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N’UOL

SÃO PAULO (vamos em frente!) – “Outrista” que sou, resolvi dedicar minha coluna no UOL desta semana aos 25 anos do maior fiasco da história da F-1, a equipe MasterCard Lola. O texto está aqui. Como sempre, maravilhosamente escrito! Quem quiser assinar a newsletter e receber essas colunas antes que todo mundo, nas noites de domingo, deve clicar aqui.

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PARQUE DO ALBERTO (4)

Leclerc nos braços da Ferrari: vitória incontestável

SÃO PAULO (bom dia) – Foi uma daquelas vitórias clássicas e raras, com pole, melhor volta e todas elas em primeiro lugar, da largada à bandeirada. O tal do Grand Chelem. Pois Charles Leclerc fez isso em Melbourne e com a vitória no GP da Austrália, terceira etapa do campeonato, disparou na liderança do Mundial com 71 pontos. Foi sua segunda vitória no ano e quarta na carreira. Como Max Verstappen, seu teórico principal adversário, abandonou pela segunda vez no ano, a folga na tabela é gigantesca: 46 pontos de vantagem sobre o holandês, que está apenas em sexto na classificação.

A prova no renovado circuito de Albert Park não foi tão movimentada quanto se esperava com as três zonas de asas móveis disponíveis e carros que podem andar perto uns dos outros. Não houve tantas ultrapassagens e as disputas por posição na frente se resumiram às ações de Sergio Pérez sobre Lewis Hamilton e George Russell, da Mercedes. O mexicano da Red Bull terminou a corrida em segundo, 20s524 atrás de Leclerc. Jorginho foi o terceiro e Comandante Aamilton, o quarto. Fecharam os pontos os mclarianos Lando Norris e Daniel Ricciardo em quinto e sexto, seguidos por Esteban Ocon, da Alpine, Valtteri Bottas, da Alfa Romeo, Pierre Gasly, da AlphaTauri, e Alexander Albon, da Williams.

Leclerc começou bem a prova, mantendo a liderança nas primeiras voltas sem nenhuma dificuldade. A largada também foi boa para Hamilton, pulando de quinto para terceiro. Ruim mesmo foi a partida de Carlos Sainz, companheiro ferrarista de Charlinho, que optou por começar a corrida com pneus duros — a maioria foi de médios — e despencou de nono para 14º na primeira volta. E como desgraça pouca é bobagem, o espanhol escapou na pista na terceira volta ao tentar passar Mick Schumacher. Foi na grama, atravessou a pista e acabou atolado na caixa de brita. Um desastre.

O safety-car foi acionado e na sétima volta a relargada foi autorizada, sem grandes alterações. Foi só na décima volta que Pérez conseguiu passar Hamilton, que não tinha muitos meios de resistir. Lá na frente, Leclerc já abria mais de 4s sobre Verstappen, que não conseguia imprimir um ritmo nem parecido com o da Ferrari.

Pérez: boas ultrapassagens e segundo lugar no fim

Na volta 18 começaram os pit stops com Ocon, que colocou pneus duros e ficou muito claro que seria corrida de apenas uma parada como estratégia-padrão. Verstappen foi aos boxes na 19ª, voltando em sétimo. Na 23ª pararam Leclerc, Pérez e Hamilton, com o inglês conseguindo retomar a posição do piloto da Red Bull. Na mesma hora Sebastian Vettel bateu sozinho e o safety-car foi acionado de novo. Sorte de Russell, que correu para os boxes, trocou seus pneus e voltou em terceiro, na frente do companheiro.

A relargada aconteceu na volta 27 e Leclerc teve seu único susto na corrida, quando Verstappen insinuou um ataque. Ficou no ensaio. O monegasco se aprumou no fim da reta dos boxes e foi embora de novo. Naquela altura da prova, três “outsiders” apareciam entre os dez primeiros: Alonso em quarto, Magnussen em sétimo e Albon em décimo. Todos tinham largado de pneus duros e, por isso, ainda não haviam feito seus pit stops.

Vettel parado depois de nova batida: péssimo fim de semana

A farra de Fernandinho não durou muito e na volta 30 ele foi ultrapassado por Pérez. Na 31ª foi a vez de Hamilton deixar o espanhol da Alpine para trás. O mexicano, então, partiu para cima de Russell e na volta 36 assumiu o terceiro lugar. A Mercedes, pelo rádio, orientou seu piloto a não resistir muito para “administrar os pneus”. “Não é o tipo de mensagem que eu queria receber”, reclamou o inglês.

