JAPINHAS (1)

Suzuka em abril: cenário diferente com as flores de cerejeira

SÃO PAULO (zzz) – Quem ficou acordado de madrugada para ver o segundo treino livre de Suzuka se deu mal. Não teve, na prática. Choveu e a pista ficou, nas palavras de Magnussen, “muito seca para usar pneus intermediários e muito molhada para slicks”. Ou seja, a sessão não serviu para nada. Talvez apenas para tirar fotos com as cerejeiras florindo — algo que não se vê mais para o fim do ano, época em que o GP do Japão costumava ser realizado até a edição desta temporada. Apenas sete carros completaram voltas, mais para afagar o público enorme nas arquibancadas do que para experimentar alguma coisa. Não há previsão de chuva para o resto do fim de semana.

Na primeira sessão, ontem à noite para nós e no fim da manhã no horário japonês, Verstappen foi o mais rápido, com Pérez em segundo. A diferença não foi muito grande para Sainz, o terceiro, vencedor da última corrida e, dizem as más línguas, primeiro piloto de fato do time italiano. “Mandaram embora o cara errado”, comentou um jornalista amigo meu que sabe das coisas de Maranello. Ainda é cedo para afirmar isso, mas o espanhol vem mostrando serviço, sim. Até porque precisa de emprego para o ano que vem.

Os tempos do primeiro treino, de manhã: Red Bull na frente

Vocês devem ter notado a presença de Ayumu Iwasa na Vai Querer Sua Via? no lugar de Daniel Ricciardo. Piloto japonês da F-2, ele é da família Red Bull há algum tempo e tem, claro, a simpatia da Honda. Teve o gostinho de andar em casa, diante do público japonês. Fez a dele, sem maiores problemas. É esse rapaz aí embaixo, ao lado de Takuma Sato. A outra foto é apenas uma curiosidade bancária.

O que de mais relevante aconteceu no primeiro treino livre foi uma batida de Logan Sargeant. O americano da Williams está cavando sua cova. E a cada bobagem que faz fica mais claro que a equipe errou ao mantê-lo para 2024, apesar do péssimo ano que fez no seu campeonato de estreia.

Sargeant errou feio, colocou as rodas na grama, rodou e bateu forte. Destruiu as asas dianteiras e traseira, estourou as suspensões e quebrou o câmbio. O chassi sobreviveu. Foi o mesmo que Albon arrebentou na Austrália, tendo de recorrer ao carro de Sargeant para disputar o GP de Melbourne. Logan ficou de fora porque a Williams não tem um terceiro carro, algo vergonhoso para a F-1 de franquias da era Liberty. Segundo as informações do time, só a partir de Miami um terceiro chassi, reserva, estará disponível.

Batida de Sargeant: piloto só dá prejuízo

Os gastos da Williams para reparar o carro que agora é de Sargeant — o outro chassi ficará em definitivo com Albon — serão enormes. Com teto orçamentário em vigor, a equipe está em maus lençóis. James Vowles, o chefe, fez todo um discurso tentando defender seu piloto, mas sabe que seus dias estão contados. Se não dançar ainda este ano, na próxima temporada é certeza que não terá onde correr. É fraco e dá prejuízo. Equipe nenhuma pode arcar com alguém que não apresenta resultados e sangra a conta bancária da firma.

Vou apelar a algumas caixinhas, agora, para atualizar vocês do noticiário dos últimos dias, repleto de especulações e vazio de fatos concretos. O que é normal, a F-1 é assim e tem muita conversa acontecendo, mesmo, depois do anúncio de Hamilton na Ferrari.

E ALONSO? – O espanhol ainda não renovou com a Aston Martin, mas disse que resolve a vida antes das férias da F-1, marcadas para agosto, como em todos os anos. Tem tempo, ainda. Seu nome andou sendo ligado à Red Bull nos últimos dias, mas não parece muito provável. Verstappen tratou de expor o que o time pensa: “Seria meio esquisito uma equipe como a nossa contratar alguém de 43 anos”, falou. A Mercedes seria outra possibilidade, mas apenas porque é um lugar interessante. Mais para ele do que para a equipe, que parece ter outros planos. Minha aposta: Fernandinho fica onde está.

