SÓ PAC-MAN SALVA
SÃO PAULO (valeu muito) – Meu fim de semana de Londrina começou mal com o motor do Meianov quebrado na sexta. E terminou bem com o Pac-Man, mais uma vez, salvando a lavoura deste pseudopiloto.
O Corcelzão já tinha sido meu parceiro em 2008, quando o Lada deveria fazer sua estreia lá mesmo no norte do Paraná. Consegui um terceiro lugar legal, apesar de algumas dificuldades para enxergar a pista e alcançar os pedais — travesseiros do velho e bom Hotel Thomasi foram providenciais, na ocasião
Sábado, antes da classificação, fiz meu único treino com o carro que, na primeira prova, seria pilotado pelo Cláudio Cordeiro. O Nenê Finotti deveria correr com ele no domingo, mas quebrou meu galho por causa da quebra soviética e me deixou largar. Meu companheiro de equipe tinha conseguido uma volta na casa de 1min38s na sexta-feira, um tempo muito bom. Virei 1min42s no sábado, com um calor infernal. Marca ruim, mas com desculpas: a posição de dirigir estava muito complicada, por causa da nossa diferença de altura. De qualquer forma, pelo menos consegui lembrar mais ou menos como era dirigir esse carro. A primeira volta veio em 1min48s e fui abaixando com o andar do treino. Calculei que 1min40s, no dia seguinte, seria algo possível.
Assisti à corrida de sábado do terraço dos boxes. Foi muito bacana, com uma briga endiabrada lá na frente entre o Porsche do Mauro Kern (acabou quebrando o câmbio no final), o Passat do Carlão Estites, o Puma do Heitor Nogueira e o Passat do Adriano Lubisco, que fazia sua estreia. Incrível como o Xupisco se adaptou ao carro, que era do Carlos Braz. Trocou o Chevette pelo Passatão e vestiu o bicho como ninguém, sem estranhar a tração dianteira, a maneira de pilotar, nada. Um fenômeno.
Foi uma corridaça. Pena que o Mauro quebrou. O Heitor também ficou com o câmbio travado no fim e Carlão venceu, com Lubisco nos seus calcanhares. O Puma ainda se manteve na pista e terminou em terceiro.
Pac-Man largou bem, mas logo no início o Cláudio rodou e teve de remar muito para terminar em sexto na geral, segundo na categoria GTS (perdendo apenas para o Puma do Heitor). Ali vimos Pac-Man em sua melhor forma, jantando todo mundo que encontrava pela frente. Sua melhor volta foi cronometrada em 1min39s634. Mauro fez a melhor da corrida, 1min36s541. Largamos com 19 carros, um bom grid. Só o Chaud ficou de fora porque seu Passat teve o segundo motor quebrado no fim de semana.
O resultado significava que eu largaria em sexto no domingo de manhã. O grid foi definido pelo resultado da primeira prova. A classificação final das categorias (GTS, TL e TS) seria definida pela soma dos resultados das duas baterias.
O domingo foi punk. Acordei cedo, fui para o autódromo, assisti ao GP da Bélgica escrevendo o texto do blog, me troquei e sentei no carro. Larguei com muita cautela e tracei uma estratégia de corrida das mais conservadoras. Primeiro, porque a posição de dirigir não era grande coisa. Era melhor terminar a prova do que dar uma de valentão sambando no banco. Segundo, porque desde a corrida de sábado a embreagem do Pac-Man estava patinando muito. Não podia quebrar, então era preciso dosar o entusiasmo.
A turma da frente se mandou, como era previsível, e fui ultrapassado, nas primeiras voltas, por dois Fuscas, dois Passats, um Chevette e pelo Puma do Suero. Só esse me preocupava, porque era da minha categoria.
