SPGP (3)

Postagem de Norris: “Dois campeões mundiais e eu”

SÃO PAULO (gracias) – Max Verstappen isolou-se como quarto maior vencedor da história da F-1. Ganhou o GP de São Paulo, em Interlagos, e foi a 52 vitórias na carreira. Agora tem, à sua frente nas estatísticas, Lewis Hamilton (103), Michael Schumacher (91) e Sebastian Vettel (53). O holandês deixou Alain Prost para trás. Foi sua 17ª vitória em 20 corridas neste ano – recorde dele mesmo agora ampliado, o de triunfos na mesma temporada.

Mas o nome do domingo de sol e calor no autódromo paulistano foi Fernando Alonso, terceiro colocado – o segundo foi Lando Norris, da McLaren. Graças a ele, a prova ganhou em empolgação nas últimas voltas, com o espanhol da Aston Martin se defendendo de forma brilhante de Sergio Pérez, da Red Bull. Defendendo e atacando, também. Porque Fernandinho chegou a perder a posição na penúltima volta, mas foi buscar sua taça na última, com a garra de sempre. A atuação do asturiano justificou o ingresso para um GP que não foi exatamente um primor de emoções, mas acabou sendo salvo por Alonso. No fim das contas ficou na média de um campeonato que entrará para os anais como um samba de uma nota só.

Leclerc volta a pé: abandono antes da largada

E até que Interlagos deu a sensação de que iria pregar suas peças antes mesmo da largada, com um “momento Hardy” de Hanna Barbera. No Laranjinha, Leclerc, segundo no grid, foi reto e bateu nos pneus na volta de apresentação. Oh, vida, oh, dia! “Por que tenho tanto azar assim? Por que sempre comigo?”, lamentou-se pelo rádio. Chaleclé perdeu todo o sistema hidráulico de sua Ferrari. Uma pane que deixou a direção ficou pesada como a de um FNM e fez as rodas traseiras travarem. Alarmes tocaram. Trombetas do apocalipse soaram. Pifou tudo. O ferrarista conseguiu colocar o automóvel numa agulha de resgate, tirando-o da pista. E, assim, a largada foi dada. Para, pouco depois, parar tudo de novo.

Às explicações.

Assim que se apagaram as luzes vermelhas, Verstappen pulou muito bem e Alonso, com um buraco à frente pela ausência de Leclerc, muito mal. Stroll, terceiro no grid, também parecia tirar um ônibus da garagem, tamanha a demora para sair do lugar. Norris aproveitou, passou o espanhol e o canadense e conseguiu fazer o S do Senna na segunda posição. Era o melhor cenário possível para buscar um pódio. Hamilton veio junto, em terceiro.

Mas, um pouco atrás, Albon tocou em Hülkenberg – ou foi tocado –, apontou para dentro e Magnussen bateu nele. Ambos foram parar na área de escape do S do Senna. Um pneu voou e atingiu o carro de Daniel Ricciardo. Imediatamente, o safety-car foi chamado. Na sequência, a bandeira vermelha foi acionada em todos os postos de controle. A proteção de pneus no ponto da batida teria de ser reparada, seria preciso parar a corrida.

Carro de Albon é resgatado: bandeira vermelha

Verstappen, Norris, Hamilton, Alonso e Stroll eram os cinco primeiros quando a prova foi interrompida, na terceira volta. Os pilotos voltaram ao pitlane e Piastri foi para a garagem. “Teremos de retirar o carro”, avisou o engenheiro do australiano da McLaren. Havia um problema em sua asa traseira. Mas como a corrida foi paralisada, alguém teve a brilhante ideia de tentar solucionar o problema. Talvez desse tempo. E deu. Mas ele acabaria fazendo apenas figuração na prova.

Cabe destacar que, de maneira até surpreendente, quase todos os pilotos foram para a corrida com pneus macios, que iriam durar muito pouco – coisa de 20 voltas num estado minimamente aceitável de performance e desgaste. Mas a experiência da Sprint, na véspera, mostrou que dava para começar com eles.

Enquanto a nova largada não era dada – a paralisação foi de quase meia hora –, os organizadores aproveitaram para informar que, nos três dias do evento, 267 mil pessoas estiveram em Interlagos para ver o GP. Que, hoje, não é mais chamado de GP do Brasil, e sim de GP de São Paulo. E não GP São Paulo, sem o “de”, como eu vinha escrevendo. Adotarei essa forma, “de São Paulo”, respeitando os caracteres da transmissão oficial. Virou zona, esse negócio do nome da corrida. Lembro que, no passado, muita gente chamava a prova de “GP Brasil”. E eu insistia: “Do Brasil”. Como “da Hungria”, “da Alemanha” e “dos Estados Unidos”. Mas brasileiro tem mania de cortar palavras, sílabas, letras. Um inferno.

O novo grid foi formado com as posições da terceira volta. Piastri conseguiu colocar o carro na pista, assim como Ricciardo, apesar do pneu que acertou sua asa traseira. Ambos largaram do pitlane.

Max partiu bem de novo, assim como Norris. Na freada do Lago, Alonso passou Hamilton e foi para terceiro. O único piloto na pista com pneus médios era Piastri. Os demais permaneceram com os macios.

Na sexta volta, em quinto, Russell entrou no rádio. Estava atrás de Hamilton. “Pessoal, vamos trabalhar juntos, em equipe. Aprendi isso num curso de coaching. Não vou atacar meu colega. Afinal, somos colegas. O ambiente na equipe é importante. A harmonia, a camaradagem, uma certa cumplicidade. Valorizo muito isso, tomar um café na copa, conversar sobre o trabalho, a vida…” “Cala a boca, George”, pediu Toto Wolff, desejando ter esticado suas férias recém-interrompidas.

Norris se insinua sobre Verstappen: durou pouco, a esperança de disputa

Norris não deixou Verstappen escapar. Na volta 8, desandou a abrir asa e tentar a liderança. Ali, parecia que teríamos uma corrida. Então, alguém avisou o tricampeão que ele não estava sozinho na pista. “Max, há um automóvel de cor laranja atrás do seu. Me parece que ele quer passagem, você poderia dar uma olhadinha?”, pediu seu engenheiro. O holandês, que estava mudando de playlist no novo equipamento de som, por bluetooth, deu uma espiada no retrovisor. Percebeu que havia, sim, um carro por perto. Acelerou. Duas voltas depois, a diferença para Landinho, que era de 0s7, subiu para 2s2. Acabou a corrida.

Enquanto isso, Russell seguia narrando o evento pelo rádio. “Pessoal, aqui é George falando, tudo bem?” Ninguém respondeu. “Vocês sabem que sou eu, seus pândegos!”, descontraiu. “Bom, é o seguinte… Atrás de mim há um mexicano. À frente, um inglês, como eu. Eu jamais atacaria um compatriota. Menos ainda sendo ele da mesma equipe que a minha. Mas o rapaz latino-americano – notem, eu disse latino-americano, e não sul-americano como aquele cidadão da outra equipe, aquele que tem um olho só – está a me pressionar. Vocês sabem, México, cartéis… Viram ‘Breaking Bad’? Eles são implacáveis. Não perdoam. Como dizem, ‘passam no fogo’. Será que não é o caso de…”, e foi quando Toto Wolff, de novo, pediu para ele calar a boca.