Carro de Hamilton: vaga aberta

E A MERCEDES? – Andrea Antonelli, o jovenzinho de 17 anos que os alemães colocaram direto na F-2, fará um teste com um carro de F-1, modelo 2021, em breve. Toto Wolff não descarta a possibilidade de colocar o menino para correr precocemente, usando como exemplo a bem sucedida experiência da Red Bull com Verstappen em 2015/16. Mas o nome de Vettel voltou à superfície na última semana, depois que o piloto — ele ainda não se considera aposentado — admitiu a possibilidade de voltar à F-1. Ele e Toto andam conversando. “Seria incrível, adoraria se ele voltasse”, disse Hamilton. Já o diz-que-diz sobre Verstappen, que o dirigente vem alimentando amiúde, tem cara de espuma, apenas. Max não teria motivo nenhum para mudar de endereço agora, ainda mais vendo de perto as dificuldades que a Mercedes vem tendo para fazer um carro decente há três temporadas. Minha aposta: Antonelli.

E MAX? – O holandês, a propósito, disse em Suzuka que suas chances de sair da Red Bull, com quem tem contrato até 2028, são menores do que há duas semanas. O recorte temporal remete à crise interna da equipe, que correu o risco de perder seu guru e amigo Helmut Marko. Minha aposta: ficam todos onde estão, Max, Marko e Christian Horner.

Verstappen: difícil sair

E NEWEY? – Outro boato que ganhou corpo aponta uma proposta milionária da Aston Martin para Adrian Newey, projetista da Red Bull. Mike Krack, chefe do time verde, negou que tenha feito uma oferta. A história de Newey com a Ferrari perdeu força. Outra especulação que carece de base factual. Minha aposta: Newey também fica onde está.

E RICCIARDO? – Esse está na marca do pênalti. A Parcela em Quantas? teria dado um ultimato ao australiano, que vem sendo surrado por Tsunoda nesta temporada em classificações e corridas. Ele teria dois GPs para mostrar a que veio, em Suzuka e na China. Se continuar com um desempenho tão apagado, Liam Lawson será promovido a titular. E a carreira do sorridente Daniel acaba. Aliás, aqui cabe esclarecer: a história do ultimato foi publicada por um jornal da Nova Zelândia, país de Lawson. Minha aposta: ele não termina o ano.

Sainz: cotação em alta

E SAINZ? – Embora eu continue acreditando que o espanhol será o líder do projeto da Audi na F-1 — a montadora alemã comprou a Sauber e em 2026 estreia como equipe oficial de fábrica –, os recentes resultados melhoraram sua cotação no mercado. E ele ainda não fechou nada. Mercedes e Red Bull são opções possíveis, já que Pérez também pode dançar no final do ano. Aston Martin também, mas só se Alonso sair. Minha aposta: Audi.

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LEGIÃO URBANA

Exceção aberta hoje para a foto do Marcus Caroni, que clicou o automóvel na Imigrantes. Vocês sabem que, normalmente, nesta seção publico apenas fotos que eu fiz. Mas essa “Alfa” aí, nunca tinha visto. Dá até arrepios! Se alguém puder decifrar… O que posso dizer é que pesquisei a placa e a viatura está registrada como Fiat/FNM 1972. Seja o que for, é um atentado à marca. Mas vale pela curiosidade.

ATUALIZANDO – Melhor a gente não desprezar tanto o automóvel, e talvez eu devesse até tirar as aspas de Alfa, acima. O blogueiro João, nos comentários, indicou este vídeo do Badolato que explica muita coisa. Ele gravou o carro numa oficina, anos atrás. Pelo que diz o cara da oficina, foi encarroçado pela Ghia, na Itália, sobre um chassi de JK brasileiro. Mecânica Alfa, e todo de chapa. Talvez seja bem menos tosco do que imaginamos…

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FOTO(S) DO DIA

O artista japonês MILTZ (não me perguntem que nome é esse) assina a pintura da McLaren para o GP do Japão. Como dizem os instagramers, “e aí, gostaram?”

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RÁDIO BLOG

SÃO PAULO (talento puro) – Rafael Mindu compõe, canta, toca todos os instrumentos dessa canção que apresenta seu primeiro álbum. Um belo e tocante rock, rock de verdade. Mindu foi repórter do Grande Prêmio sei lá quando, primeira metade da primeira década do século, talvez… O tempo passa muito rápido. Sempre escreveu bem. Não era jornalista, mas eu não tinha problema algum em contratar não-jornalistas desde que eles se comprometessem a trabalhar como… jornalistas, ora! E assim foi.

