SOBRE ONTEM DE MADRUGADA

A IMAGEM DA CORRIDA

Max saúda o público: quatro títulos seguidos

SÃO PAULO (repensem seus conceitos) – Max Verstappen já pode ser colocado, fácil, na lista dos três maiores de todos os tempos. Ao menos na minha. Cada um tem a sua, e não vou discutir isso aqui. Meus outros dois são Michael Schumacher e Lewis Hamilton. Pela ordem? OK, sem muro: Schumacher, Verstappen e Hamilton. Por quê? Porque sim, poderia dizer para abreviar a conversa. Mas se os números não bastarem, pensem em tudo que esses três já fizeram na F-1 (ganhar campeonato de Benetton, tirar a Ferrari da fila, conquistar cinco títulos seguidos, bater recordes de vitórias e poles, estrear aos 17 anos, ganhar corrida aos 18, vencer 19 num ano…) e depois ponderem com as grandes façanhas de seus preferidos, e façam a lista que quiserem.

A minha tem Verstappen.

Entre outros motivos, porque também gosto do estilo mais “cool”, menos afetado, distante de querer fazer da Fórmula 1 algo maior do que é — um campeonato de corridas de automóveis, não uma odisseia de heróis vestindo armaduras que enfrentam demônios e dragões. Uma competição de altíssimo nível em todos os níveis, se é que me entendem. Um esporte que exige talento, alguma coragem, força mental e física. Ganha o mais rápido, e quando não der para ser mais rápido, que seja o mais esperto e inteligente.

Verstappen reúne todas essas qualidades. E a que mais encanta é o jeito de pilotar: preciso, rápido, decidido, criativo quando precisa. Max é um rapaz que gosta de carros que sejam como ele, velozes e eficientes. É um competidor puro-sangue que não tem inimigos imaginários.

O tetra é merecidíssimo. Não foi com o melhor carro do ano, mas quando teve alguma vantagem técnica, no início da temporada, fez o que tinha de fazer: ganhou 70% das dez primeiras corridas. Aí foi só esperar o momento de comemorar. E, de presente, ainda deu aos fãs da F-1 uma das mais lindas vitórias de qualquer piloto em todos os tempos, a de Interlagos.

Acho que não dá para pedir muito mais.

A temporada de 2024 tem sido muito boa. Tem sido, porque ainda não acabou. Há uma boa disputa pelo título de construtores, que está abertíssimo: McLaren com 608, Ferrari com 584. São apenas 24 pontos de vantagem para o time papaia, que anda meio cabisbaixo depois do que aconteceu em São Paulo. As atuações de Norris e Piastri em Las Vegas foram muito discretas, opacas, apagadas. Fizeram, juntos, 15 pontos — contra 27 da Ferrari e 43 da Mercedes.

Faltam duas etapas, no Catar, neste fim de semana (com Sprint), e em Abu Dhabi. E com a vitória de Russell ontem de madrugada, pela primeira vez na história sete pilotos diferentes venceram mais de um GP na mesma temporada: Verstappen (oito), Norris e Leclerc (três cada), Piastri, Sainz, Hamilton e Russell (dois cada). Claro que a fartura do calendário, com suas 24 corridas, ajuda. Mas considerando que no ano passado foram só três vencedores (Max com 19 vitórias, Pérez com duas e Sainz com uma), não dá para reclamar.

Acho que já falamos ontem dos agora cinco pilotos da história que conseguiram quatro títulos seguidos. Verstappen se junta a Schumacher (cinco, de 2000 a 2004), Vettel (2010 a 2013), Hamilton (2017 a 2020) e Fangio (1954 a 1957). Uma galeria e tanto. Perguntaram ao holandês se ele, quando corria de kart, imaginava que chegaria a tanto. A resposta foi simples e direita: “Absolutamente não!”. Disse que sonhava em chegar à F-1, quem sabe fazer uns pódios e ganhar umas corridinhas, mas tanto assim, não.

Abaixo, a lista de todos os campeões desde 1950, para recortar e guardar. É modo de dizer, claro. Basta salvar a imagem no computador.

Todos os campeões: cinco com quatro títulos seguidos

O NÚMERO DE LAS VEGAS

…lugar dá título em Las Vegas. Foi em quinto que Verstappen ganhou o tetra, ontem. A cidade recebeu a F-1 em 1981 e 1982 numa pista montada no estacionamento de um hotel. As corridas fecharam aquelas temporadas. Em 1981, Nelson Piquet, de Brabham, terminou em quinto e Carlos Reutemann, da Williams, foi o oitavo. O brasileiro terminou campeão com 50 pontos, contra 49 do argentino. No ano seguinte, Keke Rosberg, da Williams, também terminou em quinto e garantiu seu único título com 44 pontos. O vice-campeão, Didier Pironi (Ferrari), ficou com 39. Mas ele não participou das últimas cinco etapas do Mundial, depois de sofrer grave acidente nos treinos para o GP da Alemanha. John Watson, da McLaren, também fez 39 pontos. Segundo em Las Vegas, o resultado não foi suficiente para bater o finlandês na pontuação. Naqueles tempos, só os seis primeiros pontuavam: 9-6-4-3-2-1. Das quatro corridas disputadas até hoje em Las Vegas, portanto, três decidiram campeonatos.