A corrida perdeu um pouco o encanto com a turma da frente bem espalhada, até que na volta 39 um “ooooh!” se ouviu nas arquibancadas do circuito australiano — que receberam, em três dias de evento, nada menos do que 419.114 pessoas, um recorde. Era Max Verstappen parando no acostamento e avisando pelo rádio que sentia um cheiro esquisito “de algum fluido” e que estava “tudo cagado” (as palavras são dele, sorry pela vulgaridade) em seu carro.

Foi o segundo abandono do holandês em três corridas. No Bahrein, a Red Bull disse que ele teve um problema no sistema de alimentação de combustível — mesmo motivo para o abandono de Pérez na abertura do Mundial. Agora, a informação oficial foi a de que houve um vazamento de combustível. Max saiu de Melbourne cuspindo marimbondos. “Quem quer lutar pelo campeonato não pode ter esse tipo de problema. É frustrante e inaceitável”, disse.

Verstappen abandona o GP: “inaceitável”

Desta vez não foi preciso safety-car, apenas o virtual, e nesse momento Alonso e Magnussen aproveitaram para, finalmente, trocar seus pneus. Só ficou Albon na pista com a mesma borracha da largada. A corrida foi rapidamente retomada e nada de mais relevante aconteceu até o final. Pode-se dizer que o trenzinho puxado por Stroll, da Aston Martin, foi divertido. O canadense fez zigue-zague, foi punido, xingado e terminou fora dos pontos. Mas foram lances do meio para trás do pelotão, sem grande importância.

Nas últimas voltas, Hamilton chegou perto de Russell, mas não tentou nada porque seu motor estava superaquecendo e poderia quebrar. As posições se acomodaram. Restava saber qual seria o destino do tailandês da Williams, que só fez sua troca obrigatória de pneus na volta 56, a duas do final. Estava em sétimo, caiu para décimo. E fez um pontinho quase milagroso, porque tinha largado em último. Leclerc à parte, foi o nome da prova.

Albon, décimo: façanha com a fraca Williams

Charlinho, no final, perguntou pelo rádio se era o caso de buscar o ponto extra da melhor volta colocando pneus macios novos. Recebeu um sonoro “não” na fuça, “porque você já fez a melhor volta e ninguém vai superar seu tempo” — como explicou com seu sotaque macarrônico o engenheiro da Ferrari. Não precisava mesmo, mas por via das dúvidas na última ele cravou a volta mais rápida da corrida.

“Foi a primeira vez que consegui controlar uma prova do começo ao fim”, disse Leclerc. Sobre o favoritismo precoce ao título, já que Red Bull e Mercedes têm mais problemas que pontos, o garoto pobre criado nas comunidades dos morros de Monte Carlo procurou conter a euforia: “O campeonato é longo, mas é claro que se as coisas continuarem assim, pode ser que a gente tenha o que comemorar no final. A gente passou por temporadas muito difíceis nos últimos anos. Temos de manter os pés no chão. Por enquanto tudo está correndo bem”.

Os dez primeiros em Melbourne: vitória tranquila

Com 104 pontos em três corridas, a Ferrari lidera o Mundial de Construtores — que não conquista desde 2008. A Mercedes está em segundo com 65, seguida pela Red Bull com 55. McLaren (24) e Alpine (22) vêm na sequência. A Aston Martin é a única que ainda não pontuou.

Quem saiu com uma tromba do tamanho do mundo do Albert Park foi Alonso, que acabou zerando na corrida — foi o 17º. “Estou sem palavras. Sábado eu estava sonhando com um pódio. Hoje, se não fosse o safety-car, chegaria em sexto. E estou com dois pontos em três corridas”, lamentou. Já a turma da McLaren festejou quinto e sexto para Norris e Ricciardo, assim como Bottas não tinha do que reclamar após um oitavo lugar. Migalhas para os coadjuvantes.

Alonso, 17º: resultado frustrante

A próxima etapa do Mundial acontece no dia 24 em Ímola, a primeira corrida europeia do ano. Lá algumas equipes podem apresentar atualizações de seus carros, já que vai ser possível trabalhar direito nas fábricas depois de semanas longe de casa com testes e corrida no Bahrein e, depois, GPs na Arábia Saudita e na Austrália.

Red Bull e Mercedes terão muito trabalho. À Ferrari, resta torcer para que nenhuma delas consiga o milagre da multiplicação da velocidade. Do jeito que está, para os italianos, está bom demais.