Russell x Hamilton: muito falatório e pouca performance

Enquanto discursava, na volta 14 Pérez passou. Assumiu o quinto lugar. George voltou ao rádio. “Mas não éramos uma equipe? Lewis não deveria me ajudar? Aqui é cada um por si, é isso? Vejam, no meu curso de coaching aprendemos que…”, e aí Toto Wolff ordenou: “Desliguem o rádio dele, pelo amor de nosso senhor Jesus Cristo”.

Na volta 18, Checo passou Hamilton no S do Senna, assumindo o quarto lugar. Lewis até tentou dar o troco, mas não tinha carro para isso. No fim da volta, foi para o box trocar pneus. Na 19ª, a Mercedes chamou Russell. “Quando parar, gostaria de discutir algumas coisas, alguns pontos que me parecem…”, mas não deu tempo de terminar a frase, os pneus estavam trocados e ele voltou à pista em 11º, atrás do companheiro de equipe.

Os pit stops começaram em ritmo intenso. Pérez parou na volta 21. Quando voltou, estava atrás de Hamilton de novo. Na 23ª, recuperou a posição. Mais atrás, o prolixo Russell perdia a posição para Stroll. Logo depois, o canadense foi para cima de Hamilton e passou também. A Mercedes se arrastava.

Verstappen comemora: 17 vitórias na temporada

Na volta 28, Verstappen e Norris pararam juntos. Ambos colocaram pneus médios. Após o pit stop, Max aumentou sua diferença para Lando para mais de 5s. Alonso seguia firme em terceiro, em sua melhor corrida desde o GP da Holanda, em agosto. Pérez, Stroll, Hamilton, Russell, Sainz, Ocon e Bottas completavam os dez primeiros, todo mundo com pneuzinho trocado. Mas o espanhol da Aston Martin seria ameaçado, em algum momento, pela Red Bull de Checo.

Em sétimo, colado em Hamilton, Russell tentou contato com a Mercedes pelo rádio. Como ninguém respondia, telefonou. Atendeu uma plantonista em Stuttgart. “Gutten Nacht!”, arriscou o piloto, em alemão. “Aqui é o George!” A moça perguntou qual George, mas logo se arrependeu de iniciar um diálogo àquela hora e emendou, antes que o outro dissesse qualquer coisa. “Olha, hoje é domingo, não tem ninguém na fábrica, liga amanhã”, e bateu o fone na cara dele.

Na volta 35, Sainz passou Russell. Lá em Stuttgart, vendo a corrida em sua salinha, a atendente resmungou: “Esse cara é muito fraco, tá louco…”. E continuou a lixar as unhas, esperando o plantão acabar. Sem prestar muita atenção à TV, que estava sem volume, nem percebeu quando, duas voltas depois, o espanhol da Ferrari passou Hamilton, também, assumindo a sexta posição. Mas ela jamais diria uma palavra desairosa sobre Lewis. No ano anterior, quando o piloto visitou a fábrica, ganhou um autógrafo na camiseta e um beijo do heptacampeão que ela se gabava às amigas ter sido quase um selinho. “Pegou de lado”, jurava. A telefonista amava Hamilton. Até tatuou #44 nas costas. Uma tatuagem pequena, mas bem feitinha.

Russell: no fim, abandono com problemas de motor

Bottas, que chegou a andar nos pontos, abandonou na volta 41. Era o quinto carro fora da corrida, já que seu companheiro Zhou parara pouco antes. Àquela altura, a única briga de alguma relevância que se desenhava era pelo terceiro lugar, com Pérez chegando em Alonso para tentar um trofeuzinho. Bem mais atrás, Russell era ultrapassado por Gasly, na volta 43. O domingo da Mercedes era uma tragédia. Na volta 46, já ameaçado por Tsunoda, o inglês parou pela segunda vez. E colocou pneus macios.

Pérez fez o mesmo na volta 47 para tentar atacar Alonso na parte final da prova. A segunda bateria de pit stops começou, com Hamilton vindo na sequência. Os macios, ainda que usados, foram a escolha de todos nas paradas derradeiras. Alonso foi para os boxes na volta seguinte à do mexicano, para não perder a posição. Voltou à frente. Mas ainda muito ameaçado.

Por várias voltas, Pérez x Alonso concentraram as atenções no autódromo. Valia lugar no pódio. Na volta 57, Verstappen foi para seu segundo pit stop. Tinha um jogo de pneus macios novinho em folha, com etiqueta e tudo, para a parte final da corrida. Seu companheiro continuava atiçando o veterano da Aston Martin. Norris, líder provisório, era o único na pista com apenas uma parada.

Na volta 59, a Mercedes chamou Russell para os boxes. “De novo?”, questionou o piloto. “Vejam, nossa posição não é boa, mas temos de respeitar o esporte, a competição. No meu curso de coaching aprendi que não se deve desistir até o último…”, e foi quando Toto Wolff perdeu a paciência e gritou: “George, sai do carro e fica quieto!”. O inglês abandonou, com alegados problemas no motor.

Os dez primeiros em Interlagos: Alpine com dois nos pontos

O último pit stop da prova foi feito por Norris na volta 60. Voltou em segundo, a mais de 11s de Verstappen. Atrás deles, Alonso resistia bravamente aos ataques de Pérez, usando toda sua experiência e a malandragem adquirida na adolescência nos becos escuros de Oviedo. Checo abria a asa nas retas, tentava, tentava, mas não conseguia se aproximar o suficiente para tentar uma manobra decisiva. Dava gosto de ver Alonso: frio, calculista, talentoso, escolhendo trajetórias diferentes e enlouquecendo o rival.

A agonia da Red Bull deu a impressão de que chegaria ao fim na penúltima volta. Pérez passou no S do Senna, conseguiu se defender na Reta Oposta, mas… O outro ali era Alonso. Ele é espanhol e não desiste nunca, como diz a canção. Na última volta, o carro verde #14 embutiu em Pérez e, na freada do Lago, por fora, o bicampeão retomou o terceiro lugar. Recebeu a bandeirada 0s053 à frente de Checo, que teve de se contentar com o quarto lugar. Um pódio gigantesco de Fernandinho. Troféu suado, mas muito merecido.

Verstappen e Norris ficaram em primeiro e segundo, resultado até previsível por tudo que aconteceu ao longo do fim de semana. Depois de Alonso, na zona de pontos, vieram Pérez, Stroll, Sainz, Gasly, Hamilton, Tsunoda e Ocon. A luta pelo vice de pilotos segue aberta, mas Checo abriu 32 pontos e, agora, dificilmente perde o segundo lugar. Ele tem 258 pontos, contra 226 de Hamilton. Alonso (198), Norris (195) e Sainz (192) travam uma boa disputa pela quarta posição. Entre as equipes, a Mercedes segue com 20 pontos de vantagem para a Ferrari: 382 x 362. Faltam duas provas para o fim do campeonato, em Las Vegas e Abu Dhabi.

Alonso subiu ao pódio pela oitava vez no ano e colocou na estante seu 106º troféu. Ele empatou com Prost nessa estatística na quarta colocação. Só Hamilton (197), Schumacher (155) e Vettel (122) subiram mais vezes do que eles no pódio. Como o asturiano ainda tem pelo menos mais um ano de contrato com a Aston Martin (o terceiro é opcional, mas tudo indica que ele seguirá correndo em 2025, apesar de já estar com 42 anos de idade), as chances de juntar mais algumas taças é muito grande.

