Flavio Gomes segunda-feira, 29 de julho de 2024 13:45 47 comentários
SÃO PAULO(sei não…) – Carlos Sainz destravou hoje o mercado de pilotos. O espanhol, que desde fevereiro procurava onde correr, assinou com a Williams por dois anos, com mais um de opção. No começo do ano, quando Lewis Hamilton revelou que iria para a Ferrari, o espanhol saiu procurando lugar. Bom piloto, era uma opção interessante para muita gente. Mas ele alimentou, até o fim, a esperança de correr na Mercedes no lugar de Hamilton, ou na Red Bull — contando com uma prematura demissão de Sergio Pérez, que ainda não aconteceu.
Como carta na manga, Sainz sempre teve o projeto da Audi, que comprou a Sauber. Mas deixou a montadora alemã como segunda opção, nunca uma prioridade. Isso irritou um pouco o pessoal de Ingolstadt.
Ao assinar com a Williams, Sainz dá alguns recados. Primeiro, que a Mercedes já fez sua escolha — e será mesmo Kimi Antonelli, o jovem que faz 18 anos em agosto e está na F-2. Segundo, que a Red Bull, mesmo mandando Pérez embora, não pensa numa solução fora de casa para essa vaga eventual — Liam Lawson e Daniel Ricciardo são os nomes cotados para o caso de uma demissão do mexicano. Terceiro, que não leva muita fé nos planos da Audi.
Aí, sobrou a Williams, que vai dispensar Logan Sargeant no fim do ano (deve ir para a Indy) e já renovou com Alexander Albon — a exemplo de Sainz, cria da base da Red Bull. O espanhol acredita na reestruturação de um time que, nos últimos seis campeonatos, ficou quatro vezes na última colocação. Nesta temporada, está em penúltimo. É preciso ter muita fé. A Williams tem uma história linda e vitoriosa, é verdade, mas suas glórias estacionaram no final da década de 90. Depois disso, foram campanhas erráticas até as portas da falência, em 2020. Em agosto daquele ano, a família vendeu a equipe para um fundo de investimentos dos EUA, o Dorilton Capital. E, sendo bem sincero e usando termos razoavelmente chulos, continuou a mesma merda.
Mas Sainz confia que James Vowles, que assumiu o comando da operação no começo do ano passado, vindo da Mercedes, vai transformar a Williams de novo numa potência. Essas coisas na F-1 demoram, como se sabe. Muitas vezes não acontecem nunca.
Acho que Carlos fez bobagem. Eu assinaria com a Audi no primeiro momento, ainda que seja uma aposta. Mas seria uma aposta em algo que pode dar certo. Na Williams, Sainz aposta em algo que vem dando errado, e faz bastante tempo.
Boa sorte pra ele.
A Williams será a quinta equipe de Carlos Sainz, que completa 30 anos em 1º de setembro. Ele estreou pela Toro Rosso em 2015, onde ficou até 2017. No mesmo ano, disputou as últimas etapas pela Renault, equipe que defendeu em 2018 também. Em 2019 e 2020, correu pela McLaren. Desde 2021 está na Ferrari. Tem 196 GPs disputados, com três vitórias, cinco poles e 23 pódios.
Oficialmente, quatro vagas estão abertas para 2025: uma na Mercedes, uma na Alpine, uma na Sauber/Audi e uma na Essa Maquininha Cai Sempre o Sinal. Palpites deste blogueiro, pela ordem: Antonelli, Doohan, Bottas e Lawson. Ricciardo corre por fora na Audi. Garotos egressos da F-2, Drugovich incluído, não estão em alta. Mas não devem ser descartados.
Flavio Gomes domingo, 28 de julho de 2024 13:26 57 comentários
Russell: ganhou, mas não levou
SÃO PAULO(pobre George!) – George Russell ganhou, mas não levou. O inglês da Mercedes chegou na frente no GP da Bélgica depois de uma atuação brilhante com apenas uma troca de pneus, mas na vistoria pós-corrida seu carro pesou 796,5 kg depois de drenada a amostra de combustível exigida para análise da FIA. O mínimo exigido, sem combustível, é de 798 kg. E nem tiraram toda a gasolina que tinha ficado no tanque. Foram 2,8 litros, e ainda sobrou alguma coisa.
Assim, a vitória na 14ª etapa do campeonato, em Spa-Francorchamps, ficou para Lewis Hamilton, seu companheiro de equipe. É a 105ª vitória de Hamilton na categoria, a segunda neste ano. A outra aconteceu no GP da Inglaterra.
A Mercedes reconheceu o erro e teve de engolir o choro, perdendo a que seria sua primeira dobradinha desde o GP do Brasil de 2022, com Russell e Hamilton nas duas primeiras posições em Interlagos. “Devemos desculpas a George”, disse o chefe Toto Wolf. Com a desclassificação do carro #63, Oscar Piastri, da McLaren, ficou em segundo e Charles Leclerc, da Ferrari, foi o terceiro colocado, fechando o pódio. Max Verstappen, Lando Norris, Carlos Sainz, Sergio Pérez, Fernando Alonso, Esteban Ocon e Daniel Ricciardo fecharam a zona de pontos.