Ferrari dominante: tudo que os italianos desejam
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PARQUE DO ALBERTO (3)

Leclerc entre os dois pilotos da Red Bull: pole com autoridade

SÃO PAULO (madruga braba!) – Charles Leclerc larga na pole em Melbourne e me parece o grande favorito à vitória amanhã. O monegasco fez uma volta muito boa em 1min17s868 no Q3, colocando 0s286 sobre Max Verstappen, o segundo no grid para o GP da Austrália. O holandês disse que não se sente confortável no carro, que o fim de semana está sendo uma droga, que não consegue dar uma volta decente e, na real, está assustado com a Ferrari.

Foi a segunda pole de Charlinho no ano, 11ª na carreira. Sergio Pérez colocou o segundo carro da Red Bull em terceiro no grid, com Lando Norris, da McLaren, em quarto — a surpresa do dia. Fecharam os dez primeiros, pela ordem, Lewis Hamilton — tirando leite de pedra de um carro medonho –, George Russell, Daniel Ricciardo, Esteban Ocon, Carlos Sainz e Fernando Alonso.

Canadá x Canadá: Stroll e Latifi batem e param a classificação

A sessão de classificação no Albert Park não foi das mais tranquilas, com duas interrupções por acidentes. No Q1, Latifi e Stroll bateram violentamente quando o canadense da Williams foi fazer uma ultrapassagem e o conterrâneo da Aston Martin não viu. Considerado culpado, Stroll foi punido com a perda de três posições no grid, o que não fará muita diferença — larga no fundo do pelotão, de qualquer forma. No Q3, foi Alonso que teve uma pane hidráulica, não conseguiu reduzir as marchas e foi parar na barreira de pneus. O espanhol vinha muito bem para buscar um lugar pelo menos nas duas primeiras filas. Ficou pelo caminho com um gosto amargo na boca.

O dia começou em Melbourne com a decisão da direção de prova de cortar um dos quatro trechos de acionamento da asa móvel, considerado perigoso pelos próprios pilotos porque ali os carros estão saltando demais pelo efeito “porpoising”. O terceiro treino livre, no começo da madrugada pelo horário brasileiro, foi marcado por outro acidente, de Vettel, que já não tinha conseguido andar direito ontem porque seu carro quebrou. Stroll também bateu. Nunca os mecânicos da Aston Martin trabalharam tanto. Norris fechou a sessão em primeiro, seguido por Leclerc, Pérez, Alonso e Sainz nas cinco primeiras posições.

Vettel só conseguiu sair para uma volta no Q1 por conta do acidente entre Stroll e Latifi, que motivou a primeira bandeira vermelha da classificação. A paralisação deu tempo ao time de concluir a montagem de seu carro. Não adiantou muito. O alemão terminou em 18º e foi eliminado do restante da classificação. Também ficaram fora Albon e Magnussen, além da dupla canadense com seus carros arrebentados. Verstappen fechou o Q1 na primeira posição. Albon ainda foi desclassificado porque acabou a gasolina de seu carro na volta aos boxes. Como Stroll, será deslocado para a rabeira do grid.

Bottas eliminado no Q2: desde 2016 isso não acontecia

O Q2 teve Pérez na frente, com a Red Bull dando a impressão de que entraria firme na briga pela pole. A Ferrari, até ali, estava só na miúda, esperando pelo momento certo de acelerar. Foram degolados Gasly, Bottas, Tsunoda, Zhou e Schumacher. Nada muito fora do script, mas uma ligeira decepção para o finlandês da Alfa Romeo, que desde o GP de Abu Dhabi de 2016, quando ainda corria pela Williams, não ficava fora de um Q3. Nos seus cinco anos de Mercedes, Valtteri nunca deixou de avançar à fase final da classificação. Foram 103 corridas direto.

Verstappen e Pérez começaram bem o Q3, com tempos interessantes. Mas Leclerc, em sua primeira tentativa, apresentou as garras ferraristas: 1min18s239, superando os dois. Foi quando Alonso bateu, faltando 6min58s para o fim da sessão.

Alonso bate no fim: pane hidráulica

Assim que a pista foi liberada, o campeão mundial melhorou um pouco seu tempo e fez 1min18s154. Sainz, cuja primeira volta rápida tinha sido perdida por causa da bandeira vermelha causada pela batida do espanhol, não conseguiu grande coisa em sua única tentativa válida, não aqueceu direito os pneus e ficou mais de 1s atrás. “Foi um desastre”, resumiu o piloto. “Tudo que podia dar errado para mim hoje, deu.”

Então veio Leclerc para colocar ordem na casa e cravar a pole. “Foi uma volta muito boa e estou feliz porque esta é uma pista onde eu não me sentia muito bem antigamente”, disse o piloto. “Para dizer a verdade, estou até um pouco surpreso com nosso ritmo.”