O que seria ótimo. Alonso é um piloto bom demais para ter seus números desinflados pelas temporadas erráticas que disputou pela McLaren, Renault e Alpine. O que fez hoje em Interlagos é coisa de gênio.

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SPGP (2)

Verstappen e Pérez: primeiro e terceiro colocados

SÃO PAULO (rapidinho) – Max Verstappen ganhou a Sprint de hoje Interlagos tendo apenas o trabalho de ganhar uma posição na última corrida curta de 2023. Foi sua sétima vitória em provas desse tipo, que começaram a ser disputadas em 2021. Das seis deste ano, ele ganhou quatro. Lando Norris e Sergio Pérez ficaram em segundo e terceiro.

A corrida foi realizada com sol e calor, felizmente sem nenhum sinal do dilúvio que devastou parte do autódromo ontem no final da tarde. Os organizadores trabalharam rápido e conseguiram recuperar os danos causados pela ventania e pela chuva. No balanço das intempéries, foram seis feridos leves e muitas coberturas de arquibancadas danificadas. Pouco, para a intensidade da tempestade.

Norris: primeira posição no grid

Antes de contar a história da Sprint, vale mencionar o que aconteceu na classificação para a corrida curta. Norris fez a pole, seguido de Verstappen, Pérez, Russell, Hamilton, Tsunoda, Leclerc, Ricciardo, Sainz e Piastri nas dez primeiras posições. Na primeira parte da classificação, o Shootout, Alonso e Ocon se bateram na Curva do Sol. O francês abria volta rápida e o espanhol estava desacelerando. Fernandinho não deixou um espaço generoso à sua esquerda, e Esteban deu uma rabeada que acabou levando ao choque e à batida. O piloto da Aston Martin conseguiu voltar aos boxes, mas não deu para arrumar o carro. Ocon chamou o ex-companheiro de “idiota” pelo rádio. Mas Alonso evitou hierarquizar as culpas: “Eu estava no lugar errado na hora errada, dessas coisas que acontecem”. Ninguém foi punido. Os comissários entenderam que foi um daqueles “incidentes de corrida”. No caso, de classificação.

Por dentro: Max passa Norris e some na frente

Mas vamos à corridinha. Pneus macios foram a escolha de quase todos – Magnussen, Hülkenberg e Sargeant foram de médios. Verstappen largou muito bem e fez valer o lado de dentro para a primeira perna do S do Senna. É assim que se passa ali. Deixou Norris para trás. Na freada do S, Russell também passou o inglês da McLaren. Hamilton passou Pérez e, pouco depois, levou o troco. Como nas outras duas Sprints de Interlagos, em 2021 e 2022, a prova era disputada em ritmo frenético, com todo mundo andando muito perto.

Na quinta volta, Norris recuperou o segundo lugar em cima de Jorginho. Max, em primeiro, não tomava conhecimento do que se passava em seus retrovisores. Na volta 8, Pérez passou Russell no S do Senna e foi ultrapassado pelo supracitado na entrada da curva do Lago. Interlagos tem disso, bons pontos de ultrapassagem para quem sabe onde mergulhar retardando a freada. Quase sempre dá certo. E deu para o mexicano na décima volta, agora por dentro no S do Senna. Manobra clássica. Dessa vez, não deixou o #63 da Mercedes devolver a gentileza.

Tsunoda: grande atuação, sexto lugar

O troca-troca de posições entre o S do Senna e a freada do Lago se repetiu com Ricciardo para cima de Sainz na volta 12, em briga pelo oitavo lugar — Ferrari tomando canseira da AlphaTauri, quem diria… Na 14ª, repeteco: Ricciardo passa primeiro, Sainz recupera depois. Aí, Piastri aproveitou e também deixou o australiano para trás.

Os primeiros colocados foram se distanciando e os intervalos entre eles, aumentando. Verstappen estabeleceu uma diferença segura para Norris. Pérez, em terceiro, nem esboçou um ataque ao segundo colocado. Ao contrário, percebeu que Russell estava longe e se acomodou ali. Pelo menos uma medalhinha levaria para casa. Quem despencou de rendimento depois de 20 voltas foi Hamilton, ultrapassado por Leclerc e Tsunoda e caindo de quinto para sétimo.

E, num estalar de dedos, a Sprint terminou com Verstappen, Norris, Pérez, Russell, Leclerc, Tsunoda, Hamilton e Sainz nas oito primeiras colocações. O resultado foi muito bom para o mexicano, que aumentou em quatro pontos sua diferença para Lewis na luta pelo vice-campeonato, de 20 para 24.

Os oito que pontuaram: mexicano da Red Bull se deu bem

APARECEU – Felipe Massa finalmente apareceu no autódromo. A organização do GP disse que ele era “muito bem-vindo”. Deu uma entrevista ou outra. E falou que tem credencial para o ano todo, por isso foi a Interlagos. “Estou lutando pela justiça, pelo que é justo”, resumiu, falando sobre seu pleito pelo título de 2008. Barrichello, Nelsinho Piquet e outros pilotos brasileiros também circularam pelo paddock.

Massa no autódromo: credencial para o ano todo
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SPGP (1)

Verstappen faz a pole: depois, o mundo acabou

SÃO PAULO (salve-se quem puder) – Max Verstappen larga domingo na pole para o GP São Paulo, antepenúltima etapa do Mundial de F-1. O holandês garantiu a posição de honra da prova de domingo antes que o mundo acabasse com uma tempestade que se abateu primeiro sobre a zona sul, se espalhando depois por outras regiões da cidade. Ela veio na metade do Q3, interrompendo os trabalhos no autódromo. Foi a 11ª pole do tricampeão no ano, 31ª na carreira. Amanhã é dia de Sprint em Interlagos. Se houver sobreviventes do furacão, eles voltam ao autódromo para a minicorrida que começa às 15h30. O grid desta será definido a partir das 11h.

Max & Adriano: o rei da hora e o imperador de sempre

A classificação começou com céu nublado e tempo abafado, na casa dos 28°C, enquanto chovia forte em alguns bairros paulistanos. E com 15 minutos de atraso. A pista teve de ser limpa com caminhões-vassoura pelo excesso de terra e pedriscos que, depois do treino livre, chamaram a atenção de Alonso. “Não é uma pista no nível da F-1”, exagerou o espanhol, subindo um pouco o tom.

A Ferrari tinha feito 1-2 no único treino livre, pela manhã. Mas a McLaren, no fim da sessão, deu pintas de que seria rápida, com seus pilotos fazendo as melhores parciais nos dois primeiros trechos do traçado, e abortando as voltas no fim. Por isso, ninguém se espantou quando Norris fez 1min10s623 logo de cara. As equipes trabalhavam com a possibilidade de chuva a qualquer momento, por isso era importante registrar tempo o quanto antes. Leclerc baixou o tempo de Landinho em 0s151. Piastri, na sequência, também jogou o inglês para trás.

Enquanto isso, Verstappen reclamava. “Meu carro está pulando que nem um canguru, como no México!”, falou, pelo rádio. “Perneta?”, perguntou o engenheiro. Max não entendeu a piada – a maioria dos que nos leem também não, provavelmente.