Logo de cara percebi que não teria muitos problemas para recuperar as posições perdidas para os Fuscas e para o Suero. O motorzão do Corcel fala muito alto. Os três, mais o Escort do Henry, ficaram algumas voltas brigando na minha frente, ocupando a pista toda. Achei que seria melhor esperar a briga dos quatro clarear um pouco para passar um por um quando fosse mais seguro. Foi quando a bolota da alavanca de câmbio se soltou e fiquei apenas com a haste metálica olhando para minha cara. Tudo bem, já aconteceu antes com o Lada. Mas como essa bolota é alta, trocar de marcha ficou mais difícil para o anão aqui, com a alavanca curtinha e distante. Fora que machuca a mão.
A partir da metade da prova, as oportunidade foram surgindo. Passei os Fuscas e o Escort, e quando me preparava para pegar o Puma, ele acabou quebrando. Pena, porque a briga seria legal. Foi quando me estabeleci na prova, sabendo que estava em segundo na GTS, depois da quebra do Puma preto que, na segunda bateria, estava nas mãos do jovem Humberto Guerra.
Perto do fim da prova, comecei a avistar o Chevette do Fernando Mello, que tinha me passado na largada. Num ritmo bom, uns 3s mais rápido, cheguei e passei na última volta. Foi legal, porque graças a essa ultrapassagem repeti o sexto lugar na geral que o Cláudio tinha obtido no sábado. Minha melhor volta foi registrada em 1min40s857, tempo razoável, até, para as condições em que me encontrava: afundado em pedaços de espuma e com a alavanca de câmbio espetando minha mão.
No fim, P2 na categoria. Dois segundos lugares que só não nos deram a vitória na GTS porque o Mauro fez uma corrida excepcional com o Porsche e levou a segunda bateria. Tinha um quarto lugar do sábado, apesar da quebra, e empatamos nos pontos. O desempate é pela melhor volta. A dele foi 1min35s687. Título merecidíssimo. A segunda prova, aliás, teve na geral Mauro, Carlão e Lubisco separados por 0s976. Andaram a corrida toda juntos, um belo espetáculo. Carlão ficou com o título na TS e André Mello, nosso ex-presidente-coxinha, ganhou na TL com um segundo lugar no sábado e vitória no domingo. Foi a despedida de seu Chevette, que será trocado por outro.
Não dá para reclamar do Pac-Man. É um carro grandão, pesado e meio desajeitado para dirigir, quando se trata de uma pista curta e trabalhosa como a de Londrina. As freadas são complicadas e a história da embreagem prejudicou um pouco. Mas ele é potente e enfezado. Quando aponta na reta perto dos outros, vai engolindo, mesmo. Nas curvas de baixa, acaba sendo presa fácil para carrinhos menores e mais ágeis, quando quem está ao volante não quer atrapalhar ninguém — o que foi meu caso ontem.
Estamos pensando agora o que fazer no ano que vem. Meianov continua sua carreira? Vai para o museu? Ainda não está decidido. O problema dele é que falta competitividade com o pacote técnico que uso — motor e câmbio originais fabricados em Togliatti. Adoro pilotá-lo, mas a Classic Cup tem evoluído muito e o pessoal da ponta se distanciou demais. Quando tem uma turminha para andar junto, mesmo que lá atrás, é divertido. Mas quando todo mundo avança e não sobra ninguém, perde a graça. Correr sozinho é chato.
Vou ver se consigo editar o vídeo on-board nesta semana. Por enquanto, fiquem com algumas fotos do VIII GP do Café. Que foi, mais uma vez, inesquecível para todos nós.
FG, por que você não descola um Malzoni pra correr? Mas, mexidasso, tipo os da equipe Vemag, com os pneus de dragster na frente e tal!
Ou… um Alfazoni! (péra, deixa eu pegar um babador…)
http://www.arcmg.com.br/galeria/descobertas/alfazoni.htm
Ah, é fácil, barato, peça de DKW de competição tem em qualquer esquina…
Bem, eu não disse que seria fácil. Mas vc, com os contatos que possui entre os entusiastas do DKW aqui – e na Alemanha, também! – certamente terá mais facilidade que qualquer um… Quanto ao “barato”, aí eu concordo 100%.