Charlinho na entrevista depois da pole: favorito amanhã

O grid acabou não apresentando grandes surpresas, exceção feita ao bom quarto lugar de Norris — a McLaren começou a temporada meio apagada e ensaia uma reação. A Mercedes, terceira força do campeonato, ficou com a terceira fila com tempos muito distantes da pole — Hamilton a 0s957 e Russel a 1s065. “Esses carros são os piores que já guiei na F-1, de tanto que salta nas retas. A gente nunca sabe como vai entrar numa curva. Parece uma cobra cascavel”, disse Lewis. Talvez quem mais tenha a lamentar seja a Alpine, que em Melbourne vinha andando na frente da equipe prateada e terminou o dia com Ocon atrás e Alonso com o carro todo estropiado. “Eu podia lutar pela pole, estava sendo meu melhor fim de semana em muitos anos”, lamentou Fernandinho.

O GP da Austrália começa às 2h do domingo, pelo horário de Brasília. Mas bem antes, às 19h, a gente passa pelo YouTube para falar da classificação e, como se diz, projetar a corrida da madrugada. Apareçam!

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PARQUE DO ALBERTO (2)

Vettel tirando chinfra com a sua lambreta: o melhor do dia

SÃO PAULO (à pista!) – Sebastian Vettel foi o grande nome da sexta-feira em Melbourne. O que ele fez? Quebrou o motor de seu carro, não participou do segundo treino livre, mas virou meme em todas as redes sociais porque… andou de lambreta!

A Fórmula 1 chegou a tal nível de controle e excesso de rigor que hoje qualquer coisa que escape de um roteiro pré-estabelecido, algo corriqueiro no passado, choca todo mundo. Até a direção de prova, que multou o piloto da Aston Martin em 5 mil euros porque ninguém pode entrar na pista sem ser autorizado nos cinco minutos posteriores ao encerramento de sessões oficiais de treinos. Sebastian jura que pediu autorização para o fiscal da scooter, porque não queria ir na garupa.

Antes, o alemão apagou um princípio de incêndio no carro, ajudou a colocá-lo em lugar seguro e usou uma chave de boca para retirar parte da carenagem de modo que peças mais delicadas pudessem ser resfriadas. Uma espécie de Rodrigo Hilbert da F-1. Depois, com o capacete no cocuruto no melhor estilo motoboy paulistano, foi entregar sanduíches e ainda disputou uma prova de MotoGP. Aproveitou para pedir o fim da guerra com as cores da Ucrânia no casco.

Figuraça, sem dúvida.

Mas teve treino, aliás dois, e a Ferrari mostrou ser favorita à vitória no renovado traçado de Melbourne, mais veloz que o utilizado até 2019 — em 2020 e 2021 a pandemia impediu a F-1 de ir à Austrália. Na primeira sessão, Carlos Sainz foi o mais rápido. Na segunda, Charles Leclerc. Seu tempo: 1min18s978, na média de 240,583 km/h — já superior aos 237,194 km/h da pole de Hamilton há três anos; a velocidade média aumentou menos do que se imaginava, apesar da supressão de uma chicane e da introdução de quatro zonas de asa móvel.

Verstappen ficou com o segundo tempo na sessão da tarde, 0s245 atrás do monegasco. Sainz terminou em terceiro e a surpresa do dia foi a Alpine — agora azul — com Alonso em quarto e Ocon em sexto. Pérez foi o quinto. Fecharam os dez primeiros Bottas, Norris, Gasly e Ricciardo.

Os tempos do segundo treino: Mercedes lá atrás

E a Mercedes?

Essa pergunta será feita em todos os finais de semana de GP neste ano, pelo jeito. Ao menos até a equipe prateada resolver seus crônicos problemas que estão empurrando Lewis Hamilton e George Russell cada vez mais para trás. Jorginho ficou em 11º, 1s234 atrás de Leclerc. Lewis foi ainda pior: 13º, a 1s543 do melhor tempo do dia.

“Não adianta, a gente muda um monte de coisa, faz uma volta que parece boa e quando vai ver está 1s2 atrás dos outros”, lamentou o heptacampeão. Russell disse que seu carro está quicando loucamente em alguns trechos da pista, o que impede qualquer tentativa de fazer algo razoável em termos de tempo de volta. Além disso, chegar à temperatura ideal de funcionamento dos pneus tem sido um parto. “Os pilotos não têm confiança no carro”, resumiu o chefe Toto Wolff.

É o pior momento do time alemão desde o início da era híbrida na categoria, em 2014. Para Melbourne, nenhuma atualização foi feita em relação às duas primeiras corridas do ano. Esperam-se mudanças radicais no automóvel para Ímola, dia 24.

Hamilton com engenheiros nos boxes: rindo de quê?