Sessão interrompida: Stroll em terceiro no grid

Como de hábito, os tempos em Interlagos ficaram muito próximos. Todos os pilotos no Q1 ficaram no mesmo segundo – 0s935 do primeiro ao último; até o 19º, 0s695. Qualquer milésimo conta. Isso se dá porque a pista é curtinha, com voltas muito rápidas – na casa de 1min10s. No final da primeira parte da classificação, Russell acabou com o melhor tempo: 1min10s340. Max reagiu e foi o segundo, a 0s096 do mercêdico que, no ano passado, venceu no Brasil. Tsunoda, Ricciardo, Bottas, Sargeant e Zhou foram os eliminados.

Verstappen abriu bem o Q2 com 1min10s162. Sua volta só foi batida por Norris a 3min30s do final: 1min10s021. Havia mais de um candidato à pole, isso era claro. Qualquer um de Red Bull, Ferrari, Mercedes ou McLaren poderia ficar em P1. Tudo dependeria de acertar tudo numa volta no Q3.

A proximidade dos tempos se repetiu no Q2, com menos de 0s4 separando o líder da tabela do décimo, o último a passar para a fase final da classificação. Ficaram fora Hülkenberg, ocon, Gasly, Magnussen e Albon.

Os tempos em Interlagos: Aston Martin reage

Cinco equipes levaram suas duplas ao Q3: McLaren, Red Bull, Aston Martin, Ferrari e Mercedes. Sem surpresas, pois. Aí o céu fechou de vez. Nuvens muito escuras se aproximaram do autódromo, vindo da represa, claro, e alguns torcedores – que encheram as arquibancadas, numa sexta-feira festiva e colorida – começaram a vestir capas. Só que chuva, mesmo, daquelas de molhar o asfalto, não vinha. Na dúvida, os pilotos formaram uma fila na saída dos boxes para pegar pista seca. E faltavam três minutos para a luz verde.

Daria tempo para todos fazerem voltas no seco, só que daquele jeito: com pressa e sem se preocupar muito com a perfeição. O mundo desabaria sobre as cabeças de todos em breve, justificando os temores de Asterix e Obelix, quando terminasse a classificação. (Se não entenderam também, leiam.)

Stroll com Verstappen: melhor desde pole em 2020

Verstappen fez 1min10s727 na sua primeira volta rápida. Não era um tempo bom, mas ninguém conseguiu nem chegar perto na primeira saída dos boxes. O vento forte, vindo de várias direções, impediu os pilotos de fazerem voltas minimamente aceitáveis. E essa saída acabou sendo a única. Piastri rodou. Sainz escapou. O vento soprou. A chuva chegou. O asfalto molhou. A luz sumiu. A classificação acabou. Uma tempestade assustadora despencou sobre Interlagos e a direção de prova deu bandeira vermelha a 4min19s da quadriculada, suspendendo as atividades e recomendando que todos fugissem para as colinas.

Verstappen e Leclerc formam a primeira fila do GP São Paulo, domingo. O monegasco ficou a 0s294 do holandês. Na segunda, uma surpresa: Stroll em terceiro, Alonso em quarto. Para o canadense, uma espécie de remissão dos pecados. É sua melhor posição de largada desde a inesperada (e solitária) pole que fez para o GP da Turquia em 2020, ainda pela Racing Point. Hamilton e Russell ficaram em quinto e sexto, terceira fila da Mercedes, pois. Norris, Sainz, Pérez e Piastri fecharam os dez primeiros.

Às posições de Russell, Gasly e Ocon, que estão um pouco acima na tabela de tempos, acrescentem duas. Os três foram punidos porque enrolaram para entrar na pista, atrapalhando outros pilotos na saída de box. Assim, Russell caiu para oitavo, Ocon para 14º e Gasly para 15º.

Caixinhas, agora, para arredondar a semana.

Alonso: mentiras de redes sociais

FAKE NEWS – A cascata da semana passada, disseminada nas redes sociais, foi: Alonso vai para a Red Bull em 2024 e Pérez, para a Aston Martin. Mentira pura, mas o público de F-1 hoje, sobretudo os mais novos, se alimenta disso. Sai espalhando e, depois, jornalistas de verdade são obrigados a desmentir o que nunca publicaram. Isso irrita a imprensa profissional, claro, mas não só ela. Alonso mesmo, ontem, disse que “vai tomar providências” contra o que chamou de “mentiras para dar audiência na internet”. A origem dessa bobagem foi a postagem de um “influencer” que se intitula “jornalista freelancer” – inglês, irlandês ou coisa que o valha – e se baseou numa “informação” publicada num site amador da… Polônia!

Lindeza em Interlagos: Porto segue com Drugovich (foto: Rodrigo Berton)

TESTING, TESTING – Ontem, também, só que agora a notícia é real: Felipe Drugovich renovou com a Aston Martin, segue como piloto de testes e desenvolvimento em 2024 e está procurando alguma coisa para fazer além de trabalhar em simuladores no ano que vem. Ficou tarde, porém. Equipes que disputam campeonatos de alguma relevância já fecharam seus pilotos para a próxima temporada – WEC, Indy, Fórmula E. Drugovich falou que teve de distribuir “nãos” aos convites que recebeu porque sua prioridade é a F-1. O brasileiro, que tem 23 anos, terá como última tarefa em 2023 a participação no primeiro treino livre em Abu Dhabi, prova de encerramento da temporada. Vai no carro de Alonso. Em 2024, Drugovich continua com patrocinadores fortes que bancam seu lugar na Aston Martin, como a Porto Seguro e a XP Investimentos.

Interlagos: chove, mas a gente gosta

MAIS SETE – Hoje, a boa notícia para paulistanos e Interlagos’ lovers foi a da extensão do contrato da cidade com a F-1 por mais sete anos. O GP do Brasil, agora chamado de GP São Paulo, segue no nosso querido templo pelo menos até 2030. Gostaria de lembrar que em 2019 o tosco asqueroso, nojento, com tendências genocidas e golpista vagabundo, ao lado de um picareta que desapareceu, anunciou que a F-1 iria para o Rio no ano seguinte, num autódromo que seria construído em Deodoro. Parte da imprensa brasileira comprou essa lorota, dando-a como fato consumado. Fui dos poucos a denunciar a mentira cabeluda — de vez em quando falo bem de mim. O governador de São Paulo à época, João Doria, renovou o contrato com Interlagos alguns meses depois. O tal autódromo de Deodoro nunca saiu. Ainda bem, porque a ideia dos pilantras era fazer a pista numa área de floresta preservada. O abominável perdeu a eleição, hoje não pode se candidatar nem a síndico de condomínio na Barra. Pesada. O malandro que apresentou o projeto da pista sumiu. E Interlagos segue firme e forte.

COM MUITO ORGULHO – Hamilton, que no ano passado ganhou o título de cidadão brasileiro, apareceu na quinta com uma jaqueta e uma calça pintadas com as cores do Brasil e o rosto de Senna. Hoje, entrou no autódromo com agasalho da CBF da Umbro, antigão – de 1994. E fez um capacete especial para a corrida, lembrando o de Ayrton. Ele é muito fã de Senna e ama o Brasil, como todos sabem. Mas continua falando apenas duas palavras em português: “Oi” e “obrigado”. Nos eventos promocionais pré-corrida, o que de mais importante Lewis disse foi que, nestes últimos dois anos, redescobriu o prazer de terminar uma corrida em segundo lugar.