Os documentos da desclassificação: 1,5 kg abaixo do peso
A equipe prateada não estava entre as favoritas à vitória. Longe disso. Na sexta-feira, seu desempenho foi, nas palavras de Hamilton, “um desastre”. Ontem, na chuva, quarto e sétimo tempos na classificação. A Ferrari fez a pole. Um dia antes, a McLaren tinha mostrado que no seco era um foguete. E a Red Bull fez o melhor tempo com Verstappen no piso molhado, com Pérez em terceiro.
Ninguém dava nada para os carros prateados em Spa. Mas eles deram a volta por cima e chegaram em primeiro e segundo, resultado que acabou perdendo parte do brilho com a punição a Russell. Antes mesmo de a notícia ser confirmada, pareceu esquisita a reação do chefe Toto Wolff, que mal comemorou o 1-2 — um sorrisinho de leve, apenas, flagrado pela TV. Hamilton também estava contrariado. Talvez por ter se sentido prejudicado pelas duas paradas nos boxes, contra o pit stop único de seu parceiro. Durante a corrida, falou mais de uma vez pelo rádio que seus pneus estavam bons, e que não precisavam ser trocados tão cedo. Russell não tinha nada com isso. Quando perguntado pelo mesmo rádio se seus pneus aguentariam, não enrolou muito. Disse que sim. E foi até o final. A desclassificação foi um duro golpe depois de uma atuação tão boa.
Foi uma corrida bem legal, essa de Spa. Os três primeiros receberam a bandeira quadriculada no mesmo frame da TV, separados por 1s173. Quarto, quinto e sexto, também. As diferenças entre eles foram igualmente inferiores a um segundo.
Final da prova: três primeiros colados na bandeirada
Para Verstappen, que largara em 11º depois de perder dez posições por troca de motor, o resultado acabou sendo bom. Chegou na frente de Lando, seu mais direto perseguidor pelo título de 2024. A diferença na tabela, que era de 76 pontos, subiu para 78 — 277 x 199, já corrigida a tabela com a desclassificação de Russell. Para a Red Bull, as coisas não foram tão boas assim. No Mundial de Construtores, perdeu mais nove pontos para a McLaren. Cortesia de Pérez, que mais uma vez decepcionou. De segundo no grid para oitavo no final — sétimo após o infortúnio de George. Menos mal que fez a melhor volta da corrida. Norris foi outro que não saiu sorridente de Spa. Largou em quarto e chegou em sexto, subindo depois para quinto. O companheiro Piastri estava atrás dele no grid e terminou no pódio.
Como tudo isso aconteceu? Vamos à história desse GP, o último antes da pausa para as férias da F-1, que só volta no dia 25 de agosto na Holanda.
Largada na Bélgica: Norris começou mal de novo
O melhor da largada em Spa foi o braço de ferro entre Hamilton e Pérez. O inglês se saiu melhor e conseguiu pular à frente do mexicano, que tentou de todas as formas recuperar a posição até o topo da colina. Leclerc largou direito e se manteve em primeiro. A ultrapassagem logo no início seria importante para o heptacampeão mundial se colocar na briga pela vitória.
Mas os olhos anda não estavam na Mercedes naquele começo de corrida, e sim sobre Verstappen, que fechou a primeira volta em nono, já ganhando duas posições. Tinha gente apostando que ele poderia repetir 2022 e 2023, quando largou atrás na Bélgica e ganhou. Norris, da turma da ponta, foi quem teve de engolir o maior prejuízo. Largou mal, caiu para sétimo e na segunda volta quem estava atrás dele, em oitavo? Max. Eles, que nas últimas corridas brigaram diretamente por vitórias, se encontraram de novo — agora numa zona do pelotão que não têm frequentado muito.
Pérez: resultado ruim, futuro indefinido
Na terceira volta, endiabrado, Hamilton foi para cima de Leclerc e passou o monegasco na Kemmel, a enorme reta depois do complexo Eau Rouge/Radillon. Ganhou a ponta e tentou escapar logo para não ficar vulnerável à asa móvel da Ferrari #16.
Na sexta volta, Lewis já conseguira abrir mais de 1s sobre Charlinho. Foi quando entrou no rádio e disse que alguma coisa estava se movendo sob seus pés. “Celular?”, perguntou o engenheiro Bono. “Não, deixei na mochila.” “Isqueiro?” “Não, o carro tem acendedor e nem sei para quê, já que não fumo.” “Óculos?” “Pode ser.”
Os pneus estavam aguentando bem o início da corrida, que aconteceu com sol, 21°C (calor danado para a Bélgica) e asfalto a 42°C. Dos 20 que largaram, 17 escolheram os compostos médios. Apenas Sainz e Zhou foram de duros e Bottas, de macios. O chinês abandonou na sétima volta, com problemas hidráulicos.
Depois de dez voltas, as posições dos dez primeiros colocados estavam estabilizadas, apesar das pequenas distâncias entre eles: Hamilton, Leclerc, Pérez, Piastri, Russell, Sainz, Norris, Verstappen, Alonso e Ocon. A turma de trás já começava a trocar pneus, como Hülkenberg, Albon, Sargeant e Gasly.
Na 11ª volta, Russell e Verstappen pararam. Colocaram pneus duros. Hamilton, Pérez e Piastri foram para os boxes na volta seguinte. Leclerc, na 13ª. Desses, quem manteve os médios foi Checo. Os demais foram para os compostos de faixa branca. Quem voltou babando, muito rápido, foi o australiano da McLaren, que logo passou Russell (tinha voltado atrás dele) e, depois, Pérez. Sainz assumiu a liderança, com Norris em segundo. Ambos sem pit stops.