Mindu deixou o site depois de algum tempo, se mudou para BH, foi construir uma carreira na música. Ele gravou o disco de lançamento no estúdio de sua casa. São 11 composições próprias, dá para ouvir todas elas aqui. Tomara que seja um enorme sucesso!

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VIVENDO & APRENDENDO

Eu juro que não sabia que nossa Brasília tinha sido exportada em CKD para a Nigéria com o nome de Igala. Igala! Que baita nome para um carro! A cada dia que passa tenho vontade de ter uma dessas…

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AGENDA DA SEMANA

Tem GP do Japão neste final de semana, com aqueles horários que nos deixam malucos. Anotem aí! Em laranja, a programação do nosso canal no YouTube.

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FOTO DO DIA

Foto e notícia do dia. A Yamaha está de volta. A Lola, também. Lola-Yamaha na Fórmula E a partir da próxima temporada. Aí estão dois nomes que aquecem o coração de quem gosta de corrida…

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VEMAGUET CARA

SÃO PAULO (sou mais a minha) – Fã das peruas que sou, não poderia deixar de registrar a chegada das 15 unidades exclusivas para o mercado brasileiro da RS 6 Avant Legacy da Audi, que não passa de uma Vemaguet de quatro portas um pouco mais potente. Como tenho quatro peruas DKW, todas mais bonitas que essa aí, não me interessei.

As 15 numeradas e levam no vidro traseiro o logotipo “Audi 30 years”, comemorando os 30 anos da chegada da marca ao Brasil — trazida por Ayrton Senna, diga-se de passagem. A cor é exclusiva para essa série e se chama Audi Exclusive Azul Ascari. Claro que é nome, esse da cor, que não se compara ao Branco Abaeté da minha 66, ou ao Azul Itapoã da perua de um amigo. Branco Abaeté e Azul Itapoã. Poesia pura. Mas reconheço o valor de uma referência a Alberto Ascari, se é que esse Ascari aí da cor tem alguma coisa a ver com o bicampeão mundial (1951-52) pela Ferrari, que venceu dois GPs da Alemanha. Será que é isso?

No mais, rodas de 22 polegadas que caberiam num caminhão, motor V8 biturbo de 4 litros, 630 hp, transmissão de oito velocidades para a tração integral quattro (desenvolvida nos jipes DKW, os nossos Candangos), 0 a 100 km/h em 3s4, velocidade máxima de 280 km/h e, vou usar aspas, “um novo sistema de exaustão para intensificar a experiência sonora”. Traduzindo, um escapamento arreganhado para fazer mais barulho.

E mais: “Saias laterais emolduram a porção meridional do bólido, criando uma silhueta que instiga os olhos e acelera o coração”. Onde fica a porção meridional de um bólido? Adoro esses press-releases!

Se alguém se interessou o preço é de R$ 1.364.990,00. Não sei se parcela.

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FOTO(S) DO DIA

Lançamento hoje das 6 Horas de São Paulo, a prova do WEC que volta a Interlagos depois de dez anos. Foi na Praça das Artes, no Centro. O artista Mundano elaborou o belo troféu, que foi feito com resíduos encontrados pela cidade. A corrida acontece no dia 14 de julho. Vai ser demais.

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SOBRE HOJE DE MADRUGADA

A IMAGEM DA CORRIDA

Sainz mostra o curativo da cirurgia a Norris: atuação heroica

SÃO PAULO (puxem o fio, puxem o fio que chega…) – Não consigo imaginar foto mais bacana para lembrar desse GP da Austrália do que essa aí em cima. Vejam como Sainz correu, exatos 16 dias depois de extrair o apêndice. E ganhou a corrida.

Já falamos bastante dela, a corrida. Sem Verstappen na pista, vimos mais sorrisos do que normalmente, todo mundo se sentiu no direito de sonhar com alguma coisa, e foi sonhando com a vitória que o espanhol se classificou muito bem e controlou a prova assim que Max saiu do caminho.

O triunfo de Carlos, “um desempregado no ano que vem”, em suas palavras, rendeu ótimas imagens. Teve muita festa no pódio, o abraço do pai, a comemoração da Ferrari, os cumprimentos de seu companheiro Leclerc. Fiquem com esta pequena galeria (cliquem nas fotos para vê-las em tamanho maior), que registra um dia histórico para o piloto. Voltamos na sequência com o assunto mais palpitante do pós-corrida, a punição a Alonso.