Algumas notas rápidas agora, que ontem deixamos passar. Começando com Ocon, coitado, que foi fazer um pit stop e ao entrar nos boxes viu que não tinha mecânico nem pneu esperando por ele. Acabou fora da zona de pontos. Já na Haas, Magnussen reclamou que foi o único com estratégia de apenas uma parada. Deu errado, claro.

E teve uma treta na Ferrari. Leclerc não gostou de ter sido ultrapassado por Sainz no início da prova. E disparou…

A FRASE DE LAS VEGAS

“Eu só me fodo por ser bonzinho.”

Charles Leclerc
Leclerc: irritado com a Ferrari

Para terminar, a notícia do dia: a F-1 aceitou a inscrição da GM, com a marca Cadillac, para ser a 11ª equipe da categoria em 2026. Faltam alguns detalhes, mas o básico está feito. Tiraram Michael Andretti da jogada e a montadora americana se associou ao investidor Dan Towriss, que na prática tomou a equipe do ex-piloto. A marca Andretti vai ficar na Indy.

Mas como as coisas são esquisitas no mundo corporativo, o pai de Michael, Mario Andretti, 84 anos, será o diretor do Conselho da equipe, que deve se chamar Cadillac Racing ou Cadillac F-1 Team. O time americano terá sede em Silverstone (que Michael construiu) e deve usar motores Ferrari em 2026 e 2027. Em 2028, a ideia é ter motores próprios. Michael disse no Twitter (ou X, como quiserem chamar essa merda) que vai “torcer” pelo sucesso da empreitada.

GOSTAMOS & NÃO GOSTAMOS

GOSTAMOS da Haas, que com o oitavo lugar de Hülkenberg passou a Alpine e agora está em sexto com 50 pontos. Os franceses têm 49 e a Débito ou Crédito, 46. Briga boa para o final do ano.

NÃO GOSTAMOS da demora para a cerimônia de premiação, com aquele passeio ridículo de Rolls Royce para fazer propaganda de hotel.

Comentar

LAS JECAS (3)

Verstappen tetra: um dos maiores de todos os tempos

SÃO PAULO (História com H) – Max Verstappen é tetracampeão mundial de Fórmula 1. A conquista na madrugada deste domingo em Las Vegas coloca o holandês de 27 anos ao lado de Sebastian Vettel e Alain Prost na lista das grandes lendas da categoria. Acima deles estão Juan Manuel Fangio, cinco títulos, e Michael Schumacher e Lewis Hamilton, com sete.

Verstappen, se parar agora de correr, ficará para a história como um dos maiores pilotos de todos os tempos. Seu talento não pode ser discutido. Lando Norris, que em determinado momento desta temporada sonhou com a taça, resumiu bem o rival: “Quando ele tem o melhor carro, domina. Quando não tem, está sempre lá. Max não tem pontos fracos”.

O piloto da Red Bull terminou o GP de Las Vegas, antepenúltima etapa do Mundial, na quinta colocação. A corrida foi vencida por George Russell, da Mercedes, com Lewis Hamilton em segundo. Foi a 60ª dobradinha da equipe alemã, a primeira desde o GP do Brasil de 2022. Carlos Sainz, da Ferrari, completou o pódio. Seu companheiro Charles Leclerc foi o quarto colocado.

Verstappen precisava apenas chegar à frente de Norris para ser campeão. O inglês da McLaren foi o sexto, seguido por Oscar Piastri, Nico Hülkenberg, Yuki Tsunoda e Sergio Pérez na zona de pontuação. Max chegou a 404 pontos, contra 340 de Norris. Faltam duas etapas para o fim do campeonato, no Catar e em Abu Dhabi. Com 60 pontos em jogo, Lando pode atingir o máximo de 400. Se assim desejar, Verstappen pode pegar um avião e tirar férias nos Lençóis Maranhenses, seu cantinho preferido no mundo — ele é namorado de Kelly Piquet, filha de Nelson Piquet, que conquistou seu primeiro título na F-1 em 1981, coincidentemente, na mesma Las Vegas.

Max é o quinto piloto na história a ganhar quatro campeonatos consecutivos. Antes dele, Fangio (1954 a 1957), Schumacher (2000 a 2004, o recordista com cinco), Vettel (2010 a 2013) e Hamilton (2017 a 2020) realizaram a façanha. E não foi tão fácil quanto se imagina, ainda que tenha liquidado a fatura antes do encerramento da temporada. Verstappen, no ano passado, venceu 19 das 22 etapas do Mundial. Mel na chupeta, domínio jamais visto na história da categoria. Neste ano, ganhou sete das dez primeiras. Vislumbrava-se um campeonato parecido. Mas, aí, a maionese da Red Bull desandou. A McLaren começou a ganhar corridas. Ferrari e Mercedes, também. Depois da vitória em Barcelona, o holandês ficou dez provas em jejum, até vencer em Interlagos. Faz tempo que não tem o melhor carro do grid.

