risadas e tava tudo certo.
Mas cada um é do jeito que é.

Paulo Pinto
Paulo Pinto
Reply to  Pablo Vargas
9 anos atrás

Era só deixar o cara do “Pânico” subir no palco.

Razor
Razor
Reply to  Pablo Vargas
9 anos atrás

É…do mesmo jeito que foi com o Senna, né?
Se bem conheço a fera, ele nunca mais falaria com o FG e não perderia uma chance de dar uma alfinetada no nosso jornalista-mór.

Zé Maria
Zé Maria
9 anos atrás

Seguinte:
A gente pode não concordar em um monte de coisas, política, futebol, religião, mulheres e o que mais vier na cachola de quem por aqui comparecer, citei tudo o que acima está exposto apenas como exemplo, ok!
Feito esse preâmbulo, não tem como não dizer que quando você está inspirado, e são poucas as vezes em que você não o está, seus textos fazem o nosso dia ficar diferente, a maneira diferenciada com que você transforma em palavras suas idéias e pensamentos fazem a nossa alegria silenciosa e solitária domado de cá. . .
Poderia dizer mais, mas me basta apenas um “Muito obrigado, Flávio Gomes!!”.
Abraço.
Zé Maria

Zé Maria
Zé Maria
Reply to  Zé Maria
9 anos atrás

“domado de cá” foi osso. . .culpa do corretor automático e do matusa aqui que não revisou antes de postar. . .
Favor entender como “do lado de cá”.
Obrigado.

Gabriel P.
Gabriel P.
9 anos atrás

Flávio
Agora ocorreu-me uma indagação.
Qual foi a temporada da F1 em que haviam mais carros e equipes no grid?
E qual em que haviam menos?

Alexandre Carvalho
Alexandre Carvalho
Reply to  Gabriel P.
9 anos atrás

Das que tiveram mais carros disputando uma vaga no grid, acho que foi a temporada de 1989. Se não me engano, já na etapa de abertura, eram 41 pilotos disputando uma vaguinha em Jacarepaguá.

Roberto
Roberto
9 anos atrás

Flavio, você tira sarro com muita gente aqui (eu mesmo já fui vítima) por causa de problemas com a língua portuguesa. Então desculpe, mas eu não pude resistir. Você escreveu: “A F-1 foi perdendo o interesse ao longo dos anos”. A F1 perdeu o interesse em quem, em quê? Não seria mais adequado: “O interesse pela F1 foi se perdendo ao longo dos anos” ou “O interesse pela F1 foi sendo perdido ao longo dos anos” ? E se eu cometi algum erro escrevendo aqui, pode “sentar o sarrafo”. Ótimo texto. Abraço!

Clayton Moura Belo
Clayton Moura Belo
Reply to  Flavio Gomes
9 anos atrás

Voz passiva… Voz ativa (valeu, Mano Brown)… E por falar em Língua Portuguesa, por isso que só nossa língua pátria expressa, por grafia, o sentimento da “saudade” (vide Clarice Lispector – in: “Saudades” pensador.uol.com.br/sinto_saudades_clarice_lispector/ ). Saudades dos tempos em que as equipes pequenas chegavam a Interlagos já na 3a.feira! E, por acaso, o Sam Michael (na época, um imberbe mecânico da March – creio eu) na balada de então, com uma baita brasileira no colo, naquela sauna da Brig. Luís Antônio (acho que no número 270, ou 2700, ou 2070… sei lá… se adivinhass que o cara seria chefão na McLaren, tinha pedido um autógrafo). Às vezes, na maioria das vezes, me identifico com essas pessoas, não monetariamente plenas e repletas, mas que têm histórias das boas para contar. Parabéns pelos textos FG e, por tabela, parabéns aos demais colegas que acompanham esse blog. Que daqui a pouco os caras começaram a “tacar-le o pau”

Rafael Rego BH
Rafael Rego BH
Reply to  Roberto
9 anos atrás

Foi perdendo o interesse. Deixou de ser interessante, de ter apelo. Não entendi essa…

Pra mim Flavio é padrão ouro em escrita, e uma das minhas referências. Nunca vi uma crase ou uma virgula fora do lugar. Aprendo muito por aqui.

Claro, considero a opinião política dele inversamente proporcional à qualidade de sua escrita.

Abraço,

F. Campos
F. Campos
Reply to  Rafael Rego BH
9 anos atrás

Eu considero diretamente proporcional. Qualidade de escrita muito acima da média sem dúvidas.