O que eu não queria ver era alguém desbravador e cheio de iniciativa para fazer coisas diferentes (não é? Está entre os criadores da Copa Classic e teve a audácia de alinhar um DKW e um Lada!), correndo com um Puma com motor AP… Sendo mais um, entende?
Muito boa as corridas no sábado e domingo, realmente falta divulgação, poderia ter muito mais gente ,
Quanto a mudança de carro é só pegar quanquer outro da coleção e acelerar !!!!!!
cara, desde moleque sou louco pra acelerar um carro de corrida, de qualquer categoria, nunca tive a oportunidade. Mas de todas elas, essa Classic Cup… é uma coisa de doido rs esse Corcelzão então…
Precisamos de uma perua no campeonato, uma Parati, uma belina, ou uma marajó (tração traseira). A 4 rodas comparou o corcel II com a belina; a volkswagem (campeonato de marcas) testou a parati e o voyage. Em ambos casos as peruas tinha maior velocidade final, melhor distribuição de peso, até a Volvo teve uma perua em um campeonato.
Uma boa opção pra usar o motor AP é arrumar um Skoda…..esse pode usar AP pois está tb em seu DNA .
Hum…..o Skoda 105 tinha motor traseiro ……deve dar uma carro de corrida e tanto!!!!
E aí Jonny’o , quanto tempo, fui até Londrina ver a Cup. Pensei que ia te
encontrar lá.
Pena que os blogueiros antigos não foram , Joaquim, Ceregati, Vc , Caio de
Santos, e os outros que não estou lembrando o nome agora.
Vamos combinar de assistir a ultima etapa do ano em S.P.
Abraço,
Caio / Curitiba
Sensacional Caio…….vou fazer força para ano que vem poder ir a Curitiba.
Quanto a SP……….é quase certeza que estarei por lá!
OK Jonny’o , vou ver se consigo ir na etapa de SP também.
Até lá conversamos.
Abraço
Estimado escriba e piloto, não poderia haver relato mais brilhante. O leitor agradece. Bravo!
It’s so sad, so sad, because the traitor of motherland, Gomov, is leavin’ the Mighty MEDIANUEV….. I can feel it!!! NYET, NYET, NYET, tovarich! The Tsar Putin got his eyes on you. Watch out!
Parece o aquamóvel.. KKKK
http://www.fotolog.com/fordcorcel/45320467/
O negócio para o ano que vem é investir num Passatov…
Gomes, duas perguntas:
1. Que tipo de carro se enquadra no regulamento (ano de fabricação, especificações do motor, originalidade…)?
2. Vejo que a maioria dos carros tem uma Go-Pro no teto. O pessoal costuma publicar os vídeos? Seria interessante ver as diferentes visões da prova.
Que preguiça de procurar, não? Coloca “Classic Cup” no Youtube e vem tudo. Entra em http://www.classiccup.com.br e tem o regulamento.
Que motor tem esse Corcel, um CHT?
AP.
Apareçam aqui em Curitiba também. A distância de São Paulo é a mesma.
Assisti a corrida de sábado, foi muito legal, levei a minha filha de 4 anos e ela adorou ver os carros, o barulho.. ainda tiramos uma foto junto com 69. Não vou perder mais nenhuma..
Bela descrição da prova, e fez o correto…andou direitinho, dada as condições, e esperou os erros dos outros. Praticamente um Alain Prost rsrsrsr!
Quanto ao carro não adianta, o Lada como o DKW nunca foram competitivos, devem ser bacanas de guiar e tudo, mas é um saco ficar sempre na turma do fundão, e se nem esse mais existir, fica complicado. Não importa a modalidade; se você têm uma bicicleta off road de 21 marchas, não vai fazer raids longos contra equipamentos de 30 marchas, aliviadas, com rodas de 29 polegadas e pneus slicks….Nos carros então, nem se fale!
