O FIM DA FORD
RIO (triste demais) – Não poderia deixar de registrar aqui o fechamento da fábrica da Ford em São Bernardo do Campo, anunciado há alguns meses e concluído anteontem. Foram mais de 50 anos de atividade no ABC. Uma tristeza sem fim. A CAOA chegou a demonstrar algum interesse nas instalações, mas o negócio está parado por falta de dinheiro. Os governos mais diretamente envolvidos — municipal e estadual — cagaram para o assunto, ainda que digam que se esforçaram para salvar os empregos e tal. O governo federal provavelmente nem sabe do que está acontecendo. Sua preocupação com veículos atualmente se limita aos que passam pela guarita do condomínio Milícias da Barra.
A fábrica de SBC só fazia caminhões nos últimos tempos, depois que foi desativada, muitos anos atrás, a histórica e maravilhosa unidade do bairro do Ipiranga — aliás, peço a quem mora pelas redondezas para me atualizar sobre ela, porque parece que queriam demolir e confesso que não sei o que aconteceu. Mas a marca decidiu sair do segmento de utilitários de carga.
Em julho, a produção do Fiesta já havia sido encerrada com a demissão de 750 operários. Agora serão mais 600 na rua. Segundo o Dieese, o fechamento da fábrica afetará 11.570 pessoas — considerando empregos diretos e indiretos como os gerados pelas indústrias de autopeças, restaurantes, bares e outros serviços que nasceram no entorno da unidade.
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Comprada da Willys em 1967, a planta que fica no bairro do Taboão chegou a ser responsável por toda a produção da Ford no Brasil — que depois inauguraria outras fábricas pelo país, como em Camaçari (BA) e Taubaté (SP), ambas ainda em atividade. A montadora diz que não há planos de fechamento dessas duas, assim como pretende manter seu campo de provas em Tatuí, no interior de SP. O que não faz muito sentido, creio. Afinal, a distância para as unidades fabris que restaram é muito grande. Em todo caso, aguardemos.
Foi da fábrica de São Bernardo que saiu meu Corcel II LDO 1979, cuidadosamente preservado na minha caverna secreta. Branco com interior marrom, é uma lindeza. Ele pode ser visto neste vídeo aqui. No vídeo abaixo, um institucional da Ford de 1996 que mostra a fábrica produzindo os primeiros Fiestinhas, carrinho encantador que, para mim, tem um dos melhores nomes do mundo.
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Flávio,
como já foi comentado por aqui, parte do antigo complexo (que abrigava os setores de montagem, ferramentaria e estamparia, de acordo com a planta) foi derrubado e virou shopping, mas o prédio cuja fachada é mostrada no site permanece de pé. Só não sei qual empresa o ocupa atualmente.
Desculpa! Te leio a zil anos mas tem coisa que não dá pra levar pra cama!
Eduardo é um cocô! Flavio Gomes é o máximo!Quem fechou foram os produtores de notícias falsas Diário Catarinense. A Noticia e outros tantos de SC! Longa vida ao blog! Tomanocu capitalistas sem capital!
Qq isso… cada vez menos comentários nas postagens.
É FG, suas colocações inteligentes e sua simpatia ímpar tá te deixando cada vez menos popular.
Caguei.
Rachei kkkk. Bela resposta FG.
Inevitável! Mercado retraído, salários altos em comparação as demais plantas do resto do Brasil , pressão sindical, meio ambiente, impostos. … Vai fazer o que ? Manter o negócio no vermelho?
Meu Fiestinha veio de lá. Saudades dele.
O Corcel já era seu no vídeo, Gomes?
Foi nessa fábrica que muitos botaram a ford na justiça…e hoje ela fecha as portas de deixa todo mundo de calça na mão. Parabéns Justiça do Trabalho
Foi nessa fábrica que os operários gritaram “mito”?
Não sei como este Fiestinha do vídeo não vendeu mais do quê seus concorrentes diretos à época fabricados no Brasil.
Acho que somente o Fiat Palio(da primeira geração que é quase do mesmo período deste Fiesta) era melhor e com linhas mais agradáveis.
O Palio me chamou mais a atenção entre as reestilizações de 2000/01 e 2003/04.
Nunca que o tal famigerado VW Gol merecia ser o mais vendido.
Flávio, se não estiver enganado, a antiga fábrica da Ford no Ipiranga ficou anos abandonada e tornou-se um shopping (Moóca) há alguns anos.
Sim, Virou o Mooca Plaza Shopping.