Mas, como diz Norris, “está sempre lá”.

A comemoração ao fim da prova: quinto lugar suficiente

Como de bobo não tem nada, quando percebeu que não tinha mais carro para ganhar Verstappen colocou o regulamento debaixo do braço, como se diz, e foi somando seus pontos. Não quis dar uma de herói. Evitou divididas temerárias. Deixou os adversários — no caso, Norris — se enforcarem sozinhos em seus erros e trapalhadas. Chegou a Las Vegas numa situação confortável para assegurar o título. E assim foi.

Claro que o belo e inesperado 1-2 da Mercedes merece aplausos. O time prateado venceu pela quarta vez no ano com estilo e autoridade. Russell dominou a prova. Hamilton largou em décimo e lembrou seus melhores momentos na F-1, com lindas ultrapassagens e uma pilotagem agressiva e determinada, para terminar em segundo.

O abraço de Russell e Lewis: 60 dobradinhas para a Mercedes

Mas o título de Verstappen, ainda que conquistado com uma discreta quinta posição na corrida, é que será lembrado no futuro. A quarta corrida da história de Las Vegas definiu um campeão pela terceira vez. Em 1981, Piquet. Em 1982, Keke Rosberg. Na época, a prova acontecia num circuito ridículo montado no estacionamento do hotel Caesar’s Palace. No ano passado, a pista atual foi inaugurada como a grande cereja do bolo da temporada, organizada pela empresa que é dona da categoria, o Liberty Media Group.

Não foi uma corrida espetacular, como a do ano passado. Mas teve lá seus bons momentos. Nos três dias do evento, 306 mil pessoas ocuparam as arquibancadas que concorreram com os salões barulhentos e iluminados dos cassinos que fizeram de Las Vegas a meca da jogatina no planeta. Russell venceu pela terceira vez na carreira, segunda no ano — a outra nesta temporada foi na Áustria; a primeira na F-1, em Interlagos/2022.

A história do tetra está abaixo. Tetra que, segundo Verstappen, nunca tinha passado por sua cabeça. “Quando cheguei à F-1, achava que um dia talvez conseguisse um pódio, uma vitória. Jamais imaginei ser campeão. Muito menos quatro vezes.”

Sainz passa Leclerc: monegasco não gostou

A noite foi fria em Las Vegas, mas menos que nos dois dias anteriores: 18°C, mesma temperatura do asfalto. Leclerc foi o melhor da largada, saltando de quarto para segundo assim que as luzes vermelhas se apagaram. Russell fez uma partida segura, mantendo a liderança sem ser assediado. E Verstappen também se segurou à frente de Norris, que era seu único objetivo na noite feérica da cidade-roleta.

O bom ritmo de corrida da Ferrari se mostrou logo de cara, com Leclerc partindo para cima de Russell na terceira volta, trazendo junto com ele Sainz. Na quarta, Verstappen passou Pierre Gasly, que largara em terceiro, e assumiu a quarta colocação.

Sem muita paciência, Leclerc passou a atacar Russell nas curvas de alta, de baixa, de média, nas retas e nas redes sociais. O inglês da Mercedes tomou um susto ao se deparar com a volúpia do monegasco. Na sexta volta, percebendo suas más intenções, apertou o pé e conseguiu abrir mais de 1s sobre o piloto da Ferrari. Na sétima, já tinha mais de 2s. Na oitava, quase 4s.

Charlinho, então, bobeou. Perdeu a posição para Sainz e, na sequência, para Verstappen. Caiu para quarto. Max, assim, se livrou de um trenzinho perigoso com Gasly, Norris, Hamilton, Tsunoda e Piastri. A Ferrari, então, chamou Leclerc para os boxes na volta 10. E a McLaren fez o mesmo com Norris. Ambos colocaram pneus duros. Os pit stops muito precoces chamaram a atenção.

Max passou Sainz no final da décima volta e foi para segundo. A Ferrari mandou o espanhol trocar pneus também. Com as primeiras paradas, Russell, Verstappen, Hamilton, Hülkenberg e Ocon eram os cinco primeiros. O holandês foi para os boxes na volta 12, chamado pela Red Bull. Caiu para sexto.

Russell se aproveitou para abrir uma longa distância para seus adversários e parou na volta 13. Voltou em segundo atrás do companheiro de equipe, que teria de fazer seu pit stop logo. A situação era bem confortável. Pérez apareceu em terceiro com seus pneus duros da largada – Bottas e Colapinto, este saindo dos boxes, foram os outros que optaram pelos pneus mais duros na largada; Alonso foi de macios e os demais, de médios.