Ocon, Ricciardo, Norris e o vencedor Hamilton: belo GP na Bélgica
Lando parou na volta 16 e voltou atrás de Verstappen, em oitavo. Foi para pneus duros, como a maioria. Na 20ª volta, Sainz, Hamilton, Leclerc, Piastri, Pérez, Russell, Verstappen, Norris, Albon e Ricciardo eram os dez primeiros. O espanhol da Ferrari se sustentava com pneus muito desgastados para fazer apenas um pit stop, mas recebeu u’a má notícia dos boxes: se parasse naquela hora, teria de trocar para médios, e os médios não aguentariam até o fim. Carlos bufou. Sua estratégia não era das melhores dos últimos tempos.
Sainz parou na volta 21. Colocou pneus médios, voltou em oitavo e bufou de novo. Mais à frente, Russell passou Pérez e foi para quarto. Verstappen, que estava perto dos dois, passaria o mexicano também, claro. Mas nem precisou, porque a Red Bull chamou Checo para a segunda troca e colocou pneus duros em seu carro. Quem apostava num pódio de Pérez – eu, por exemplo – guardou a viola no saco.
Norris chegou em Verstappen na volta 23, com pneus mais novos que os do holandês. E um carro aparentemente mais rápido. Valia o quinto lugar. Mas o inglês deu uma escapada na Bus Stop e perdeu um pouco o contato com o rival. Se aprumou e foi à luta. Leclerc, o segundo, foi chamado para seu segundo pit stop. A ideia era tentar ganhar a posição de Hamilton nos boxes. Colocou pneus duros novamente.
A Mercedes respondeu de imediato, chamou Hamilton na volta seguinte e fez o mesmo. E ele voltou à frente da Ferrari. Naquele momento, Russell, que assumiu o segundo lugar, entrou no rádio e perguntou delicadamente se não seria o caso de ir até o final da corrida com apenas uma parada. “Veja bem, em 1963 Carel Godin de Beaufort, com seu Porsche, estava em sexto no GP da Bélgica quando seus pneus repentinamente melhoraram e ele decidiu que…”, e nesse momento Toto Wolff entrou no rádio, sem muita paciência, e pediu: “George, foco!”.
Sainz: estratégia não deu muito certo
Verstappen e Sainz foram para os boxes na volta 29. Piastri assumiu a liderança com as paradas de Hamilton e Leclerc. Max voltou em sétimo, com pneus médios. Norris foi chamado na sequência e parou na volta 30. Voltou atrás dos dois carros da Red Bull. Que, se fosse sensata, orientaria Pérez a abrir para Verstappen e, depois, dar uma segurada no inglês. Fez isso imediatamente.
Piastri parou na volta 31 e voltou em quarto. Pérez não aguentou Norris nem uma volta e foi ultrapassado pelo inglês. Russell, então, virou líder. Foi quando a equipe, meio desconfiada, perguntou se ele achava que daria para ir até o fim sem parar de novo. “Sim, vejam bem, em 1954, aqui mesmo em Spa, Onofre Marimón, com sua bela Maserati, notou que naquele tipo de asfalto seria possível…”, e Toto entrou no rádio de novo: “George, Onofre é nome de farmácia. Você poderia apenas dirigir?”.
Seria uma façanha, se Russell conseguisse se manter em primeiro até o fim com apenas um pit stop. Quase um milagre. Hamilton vinha em segundo, com Leclerc, Piastri, Verstappen, Norris, Pérez, Sainz, Alonso e Bottas nas dez primeiras posições. Os dois carros da McLaren já começavam a insinuar ataques à Ferrari e à Red Bull.
Piastri: mais um pódio para o australiano
Ato contínuo, Oscar passou Charlinho na freada da Les Combes, a chicane no fim da Kemmel, na volta 36. E começou a pensar em Hamilton. Que, por sua vez, ia tirando tempo de Russell. Lewis encostou de vez na volta 40, a quatro do final. Tinha pneus bem mais novos. A Mercedes, àquela altura, já era a grande surpresa do dia. Pediu aos pilotos para que se comportassem. “Deixem espaço um para o outro”, veio a mensagem pelo rádio. George respondeu: “Veja bem, em Suzuka, 1989…”. E Toto o interrompeu mais uma vez: “Fica quieto, George!”.
E George ficou quieto. Se mantinha firme na frente, apesar dos pneus muito mais desgastados. Lewis se aproximava, mas não o bastante. Com isso, Piastri, o terceiro, chegou nos dois. Na última volta, a última chance: Lewis tentou embutir no #63 na saída da La Source. Mas não conseguiu, mesmo podendo abrir a asa móvel.
George no Twitter: “Coração partido”
Russell venceu de forma brilhante. Foi um pecado, a desclassificação. Seria a terceira vitória de sua carreira — as outras foram no Brasil/2022 e na Áustria, neste ano. Hamilton e Piastri subiram com ele ao pódio. Mais de uma hora depois foram avisados da mudança do resultado. Lewis tinha cumprimentado Russell friamente no Parque Fechado. Nas primeiras declarações, reconheceu que o time não esperava tanto dessa corrida, depois do que andou nos treinos e na classificação. “Mas hoje o carro estava fantástico”, disse. “Parabéns ao George, que fez um ótimo trabalho. Eu tinha pneus sobrando nos meus stints, teria feito minha própria estratégia, mas o resultado é ótimo para a equipe.”
