RATO
SÃO PAULO (a maior das corridas) – O blog do Seixas já está servindo para alguma coisa. Eu não tinha assunto para a coluna e vi num post que ele escreveu que hoje, 4 de outubro, é aniversário da primeira vitória do Emerson na F-1. Claro que jamais lembraria de tal efeméride, ainda mais em aniversário quebrado, 43 anos. Mas serviu de inspiração para a carta/coluna ao Rato, lembrando daquele que considero o episódio mais marcante de sua carreira. Um trechinho da Warm Up de hoje, pois:
Hoje, por exemplo, é aniversário da sua primeira vitória na F1: 4 de outubro de 1970 no Glen, dando o título póstumo ao seu parceiro de Lotus, Jochen Rindt. Data importantíssima. Nesse dia, você que já tinha aberto a porta da Europa para a brasileirada, escancarou a dita cuja como que dizendo aos caras lá: olha aqui, a gente não só guia direitinho, como sabe ganhar corrida, também. Podem trazer o resto.
Mas não é nem da Indy nem da F1 que quero falar com você hoje, Rato — nada de Emmo, nem mesmo Fittipaldi; Rato, mesmo, é como seus melhores amigos sempre te chamaram. Vou aproveitar os 43 anos da primeira vitória entre os grandões para falar da maior derrota da sua vida. Que daqui a pouco faz aniversário, também. Foi nos dias 19 e 20 de novembro. De 1966.
Claro que você sabe do que estou falando, Emerson. Das Mil Milhas de 1966.
Para ler na íntegra, cliquem aqui e divirtam-se.
Eu, que sou um menino, 30 apenas, não sei de nada.
Não vi nada dessas coisas. Aí hoje, por curiosidade despertada por tudo isso, fui fuçar as memória da Fittipaldi Coppersucar, no site da Dana. Depois de passar 3 horas lendo cada pedaço do site, as histórias, o memorial de tudo, tive alguma noção de uma coisa que nós não vemos: da emoção, do tamanho das conquistas, do que realmente foi. Sou do interior, nunca vi nada, Campinas mal kartódromo tem: tudo que eu sei de corrida é andar de cortador de grama em campeonato de aluguel. Mas como eu gostaria de poder olhar para o ” carro dos colibris” ao vivo..ou a lotus preta….O cara é bicampeão do mundo, e de repente, por amor ao esporte, por lealdade ao irmão, por algum espírito quase louco de nacionalismo, usa colhões do tamanho de bolas de basquete. E larga tudo para correr NA SUA EQUIPE, abdica de correr numa Ferrari, de vencer mais títulos.
Nada se compara a isso, a coragem, ao destemor…a ter construído uma equipe que fez um belo papel na F1. AInda estou emocionado de ter lido, e me sinto um entre milhões de idiotas que tem 25,30,35, que viveram até hoje sem saber quem é Wilson Fittipaldi, quem é Darci Ribeiro, quem é Ricardo Divilla, quem foi o japonês que veio da Lotus, o soldador e todos os caras…..o fato de essa história não ser tão conhecida como devia, tão reconhecida quanto merecia, é triste.
Daria meu reino para ver esse carro de perto. Mais até que o Lotus Preto dourado. O Colibri, qualquer um deles. A gente, com trinta anos, não sabe de bosta nenhuma mesmo: eu num tinha nenhuma noção do que ele realmente representa. O cara que banca um sonho até o fim, perde patrimonio, dinheiro, vira chacota, e dá a volta por cima, ainda por cima abre o caminho do automobilismo americano: esse homem tem um tamanho que a gente, com trinta anos, não sabe_ porque ninguém diz, e porque a gente é besta e acho que sabe alguma coisa, por viu na porra da wikipedia.
Viva o “Lobisomem”. E também o Darci, o Colinha, o Divilla, o finado Sid Mosca e seu lindo desenho do colibri, viva o “Tigrão”…
Como queria ter nascido algumas décadas antes para ouvir o hino das Mil Milhas e a sinfonia das carreteiras nas 201 voltas!
“Leva para o carro
Oh! Campeão
Mil esperanças desta nação
Das Mil Milhas Brasileiras”
Obrigado pelo reconhecimento de um Grande Brasileiro o que iniciou tudo
Você deu uma aula de reconhecimento a esse Grande piloto.
Em histórias como estas Emerson está muito bem acompanhado…….basta lembrar das gloriosas quase vitórias, de corridas e campeonatos, seja na F1 ou em categorias inferiores de seu colega também bicampeão mundial de F1 chamado Jim Clark…. que fizeram o que fizeram numa época em que correr era sinônimo de macho, não existindo um décimo de toda essa parafernália que hoje garante a segurança dos pilotos….Flávio Gomes, agradeço por ter me brindado com a incrível e indescritível experiência de ler esse artigo quando estava ouvindo coincidentemente a música Lassie Come Home do grupo Alphaville
Emerson é um mito da f1, e da INDY tb, só cometeu um erro crucial na carreira, a tal Copersucar, um tiro no pé, poderia tranquilamente ter vencido pelo menos mais dois mundiais se não resolve-se enterrar sua carreira em 1976, resultado parou de competir aos 28 anos depois só fez número, mesmo só se aposentando em 81 aos 34, deve ter se arrependido muito disso.