SEM MASSA – Registrando que, até agora, Felipe Massa não apareceu no autódromo. A FIA não o proibiu de nada. Mas ele sabe que seria meio constrangedora a presença, porque todos só perguntariam a ele sobre a reivindicação do título de 2008. Um encontro casual com Hamilton, já pensaram? Aliás, na coletiva de quinta, Leclerc, Sainz, Bottas, Sargeant e o próprio Hamilton foram perguntados sobre o desejo de Felipe e o processo que pretende mover contra a FIA e a F-1. Ficaram em silêncio. Não tinham nada a falar sobre o assunto.

PAVOR – A tempestade que atingiu Interlagos derrubou o teto de uma arquibancada da Porsche, levou parte da cobertura da tribuna da Porto, arrancou uma tenda da Heineken, sumiu com a bandeira do Brasil gigante que havia sido hasteada em orgulhosos mastros no meio da semana e inundou boxes e paddock. Até agora, a organização do GP diz, oficialmente, que não há feridos. Mas já recebi relatos de gente em Interlagos saindo de ambulância, outros de pessoas sendo levadas em macas e pânico em certos setores. Aguardemos, torcendo para que tudo esteja bem. O negócio foi pesado. Às 20h, um comunicado foi emitido com o seguinte teor: “As equipes do GP São Paulo avaliaram os acontecimentos ocorridos no autódromo de Interlagos nesta sexta-feira, 3 de novembro, em função dos fortes ventos e chuvas na cidade. Foram identificados alguns pequenos incidentes com espectadores, atendidos prontamente pelas equipes do evento. Verificaram, ainda, que algumas áreas foram danificadas, mas não houve comprometimento das suas estruturas, que já estão sendo reparadas para o evento de amanhã”.

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LEGIÃO URBANA

É no silêncio de um Chevrolet…

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SOBRE ONTEM À TARDE

A IMAGEM DA CORRIDA

Pérez no ar: decepção em casa

SÃO PAULO (só na correria!) – Acho que não tem nada mais ilustrativo do GP do México, né? Pérez, Pérez… A decepção maior é dele, claro. Em casa, diante de um público enorme, numa fase não muito boa, o melhor a fazer é ter alguma cautela. Querer resolver a corrida na largada é sempre um risco. Mas, aqui, faça-se justiça ao mexicano. Ele largou muito bem. E, de fato, havia um espaço por fora chegando à primeira freada do dia. Tanto que ele chegou a passar todo mundo. Só que era preciso fazer a curva, também. E, para fazer a dita cuja sem bater em ninguém, tinha de contar com a boa vontade dos que estavam ao seu lado. “Charles freou muito tarde e eu não esperava por isso”, explicou. “Foi um incidente de corrida.”

Nessas horas, tem de esperar qualquer coisa — e aí a gente pode criticar o excesso de otimismo do piloto da Red Bull. Checo tem razão, porém, quando fala em incidente de corrida. E isenta Leclerc de culpa. O monegasco, vaiado na entrevista pós-corrida ainda dentro da pista, fez questão de dizer alto e bom som que lamentava muito pelo que tinha acontecido com o colega. Acho que foi sincero. Essas coisas acontecem em largadas. O que potencializou a desgraça foi o fato de Pérez correr diante de seu público num momento em que seu futuro na equipe é questionado.

Mas, de novo, essas coisas acontecem. E Pérez fez coisas piores neste ano do que tentar passar três carros na largada. Abaixo, mais três imagens da batida, que podem ser vistas em tamanho família clicando nas próprias. Reparem que na primeira delas Checo aponta à frente de todos. Mas havia um carro no meio do caminho.

O NÚMERO DO MÉXICO

2

…posições no Mundial de Construtores a AlphaTauri subiu com o sétimo lugar e os seis pontos de Ricciardo. A equipe, assim, saiu finalmente da lanterna, pulando da décima para a oitava posição com 16 pontos. Deixou para trás a Alfa Romeo (também 16, mas perde nos critérios de desempate) e a Haas (empacada nos 12 faz quatro corridas).

Ricciardo, sétimo: na fila para a Red Bull

Claro que o sétimo lugar de Ricciardo o colocou na linha sucessória da Red Bull caso aconteça algo com Pérez. Que pode acontecer. Zerar em todas, por exemplo. Não passar do Q1. Se envolver em acidentes, na sequência, com Sargeant, Stroll e o safety-car.

Mas não é o mais provável. Ele tem três corridas pela frente para, com alguma serenidade, pelo menos voltar ao pódio. Se fizer isso, fica na equipe. A Red Bull só vai mandá-lo embora em uma situação muito extrema. Neste momento, dia 30 de outubro de 2023, Sergio Michel Pérez Mendoza é o vice-líder do Campeonato Mundial de F-1.

Se terminar o ano assim, fica onde está.

A FRASE DO HERMANOS RODRÍGUEZ

“Não podemos culpar um piloto por tentar vencer a corrida de casa.”

Christian Horner, chefe da Red Bull
Verstappen: 51 vitórias, como Prost

Falemos um pouco de Verstappen, então, reforçando as cifras que empilhou ontem. Foi a 16 vitórias no ano, ampliando seu recorde que era de 15 na temporada passada. Nunca um pilotou ganhou tantas provas no mesmo campeonato. No aproveitamento — relação entre vitórias e número de corridas de uma temporada –, Max também é o primeiro. Ganhou, neste ano, 84,2% das etapas do Mundial. O recordista anterior nesse ranking é Alberto Ascari, que em 1952 venceu seis das oito disputadas (75%).

Cinco vitórias no México também é algo que ninguém tinha conseguido antes. Verstappen ganhou em 2017, 2018, 2021, 2022 e 2023. Quase 10% de seus 51 triunfos na F-1. Número que colocou o holandês ao lado de Alain Prost nas estatísticas. Se ganhar as últimas três deste ano, se torna o terceiro maior vencedor da história. À frente da dupla Prost-Verstappen, hoje, estão apenas Hamilton (103), Schumacher (91) e Vettel (53).

GOSTAMOS & NÃO GOSTAMOS

GOSTAMOS… da corrida de Lando Norris, que largou em 17º e terminou em quinto. Mas sua façanha foi ainda maior porque depois da bandeira vermelha, ele, que tinha parado antes do safety-car, caiu para 14º. E teve meia corrida para recuperar tudo. “Foi uma das melhores atuações que vi de um piloto em toda minha carreira, em qualquer pista e qualquer tempo”, derramou-se Andrea Stella, chefe da McLaren. Não por acaso, Landinho ganhou, do amigo internauta, o título de “piloto do dia”. Nas últimas cinco provas, Norris marcou 90 pontos. Está em sexto no Mundial com 169, 14 atrás de Alonso. Que, no mesmo período, fez apenas 13 pontos. Vai passar. Provavelmente já no Brasil.

NÃO GOSTAMOS do comportamento da torcida mexicana, que vaiou intensamente Leclerc ao fim da corrida, arrumou briga na arquibancada e levou equipes e pilotos a contratarem seguranças particulares para poderem circular pela cidade. OK, fez festa, encheu o autódromo, mas em muitos momentos faltou educação.

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SEM QUERER QUERENDO (3)

Max de sombreiro: quinta vitória no México

SÃO PAULO (empilhando recordes) – Anotem aí: Max Verstappen tem agora 51 vitórias na F-1. Hoje, no México, empatou com Alain Prost nas estatísticas. À frente dele, agora, só Hamilton (103), Schumacher (91) e Vettel (53). Foi seu quinto triunfo no autódromo Hermano Rodríguez. Ninguém venceu tanto lá.

