FOTO DO DIA

Apenas achei linda. A cor do carro, inclusive.

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SOBRE DOMINGO DE MADRUGADA

A IMAGEM DA CORRIDA

Verstappen parado: dois abandonos que podem ser fatais

SÃO PAULO (sempre tem) – Claro que a vitória de Leclerc e o júbilo da Ferrari produziram imagens bonitas na Austrália, domingo. Mas a quebra de Verstappen foi a escolhida como “imagem da corrida” pelo significado que tem um segundo abandono em três corridas. Max, campeão vigente, tem 25 pontos no campeonato. Charlinho chegou a 71. Max quebrou duas vezes em segundo lugar no final das corridas — no Bahrein, finalzinho mesmo; em Melbourne, na 39ª de 58 voltas. Poderia ter 36 pontos a mais. Está 46 atrás. Se visse a quadriculada, seriam apenas dez.

Desde 2010, quando o atual sistema de pontuação foi adotado (descontando os pontos extras da melhor volta, que é concedido desde 2019, e da Sprint, que nasceu no ano passado), só Alonso sofreu uma virada retumbante com vantagem parecida. Em 2012, na Ferrari, ele chegou a ter 44 pontos a mais que Vettel, da Red Bull, na altura do GP da Alemanha. Perdeu o campeonato. É verdade que o atual vice-líder, George Russell, está mais perto: 34 pontos atrás de Leclerc. Mas alguém acha que o adversário do monegasco neste ano está na Mercedes? A posição é circunstancial. Deve-se às quebras de Verstappen. Em 2016, na luta direta entre Rosberg e Hamilton, o alemão, em três corridas, abriu 36 de frente sobre o companheiro de equipe. Se segurou na ponta até o fim.

Isso significa que Leclerc já é o campeão? Bem, o campeonato é longo. São 23 etapas. Faltam 20. Tem muita estrada para percorrer. Mas não se pode negar que Charlinho já passou pelo primeiro pedágio. E Max ainda está colocando o destino no Waze.

O NÚMERO DA AUSTRÁLIA

104

…pontos tem a Ferrari em três corridas, seu melhor início de campeonato desde a adoção do atual sistema de pontos na F-1, em 2010. Até hoje, o melhor desempenho havia sido registrado em 2017, com 102 pontos após as três primeiras etapas do campeonato. O pior ano foi o de 2020, com meros 27 pontos.

Leclerc festeja com a equipe: começo de ano alvissareiro para os italianos

E o que, afinal, aconteceu no carro de Verstappen? Segundo Christian Horner, o chefe, nada relacionado ao problema que tirou os dois pilotos da equipe da prova de abertura, no Bahrein. Lá, um defeito no sistema de alimentação de combustível foi apontado como responsável pelos abandonos de Max e Pérez. Na Austrália, o mexicano terminou a corrida — em segundo. No carro do holandês, a Red Bull informou que houve um vazamento de gasolina externo ao tanque.

Seja o que for — falta de combustível dentro, excesso de gasolina fora –, Max soltou a língua.

A FRASE DE MELBOURNE

“Para quem quer lutar pelo título, essas quebras são inaceitáveis. Estamos a quilômetros de distância deles, já.”

Max Verstappen
Max, segundo até quebrar: distância enorme para Leclerc

Caixinhas coloridas, é o que vocês querem? Então vamos lá…

ENGAJADO – O jornal “Le Parisien” publicou hoje uma carta assinada por 50 atletas franceses apoiando o atual presidente Emmanuel Macron na disputa contra a fascistoide Marine Le Pen. Os dois vão ao segundo turno da eleição para a presidência da França no próximo dia 24. Um dos signatários foi o piloto Pierre Gasly, da AlphaTauri.

PALESTRA – Lewis Hamilton está no Brasil. Na volta da Austrália, o inglês surfou com George Russell, fez um pit stop em Kuala Lumpur para falar a convidados da Petronas e nesta quarta-feira proferiu uma palestra no VTEX Day, um evento sobre inovação digital realizado no São Paulo Expo, no início da Rodovia dos Imigrantes. Falou sobre racismo, saúde mental, Ayrton Senna (“o piloto que eu queria ser”), a relação que tem com o Brasil, as dificuldades do início da carreira e, por fim, disse que está esperando um passaporte brasileiro — andaram dizendo que ele vai receber um título de cidadão honorário.