Para quem não acompanhou, na parte final da prova o espanhol da Aston Martin estava em sexto, sendo perseguido por Russell. O inglês da Mercedes tinha pneus um pouco mais novos. Fernando se defendia do jeito que dava, embora George não tivesse feito nenhuma tentativa real de ultrapassagem. Apenas chegava muito rápido, ameaçava com a asa móvel, aquelas coisas.

Na última volta, na curva 6, Alonso antecipou a freada e acelerou no meio da curva para sair melhor que seu rival, algo normalíssimo em qualquer corrida de qualquer categoria desde que o mundo é mundo. Russell se assustou com a aproximação repentina, saiu da pista, bateu no muro.

Os comissários chamaram os pilotos à torre. Depois de analisar os dados do carro de Alonso, aplicaram-lhe uma multa de 20s no tempo total de corrida, deslocando o piloto da sexta para a oitava colocação. A Aston Martin decidiu não apelar.

Veja aqui como se deu a batida:

A pancada de Russell no Instagram: clique no link para ver

Os homens da FIA informaram que Alonso foi punido por “pilotagem potencialmente perigosa”. Eis o texto da condenação:

A telemetria mostra que o piloto levantou levemente o pé do acelerador mais de 100 metros antes do que fizera em toda a corrida naquela curva. Também freou muito levemente num ponto onde usualmente não freava (embora tenha sido um toque tão leve no freio que não pode ser apontado como a razão principal para a diminuição de velocidade do carro). E reduziu marcha onde usualmente não reduzia, depois subiu a marcha de novo e acelerou para a curva antes de tirar o pé novamente e fazer a curva.

De acordo com artigo 33.4 do regulamento esportivo da F-1, “em nenhum momento um carro deve ser pilotado desnecessariamente de forma lenta, errática ou de maneira que possa ser considerada potencialmente perigosa para outros pilotos ou pessoas”. Foi esse artigo que determinou o tamanho da punição. De acordo com dados de telemetria analisados pelos comissários, na última volta Alonso passou pela curva 6 em velocidade 37 km/h mais baixa que na volta anterior.

Agora, a palavra de Alonso depois da punição, pelo Twitter (nunca vou chamar essa merda de “X”) e no Instagram:

A postagem de Alonso: “Surpreso”

O que Alonso diz é basicamente o que escrevi na caixona verde da postagem anterior a esta, no textão da corrida atualizado hoje por volta da hora do almoço, quando acordei. Repito a caixa e uso a mesma cor, para destacar bem suas palavras:

“Um pouco surpreso pela punição, porque na prática os comissários dizem como nós devemos nos aproximar das curvas ou como devemos pilotar carros de corrida. Não faz sentido achar somos capazes de fazer coisas erradas nessas velocidades. Acredito que se não houvesse brita naquela curva, em qualquer outra curva do mundo nós nunca seríamos investigados. Na F-1, com mais de 20 anos de experiência, com duelos épicos como em Ímola em 2005 e 2006, no Brasil em 2023, mudar o traçado, fazer linhas diferentes, sacrificar a velocidade de entrada para ter uma boa saída das curvas é parte da arte do automobilismo. Nós nunca pilotamos a 100% em cada volta e em todas as curvas de uma corrida, nós economizamos combustível, pneus, freios, e ser responsabilizado por não fazer todas as voltas da mesma maneira é um pouco surpreendente.”

Realmente, não tem cabimento. Não são os comissários que devem dizer como um piloto tem de pilotar, qual a melhor maneira de contornar uma curva, onde precisa frear, em qual momento convém acelerar.

Os pilotos dispõem de recursos — que qualquer um pode usar — para se defender, atacar, administrar uma posição, controlar uma corrida. É ridículo usar diferenças de parâmetros entre voltas diferentes para apontar a intenção de infração. Nenhuma volta é igual à outra. E, basicamente, é o que fizeram os homens da FIA no caso de Alonso. Disseram que a última volta de Alonso foi diferente das anteriores. E daí? Por acaso alguma outra havia sido igual?

Uma coisa é jogar o carro para cima do adversário como fez Schumacher com Villeneuve em Jerez/1997, enfiar o fé no breque no meio de uma reta (Verstappen com Hamilton em Jedá/2021), deixar bater na largada antes da primeira curva para ganhar um título (Senna com Prost em Suzuka/1990). Outra, bem diferente, é alternar estilos, tentar confundir o adversário, mudar a linha de contorno de uma curva, retardar uma freada, antecipá-la. Quem está atrás que se vire.