Anotem aí: o holandês da Red Bull tem 16 vitórias nesta temporada. Ele já era recordista de vitórias num ano – foram 15 em 2022. Agora, ampliou a marca. Foram disputadas 19 etapas até aqui no campeonato. E faltam três: Interlagos, Las Vegas e Abu Dhabi. A etapa paulistana acontece domingo que vem.

Anotem aí: Sergio Pérez conseguiu abandonar a corrida diante de seu público na primeira curva. Putz. Foram 400.639 ingressos vendidos nos três dias para ver Checo. Uma lástima. E Hamilton, segundo colocado no México, ainda fez a melhor volta da prova. Somou 19 pontos. Assim, diminuiu sua diferença para o mexicano para 20 pontos na luta pelo vice-campeonato.

Anotem aí: Sainz chegou em quarto e passou Alonso, que não pontuou, na classificação. Foi para o quarto lugar na tabela. O placar aponta 183 pontos para cada, mas Sainz leva vantagem nos critérios de desempate porque tem uma vitória. Logo, logo o espanhol será ultrapassado também por Norris (169) e Leclerc (166), já que a Aston Martin, grande atração do início do Mundial, derreteu. Apagou. Morreu. E McLaren e Ferrari seguem levando a competição a sério.

O GP do México foi até divertidinho, embora nenhuma corrida até o fim da temporada possa ser chamada de decisiva. Se é verdade que ainda há briga pelo vice entre pilotos e equipes, não é menos verdade que ninguém liga muito para isso. Então, que pelo menos as provas sejam interessantes. Essa de hoje foi, numa escala de 0 a 10, nota 6 – avaliação absolutamente pessoal e arbitrária. Já vimos melhores. Mas já vimos piores.

A ela, então.

Largada: Pérez chegou a passar todos, mas bateu

A largada teve o habitual salto de Verstappen para engolir os dois carros da Ferrari e a proverbial tragédia mexicana com uma tentativa suicida de Pérez de passar todo mundo antes da primeira curva, por fora. Pior que, coitado, largou muito bem. Chegou à freada em primeiro. Mas, ao invés de contornar a curva, resolveu fazer tomada e tangência. Encontrou, claro, um carro no caminho, o de Leclerc.

O carro de Checo decolou e quando aterrissou tinha um rombo na lateral. Foi para os boxes e abandonou. “Eliminem o piloto do carro rojo”, determinou o chefe do cartel de Tijuana. “Não tem nenhum carro roxo!”, respondeu o sicário, claramente não fluente no idioma. “Entonces termine de vez com Checo”, decretou o prócer, achando que assim facilitaria as coisas no indesejado plantão dominical. Seguiu-se um silêncio no walkie-tlkie. “Señor, não há nenhum piloto nascido na Checoslováquia, señor! Verifiquei aqui na lista de los pilotos registrados. Solo tenemos ingleses, alemanes e franceses, señor!”, respondeu, aflito. O mandante suspirou. Já não aguentava mais dar ordens e contraordens, muito menos àqueles estagiários importados sabe-se lá de onde porque o cartel entrou numas de economizar e globalizar sua gestão. Sentiu saudades dos tempos de Medellin, quando trabalhava para Pablo Escobar e tudo funcionava direito, sem RH, “home office”, “calls” e “meetings”. “Ele sim era profissional…”, murmurou para si mesmo. Na dúvida, não eliminaram ninguém.

Pérez: “Queria muito vencer”

Nos boxes, Pérez ficou dentro do carro. Chorava. Ou, pelo menos, parecia que estava chorando. A prova seguia. Verstappen, líder, era comboiado por Leclerc, Sainz, Ricciado, Hamilton e Piastri nas seis primeiras posições. Charlinho, aka Chaleclé, perdera um pedaço da asa dianteira no toque com Checo. Mas seu carro não foi afetado. Na décima volta, Hamilton passou Ricciardo e assumiu a quarta posição. O resto era uma fila indiana aborrecida.

Dois pilotos, Albon e Ocon, largaram com pneus duros, para esticar o primeiro stint. Um terceiro, Norris, partiu de macios – estava lá no fundo do grid. Os demais escolheram os médios. A ideia de todos era parar apenas uma vez nos boxes. O pit stop de Verstappen aconteceu na volta 19. Colocou pneus duros e voltou em sétimo. Causou certo estranhamento a troca precoce do holandês. Naquele momento, briga boa acontecia entre Hamilton e Sainz – pelo segundo lugar, já que Leclerc assumira a ponta na parada de Max.

Com pneus novos, Verstappen foi abrindo caminho. Na volta 22, passou Russell. Na 23ª, deixou Piastri para trás e subiu para quinto. Hamilton parou na volta 25 e o tricampeão, na mesma hora, passou também por Ricciardo, ascendendo ao terceiro lugar. Na ponta, Leclerc. Sainz, a 7s de distância, era o segundo. Max vinha menos de 3s atrás dele. Diferença dizimada em poucos minutos. Na volta 29, o holandês almoçou o espanhol com guacamole e sour cream.

Sainz parou na volta 31 e perdeu a posição para Hamilton. Leclerc, na 32ª. Voltou em segundo, com Lewis em terceiro. O monegasco se viu 16s atrás do #1 da Red Bull e 3s à frente do #44 da Mercedes. Naquele momento, os 19 carros na pista usavam pneus duros. Mas ninguém, com plena certeza, sabia se eles aguentariam até o fim.

Então, na volta 33, Kevin Magnussen deu uma senhora pancada na curva 8. A suspensão traseira esquerda colapsou e o carro da Haas apontou como uma flecha na direção do muro de proteção. O safety-car foi imediatamente acionado e Verstappen, que passava pela entrada dos boxes, correu e colocou pneus novos. Nem precisava. Uma volta depois, a direção de prova decidiu mostrar a bandeira vermelha e parou a corrida para que o carro de Magnussen fosse retirado e a barreira, reparada. “Por que parou?”, arguiu Verstappen. “Parou por quê?”, continuou. Seu engenheiro explicou. “Era só tirar o carro. Frouxos, franguinhas desossadas…”, zangou-se o piloto.

(No esconderijo do cartel, o sicário novato resolveu tomar a iniciativa de sugerir algo à chefia. Havia aprendido num curso promovido pelo RH, um curso on-line muito proveitoso, que o arrojo e a ousadia quase sempre eram premiados nestes novos tempos de gestão corporativa de grupos clandestinos. “¡Señor, vamos a sacar del auto el piloto holandés y ponemos a nuestro Pérez! ¡Puedo hacerlo ahorita mismo!”, berrou no walkie-talkie, a ponto de quase estourar os tímpanos do comandante. Este, impaciente, chamou seu segurança: “Leva esse chico para tomar um picolé ou comer pipoca. E desliga o rádio dele. Ou tira as baterias. Faz alguma coisa. Eu já não tenho um minuto de paz”. Pensou em se demitir. Voltar à Colômbia, talvez se esconder em alguma praia do Caribe. Largar aquela vida. Estava se sentindo velho.)

Ricciardo: pontos num fim de semana redentor

A prova seria reiniciada com nova largada e mais 36 voltas até a bandeira quadriculada. A interrupção durou cerca de 20 minutos. Todos puderam colocar pneus novos, o que o regulamento permite. Alguns colocaram médios. Outros, duros. Deu uma embaralhada nas estratégias, sem dúvida. O novo grid teria Verstappen, Leclerc, Hamilton, Sainz, Ricciardo, Piastri, Russell, Tsunoda, Hülkenberg e Norris nas dez primeiras posições. Destaques aqui pra Tsunoda e Norris, que largaram do fundão e, na metade da prova, já haviam escalado metade do pelotão.