Quadriculada para George: segunda vitória no ano

A liderança foi de novo para Russell na volta 14, quando Hamilton parou. E na volta 16 o primeiro abandono do dia: o pobre Gasly, que tinha largado em terceiro, gritou pelo rádio que seu motor estava perdendo potência. “Aqui está mostrando que está tudo OK”, respondeu o engenheiro. E então uma fumaceira danada saiu do motor e o francês abandonou. “Aqui onde?”, perguntou Pierre. “Aqui nos dadinhos, acabei de ganhar 200 dólares.”

Na volta 20, com todos de pneus trocados, Russell, Verstappen, Sainz, Leclerc, Hamilton, Norris, Tsunoda, Piastri, Alexander Albon e Fernando Alonso eram os dez primeiros. A Mercedes surpreendia pelo ritmo de corrida fortíssimo, que nem a equipe esperava. George tinha 10s de vantagem para Max. Lewis ensaiava o bote para cima de Leclerc.

Na volta 28, Verstappen fez sua segunda parada, assim como Hamilton. Na mesma hora, Leclerc passava Sainz e, assim, assumia a segunda posição. O espanhol estava entrando nos boxes e a equipe mandou ficar na pista. Foi na volta seguinte, cuspindo marimbondos. “O que aconteceu?” “A gente não estava pronto”, alguém respondeu. “Acordem, cacete!” “Um momento, Carlos. Estou com um full-hand e não posso falar agora.”

Com 30 voltas, Russell, Leclerc, Norris, Verstappen, Hamilton, Sainz, Tsunoda, Hülkenberg, Pérez e Zhou eram os dez primeiros. Mas o pelotão estava embaralhado, com alguns tendo feito só uma parada e outros já com dois pit stops nas costas. As previsões de apenas uma troca foram para o beleléu.

Voando, Lewis passou Verstappen na volta 32, quando Leclerc parou. Assim, o heptacampeão assumiu a segunda colocação rascunhando uma dobradinha da Mercedes. Fazia uma grande prova, Hamilton. O líder parou na volta 33 e voltou tranquilo ainda na ponta. Sua vantagem para o companheiro, na hora do pit stop, era superior a 30s. Risco zero.

Lewis era o grande nome da prova. De décimo no grid, apertava o ritmo para tentar chegar em Russell, o líder. Fazia melhor volta em cima de melhor volta, numa de suas melhores atuações no ano. A diferença para o parceiro, que chegara a ser de mais de 10s após a parada do #63, caiu para pouco mais de 6s na volta 40. George, claro, administrava a vantagem. Tinha a vitória nas mãos. Desde o GP do Brasil de 2022 que a Mercedes não fazia um 1-2.

Hamilton dá entrevista ao final da prova: Piloto do Dia para o amigo internauta

O título para Verstappen, terceiro colocado, estava garantido. Afinal, Norris era apenas o sexto, com uma atuação opaca e protocolar. Quem ameaçava o holandês era a Ferrari, com seus dois carros. Na volta 41, Sainz colou nele, com Leclerc junto. Claro que Max queria um trofeuzinho. Mas também não iria dar a vida pelo pódio. Na volta 42, Carlos passou. Leclerc demorou mais e só conseguiu superar o #1 na 47ª. O quinto lugar, para Max, continuava sendo mais do que suficiente para festejar o tetra.

Hamilton não fez questão de aparecer na foto com Russell recebendo a quadriculada, tirou o pé e terminou a prova bem atrás do companheiro. Sainz fechou o pódio, com Leclerc, Verstappen, Norris, Piastri, Hülkenberg, Tsunoda e Pérez nas dez primeiras posições.

Max, pelo rádio, agradeceu à equipe e falou pouco. Parecia emocionado. Enquanto isso, Russell berrava feito um maluco. Devagar na pista, Verstappen era saudado por todos os pilotos que passavam por ele. Numa deferência à conquista, levou o carro até o grid e estacionou diante de uma placa sinalizando a posição do campeão mundial.

Mesmo fora do pódio, Max não foi poupado da papagaiada da cerimônia de premiação concebida para a corrida de Las Vegas. Foi enfiado num Rolls Royce saia & blusa preto e dourado ao lado de seu engenheiro Gianpiero Lambiase. Em outro, Russell, Sainz e Hamilton se apertavam no banco traseiro. Um terceiro completava o cafonérrimo cortejo. Nos boxes, os integrantes da Red Bull vestiam camisetas com a inscrição “M4X”, o 4 no lugar do A.

Em frente ao hotel Bellagio, um monumento ao mau gosto arquitetônico, os quatro pilotos foram entrevistados enquanto ao fundo uma fonte dançava no ritmo das fontes que dançam – água pra lá, água pra cá. Voltaram para os Rolls Royces e foram para o pódio receber os troféus.

O Mundial de Construtores, com o resultado de Las Vegas, segue aberto com a McLaren em primeiro apenas 24 pontos à frente da Ferrari: 608 x 584. A Red Bull tem 555. Briga boa acontece entre Haas (50), Alpine (49) e Aproximação É Aqui Atrás (46).