Russell era só sorrisos, até então. Sabia o tamanho de sua proeza. “Foi tudo perfeito. Mexemos no carro na sexta-feira e a estratégia foi muito boa”, resumiu. Só se manifestou sobre a desclassificação horas depois pelo X, o antigo Twitter: “Coração partido (…), mas orgulhoso de cruzar a linha em primeiro”.
No Mundial de Construtores, com a pontuação atualizada, a Red Bull tem 408 pontos, contra 366 da McLaren. São 42 de diferença, apenas. A Ferrari tem 345 e a Mercedes, 266. Nos últimos três GPs, a McLaren marcou 98 pontos, seguida pela Mercedes (70), Ferrari (54) e Red Bull (53).
Pérez e Verstappen: Red Bull preocupada
Há, claramente, algo de podre no reino dos energéticos. Por isso, pode ser que a hora de Pérez tenha chegado. Nos próximos dias, a equipe austríaca vai decidir se fica com o mexicano, ou se entrega seu segundo carro a outro piloto. Liam Lawson e, acreditem, Daniel Ricciardo são os candidatos.
Checo, depois da corrida, disse que não vai mais falar sobre seu futuro. Christian Horner, o chefe do time, falou que o resultado foi decepcionante. “Calculávamos que chegaríamos em terceiro e quarto. Só chegamos em quarto”, alfinetou. Quem saiu em defesa do companheiro foi Verstappen. “Acho que nossa prioridade, agora, tem de ser o carro, e não ficar falando se alguém vai entrar no lugar dele.”
Todos terão quase um mês para pensar em tudo isso.
Flavio Gomes sábado, 27 de julho de 2024 12:25 16 comentários
Verstappen, o mais rápido: terceira pole seguida em Spa perdida por punição
SÃO PAULO (vai ter jogo) – Max Verstappen ganhou, mas não levou. E já se sabia que seria assim, no caso de uma pole-position do holandês para o GP da Bélgica. A troca de motor de seu carro, ultrapassando as quatro unidades permitidas por temporada, resultou na perda de dez posições no grid, e ele larga em 11º. É a terceira vez seguida que Verstappen faz a pole em Spa-Francorchamps, mas não larga na frente. Hoje, a posição de honra foi herdada por Charles Leclerc, da Ferrari, como no ano passado. Pode-se dizer que é uma surpresa – desde Mônaco a equipe italiana não colocava um carro em primeiro. Mas a chuva e as condições de pista acabaram derrubando a favorita McLaren, que ficou apenas em quarto e quinto no grid com Lando Norris e Oscar Piastri. No seco, os carros papaia eram os mais cotados para largar na frente. A água não ajudou.
O terceiro treino livre já tinha acontecido com chuva, e fora abreviado por um acidente de Stroll aos 12 minutos de atividade que deixou a bandeira vermelha hasteada quase até o final da sessão. Ninguém se importou muito. A paralisação poupou os pilotos de ensoparem seus macacões e de correrem riscos desnecessários na pista muito molhada.
Torcida de capa e guarda-chuva: sábado normal em Spa-Francorchamps
A chuva apertou a ponto de adiar a prova de F-2, que estava programada para o intervalo entre o treino livre e a classificação. Mas deu uma diminuída perto das 16h locais, o horário previsto para o início da definição do grid.
Assim, quando deu a hora os boxes foram abertos e o recado da direção de prova foi: virem-se. Os pneus intermediários foram calçados em todos os carros e lá se foram os vinte de Spa reconhecer a pista e tentar fazer uma volta sem bater em nada ou atolar na brita.
1min58s894 foi o tempo de Norris, o primeiro a fechar volta rápida, mas não foi grande coisa. Logo depois Piastri, Gasly, Alonso e Hülkenberg superaram o inglês. Verstappen fechou sua primeira em 1min56s003. Não fosse sua punição por trocar de motor, apostar numa pole do holandês não seria mau negócio.
Em Spa não dá para completar muitas voltas em 18 minutos, o tempo do Q1. O circuito é longo, 7.004 m, e percorrê-lo demora bastante. Assim, tudo é feito meio às pressas nos boxes. Se a primeira volta foi ruim, corre para os boxes, troca pneu logo e vai à luta.
Mas a chuva não piorou ao longo do Q1, o que significa que a pista foi melhorando na medida em que os carros passavam, formando algo próximo de um trilho. E os tempos, consequentemente, foram baixando. Piastri virou em 1min55s549, deixando Max quase meio segundo atrás. A resposta foi imediata: 1min54s938 para o piloto da Red Bull, colocando 0s611 no australiano da McLaren. As posições iam se alternando. Ir para a pista na hora exata passou a ser a chave para não ser eliminado, já que o asfalto começava a secar. E ao fim e ao cabo, apesar das condições traiçoeiras, não deu zebra na turma da degola: Hülkenberg, Magnussen, Tsunoda, Sargeant e Zhou. Yuki talvez pudesse ter avançado, mas já vai largar de último, mesmo, porque trocou tudo — motor, câmbio, turbo, espelhinhos, toca-fitas e air bag. Nem faria sentido se expor. Na frente, o melhor tempo foi de Piastri, com 1min54s835. Gasly, Verstappen, Pérez e Sainz foram os cinco primeiros.