As atenções para a nova largada estavam concentradas em Hamilton, terceiro no grid com pneus médios. O terceiro lugar no grid mexicano é ótimo, porque há uma longa estrada até a primeira curva – para quem é chegado num vácuo, uma delícia. A estratégia de Lewis, clara, era ter mais aderência quando as luzes se apagassem, embutir em Max por algumas centenas de metros, aproveitar o vácuo, frear lá dentro e passar.

Só faltou combinar com os russos. Max largou bem, os pneus de Hamilton não serviram para nada, Leclerc ficou entre os dois e o rubro-taurino se mandou. Hamilton partiu para cima de Charlinho e fez a ultrapassagem na volta 40, assumindo o segundo lugar. Passou com as rodas na grama. Foi bem bonita, a manobra. Se quisesse ganhar a corrida, teria de acelerar bastante. Verstappen, em primeiro, estava 3s na frente. E fazia volta mais rápida em cima de volta mais rápida. “Estes pneus não chegam no fim!”, alertou Lewis. Sabia que alcançar o rival não passava de um sonho de verão. E nem no verão estamos, ainda. No Hemisfério Norte, é outono, ainda.

Na volta 49, brigando com Piastri pelo sétimo lugar, Tsunoda acabou tocando no McLaren do australiano. O incidente foi idêntico ao de Pérez e Leclerc na largada. Oscar se manteve firme. O japonês da AlphaTauri rodou e caiu para as últimas posições.

Norris: recuperação bonita, o nome da prova

Faltando 20 voltas, Verstappen tinha quase 10s de vantagem para Hamilton. Leclerc se assentou em terceiro e Sainz teve algum trabalho para se defender de Russell até a borracha média do inglês dar sinais de fadiga. Na segunda metade do pelotão até que algumas brigas divertiam o público. A dupla da McLaren, com pneus médios, avançava bastante. Os dois da Alpine se engalfinhavam ora entre eles, ora com Hülkenberg e Bottas, da Haas e da Alfa Romeo.

Ainda houve tempo para duas belas ultrapassagens de Norris. A primeira, sobre Ricciardo na volta 60. O inglês já havia passado por Piastri, que abriu caminho a pedido da equipe. Foi para cima do sorridente australiano e no estádio conseguiu a sexta posição. Mais um pouco e chegou em Russell, o quinto. Na volta 67, começou a abrir a asa para cima de Jorginho. E, no mesmo ponto em que havia passado o carro da AlphaTauri, repetiu a manobra sobre o piloto da Mercedes. Aplausos gerais. Verstappen à parte, Landinho era o nome da prova.

Verstappen ganhou com 13s8 de vantagem para Hamilton, que trouxe com ele para o pódio Leclerc, em terceiro. Sainz, Norris, Russell, Ricciardo, Piastri, Albon e Ocon fecharam a zona de pontos. Faça-se aqui uma menção mui honrosa a Ricciardo, que marcou seus primeiros pontos pela AlphaTauri. Isso na segunda aparição depois de ficar semanas parado, recuperando-se de uma fratura na mão. E Albon também, claro, tirando leite de pedra na Williams.

Max subiu ao pódio de sombreiro. As vaias que recebeu de mexicanos em Austin, semana passada, se se repetiram, não ouvi. Até para a torcida local foi difícil encontrar ânimo para apoiar seu infausto ídolo. E, menos ainda, para apupar um talento tão óbvio e absoluto quanto o rapaz que leva o número 1 no bico do carro.

Mas teve essa briga aqui, na arquibancada. Foi durante a bandeira vermelha após o acidente de Magnussen. Um idiota mexicano partiu para cima de torcedores da Ferrari — porque foi um ferrarista que tirou Pérez da corrida. Segundo consta, o valente foi identificado, expulso da arquibancada, e os organizadores do GP pretendem bani-lo ad eternum de seus eventos.

Haja.

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NAS ASAS

SÃO PAULO (incrível) – Reproduzo postagem do meu amigo e guru Jason Vôngoli ontem no Facebook (como ele usa esse troço, inacreditável!). Depois, vejam as fotos. E imaginem o quanto esse pássaro já viveu…

Olha aí o primeiro avião da Real Transportes Aéreos (o primeirão da frota mesmo!), pioneiro da ponte aérea Rio-SP (1946), a caminho de mais uma temporada na Antártida! Nascido DC-3 com motores radiais, esse avião foi convertido pela Basler para usar motores turboélice. Nos tempos da Real, tinha matrícula PP-YPA. Hoje é o C-FGCX e voa para a Chinare – a agência responsável pelo programa polar chinês. Durante parte do ano, esse veterano da rota Santos Dumont-Congonhas fica no norte do Canadá, nos hangares da Kenn Borek. A cada mês de outubro, quando já é primavera no Hemisfério Sul, o incansável DC-3 migra com seus pares para a Antártida, costeando o Pacífico, para mais uma temporada de trabalho na base chinesa.

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SEM QUERER QUERENDO (2)

Leclerc: pole surpreendente no México

SÃO PAULO (uau!) – Esperava-se uma pole-position de Max Verstappen. Deu Charles Leclerc. O monegasco da Ferrari larga na frente amanhã para o GP do México. Foi sua quarta pole no ano, 22ª na carreira. Uma surpresa danada. Verstappen já havia sido o mais rápido em todos os treinos livres, daí que seu favoritismo se apoiava em fatos. A maior esperança de uma surpresa — e não para a pole — era Albon, segundo colocado em duas das três sessões. Daniel Ricciardo também vinha bem, podia ficar lá pertinho. Mas… Ferrari? Sério?

E deu Ferrari. Pole e segundo lugar, com Carlos Sainz. Surpresa em dose dupla.

Vamos tentar entender essa classificação.

Albon: bem nos treinos livres, razoável na classificação

Os empolgados torcedores mexicanos vibraram com a primeira volta de Pérez no Q1, que foi derrubada em questão de segundos por Verstappen, jurado de morte pelo cartel de Tijuana. A diferença: 0s454. Ricciardo, Leclerc e Bottas também deixaram o mexicano para trás. O cartel passou a considerar a eliminação de Checo, em vez de Max.

A certeza de passagem ao Q2 levou Ferrari, Mercedes e McLaren a usarem pneus médios em suas primeiras voltas no primeiro segmento da classificação. Piastri viu que não ia dar e colocou macios. Rapidamente pulou para segundo.

Mas seu companheiro Norris ficou em último, após uma volta abortada com os médios e outra desastrosa com os macios. Ocon, Magnussen, Stroll e Sargeant foram os outros eliminados. Lando só não seria o último no grid porque Tsunoda trocou tudo em seu carro e largaria dos boxes. Logo depois a volta de Sargeant foi cancelada porque o americano não tirou o pé sob bandeira amarela. E Norris subiu para 19º na tabela de tempos. Oh. Uma droga do mesmo jeito.

