SÃO PAULO – O designer Márcio Piancastelli morreu hoje em São Paulo aos 79 anos. Foi o homem que desenhou, entre outros, a Brasília e o SP2. Nesses lindos carrinhos seu talento permanecerá vivo para sempre.
SÃO PAULO – O designer Márcio Piancastelli morreu hoje em São Paulo aos 79 anos. Foi o homem que desenhou, entre outros, a Brasília e o SP2. Nesses lindos carrinhos seu talento permanecerá vivo para sempre.
Flavio Gomes é jornalista, mas gosta mesmo é de dirigir (e pilotar) carros antigos.
SÃO PAULO (tudo muito cinza no horizonte) – A Ford acaba de anunciar o encerramento de suas operações no Brasil depois de 102 anos. As fábricas de Camaçari (BA), onde eram produzidos a EcoSport e o Ka, e de Taubaté (SP), de motores e transmissão, além da planta de Horizonte (CE), onde era feito o Troller, vão fechar as portas. Em fevereiro de 2019, a montadora americana já havia lacrado a fábrica de São Bernardo do Campo (SP), histórica, onde eram montados seus caminhões — foi comprada da Willys em 1967. Dos 6.171 funcionários da empresa no país, 5 mil serão demitidos. Essa massa de trabalhadores está distribuída assim: 1.652 em São Paulo, 4.059 na Bahia e 460 no Ceará.
Não vi ainda os cálculos dos especialistas sobre a quantidade de empregos indiretos que serão afetados com essa decisão. Segundo a Ford, ficarão ativos apenas o campo de provas de Tatuí (SP), um centro de desenvolvimento de produtos na Bahia e uma sede administrativa em São Paulo. O que vão testar em Tatuí e o que vão desenvolver na Bahia, isso não tenho a menor ideia.
Há uns anos, lembro de ter postado uma nota aqui no blog reportando que a Ford estava se redefinindo como uma “empresa de mobilidade”, tendo investido na compra de uma empresa que alugava bicicletas na Alemanha. Era um sinal.
Mas isso, claro, não explica tudo. Porque no Uruguai e na Argentina a montadora continuará produzindo seus veículos. O fechamento das fábricas da Ford no Brasil tem a ver com a desgraça em que este país foi transformado depois do golpe que tirou Dilma Rousseff da presidência, arrebentando o país e detonando seu mercado interno — golpe deflagrado assim que Dilma se reelegeu, quando empresários, mídia e elite econômica em geral decidiram sabotar o governo, inconformados com mais uma vitória do PT. Tem a ver com a mentira da política econômica neoliberal reformista levada a cabo a partir de Michel Temer. Tem a ver com a tragédia da eleição de um tosco ignorante para o Planalto, transformando o Brasil num país medieval e sem rumo, preocupado com mamadeiras de piroca, vacinas que transformam pessoas em jacarés e coisas do tipo.
E, desculpem, não tem nada a ver com “custo Brasil”, impostos, legislação trabalhista. Essas empresas estão aqui há anos. No caso da Ford, há mais de um século. Cada empresa se adapta ao país onde resolve se instalar. Essa baboseira toda de “custo Brasil” é compensada com moeda fraca, mão de obra barata, mercado interno extenso, capacidade de exportação e margens de lucro altíssimas.
É muito triste testemunhar o fim da trajetória de uma empresa como a Ford no país. Muito, muito triste. A marca do oval azul está aqui desde 1919, época em que automóveis ainda eram uma novidade planetária. Quando passou a produzir seus carros em São Bernardo em 1967 — até então a Ford operava com veículos que chegavam aqui desmontados –, entraram em nossas vidas o Galaxie, o Corcel, a Belina, o Escort, o Maverick, o Del Rey, a turma da Autolatina (Verona, Versailles, os modelos equipados com motor AP da VW), e depois Ka, Fiesta, Focus, EcoSport, e ainda os utilitários como a F75, a Rural, as picapes F-alguma-coisa (sou péssimo com os nomes-códigos), e os caminhões, e os tratores, é só olhar para o lado na rua e a gente vai ver um Ford rodando.
O que será das concessionárias? O que será de todos esses trabalhadores? O que será dos carros recém-comprados pelos consumidores em todo o Brasil?
O que será do meu Corcel II?
SÃO PAULO (aos poucos) – A GM revelou hoje seu novo logotipo, maior mudança da marca desde 1964 segundo este artigo da “Reuters” — pelo que entendi, o que vinha sendo usado desde então foi mexido aqui e ali nos últimos anos, mas sem que houvesse uma transformação tão radical.
A ideia dos caras é aproximar a imagem da empresa de algo que lembre — adivinhem! — carros elétricos. Como todas as montadoras do mundo, a GM vai investir nisso de agora em diante, e tomara que daqui a alguns anos o planeta leve um choque de bilhões de volts e acabe logo de uma vez.
