E-SÃO PAULO

SÃO PAULO (até que enfim) – Em 2023 tem Fórmula E em São Paulo, no Anhembi. O contrato foi assinado em Mônaco. Demorou, mas chegou. Há anos que a categoria esboça uma corrida na cidade. Agora vai mesmo. O compromisso é de cinco anos.

É uma boa notícia. A pista não vai usar a Marginal do Rio Tietê. Nem atrapalharia tanto, porque é tudo num dia só, sábado. Mas vai ser legal ver os elétricos por aqui. Como diz o Rodrigo Mattar, parabéns aos envolvidos. Mas sem ironia.

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DESAFIO DO DIA

Como sempre, o que queremos é tudo! Quem, quando, onde, como, por quê…

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FOTO DO DIA

Rudolf Ratzenberger com o capacete do filho em Ímola, na semana passada. Hoje faz 28 anos da morte de Roland Ratzenberger na classificação para o GP de San Marino de 1994.

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LADALAND

SÃO PAULO (consequências) – A Renault, que detém 68% do controle acionário da AvtoVaz — fabricante dos carros Lada –, vai vender suas participação na empresa por um valor simbólico ao NAMI, um instituto estatal russo de pesquisas voltado à indústria automobilística. A informação é da “Reuters“, citando fontes do governo do país. De acordo com a agência de notícias, o NAMI vai pagar um rublo pela fatia da Renault na Lada — com opção de recompra nos próximos anos se as coisas se acalmarem por aqueles lados.

A decisão da Renault vem na esteira das sanções econômicas do Ocidente à Rússia. Muitas operações de empresas ocidentais no país estão sendo repassadas a empresários russos ou mesmo ao governo. Depois que começou a guerra contra a Ucrânia, em 24 de fevereiro, parte da produção da Lada teve de ser interrompida por problemas logísticos envolvendo as linhas de insumos sob responsabilidade da Renault.

A montadora francesa também tem uma fábrica em Moscou que produz modelos da Renault e da Nissan, e ela será igualmente transferida para o governo russo, segundo a “Reuters”. O principal complexo industrial da AvtoVaz fica em Togliatti, a cerca de mil quilômetros da capital.

Meus carrinhos ainda não têm opinião formada sobre o assunto. Conversei com eles e me disseram que nunca tiveram nada contra a Renault, são até bem amigos do meu Twingo, mas como chegaram aqui antes da venda para os franceses não sabem como têm sido as coisas lá pelos lados do Volga nos últimos anos.

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TERCEIRA GERAÇÃO ELÉTRICA

SÃO PAULO (sei lá) – A Fórmula E apresentou hoje no Yacht Club de Mônaco a terceira geração de seus carros, que já entram na pista temporada 2022/23, a nona da categoria. O Gen3, como foi batizado, traz muitas novidades tecnológicas. É mais leve que os atuais (760 kg, redução de 60 kg), mais curto na distância entre-eixos, não tem mais as horrendas coberturas sobre os pneus e adota um motor no eixo dianteiro para gerar energia. Além disso, apresenta características de produção e uso alinhadas com os mais modernos conceitos de sustentabilidade, performance, eficiência e proteção ao meio-ambiente.

Parece texto de propaganda, mas é isso mesmo. Segundo os organizadores, os carros serão feitos em parte com fibra de carbono reciclada dos carros da segunda geração, aposentados ao final da atual temporada. As baterias, fabricadas pela Williams, também serão recicláveis. Os novos pneus da coreana Hankook — que substitui a Michelin como fornecedora oficial — terão 26% de seu material originário de fibras e borracha recicladas. E todos eles, após cada corrida, serão reciclados.

Termos derivados de “reciclagem” aparecem quatro vezes no horrível parágrafo acima. É proposital. Eu poderia ter usado “reaproveitados”, “reutilizados”, “recuperados”, mas o efeito talvez mão fosse o mesmo. Vou fazer o jogo da F-E. A ideia da categoria é essa: mostrar que seu campeonato não prejudica o planeta. Acho legal, o esforço.

Voltemos às novidades técnicas, para depois falar um pouco de estética.

O motor montado no eixo dianteiro não traciona, apenas regenera energia nas frenagens e carrega as baterias. É capaz de produzir 250 kW de potência. O trem de força traseiro gera 350 kW — que efetivamente movem o carro. Assim, o Gen3 é um automóvel que produz 600 kW no total, e tem potência em marcha de corrida equivalente a 470 HP. Pode chegar a 320 km/h, juram os projetistas. Os cálculos indicam que 40% da energia gasta numa corrida será gerada na própria pista. Assim, as baterias poderão ser menores e mais leves. Há possibilidade de pit stops para recargas rápidas, mas isso ainda será discutido.

Os freios traseiros não terão discos, pinças e pastilhas — nenhum sistema mecânico ou hidráulico. É o trem de força que vai parar o carro para gerar ainda mais energia, uma espécie de freio-motor de alta eficiência. Tenho um pouco de medo disso. Mas os caras devem saber o que estão fazendo.