Dois pilotos, Russell e Verstappen, foram avisados que seriam investigados depois da classificação. Ambos, na saída do pitlane, ficaram segurando todo mundo para entrar na pista. Alonso e Zhou, idem. Não respeitaram o tempo máximo de volta quando estavam lentos na pista. Russell também seria inquirido uma segunda vez pelo mesmo motivo. “Vamos acabar com a vida deles!”, disse um dos comissários. Todos teriam suas vidas devassadas. Familiares seriam examinados sob lupa. Celulares, grampeados. Redes sociais, radiografadas. Até as 21h30 (de Brasília) não tinha dado em nada, no entanto.

No Q2, como fizera no Q1, Tsunoda emprestou o vácuo para Ricciardo fazer uma ótima volta no início. “Vamos eliminar o japonês e o australiano”, sugeriu um sicário patriota do cartel. “Poupemos Checo!” Verstappen, em sua primeira saída, virou 1min17s625. Ninguém chegava perto. Estacionou o carro e foi tomar um cafezinho.

Piastri passou ao Q3; Norris empacou no Q1

Faltando dois minutos para o fim do Q2, todos foram para a pista. Menos Max. “Tá muito trânsito. Detesto trânsito”, falou, pelo rádio. “E hoje é seu rodízio”, troçou o engenheiro.

Sem se preocupar com as ameaças do cartel, Ricciardo melhorou ainda mais seu tempo, sempre contando com a ajuda de Tsunoda. A surpresa da segunda parte da classificação, porém, foi Hamilton. Do nada, fez 1min17s571 e pulou para primeiro – 0s054 mais rápido que o holandês da Red Bull. Zhou, Gasly, Hülkenberg, Alonso e Tsunoda ficaram fora do Q3. Albon, com o carro todo estropiado – sem saber exatamente por quê – passou em nono. Mas sua volta foi cancelada por exceder limites de pista. Assim, o chinês da Alfa Romeo avançou, levando milagrosamente os dois carros da equipe para a fase final da classificação.

Pérez foi o primeiro a abrir volta no Q3, sabendo que o cartel tinha desistido de mandá-lo desta para a melhor. Fez 1min17s788 e a torcida, iludida e burra — ninguém mais tinha tempo anotado –, comemorou. Verstappen vinha atrás enfiou nele uma tuba de meio segundo. Ricciardo, sem vácuo de Tsunoda, também passou o mexicano. E aí veio, mais do nada que Hamilton pouco antes, Sainz. E mais do nada que Hamilton e Sainz, Leclerc: 1min17s166, 0s067 melhor que seu companheiro. E, assim, ficaram os dois carros da Ferrari em primeiro e segundo. Do nada. “Pues, vamos eliminar los rojos”, decretou o sicário. “Pero Checo está em sétimo”, observou outro. “Entonces eliminamos todos! Los seis primeros!”, decidiu o chefe.

Havia mais uma bateria de voltas rápidas, porém. E Max preparado para jantar os dois. Mas o tricampeão estava sem fome. Não superou a dupla vermelha, que formará a primeira fila com Leclerc e Sainz. Verstappen ficou em terceiro, 0s097 atrás do pole. Ricciardo terminou num excepcional quarto lugar, seguido por Pérez, Hamilton, Piastri, Russell, Bottas e Zhou. “Matem todos”, finalizou o comandante do cartel. “E Checo?”, perguntou o subchefe. “Todos.”

Mas ficou apenas na ameaça, como sabemos. Estarão os 20 no grid amanhã.

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SEM QUERER QUERENDO (1)

Verstappen na frente: nem aí para Pérez

SÃO PAULO (isso, isso, isso!) – Com os dois campeonatos decididos e um piloto caseiro que não anda nada, não poderia ser mais modorrenta a sexta-feira do GP do México. Se alguém se divertiu na abertura dos trabalhos no autódromo Hermanos Rodríguez, foram os novatos que andaram no primeiro treino livre. E foi uma festa de jardim de infância: Isack Hadjar (AlphaTauri), Théo Pourchaire (Alfa Romeo), Frederik Vesti (Mercedes), Oliver Bearman (Haas) e Jack Doohan (Alpine). Vocês já sabem, claro, que todas as equipes devem oferecer dois treinos livres para a garotada ao longo da temporada. Quase todas deixam para o fim do ano, quando as coisas estão resolvidas.

Pourchaire, coitado, teve problemas técnicos na Alfa Romeo e nem chegou a fechar volta. Mas os demais saíram de seus carros com sorrisos de orelha a orelha. “Foi o melhor dia da minha vida!”, resumiu o franco-argelino Hadjar. Abaixo, uma pequena galeria de fotos da molecada, para a posteridade.

Agora, aos adultos.

Verstappen foi o mais rápido nos dois treinos livres que aconteceram numa tarde abafada com uma ameaça de chuva nos últimos 15 minutos da segunda sessão. Veio tão fraquinha que nem molhou a pista. Zero. Ninguém sequer abriu guarda-chuva nas arquibancadas lotadas do circuito mexicano.

O tempo de Max no segundo treino: 1min18s686. Dele até o 16º, Pierre Gasly (Alpine), apenas 0s959. Menos de um segundo. Oh, como a F-1 é equilibrada.

Não é. Pista curta dá nisso: tempos próximos, falsa sensação de equilíbrio. Será assim também em Interlagos, semana que vem.

De qualquer maneira, a McLaren, com Norris, mostrou de novo que é a segunda força da segunda metade do campeonato. O inglês ficou a 0s119 do holandês da Red Bull. O terceiro foi Leclerc, da Ferrari, seguido por Bottas (!), da Alfa Romeo, Pérez (o anti-herói local, a 0s302 do companheiro), Ricciardo (!!), com a AlphaTauri e, fechando os dez primeiros, Hamilton (Mercedes), Ocon (Alpine), Piastri (McLaren) e Russell (Mercedes).

Algumas caixinhas, agora, para fechar o dia.

200 CORRIDAS – Nico Hülkenberg completa neste fim de semana 200 GPs na F-1. O alemão, 36 anos, estreou em 2010 pela Williams. Fez uma pole em Interlagos, quase um milagre. Está em sua sétima equipe. Não perca a conta, pela ordem de corridas disputadas: Force India (78), Renault (62), Williams (19), Sauber (18), Haas (18), Racing Point (2) e Aston Martin (2). Seus melhores resultados: três quartos lugares (Bélgica/2012, Coreia do Sul/2013 e Bélgica/2016. Não, nunca chegou ao pódio. Sim, é o piloto que disputou mais GPs na história sem subir ao pódio. Mas é bonzinho.

MUDA, SPRINT – Christian Horner assumiu a ponta na lista de gente que critica as corridas Sprint. O chefe da Red Bull disse que eventos como o de Austin, sábado passado, são “uma piada”. Ruins, sem competição e com uma anomalia absurda, segundo ele, que é o regime de Parque Fechado depois de apenas um treino livre. Concordo.

BODYGUARD – Verstappen está andando com seguranças no México. A Red Bull decidiu proteger o piloto depois das vaias que sofreu nos EUA, que partiram de torcedores mexicanos inconformados com a trolha que Pérez leva dele há anos. Até agora, nada de mais sério aconteceu.

Amanhã tem mais uma sessão de treinos livres às 14h30. Às 18h sai o grid do GP do México, 19ª etapa do Mundial. Que não acaba nunca… Depois desse ainda tem Brasil, Las Vegas e Abu Dhabi.

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Luciano José Lara Jorge mandou a foto. Adoro fotos em preto e branco. E adoro um 2CV…

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