Um golzinho de marcas, remetendo ao quase lendário GT, um Fiat Uno ou um Passat – essas seriam as minhas opções.
Boa sorte!
Vamos mandar para o Berta preparar como fazia os Fiat 128. Depois uma vitrola afônica no distribuidor e pau na máquina.
Turbo pode?
Não.
Como dizem os moleques aqui no Paraná: “Taca-le pau Gomes. Mas ahhh Gomes véio” https://www.youtube.com/watch?v=GZlOyfAYiKo
Flavio, eu como um mortal que comenta sempre aqui já havia lhe avisado: quando venceu em SP com outro carro ficou feliz todo sorridente, quando anda com o Meianov fica chateado, isso quando anda, ou seja, está na hora mesmo.
Na verdade, a pintura do Pac-Man é a dos Interceptors de pólicia do Mad Max I.
Não adianta lutar contra a natureza. Os dinos…. digo, Ladas foram extintos pela seleção natural, Compra um carro de verdade.
Faça um favor a si mesmo e aposente o Lada. Ele já cumpriu seu papel.
Tem como postar uma foto do corcel 38 ou explicar como ficou rebaixado o para-brisa? Esse corcel [é muito massa, tem personalidade, motor AP?
Não abandone o meianov. Não abandone os seu fãs.
Moro ao lado de LDA e fui acompanhar…. que coisa linda o Pac-Man!!!
Poderiam liberar para a criançada visitar os boxes e ver as maquinas mais de perto, incentivando elas a gostarem dos autos, não só ver aquilo como algo distante.
Pena a pouca divulgação na região tanto da Classic como da Turismo Regional. Quem não foi perdeu!!!!
O Nenê falou um dia nos boxes de interlagos que tinha vontade de colocar um AP nele, essa ideia não lhe agrada?. Não ficaria mais competitivo? Assim sendo adiaria a aposentadoria do único Soviético em atividade esportiva no Brasil.
Nem sei se é a base ainda, mas parece que a Classic está montada na base do bloco AP por ter um custo muito baixo por causa da facilidade ,quantidade , o mercado que pegou das peças….etc.
Dizem que a preparação do AP é até mais barato que o VW a ar, Nisso quem vem com mecânica diferente acaba por ter muito mais problemas de manutenção e custo.
Sendo assim, não tem como fugir da maré, a não ser que gastar mais que os outros não seja um problema é claro! ….. eu francamente gostaria que a classic tivesse mais restrição justamente pra ter em seu grid uma diversidade maior em mecânica………mas pra ter essa diversidade teria justamente que conter a preparação por causa do alto custo dos motor não AP. Mas essa não é a realidade da Classic hoje, e creio que o piloto tem que seguir a maioria ,goste ou não.
Compre um Infiniti Híbrido.
Esse seu comentário é totalmente descabido e totalmente fora de contexto, mesmo assim foi seu melhor comentário até hoje!
Muito boa a corrida, estive pela primeira vez vendo a Classic em Londrina e foi muito legal! Espero estar lá ano que vem novamente! Quanto ao carro, Flávio, aposente o Meianov e monte um corcel com a mecânica do corcel 2! Acho que faz falta o corcelzinho no grid. Abraço! E ano que vem tiramos a foto!
Que cambagem é essa!!!??? Muito bom!!! Essas corridas são sensacionais.
Motor e Câmbio originais não dá mesmo… como, de certa maneira, é um Fiat, não daria para colocar mecânica do Uno? Se quiser ainda ser o orgulho da URSS, compra um Samara, mas não esqueça de atravessar para o outro lado do muro para colocar a mecânica da VW!
Não tenho certeza, mas acho que este modelo é tração traseira. Muita gente prepara o Chevette com outros motores, presumo que deve ter disponível por ae dicas de tornar mais robusto o cambio diferencial do chevette e talvez transplantar deste para o Lada, afinal se não me engano GM e autovaz são ou foram parceiras…quanto ao motor não adianta, barato e “confialvel” é o dfv… ops EA827…