Ferrari na ponta: terceira pole herdada na Bélgica
Apesar da melhora da pista, no Q2 ninguém arriscou dar uma de herói com pneu slick. Na Bélgica, o asfalto não seca tão rápido assim. Tem muita árvore em volta, a temperatura é sempre baixa, o processo é lento. Se um carro não estiver levantando uma cortina d’água pelo rabo, não significa que a pista está seca. “Escorregadia” é a definição que mais se aproxima da realidade, mesmo sem chuva.
Albon abriu os trabalhos com 1min54s724 na primeira volta rápida do Q2, imediatamente superada em 0s265 por Norris. Verstappen fechou sua primeira em 1min53s857 e a segunda em 1min53s837, 0s622 mais rápido que o #4 do inglês – exímio piloto na chuva, Max costuma se destacar nesse tipo de situação.
A 5 minutos do final, a chuva aumentou em alguns pontos do circuito e diminuiu em outros. Para aqueles que estavam ameaçados, tudo ficaria para as voltas derradeiras. A dupla da Mercedes se safou aos 44 do segundo tempo. A da Ferrari, idem. Pérez bateu na trave e ficou em décimo, se safando por 0s003. A degola mandou para casa Albon, Gasly, Ricciardo, Bottas e Stroll. Como no Q1, apesar dos sobressaltos dos favoritos, nenhuma zebra monumental para acrescentar aos anais do GP da Bélgica. Verstappen, Hamilton, Russell, Sainz e Piastri foram os cinco primeiros.
Leclerc, 25 poles: como em 2023, caiu no colo
Hamilton abriu o Q3 com 1min54s011, mas a Red Bull deixou a Mercedes para trás. Verstappen fez 1min53s159, com Pérez em segundo. O tempo de Max foi espetacular, mais de 0s8 melhor que o de Lewis. A McLaren, que dominou o dia no seco ontem, perdeu performance no molhado. Piastri fechou a primeira bateria de voltas rápidas em quarto, com Norris em sexto. Seu favoritismo para a corrida de amanhã só não despencou porque a previsão para o domingo é de tempo firme. Ou, ao menos, sem chuva.
E o segundo lote de voltas rápidas acabou premiando Leclerc, que superou Pérez por 0s011 e saltou para a segunda posição, que na prática era a pole. A 25ª de sua carreira, segunda no ano. Max foi deslocado para 11º. Pérez larga em segundo, com Hamilton, Norris, Piastri, Russell, Sainz, Alonso e Ocon atrás deles. Albon será o décimo no grid.
Max comemorou o primeiro tempo como se fosse mesmo largar na pole. Em seu sorriso e no olhar confiante, parecia dizer “voltamos”. A esperança de pódio aumentou, ainda que a posição de largada no pelotão seja incômoda. Mas em 2022 e 2023, Verstappen também foi punido em Spa e acabou vencendo. O carro era outro, verdade – muito melhor que a concorrência. Agora as coisas são mais difíceis, mas dá para pensar em algo melhor do que apenas uns pontinhos mequetrefes.
Os tempos em Spa: Verstappen, punido, cai para 11º
Em quarto e quinto no grid, a McLaren pode ter se enrolado numa corrida que parecia no bolso. Para buscar o que seria uma dobradinha tranquila, com Max lá para trás no grid, terá de remar para passar Ferrari, Red Bull e Mercedes. E se defender do Red Bull #1, que tende a chegar rapidamente para o baile. No seco, tem o carro mais rápido. Será preciso paciência, porém. E precisão na estratégia.
Leclerc achava que uma quinta colocação, no seco, era o máximo que conseguiria hoje. “Mas não vou reclamar, estou muito feliz. A gente não esperava tanto”, reconheceu. Já Verstappen, animado com a performance de seu carro, falou que tomará todos os cuidados na primeira curva para, só então, estabelecer um objetivo palpável. “Aqui a gente pode perder uma corrida na largada. Vou fugir dos problemas e ver no que vai dar”, resumiu.
Vai dar uma corrida boa, creio. A largada está marcada para as 10h de Brasília.
Flavio Gomes sexta-feira, 26 de julho de 2024 16:30 14 comentários
Famin fora, Renault abandona o barco: melancólico
SÃO PAULO(vive la France?) – A notícia do dia na F-1 foi o anúncio de que a Renault roeu a corda. Numa decisão que certamente envergonha os donos de Twingo pelo mundo, como eu, a Alpine vai ao mercado para comprar motor para 2026. A marca esportiva da Renault na F-1 também terá uma troca no comando. Bruno Famin deixa a equipe e vai cuidar dos carros de rua da Alpine. Segundo ele, os recursos que seriam gastos para fazer um novo motor para a categoria serão destinados ao desenvolvimento de sete novos modelos que serão colocados na praça nos próximos anos.
Oliver Oakes, da Hitech (que corre na F-2), está sendo cotado para o cargo de Famin. Flavio Briatore é quem conduz as negociações com a Mercedes para usar os motores alemães daqui a dois anos. Dizem que a decisão de jogar no lixo os motores Renault feitos em Viry-Châtillon foi dele. Ou, ao menos, a sugestão de.
Não é a primeira vez que a Renault dá um pé na categoria. No fim de 1997, por exemplo, depois de conquistar títulos seguidos com Benetton e Williams, se mandou alegando que após tantas vitórias só seria notícia quando começasse a perder. Depois, já no século 21, ganhou dois títulos com equipe própria em 2005 e 2006, e no final de 2011 foi embora de novo. Ficou só fornecendo motores, o que fez com grande sucesso, diga-se — tetracampeã com a Red Bull de 2010 a 2013.