A próxima etapa do campeonato acontece na semana que vem no Catar, com Sprint. Embora Verstappen já tenha encerrado a contenda entre os pilotos, as duas provas que fecham a temporada valem bastante para as equipes. Cada posição na tabela representa alguns milhões de dólares a mais na conta corrente à guisa de premiação.

E se tem uma coisa que essa turma da F-1 gosta é dinheiro.

Comentar

LAS JECAS (2)

Russell na pole: Mercedes supreendente em Las Vegas

SÃO PAULO (já tá de dia!) – George Russell desbancou os protagonistas do Mundial e cravou a pole para o GP de Las Vegas na madrugada de hoje. O inglês da Mercedes fez sua terceira pole no ano (as outras foram no Canadá e na Inglaterra) e quarta na carreira. Uma surpresa para ele mesmo. “Não acreditava nisso e a gente precisa entender por que o carro está tão rápido aqui”, reconheceu. Não há explicações muito claras. Temperaturas baixas, longas retas, talvez. Mas houve outras corridas em pistas parecidas neste ano e nem por isso a Mercedes andou bem. São os mistérios do automobilismo.

Os pilotos que lutam pelo título não brilharam. Max Verstappen larga em quinto com a Red Bull e Lando Norris, da McLaren, ficou em sexto no grid. Russell terá ao seu lado na primeira fila o espanhol Carlos Sainz, da Ferrari. Atrás deles, na segunda fila, o surpreendente Pierre Gasly, da Alpine, e Charles Leclerc, da Ferrari. A prova, que começa às 3h do domingo pelo horário de Brasília, pode decidir o título a favor de Verstappen. O holandês conquista o tetra se, ao final da prova – a 22ª das 24 do campeonato – tiver pelo menos 60 pontos de frente sobre Norris. A diferença, neste momento, é de 62. Para ser campeão, Landinho precisa ir a algum bom terreiro e caprichar nos despachos. Sem garantia nenhuma dos orixás, diga-se. Eles não são bobos de prometer o que não podem cumprir.

A asa recortada de Verstappen: improviso

Las Vegas é um circuito de rua em formato de porco muito veloz. A pista, não o porco. Por isso a Red Bull teve de recortar sua asa traseira antes do terceiro treino livre, no fim da noite de ontem pelo nosso horário, para diminuir o arrasto aerodinâmico do RB20. A equipe levou o aerofólio errado para a corrida. Alguém foi buscar as asas no almoxarifado para colocar na bagagem e estranhou o novo funcionário, um sujeito alto de rosto comprido, cabeleira farta e sotaque alemão. No crachá, um nome esquisito: Pebolim Lobo. “Aqui estão os asas parra Los Vegas”, disse, entregando as peças ao responsável, um asólogo que trabalha na equipe desde os tempos em que ela se chamava Stewart. Ele achou o volume esquisito, mas antes que pudesse perguntar qualquer coisa, o empregado se adiantou: “Son os asas de circuita de rua, non precisa nem tirrar a plástico bolha”.

Já nos EUA, assim que o pacote foi aberto, alguém desconfiou de sabotagem. O asólogo foi demitido. As câmeras de segurança do almoxarifado de Milton Keynes foram desligadas, uma investigação constatou depois. Mas outras câmeras, de um pub nas redondezas, flagraram um gordinho careca e um sujeito espigado de rosto comprido e cabeleira farta brindando com vários pints e gargalhando a noite inteira. Tudo isso aconteceu na semana passada, pelo que pude apurar.

A Red Bull pegou uma serrinha, uma lixa, rabiscou com giz onde a asa deveria ser cortada, e as coisas funcionaram. O carro de Verstappen passou a andar bem. O de Sergio Pérez, não. Mas essa é outra história.

George na classificação: forte em todos os treinos

O Q1 começou com 12°C na capital da jogatina e da cafonice, uma noite gelada com asfalto idem. A Mercedes tinha sido a mais rápida em todos os treinos livres. Na quinta, Lewis Hamilton ficou em primeiro nas duas sessões. Horas antes da classificação, Russell cravou o melhor tempo no terceiro treino livre. Tais resultados autorizavam qualquer um a apostar nos carros prateados para a pole.

E os dois pilotos repetiram o desempenho na abertura da sessão que definiria o grid. Jorginho marcou 1min33s186, com Hamilton em segundo a 0s039 de distância. Verstappen foi o terceiro, seguido por Leclerc, Oscar Piastri, Sainz, Norris, Gasly, Franco Colapinto e Yuki Tsunoda. Foram eliminados o trágico Pérez, o irritado Fernando Alonso, o desafortunado Alexander Albon, o conformado Valtteri Bottas e o amargurado Lance Stroll. O mexicano ficou a 0s8 de seu companheiro de equipe. É um piloto, hoje, indefensável. Se a Red Bull insistir na sua manutenção, com alguém como Colapinto dando sopa, será a maior demonstração de bundamolice de sua história de duas décadas na categoria.