Ah, segundo os designers o “M” lembra uma tomada, ou algo do tipo. Que seja. Só sei que nos meus dois Chevettes não pretendo mudar nada. Nem cheguem perto.
SÃO PAULO (tudo muito rápido) – Hoje a Audi deu uma chacoalhada no mundo do esporte a motor. Primeiro, anunciou que vai participar do Dakar de 2022 com um carro “eletrificado” — Depois, que vai retomar seu programa de endurance no novo regulamento LMDh (Le Mans Daytona hybrid), o que significa que a marca voltará a Le Mans e correrá também em Daytona. Por fim, avisou que a aventura na Fórmula E, onde está desde o início, acaba ao final da próxima temporada, a de 2021. Em 2022, Lucas di Grassi estará desempregado. Ao menos na F-E.
Por fim, a mãe Volkswagen também fez um anúncio hoje. Mais simples e direto. Encerrou todo seu programa de motorsport. Os 169 funcionários do departamento, que fica em Hannover, serão deslocados para outras funções. Todos elas ligadas à eletrificação dos carros da marca.
Só se fala nisso no mundo dos automóveis. Elétricos, elétricos, elétricos. Um porre.
O SP2 foi um projeto feliz, belíssimo apesar de não andar nada, agora Brasília, sinceramente, acho uma das maiores, se não a maior trapizonga já feita feita pela industra automobilística brasileira. Mas independente disso, vendeu muito e o trabalho certamente tem valor.
Pra mim a Brasilia foi o mais belo carro nacional. Além de ter sido meu primeiro carro o que deve ter influenciado meu julgamento!!
Lamentavelmente todos poucos grandes talentos da industria automobilistica brasileira tiveram que amargar a politica do aproveitamento de projeto ultrapassado,fizeram de tudo em cima dessa horrivel plataforma de Fusca,imagino o desgosto de quem desenhou SP2,Bianco e outros ao dar partida no seu desenho e ter que ouvir aquele som de fabrica de prego misturado com panela de pressão fervendo!! O pior é que o Fusca alem mar quando parou de ser produzido já era muito melhor do que o brasileiro,já tinha suspensão que funcionava e outras melhorias que aqui nunca fizeram.
Não tenho pela industria automobilistica brasileira nenhum apreço,sempre as multinacionais em comluio com governo e protegidas pelos portos fechados enfiaram goela abaixo o que tinha de mais chiclete mastigado no consumidor brasileiro que tambem nunca foi de reclamar.
Parabéns para quem labutou nessa industria automobilistica nacional,conheci muita gente no ramo de extrema capacidade tecnica.
Voce falou tudo , imagine então os criadores dos foras de serie inspirados nos Lotus, Ferrari ,etc da época ,saberem que por aqui só esse motor de fusca ou conjunto mecanico de opala como opção mais viável, devia ser deprimente.
SP2… O “SP” é de São Paulo?
Sem Potência, mesmo…
Só Para Dois
Que era produto defasado, cadeira eletrica, ninguém tem dúvidas.. Isso vai até de encontro com que postei aqui uma vez sobre o nível dos carros dos anos 70 da VW no país, agora que é uma criação das mais interessantes isto é.
OBs: ‘e acho que o seu Barriga do Chaves tinha uma
Em um dos episódios o Chaves e o Kiko lavam a Brasília dele estacionada fora da vila.
E o Passat? Era defasado?
Devia ser muito difícil ser criativo naquela época: ir contra as idéias dos Diretores das empresas e também a falta de tecnologia que tínhamos na época.
Nos anos 70 trabalhei em Ferramentaria (voltada à indústria automobilística) e na Volkswagen (estamparia e funilaria). Lembro-me o quanto era caro e difícil fazer uma pequena mudança na carroceria ( uma lanterna por exemplo), o que dirá construir um novo carro.
Muito respeito a esses heróis.
Ainda é…
Puxa… Aprendi a dirigir em uma.
Curioso: ontem à noite desci na garagem do prédio pra levar o lixo, com meu filhote de 7 meses no colo, e avistei uma amarelinha parada numa vaga. Levei ele lá pra ver, e por mais que ele não entendesse lhufas, disse a ele: ” – Olha, o papai aprendeu a dirigir numa dessas. Vou te mostrar agora porque pode ser que daqui uns anos não exista mais pra eu poder te contar…”.
De todo modo, o comentário do colega MARCELOW é pertinente… outros tempos.
RIP !
Grande profissional!
Meu primeiro motor foi uma Brasilia 78 linda de morrer, areia saara, que siga em Paz.
Essa Brasa hein…E na sessão destaques do Grande Prêmio:Acabou a pas! kkkkkkkkk
O que acabou foi o Português.
Vai o homem, fica o legado genial!