A era híbrida não foi muito generosa com a montadora. Desde 2014, a marca conseguiu, com seu nome, apenas quatro vitórias: três com Daniel Ricciardo, pela Red Bull (todas em 2014), e uma com Esteban Ocon no GP da Hungria de 2021, com a equipe já rebatizada como Alpine. Outras nove vitórias vieram com o motor chamado de TAG Heuer entre 2016 e 2018, sempre na Red Bull. Total: 13. Os motores Mercedes, no mesmo período, venceram 118 GPs. Os da Ferrari, 25. Os da Honda, 34.
Hoje, motor Renault na F-1 só equipa o time azul — que, na Bélgica, corre com pintura vermelha, promovendo um filme do Wolverine que está em lançamento mundial. Nenhum outro time é abastecido pelos franceses.
De vermelho: promoção de filme
Famin disse hoje em Spa que a proposta de abandonar os motores feitos em casa e se concentrar na Alpine de rua foi apresentada no começo da semana à direção da empresa. Agora, sua efetivação depende de algumas aprovações internas e do cumprimento de várias exigências legais, sociais e trabalhistas, que são levadas muito a sério na França. Falou também que a Renault não pensa em vender a equipe, e que a F-1 é ótima para divulgar a marca Alpine globalmente.
Nisso já não acredito. Se aparecer alguém com um cheque preenchido com letra bonita, leva. Eu, se fosse o Michael Andretti, faria uma proposta hoje mesmo.
Os tempos na Bélgica: McLaren na frente
Na pista, os treinos desta sexta em Spa mostraram que a McLaren está longe de ser fogo de palha. Fez 1-2 com Norris e Piastri, e mais uma vez só Verstappen chegou perto. O holandês, porém, está fora da briga pela vitória — que ficará com um dos carros papaia; podem apostar em Norris sem nenhum medo de errar. A Red Bull, como já se esperava, trocou o motor do carro de Max e quebrou o limite de quatro unidades novas por ano. Assim, ele perderá dez posições no grid. Tsunoda também trocou tudo e vai largar da última posição — acumuladas, as punições por trocas de componentes chegaram a 60 posições!
O próprio Verstappen já falou que não tem chances de ganhar a corrida. Como Ferrari e Mercedes estão longe da McLaren, o negócio vai ser buscar um pódio, e olhe lá. É bom lembrar que em 2022 Max largou em 14º e ganhou em Spa. No ano passado, saiu de sexto no grid (trocou câmbio) e também venceu. Mas o momento é outro. Nas últimas duas temporadas, o carro da Red Bull não tinha concorrência. Agora tem.
Mercedes, Haas, Max e Norris: imagens de Spa
Hoje não choveu durante as duas sessões de treinos livres. Mas o dia foi nublado e a previsão é de que amanhã, na classificação, a chuva dê o ar da graça — algo muito comum na Bélgica. A corrida, domingo, deve ser disputada com tempo seco, de acordo com a meteorologia.
É a última prova antes da pausa para as férias de verão. E, talvez, a última corrida de Sergio Pérez na Red Bull. Helmut Marko, o guru da equipe, declarou publicamente que a situação do mexicano será analisada nas próximas semanas. Como faz um campeonato muito ruim, é possível que o time acione as cláusulas de rescisão contratual vinculadas à sua performance.
Flavio Gomes quinta-feira, 25 de julho de 2024 11:27 12 comentários
SÃO PAULO(faltam poucos) – Como esperado, Esteban Ocon assinou com a Haas para o ano que vem. É o primeiro vencedor de GP a defender a equipe americana. Ganhou na Hungria em 2021, lembram? Seu companheiro, anunciado dias atrás, será o inglês Oliver Bearman. O time, portanto, muda 100% para 2025. Nico Hülkenberg vai para a Sauber/Audi e Kevin Magnussen, ninguém sabe.
E o grid da próxima temporada vai-se formando. Restam cinco vagas: na Mercedes, Alpine, Débito ou Crédito, Williams e Sauber.
Flavio Gomes quarta-feira, 24 de julho de 2024 22:11 8 comentários
SÃO PAULO(a cor, que cor é essa?) – 13 de junho de 1958. A Vemag lançava seu sedã, que a partir de 1961 seria chamado de Belcar. O governo brasileiro estudava modelos para taxistas, e o DKW foi o primeiro protótipo apresentado. Nada demais: o mesmo carro, com um luminoso na capota, eliminação de frisos e cromados, ausência de pisca-pisca na frente, grade diferente. Na foto maior, lá embaixo, dá para ver que as calotas eram pintadas na cor das rodas. Suspeito que o cinza foi a cor escolhida para esses carros. Mas nunca saberemos.
Não foram fabricados os prometidos mil veículos nessa configuração, porém — como pode-se ler nas reportagens abaixo, do jornal “O Globo”. Mesmo assim, DKW virou sinônimo de carro de praça nos anos 60, substituindo os pesadões e gastões americanos que eram importados às pencas. Aliás, o presidente JK só inventou a indústria automobilística brasileira por causa disso. As divisas do país em moeda estrangeira eram drenadas pela necessidade de se importar automóveis. Criou-se um grupo para implantar fábricas aqui, o GEIA, e a Vemag foi a primeira a fazer carros — a peruinha Universal saiu da linha de montagem em 19 de novembro de 1956, com 173 unidades produzidas até o fim daquele ano (a décima está comigo, uma honra).