No Q2, Max seguiu tirando leite de pedra de seu carro problemático, enquanto a Mercedes, num improvável fim de semana competitivo – lembro que Hamilton teve ganas de abandonar o campeonato depois do desempenho pífio em Interlagos, ele mesmo contou –, continuava firme e forte na frente. O holandês chegou a se colocar no alto da tabela de tempos com 1min33s085, mas o time prateado voltou à ponta com Russell cravando 1min32s881 seguido por Lewis, 0s084 atrás. Verstappen ainda perdeu o terceiro lugar para a Ferrari de Leclerc, o terceiro. Quem não andava nada era a McLaren, claramente baqueada pela surra que levou de Max em Interlagos, perdendo qualquer possibilidade real de título com Norris. Claro, a perspectiva de ser campeã de Construtores era animadora, continua sendo, mas a verdade é que o sonho de Landinho foi ceifado de forma tão contundente que é impossível não mostrar algum abatimento.

Nos últimos instantes do Q2 a Mercedes melhorou ainda mais, com Hamilton pulando para primeiro (1min32s567). Sainz colocou a Ferrari em segundo e deixou Russell em terceiro. Foi quando Colapinto, a quem acabei de elogiar, deu uma senhora porrada ao tocar a roda esquerda na barreira de proteção da curva 15, arremessando-o ao muro da curva 16. Destruiu o carro completamente. Não se machucou, mas causou um enorme prejuízo para a Williams, equipe que vende o almoço para pagar a janta. Barbeiragem que pode custar sua participação na corrida de amanhã. E, sem exagero, comprometer seu futuro na categoria. Qual será o Colapinto que veremos daqui para a frente? O tempo dirá, diria o outro. Bem, quando o tempo disser, saberemos.

Gasly, Leclerc, Piastri, Verstappen, Tsunoda, Norris e Nico Hülkenberg passaram ao Q3. Esteban Ocon, Kevin Magnussen, Guanyu Zhou, Colapinto e Liam Lawson ficaram fora da fase decisiva da classificação. Que demorou bastante para ser retomada: os fiscais tiveram de limpar a pista, que ficou emporcalhada com restos mortais de carro e espuma, e ainda arrumar o guard-rail e a barreira de proteção.

Depois de tudo limpo e consertado, o Q3 começou com Verstappen sendo o primeiro a ir para a pista, porque precisava de pelo menos duas voltas para aquecer seus pneus antes de partir para a briga com o cronômetro.

O grid em Las Vegas: Mercedes e Ferrari favoritas

A primeira bateria de voltas rápidas colocou Russell em primeiro com 1min32s811. Hamilton errou em sua tentativa, abortou a volta e foi para os boxes. Sainz fez o segundo tempo e Verstappen, o terceiro. Norris e Piastri vinham atrás deles nas cinco primeiras posições.

Pausa para o cafezinho e nova jornada de voltas rápidas para fechar os trabalhos da sexta-feira. Cada um com suas ambições e problemas, sonhos e pesadelos, expectativa e realidade. A Ferrari acordou, mostrou suas garras e chegou a ficar em primeiro e segundo. Mas Russell confirmou o grande momento da Mercedes em Las Vegas e cravou uma linda pole-position com 1min32s312. Sainz ficou em segundo, 0s098 atrás. E o terceiro lugar… Bem, aplausos de pé para Gasly, terceiro no grid com a Alpine. Ficou a 0s352 da pole, mas na frente dos grandões de Red Bull, McLaren e Ferrari. Leclerc foi o quarto, com Verstappen em quinto (a 0s485 de Russell), Norris em sexto, Tsunoda em sétimo, Piastri em oitavo, Hülkenberg em nono e Hamilton em décimo, depois de cometer mais um erro na sua segunda tentativa de volta rápida.

Se o que vale na madrugada do domingo é a luta pelo título, e é, Max larga campeão, já que se chegar à frente de Norris garante o tetra. Mas nenhum dos dois deve brilhar amanhã. Verstappen é capaz de comemorar o tetra longe do pódio, a julgar pelo que estão andando Mercedes e Ferrari, principalmente.

Mas…

Mas a Red Bull andou treinando muito os longos stints, pensando na corrida. Que ninguém se espante se Max acabar fazendo uma de suas mágicas de novo. Seja como for, vale a pena o esforço para a assistir à prova no meio da madrugada. É aquela coisa de ver a História sendo escrita ao vivo e em cores.

Como diria Christian Fittipaldi naquele antigo comercial, eu recomendo.

Comentar

LAS JECAS (1)

Hamilton, o mais rápido: surpresa mercêdica

SÃO PAULO (atrasadinho) – Essa corrida de Las Vegas embaralha nosso relógio biológico. Mas teremos de conviver com isso bastante tempo. É a segunda edição. A do ano passado, que começou com o vexame dos bueiros, acabou sendo ótima. A deste fim de semana não teve bueiro voando, mas uma pista suja, empoeirada e sem nenhuma aderência. Para piorar, faz um frio desgraçado: 14°C foi a temperatura média durante a noite na terra da jogatina. O asfalto estava gelado. Mas é capaz de ser ótima, também. Porque, entre outros motivos, pode consagrar Max Verstappen como tetracampeão.