Descanse em paz. Tive uma Brasilia. Adorava. Visibilidade total , em contraste com Sp . Criatividade é isso, estilo próprio para cada projeto.
Respeito total pelo Piancastelli, na minha opinião o principal designer automotivo brasileiro. A Brasília foi revolucionária na sua época, e o SP2 é um pequeno milagre estético dentro das limitações do projeto, o carro mais bonito produzido em série no Brasil e reconhecido no mundo todo. Descanse em paz, mestre!
Eu trabalhava em contato direto com o pessoal da engenharia da VW, na ala 17, e na recepção tinha uma miniatura de um SP2, assim como essa da Brasilia, com um nível de detalhamento impressionante, bancos, painel, rodas, tudo.
Sempre tive vontade de “pegar e sair correndo”.
Mais uma grande perda………
Brasília, estabilidade assassina que ceifou muitas vidas pelas estradas perigosas do Brasil da década de 70 e80.
Motor dentro do habitáculo gerando gases e barulhos, obrigando-te a colocar um tapete grosso na traseira para abafar o barulho.
Realmente, um carro muito bem projetado.
O espertão aí em cima deve ser projetista-chefe da Rolls Royce.
SENSACIONAL! Flavio!
na canela de coturno! como tem que ser!
O luto nao elimina o fato. O veiculo foi projetado para publico terceiro-mundista, inseguro, desatualizado… Tanto que ainda com vendas em alta foi forcosamente substituido pelo incipiente Gol
O carro foi projetado com os meios da época. Vocês são uns retardados que acham que o mundo, em 1970, era igual a hoje, cheio de máquinas que fazem tudo.
Quem faz a segurança antes de tudo é o motorista. Hoje muitas pequenas batidas e acidentes acontecem porque os carros de hoje são péssimos de visibilidade. Feitos para serem bonitos e nada funcionais.
Duas frases para o rapaz:
“É a ignorância que atravanca o progresso”
e
“A inveja é uma m&#@”
Ele fez o desenho. A suspensão era projeto do Dr, Porsche. E se você não sabe, eles fizeram um protótipo com motor dianteiro, e suspensão diferente…. deu lugar pro projeto BX (Gol).
O Brasília era um excelente carro. Espaçoso, com grande área envidraçada e com bom espaço para bagagens, sobre a confiável mecânica do Fusca. Obviamente isso tudo considerando a época em que foi concebido, início dos anos 70. Saiu de linha já no seu declínio de vendas no começo dos anos 80, após vender muito bem. Depois do Fusca, naquele tempo, foi o que a VW mais vendeu. Mas não saiu de linha somente por conta das vendas, saiu porque ele não gerou uma “família”. O Gol que foi lançado quando o Brasília estava sendo descontinuado gerou a Parati, a Saveiro e o Voyage, o que era uma tendência a ser seguida.
Falou o Ferdinand Porsche da contemporaneidade…
http://www.cbsnews.com/news/mustang-a-classic-danger/
Ao par com outros carros, inclusive americanos da época.
Como o Ford Pinto (http://www.huppi.com/kangaroo/Pinto.htm) que pegava fogo. ( bem como o mais moderno Fiat Tipo mas é outra história).
O 2cv ainda era feito na França e em outros lugares.
E uma penca de outros carros que eram feitos para serem people movers.
Ah em tempo: eu fui proprietário de um Chevrolet Corvair (aquele que o Ralph Nader espinafrou sem dó) e era um p#[email protected] carro! (Também tive duas Brasílias!).
Parabens Flavio por prestar essa homenagem.
Legado importantissimo o do Piancastelli, são 2 VW eternos.
E sim, o SP2 é o VW a ar mais lindo que foi fabricado pela VW (os Puma e similares eram de outra linhagem).
Que me perdoe o Luigi Segre…que até 1971 (ano de apresentação do SP2) detinha essa honra.
Antonio
Meus sentimentos à família.
Sempre quis ler algo sobre a sua obra e nunca encontrei, nem mesmo uma simples entrevista. Uma pena.
Piancastelli, pode ficar feliz.
Seu legado está no museu da Volkswagen, na Alemanha.
O SP2, é um dos mais belos Volkswagen’s do mundo.
Grande perda… Mas seu legado para o design nacional é eterno !
Dois modelos históricos na história da VW no Brasil…
Um dos desbravadores do design no Brasil. Triste com mais uma grande figura que se vai.
A Brasília foi o VW a ar mais prático; o SP2, o mais bonito. Não é todo mundo que morre e deixa um legado desses para o futuro.
E essa miniatura da Brasília, hein…
Pois é Victor…e essa miniatura hein…aff uma dessas pra meu cunhado e ele morre do coração…kkk !!!
R.I.P.. Era genial.
Vivo pelo mundo, diga-se de passagem!!!