O que é curioso nos textos abaixo é saber que a Mercedes-Benz também tinha planos de fabricar um carro só para taxistas. O modelo escolhido era o 180D, muito popular para a função. Os de Lisboa ficaram famosos, com sua capotinha verde. Nunca aconteceu. Ficou nos ônibus e caminhões, mesmo.
Reportagens anunciam táxis com desconto: Vemag foi a primeiraTáxi de Lisboa, o protótipo da Vemag, um 67 na praça: planos de JK
Flavio Gomes terça-feira, 23 de julho de 2024 18:33 35 comentários
A IMAGEM DA CORRIDA
Norris passa Piastri: depois, entrega a vitória
SÃO PAULO(pra próxima!) – Lando Norris ultrapassando Oscar Piastri enquanto o australiano saía dos boxes me parece ser mesmo a imagem mais representativa deste GP da Hungria, disputado no último domingo. Vinte voltas depois, o inglês tiraria o pé na reta para o australiano vencer. Ordens da equipe.
Já falamos bastante disso no textão de domingo e nas lives iutúbicas. Resumindo, a McLaren se embananou toda. Se queria tanto que Piastri vencesse, já que liderou a maior parte da corrida etc. e tal, que o chamasse para o segundo pit stop antes que Norris. Assim ele não seria exposto a um chapéu do companheiro.
Se parou Norris antes, a tripulação da garagem do #4 passou o recado, a quem estava vendo a prova, de que tentaria um undercut no novato — ainda mais depois do erro de Oscar, que permitiu a Landinho reduzir de mais de 4s para 1s5 a diferença para o colega. Foi muito bem-sucedido, inclusive. E se a intenção era essa, por que trocar depois?
Bom, já era. No finalzinho da corrida, aconteceu isso aí embaixo:
Posições trocadas: primeira vitória de Piastri
O NÚMERO DA HUNGRIA
21
…é o século em que nasceu Oscar Piastri. Sim, é isso mesmo que vocês estão pensando. O menino se tornou o primeiro vencedor de GP nascido no século 21. Ele veio ao mundo em 6 de abril de 2001. A F-1, agora, tem vencedores nascidos em três séculos diferentes. Do século 19 vem Luigi Fagioli, italiano de Osimo em cuja certidão de nascimento está registrada a data: 9 de junho de 1898. É, até hoje (talvez Alonso tenha outros planos), o mais velho vencedor da história. Tinha 53 anos e 22 dias quando ganhou seu único GP, na França, em 1951 — de Alfa Romeo. Fagioli morreu um ano depois em consequência de um acidente em Mônaco com uma Lancia, numa prova de exibição de carros esporte.
Fagioli: nascido em 1898Piastri: garotinho de 2001
Como sempre, todo GP produz números que merecem menção, mas uns são mais importantes que outros. Gostei do século 21 de Piastri. Mas poderíamos falar mais dos 200 pódios de Hamilton, ou da 49ª dobradinha da McLaren (só Ferrari, com 86, e Mercedes, com 59, têm mais), ou ainda daquilo que a Mercedes, como fornecedora de motores, alcançou, a saber: 18 pódios completos (os três primeiros num GP) e a barreira de 600 troféus conquistados (com Piastri, Norris e Hamilton, são agora 602 pódios). Já a equipe bateu nas 100 melhores voltas de um GP desde seu retorno à F-1, em 2010. Cortesia de George Russell, com 1min20s305, na 55ª passagem.
Da mesma forma, poderíamos aqui tecer loas a um Mundial que já tem sete vencedores diferentes em 13 corridas, sendo cinco distintos nos últimos seis GPs: Leclerc (Mônaco), Verstappen (Canadá e Espanha), Russell (Áustria), Hamilton (Inglaterra) e Piastri (Hungria). Sainz e Norris foram os outros que ganharam corridas. Palmas para o campeonato que ele merece!
Espanha 2012: Webber no GP seguinteEspanha 2024: Piastri repete a história
Pingou também uma coincidência meio boba: quando a Espanha ganha uma Eurocopa, o piloto que vence o primeiro GP depois da competição é australiano. Foi assim em 2012 com Mark Webber, em Silverstone, e agora com Piastri, em Budapeste. Só uma curiosidade, não tem padrão nenhum aí. Em 1964 e 2008 os espanhóis também foram campeões europeus e nos GPs seguintes às conquistas futebolísticas os vencedores foram um americano (Dan Gurney, na França) e um inglês (Hamilton, na Inglaterra).
A FRASE DE BUDAPESTE
“Foda-se.”
Verstappen, ao saber que foi criticado pela falta de educação no rádio durante a corrida
Max: “Fiquei irritado, mesmo”
O rádio de Verstappen na corrida foi um show à parte. Reclamou dos comissários, de Hamilton, da estratégia, dos freios, dos pneus, de tudo. No final, repórteres disseram a ele que muita gente criticou sua falta de boas maneiras. Respondeu com a inequívoca frase acima.
E quer saber? Não tem muito mais que dizer, mesmo. Esse reality show que virou a vida — e os rádios abertos da F-1, que a gente adora, devem ser muito irritantes para quem está falando — bateu na F-1. Tem piloto que odeia essa exposição. Max é um desses.