Antes que perguntem, o holandês, para conquistar o título, precisa sair de Nevada com pelo menos 60 pontos de vantagem para Lando Norris. Ele já tem 62. Depois dessa prova, serão 60 pontos em jogo nas duas etapas finais, no Catar (com Sprint) e em Abu Dhabi. As combinações de resultados que lhe dão o tetra são muitas. Fiquem com a continha básica dos 60 pontos de vantagem — em caso de empate, ele fica com a taça por ter mais vitórias. Seja como for, se não ganhar agora ganha na próxima. O show de Interlagos acabou com qualquer esperança do inglês da McLaren.

Já foram dois treinos livres. Um que começou às 23h30 de ontem e outro que terminou às 4h de hoje. Las Vegas está cinco horas atrás do horário de Brasília. A programação de hoje e amanhã é a mesma: 23h30 treino livre, 3h classificação. A corrida acontece na noite de sábado lá, 22h. Aqui, madrugada do domingo, 3h. Virem-se para assistir.

Os tempos do segundo treino: Red Bull no fundão

Olhando para essa tabela, é de se estranhar a Red Bull em 17º e 19º num fim de semana em que seu piloto pode ser campeão. Bem, há algumas explicações. Primeiro, a equipe se concentrou mais em usar os pneus médios pensando na corrida do que em ralar os macios de olho na classificação. Mas o problema, mesmo, foi outro. A Red Bull errou a asa traseira para Las Vegas. Levou um modelo maior do que deveria. Alguém fez alguma cagada, ou a bobagem só foi percebida na pista. O resultado é que não se deve imaginar um Verstappen protagonista como em São Paulo, onde a chuva ajudou e o holandês conseguiu a vitória mais bonita de sua carreira.

Como a pista vai mudar muito para a classificação, vamos evitar prognósticos definitivos. Ficou claro que a Mercedes começou muito bem, ficando com o melhor tempo nas duas sessões. Nas duas com Lewis Hamilton, que disse no início da semana que chegou a pensar em nem correr até o fim do ano, tamanho o desastre da Mercedes em Interlagos.. A McLaren está perto e a Ferrari, não. A Alpine pode surpreender de novo e brigar por pontos. Nada parecido, claro, com o pódio duplo de Esteban Ocon e Pierre Gasly no Brasil. A Red Bull vai tentar reduzir os danos, como se diz. Sem grandes ambições, sabendo que já não tem o melhor carro do grid faz tempo, jogará com o regulamento debaixo do braço.

Falando em regulamento, tem algumas novidades em Las Vegas e algumas notícias merecem caixinhas. Vamos logo a elas.

DIRETIVA – Ah, as famosas diretivas… A FIA mandou as equipes maneirarem nas placas de titânio que colocam sob o assoalho nos pontos de fixação da prancha que não pode ter um desgaste maior do que 1 mm ao fim da corrida. Alguns times estavam usando essas peças em espessura exagerada, para proteger as tais pranchas. São tábuas de 10 mm que vão se desgastando quando raspam no chão. Se terminarem a prova com menos de 9 mm de espessura nos pontos de medição, o piloto é desclassificado. Aconteceu com Hamilton e Charles Leclerc do GP dos EUA do ano passado. Como os carros, com efeito-solo, precisam andar colados no chão, a tendência é que as pranchas desgastem, mesmo. Com o uso dos suportes de titânio, elas ficam protegidas. Daí o excesso de faíscas que temos visto ultimamente. Quem dedurou os espertinhos, vejam só, foi a Red Bull. Aparentemente, McLaren, Ferrari e Mercedes eram as que estavam abusando do recurso.

NOVO DIRETOR – Suderj informa: sai o alemão Niels Wittich, entra o português Rui Marques. A troca do diretor de prova da F-1 pegou todo mundo de surpresa. Wittich vinha atuando desde 2022, após a demissão do desastroso Michael Masi — que por uma decisão estapafúrdia no GP de Abu Dhabi de 2021 acabou tirando o oitavo título de Hamilton. A FIA disse que Wittich resolveu sair. Ele negou. Alguma treta aconteceu com Mohammed Ben Sulayem, o mala sem alça que preside a entidade. Marques vinha atuando como diretor de provas da F-2 e da F-3. Não se sabe se fica só até o fim do ano ou até o fim dos tempos. Por enquanto, sua escalação está garantida para as três últimas etapas do Mundial.

MARESIA – Para a posteridade: Sergio Pérez e Franco Colapinto reportaram um fortíssimo cheiro de maconha nos boxes de Las Vegas. “Se fizerem antidoping, caímos todos”, brincou o argentino.