Citei mais cedo, cito novamente: lembram de Senna no GP de Mônaco de 1992 à frente de Mansell? Ele freava onde bem entendia e acelerava quando lhe desse na telha, porque sabia que a tarefa de passar era de quem estava atrás. Ninguém reclamou de nada. Muito menos Nigel. Que só não encheu a traseira do brasileiro porque estava atento e sabia que ele faria aquilo. E sabe por quê? Porque se estivesse na frente, faria exatamente o mesmo. Quem não viu, veja.

Russell se assustou quando viu o carro de Alonso crescendo, essa é a verdade. “Não estava esperando, me pegou de surpresa”, admitiu. No press-release da Mercedes, disse que “ficou claro que ele freou mais cedo que nas voltas anteriores e depois voltou a acelerar”. Ah, jura? Freou e voltou a acelerar? Que doideira, não? Queria o quê? Que freasse, saísse de sua frente e oferecesse a posição?

Erraram, os comissários. E erraram feio. Não estou aqui dizendo que Alonso é santo, que jamais faria algo parecido. Estou dizendo, apenas, que o que ele fez se chama automobilismo. Corridas de automóvel são assim. Parece que esses caras que julgam e decidem nunca pilotaram um carro na vida.

A FRASE DE MELBOURNE

“Vou tirar meu apêndice também, pra ver se ganho uma corrida.”

Lando Norris, terceiro colocado

O NÚMERO DA AUSTRÁLIA

14

…pódios tem Norris agora na F-1, mas sem vencer nenhum GP. Ele, assim, se torna recordista nessa estatística não muito abonadora. Estava empatado com o alemão Nick Heidfeld como maior frequentador de pódios sem-vitória da categoria.

Como vocês devem ter notado, o simpático e instagramável Norris foi personagem da frase e do número da corrida no nosso rescaldão, o que também é inédito, acho. Mas isso não tem importância. Vamos a algumas caixinhas coloridas para passar a régua nesse GP da Austrália.

NÃO DEU – Dissemos no textão da corrida. A quebra de Verstappen significou o fim de uma sequência de 43 provas sem abandonos, do GP da Emilia-Romagna de 2022 até o da Arábia Saudita deste ano. Dessas daí, venceu 35 e foi 39 vezes ao pódio. E fez pontos em todas. O recorde pertence a Hamilton, com 48 provas ininterruptas nos pontos entre os GPs da Inglaterra de 2018 e do Bahrein de 2020. Série interrompida pela covid, já que ele não participou da segunda prova do deserto naquele ano, chamado de GP do Sakhir. Dessas 48, Lewis ganhou 30 e foi 41 vezes ao pódio.

COINCIDÊNCIA – Alguém aí notou que nas três corridas que Sainz venceu Russell bateu? Aconteceu em Silverstone/2022, Singapura/2023 e hoje. Só para registrar.

TRAPALHÕES – Bottas e Zhou voltaram a ter problemas nos pit stops da Sauber. Quando não é a pistola pneumática que enrosca na roda, é porca que pula e sai voando, e essas trapalhadas aconteceram nas três corridas do ano nas paradas da dupla. A equipe pediu desculpas ao finlandês. “É duro ver que uma corrida que poderia ser muito boa não deu em nada”, lamentou o piloto. A Sauber está zerada no Mundial.

GOSTAMOS & NÃO GOSTAMOS

GOSTAMOS de ver a Haas colocando seus dois pilotos nos pontos pela primeira vez desde o GP da Áustria de 2022 — naquela ocasião, Mick Schumacher terminou em sexto e Kevin Magnussen foi o oitavo. Sob a gestão de Ayao Komatsu, a equipe pontuou em duas das três corridas até agora. Com um limãozinho só, o japonês já fez um barril de limonada. “Ano passado a gente acordava domingo sabendo que o dia seria uma droga. Hoje, sabemos que temos a chance de lutar, pelo menos”, disse o dinamarquês, que terminou em décimo — uma posição atrás de Nico Hülkenberg.

NÃO GOSTAMOS da atuação apagadíssima de Sergio Pérez, que poderia ter aproveitado a ausência de Verstappen para mostrar algum serviço. Nada… Sexto no grid, ficou se arrastando no meio de carros que Max, normalmente, passa por cima. Terminou em quinto. Porque o companheiro abandonou. Se não fosse isso, chegaria exatamente onde começou. Um horror. Às vezes dá a impressão que o papel do carro da Red Bull no sucesso do holandês não é tão grande assim. Basta ver o que Checo faz com a mesma viatura.

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