Vandoorne: testes de Spa com ele
E O DRUGO? – Pois é, a Aston Martin mandou avisar que Stoffel Vandoorne será o responsável pelos testes de pneus da Pirelli na terça e na quarta que vem em Spa, depois do GP da Bélgica. Vandoorne, 32 anos, vai guiar o carro desta temporada pela primeira vez. Se alguém quiser saber por que Drugovich não foi o escolhido, a resposta é a que tenho dado desde sempre: o brasileiro não faz parte dos planos do time. E não tem culpa nenhuma disso. Quando assinou como reserva, no começo de 2023, era um bom caminho para começar. Agora não é mais. As coisas acontecem rápido na F-1. Drugovich vai precisar tomar alguma decisão sobre sua carreira. Ficar nessa de eterno piloto de simulador não dá.
GOSTAMOS & NÃO GOSTAMOS
GOSTAMOS muito de ver como Yuki Tsunoda administrou seus pneus e conseguiu terminar em nono, mesmo tendo sido o único a fazer apenas um pit stop na corrida — uma das mais duras do calendário para a borracha. Ficou atrás apenas das duplas de McLaren, Mercedes, Ferrari e Red Bull. Já é a sétima prova do japonês nos pontos, e ele chegou a 22 na classificação. Seu companheiro Daniel Ricciardo, em compensação, tem 11. E pontuou em três. Está levando uma sova.
Tsunoda: pontos com uma paradaOcon: só na frente de Zhou
NÃO GOSTAMOS da Alpine, que depois de quatro provas nos pontos, entre Mônaco e Áustria, voltou a embicar e zerou nas duas últimas. Na Hungria, Pierre Gasly abandonou com problemas hidráulicos — único piloto a não terminar a corrida — e Esteban Ocon ficou em 18º. Uma porcaria.
Flavio Gomes terça-feira, 23 de julho de 2024 17:09 3 comentários
Mais uma exceção na série, mas só porque é em Saint-Malo, cidade que adoro de paixão. Estevão Busato mandou.
Olá Flavio. Acho que sou dos mais antigos a acompanhar seu blog. Já escrevi mais. Hoje, leio. Em recente viagem a Saint-Malo, Normandia, às portas do 80º aniversário do “Dia D”, me deparei com esse Citroën. Confesso que sou fã da marca (estou no meu quinto auto e, nessa viagem, aluguei um C3), mas esse jipinho aí nunca tinha visto. Pela idade, imagino que estava restaurado (de forma impecável). Como agora existe o Google, foi fácil descobrir que se trata de um Mehari. A foto não ficou aquela maravilha, mas lhe envio caso queira compartilhar com seus leitores.
Flavio Gomes terça-feira, 23 de julho de 2024 16:35 4 comentários
Começaram em Donington os testes de desenvolvimento do Valkyrie AMR-LMH, carro que marca a volta da Aston Martin à categoria principal das 24 Horas de Le Mans com a equipe The Heart of Racing. O monstrengo vai correr no WEC e no IMSA SportsCar no ano que vem. Ao volante estiveram os ingleses Darren Turner e Harry Tincknell e o alemão Mario Farnbacher. O motor é um V12 aspirado de 6,5 litros construído pela Cosworth. Tem mais de 1.000 HP. No release, não se fala em nada híbrido, nem turbo. Que alívio!
Flavio Gomes terça-feira, 23 de julho de 2024 11:26 17 comentários
Mattia Binotto será o chefão da Sauber
SÃO PAULO(olha…) – Mattia Binotto foi anunciado pela Audi como novo diretor operacional e técnico da equipe, assumindo as funções na Sauber em 1º de agosto. Em 2026, é sabido, o time passa a se chamar Audi de vez. Engenheiro mecânico formado na Suíça, o ítalo-helvético entrou na Ferrari em 1995 e se destacou como responsável pelo desenvolvimento de motores. Virou chefe da equipe de F-1 em 2019 e foi substituído por Frédéric Vasseur ao final da temporada de 2022. Andreas Seidl e Oliver Hoffmann deixam o projeto. Deram o pontapé inicial e já rodaram. Não se bicavam, um queria derrubar o outro, caíram os dois.
Continuo achando que Carlos Sainz deveria aceitar o convite da Audi. Esperar pela Mercedes é postergar demais os planos para o futuro. E com as vitórias de Antonelli na F-2, o jovenzinho está cada vez mais perto de virar titular.
Jornalista, dublê de piloto, escritor e professor de Jornalismo. Por atuar em jornais, revistas, rádio, TV e internet, se encaixa no perfil do que se convencionou chamar de multimídia. “Um multimídia de araque”, diz ele. “Porque no fundo eu faço a mesma coisa em todo lugar: falo e escrevo.”
Lando Norris pode até ser campeão neste ano, mas se a McLaren continuar com suas "regras papaia" a coisa vai ficar difícil. O inglês perdeu pelo menos dez pontos por conta delas. E precisa de sang...
1:16:06
LECLERC VENCE, MONZA DELIRA! (F-GOMES, GP DA ITÁLIA, DIA #3)
Charles Leclerc venceu o GP da Itália levando milhares de torcedores ao mais puro êxtase em Monza. A McLaren completou o pódio com Oscar Piastri e Lando Norris, mas saiu dessa corrida com um gosto ...