Quando ao design…

Segundo os organizadores, o Gen3 foi inspirado em caças supersônicos. Ainda não sei direito o que dizer. Estou, ainda, na fase de observação da baratinha. Nas redes sociais, o povo do automobilismo, na média, achou o desenho infantil, rudimentar, primário, horrível, “como se tivesse sido feito por um moleque de sete anos”. Muitos disseram que foi inspirado em alguma espécie de percevejo ou, no máximo, em aviõezinhos de papel. As piadinhas não demoraram a surgir.

Desde o início a F-E procura fazer carros que possam ser chamados de futuristas. Não se pode negar que eles são bem diferentes dos monopostos convencionais. Achá-los bonitos ou feios é questão de gosto. O mais importante, nessa hora, é que sejam mais rápidos e ágeis, para produzir corridas melhores. Pessoalmente, não achei tão feio assim. Melhor que os da geração 2 com seus para-lamas grotescos. Vamos ver andando.

Com as saídas da Audi, depois da última temporada, e da Mercedes, ao final desta, sete fábricas de carros estão confirmadas para a temporada #9: DS (marca da Citroën), Jaguar, Mahindra, Nio 333, Nissan, Porsche e a estreante Maserati. Completarão o grid as equipes independentes como Venturi, Andretti, Envision e Dragon. Os brasileiros que correm na F-E atualmente são dois: Lucas di Grassi e Sergio Sette Câmara.

Gostaram do carrinho novo? Podem ser sinceros.

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SEM DIRETOR

Niels Wittich: com Covid-19

SÃO PAULO (aguardemos) – Notícia confirmada hoje: os dois diretores de prova da F-1, o alemão Niels Wittich e o português Eduardo Freitas, estão com Covid-19. Para poderem entrar nos EUA, terão de apresentar teste negativo no dia do embarque para Miami. A FIA ainda não falou nada sobre eventuais substituições. Prefere esperar pela evolução dos quadros clínicos de ambos.

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MISTÉRIO

SÃO PAULO (forno) – A postagem de Lewis Hamilton ontem no Instagram deixou muita gente com a pulga atrás da orelha. “Trabalhando na minha obra-prima. Eu serei o único a decidir quando terminou”, diz a legenda. A foto foi tirada numa sala cheia de pneus de F-1.

O que quer dizer isso? Qual é a obra-prima, exatamente? Sua carreira como piloto? Ninguém sabe. Mas quando ele fala em decidir quando vai terminar dá margem a comentários, claro, sobre o momento de parar de correr. Estaria desanimado com o carro da Mercedes, sem saco para ficar andando atrás, puto com a FIA, com tudo que aconteceu no ano passado etc.

Hamilton completou três corridas longe do pódio ao terminar o GP da Emilia-Romagna em 13º. Antes, fora quarto na Austrália e décimo na Arábia Saudita. Em 292 GPs disputados, o inglês tem 183 pódios — 62,7% do total. É uma coleção e tanto de troféus, a maior de todas. No ranking dos maiores frequentadores de pódio da história, bate o segundo colocado, Michael Schumacher, com alguma folga. O alemão levou 155 taças para casa. Vettel é o terceiro com 122, seguido por Prost (106) e Raikkonen (103) nas cinco primeiras posições. Com 80, Senna é o brasileiro mais bem colocado nessa estatística, em sétimo.

Desde 2007 na categoria, Lewis não costuma ficar muito tempo longe dos três primeiros lugares numa corrida. Essa sequência de 2022 é a maior desde a série de nove sem pódio entre os GPs da Itália de 2013 e da Austrália de 2014. De lá para cá, nunca tinha ficado mais de duas provas sem ter de arrumar espaço na estante quando voltava para casa.

Fiz um levantamento e vou colocar aqui porque detesto ter muito trabalho à toa, e pelo menos alguém vai ler. Entre parênteses, a posição em que chegou nessas corridas. “AB” é abandono e “D”, desclassificado.

SEQUÊNCIAS DE HAMILTON LONGE DO PÓDIO

10 em 2008/2009 (McLaren) – 2008 BRA (5), 2009 AUS (D), MAL (7), CHI (6), BAH (4), ESP (9), MON (12), TUR (13), ING (16) e ALE (18)

3 em 2010 (McLaren) – ITA (AB), SIN (AB) e JAP (5)

4 em 2011 (McLaren) – MON (6), CAN (AB), EUR (4) e ING (4)

5 em 2011 (McLaren) – HUN (4), BEL (AB), ITA (4), SIN (5) e JAP (5)

3 em 2012 (McLaren) – BAH (8), ESP (8) e MON (5)

3 em 2012 (McLaren) – EUR (AB), ING (8) e ALE (AB)

5 em 2012 (McLaren) – SIN (AB), JAP (5), COR (10), IND (4) e ABU (AB)

3 em 2013 (Mercedes) – BAH (5), ESP (12) e MON (4)

9 em 2013/2014 (Mercedes) – 2013 ITA (9), SIN (5), COR (5), JAP (AB), IND (6), ABU (7), EUA (4), BRA (9) e 2014 AUS (AB)

3 em 2022 (Mercedes) – ARA (10), AUS (6) e EMI (13)

E vocês, acham o quê? Para? Não para? Casa ou compra uma bicicleta? Desçam o dedo nos comentários aí!

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