Hamilton em São Paulo: palestra para oito mil pessoas

JUNTANDO OS CACOS – Depois de fracassar em Melbourne, com uma escapada da pista na segunda volta para acabar atolado na brita — isso depois de despencar de nono para 14º na largada –, Carlos Sainz disse que o fim de semana foi de “aprendizado” para ele e para a equipe, e que agora tem de fazer “20 corridas perfeitas” até o fim do ano. O espanhol, entre outros problemas, teve de lidar com um volante defeituoso, segundo relatos da imprensa de seu país. “Ele deu azar”, concedeu o sempre simpático chefe Mattia Binotto.

AUSTRÁLIA BY MASILI

Inspiradíssimo, nosso cartunista oficial Marcelo Masili fez a leitura perfeita das dez equipes após o GP da Austrália. Só a Aston Martin, coitada, foi desprezada. Também…

GOSTAMOS & NÃO GOSTAMOS

GOSTAMOS muito do décimo lugar de Alexander Albon, que percorreu 56 voltas com o mesmo jogo de pneus duros, chegando a andar boa parte da prova em sétimo. Teve de fazer a troca obrigatória na penúltima volta e marcou um ponto importantíssimo — e improvável — para uma Williams que vai conseguir isso muito raramente neste ano.

NÃO GOSTAMOS da Aston Martin, que segue zerada no campeonato. Vettel bateu de forma patética e Stroll aprontou das suas, sendo punido com 5s por mudar de direção mais de uma vez à frente de Bottas. De quebra, perdeu três posições no grid por bater em Latifi na classificação.

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WE ♥ RACE CARS

Beuttler em Mônaco: vítima de preconceito

SÃO PAULO (difícil hoje, pior ontem) – Poderia ser “Desafio do dia”, mas como a história é muito importante — e foi postada pelo Matt Bishop hoje no Twirtter –, merece destaque. O carro é um March 731, no GP de Mônaco de 1973. Bonitão, adoro essas frentes integrais. O relevante aqui, porém, é o piloto: Mike Beuttler, que faria 82 anos hoje se não tivesse morrido em 1988, vítima da AIDS. Beuttler tinha 48 anos quando morreu e era homossexual.

Nos anos 70, o preconceito e a discriminação por orientação sexual eram ainda pior que hoje. Para se ter uma ideia vírus da AIDS, que surgiu em meados dos anos 80, era chamado de “câncer gay” por muita gente. Isso porque tinha altas taxas de transmissão por relações sexuais (héteros também, evidentemente), mas conservadores de todos os naipes — políticos, jornalistas, religiosos e filhos da puta em geral — passaram a ligar a doença à homossexualidade porque ela é “promíscua” e “libertina”.

Beuttler, nascido no Cairo em 1940, mas de nacionalidade inglesa (seu pai era militar britânico e servia no Egito durante a Segunda Guerra), largou em 28 GPs entre 1971 e 1973. Montou sua equipe com verba de amigos do setor imobiliário da Inglaterra e corria com carros March-Ford alugados. Um sétimo lugar na Espanha em 1973 foi seu melhor resultado. Assumiu sua condição de homossexual depois que deixou a F-1. Chegou a frequentar autódromos ao lado de modelos para disfarçar e não ser vítima de homofobia. Até hoje, é o único piloto homem assumidamente homossexual que passou pela F-1. Lella Lombardi, única mulher que pontuou na história (sexta colocada no GP da Espanha de 1975), também se declarou gay anos depois de passar pela categoria. Morreu em 1992, aos 50 anos, de câncer.

A vida é foda.

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RÁDIO BLOG

Clássico dos clássicos.

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FOTO DO DIA

Ou #tbt, como dizem… 8 de abril de 1993, 29 anos e cinco dias atrás, Donington Park, GP da Europa. Três dias antes daquela primeira volta que foi beleza pura. À direita, Mario Andrada e Silva.

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DESAFIO DO DIA

Quero tudo dessa foto. Tudo mesmo!

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NAS ASAS

Adorei a pintura. Sério!

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