Tá sou velho. Jurássico mesmo. Mas estava lá em Interlagos e também assisti a essa “derrota”.
E fui um dos poucos que conseguiu chegar até a casa dele quando na volta ao Brasil só para entregar uma bandeira e tomar um guaraná que Dona Juze nos trouxe até a frente da casa.
Mas estou com o Marcelo. Emerson é o cara ! E ainda abre portas, janelas e garagens, como fez para trazer as 6 horas, com os carros de Le Mans.
Belo texto Flavio ! Faz a gente pegar o túnel do tempo
Flávio Gomes, v/ escreve p/ C… Veio as imagens em preto e branco da velha Telefunken na minha mente. Obrigado pelo presente.
TEXTO ESPETACULAR- POLE POSITION- MV E DE PONTA A PONTA…..KKK, PARABÉNS.
Ouvir o senhor falando no Velocult como era guiar o Malzoni em 1966 foi emocionante. Obrigado Jan!
Glória Imortal!
Em temos históricos, Fittipaldi deixa Piquet e Senna no chinelo! Emerson foi campeão na desafiadora Formula 1 dos anos 70, nessa época sul-americano não tinha vez. Depois, Fittipaldi repetiu o feito na temida F- Indy dos anos 80, época que só lendas americanas mandavam na pista !
Se algum torcedor quiser questionar a favor de Piquet e Senna(vix…), veja bem, eu disse ESCREVER HISTÓRIA no esporte a motor pelo Brasil. O resto foi oba-oba, coisa que Piquet cortou logo de cara, e fez muito bem. N. Piquet leva o mérito por tirar a Brabham da fila de títulos(ajudou a organizar o time e desenvolver o motor BWM-Turbo, essa é a parte mais dura na F-1). Depois, Piquet desenvolveu ao extremo o motor Honda em ritmo de corrida…resultado, primeiro campeão com motor Honda(acorda Japão). Chega ser hilário, Senna foi campeão em 88 com motor preparado por Piquet, e pra superar Prost, Senna ainda dependeu do regulamento de descartes a favor, um título bem artificial…
Detalhe, Emerson e Piquet nunca precisaram jogar carro em cima do rival pra chegar ao bicampeonato, ambos foram campeões de forma limpa! E sem depender de oba-oba de narrador ou emissora a favor…
Agora a viuvada pode mandar tijolada! Senna sabia pra que servia uma chave de fenda? Fittipaldi e Piquet com certeza sabiam…
Sul-americano não tinha vez? Já ouviu falar num tal de Juan Manoel Fangio?
De arrepiar!
Tu é foda Flávio! Tu coloca os seres vivos pilotando o carro!
Eu estava lá. e vi parte dele na 3, um pedaço no miolo, outro tanto na junção.
Foi legal e tão bom (já disse isso ao Jan) pois ninguém esquece.
E quando se comenta o Jan abre um sorrisão muito legal.
Nunca tive oportunidade de fazer algum comentário ao Emerson, pois está sempre cercado de um monte de gente.
As poucas vezes que seriam possíveis, não seriam convenientes pois eram sempre datas tristes.
Não Importa.
Acho até que ele concorda também, apesar da choradeira no pódio.
Quanto a F1, eu ouvia a Jovem Pan quando o Homem do Tempo, Narciso Vernizzi, entrou no ar informando que ” …o piloto brasileiro Emerson Fittipaldi, venceu o Grande Premio dos Estados Unidos de W. Glenn etc…” o resto é história, mas lembro do “meu” sorrisão e o arrepio de alegria.
Seu texto FG, está muito, muito bom.
Qdo vc não fala da Lusa, nem da mãe Russia, nem da lacraia #69 que só promete e nunca cumpre, aflora o que voce tem de melhor.
Saber escrever…
Já disse isso uma vez, mas vou repetir: vc tá ficando bom nisso! Belo texto!
Puta que pariu, Flávio.
Que coisa linda de texto.
Em 66 ainda faltavam 12 anos pra que eu saísse da fábrica, mas posso jurar que estive lá em Interlagos vendo o Rato no GT Malzoni, escondidinho atrás dos boxes, por pelo menos alguns minutos.
Obrigado.
EMO um dos pilotos mais tecnicos que ja vimos no automobilismo mundial .
Muito bacana. Me senti lá, ao vivo.