Cadillac pode, Andretti não

ERA PESSOAL – E deixei por último a notícia mais importante do dia. A F-1 parece disposta a aceitar, agora, uma 11ª equipe. E já para 2026. Sim, é a Andretti. Mas não pode se chamar Andretti. Cadillac Racing é um nome possível. Michael Andretti, há alguns meses, deixou o comando da Andretti Global. A empresa foi assumida pelo milionário Dan Towriss, um desses caras genericamente chamados de “investidores”. Era sócio de Michael. Papo vai, papo vem, o sujeito convenceu a Liberty e a FOM (empresa que detém os direitos comerciais da F-1 que pertence à Liberty e tem participação das equipes) de que a GM, dona da marca Cadillac, pode ser uma boa para a categoria. Breve retrospecto: a FIA aceitou a inscrição da Andretti em 2023, mas no começo deste ano a Liberty e as dez equipes que disputam o campeonato vetaram sua entrada alegando que ela “não seria competitiva” e “não agregaria valor”. Mas deram uma lambuja: aceitaram a Cadillac, com quem a Andretti havia firmado uma parceria, como fornecedora de motores a partir de 2028. A ideia agora é que o novo time seja oficial de fábrica. Sem Andretti no meio. Parece que a parada era meio pessoal contra Michael, mesmo — não me perguntem por quê. Uma equipe da General Motors, esse é o recado, será bem-vinda. É bom lembrar que a Andretti já construiu uma fábrica em Silverstone, contratou Pat Symonds (que de 2017 até maio deste ano estava trabalhando na Liberty como diretor-técnico da F-1) para chefiar o projeto e fez até um protótipo de chassi usando o túnel de vento da Toyota na Alemanha. Vai rolar, pelo jeito.

Comentar

RÁDIO BLOG

Eu não conhecia as MonaLisa Twins. Gilberto Carmo indicou. Muito lindas e muito lindo.

Comentar

LAS VEGAS CHEGANDO

Max Verstappen pode ser tetracampeão neste fim-de-semana em Las Vegas, anotem os horários!

Comentar

FOTO DO DIA

Hoje faz 30 anos do primeiro dos sete títulos de Michael Schumacher, nos lembra o Bruno Wenson. É o maior piloto que vi até hoje.

Comentar

DICA DO DIA

SÃO PAULO (demais, isso!) – Diogo Batalha, de Lisboa, mandou: “Olá Flavio, não sei se já viu este vídeo de há cinco meses. Eu não conhecia. Puseram o Sargeant para correr contra as inteligências artificiais que replicavam o comportamento de ex-campeões pela Williams. Achei bem divertida a corrida de 15 voltas. No mais, gosto do que escreve. Siga no blog que seguirei lendo. Combinado? Então combinado”.

Combinado.

Comentar

SALVA

SÃO PAULO (alvíssaras!) – Não pude ir, mas o CARDE, o maior museu de carros do Brasil, teve sua pré-abertura nesta terça em Campos do Jordão. A carreteira do Camillo foi salva. Vou dormir mais leve. A foto é do Jason Vôngoli. Um carrinho meu quase foi parar lá. Mas isso é história para outro dia.

Comentar

DAS ALPINEN

SÃO PAULO (que imagem enorme…) – A Alpine confirmou nesta terça-feira que usará motores Mercedes de 2026 a 2030. A fábrica de Viry, que faz motores de F-1 desde 1976, vai ser convertida para fazer os supercarros esportivos da Alpine. Demissões à vista. A decisão foi tomada há seis meses pelo italiano Luca de Meo, CEO da Renault. Irritado com os maus resultados e os gastos excessivos no programa de F-1, ele resolveu comprar motores, em vez de fabricá-los.

A reestruturação da Alpine incluiu a contratação, há alguns meses, do escroque Flavio Briatore como consultor executivo. Cargo diferente: consultores, em geral, dão conselhos e sugestões; não executam. Briatore executa. Oli Oakes, fundador da Hitech, assumiu como diretor da equipe. Flavio manda, ele faz.

O motor de 2025 será feito ainda pelos franceses. Para 2026, quando estreia o regulamento novo com motores que terão metade de sua potência gerada por baterias movidos a combustíveis renováveis, a Mercedes fornecerá para ela mesma, McLaren, Alpine e Williams. A Sauber será Audi com motor próprio. Red Bull e Racing Bulls terão Ford. Haas e Ferrari, Ferrari. A Aston Martin será o time oficial da Honda.

Parece um crime de lesa-pátria a Renault usar motores Mercedes, mas não é novidade. Boa parte dos Mercedes Classe A na Europa usam motores Renault.

Comentar
1:41:15

SENNA ERA MELHOR NA VIDA REAL (BEM, MERDINHAS #189)

"Senna", a série da Netflix que estreou na semana passada, é uma exibição de tecnologia e apuro cinematográfico, com ótimas atuações de alguns atores e atrizes escolhidos e capricho nas recons...

1:02:17

VERSTAPPEN VENCE E VIBRA MAIS QUE NO TETRA! (F-GOMES, GP DO CATAR, DIA #3)

Max Verstappen venceu o GP do Catar e vibrou mais com o resultado do que domingo passado ao conquistar o tetra em Las Vegas. É que lá foi com um quinto lugar. E o holandês é obcecado pela vitória...