Outra equipe que não andou bem hoje foi a Haas, que surpreendeu pontuando nas duas primeiras corridas do ano com Kevin Magnussen. Explica-se: o dinamarquês se sentiu mal antes dos treinos e foi para o carro baleado. Mick Schumacher se portou com muita cautela, porque o time não tem chassi reserva na Austrália, para caso de uma batida mais forte. Isso porque um carro foi totalmente destruído em Jedá. Resultado: Magnussen em 16º, Schumaquinho em 18º. Devem melhorar amanhã, mas não muito.

Bem mesmo foi a Alpine de Alonso e Ocon. A equipe francesa aparece como a terceira força do fim de semana, pelo menos até agora. Seus tempos foram consistentes com todos os tipos de pneus. Fernandinho está em seu terceiro motor do ano, já, e sofrerá muitas punições ao longo da temporada quando tiver de trocar alguma coisa. Nas entrevistas matinais, o espanhol disse que pretende correr “mais uns dois ou três anos” na F-1. Fica o registro.

(Com o fim das atividades para a imprensa nas quintas-feiras, as entrevistas oficiais nos autódromos estão acontecendo nas manhãs de sexta, antes dos treinos. Qualquer declaração perde peso, claro, porque logo depois os carros vão para a pista e as notícias passam a acontecer lá. Hoje teve mais uma ou outra gracinha, como Verstappen dizendo que não usa piercing, corrrentes ou brinco, porque fica mais pesado. Ao seu lado, Hamilton brincou: “Ah, vai, você tem um piercing no mamilo que eu sei!”. Ao que Max respondeu: “Quer ver de novo?”. Gargalhadas gerais, só para registro, também. Assim como o diálogo entre Lewis e Bottas. O inglês, perguntado sobre Russell, disse que “é muito bom ter um companheiro de equipe jovem”. Valtteri, ao seu lado, protestou: “Mas eu sou mais jovem que você, parceiro!”. E Hamilton rebateu, sorrindo: “Você é jovem com alma de velho!”. Esses episódios, pouco relevantes, mas saborosos, estão restritos agora às redes sociais e têm prazo de validade muito curto. Uma pena. Porque tem coisa importante, também, como Lewis dando um coice nos entrevistadores quando pediram para que ele comentasse o anúncio de que a F-1 vai correr em Las Vegas. “Eu vou ficar feliz quando formos para a África do Sul. Não é para correr em todos continentes? Por que não a África, então?”)

Caixinhas coloridas, agora.

ASTON AUDI – A Volkswagen deu OK para a entrada da Porsche e da Audi na F-1 após uma reunião ontem. Mas só vai anunciar oficialmente quando o regulamento de motores para 2026 for assinado por todos e publicado pela FIA. Cautela e caldo de galinha, claro. E quem entrou na briga por uma parceria com a Audi — até agora apenas ligada à McLaren — foi a Aston Martin, que hoje usa motores Mercedes.

Red Bull-RBPT: é assim que serão chamados agora

RBPT – Pode ser que eu não tenha notado nas primeiras corridas do ano, mas notei agora. Os motores da Red Bull e da AlphaTauri estão sendo identificados nos geradores de caracteres da transmissão da TV como RBPT, de Red Bull Power Train — a empresa montada pela equipe para fazer a gestão das unidades de potência herdadas da Honda.

PREOCUPA – Além de Alonso, na Alpine, Yuki Tsunoda também já está no terceiro motor com a AlphaTauri. A Red Bull já viu Gasly pegando fogo neste ano e sua dupla Verstappen-Pérez abandonando no final a prova de abertura no Bahrein — oficialmente, problema no sistema de alimentação de combustível. Gestão de motores não é simples como fazer massa de pizza. Ou bebida energética.

ALVISSAREIRO – Desde 2007, lembra Fábio Seixas em sua coluna no UOL, que a Ferrari não fechava uma sexta-feira em Melbourne (que abria o campeonato) na frente. Na ocasião, com Massa em primeiro e Raikkonen em segundo. O finlandês conquistaria o título no final do ano. O começo de ano do time italiano é, de fato, muito promissor. Pelo que se viu até agora no Parque do Alberto, será uma grande surpresa se os dois vermelhos não forem ao pódio domingo. Que aproveitem o momento.

GENTE PACAS – Nada menos do que 112.466 pessoas pagaram ingressos para ver o primeiro dia de treinos no lindo parque que fica pertinho do centro de Melbourne. A Austrália estava com muitas saudades da F-1. E nós, da Austrália!

Casa cheia: mais de 100 mil no parque

Hoje às 19h estaremos no YouTube com o “Fórmula Gomes” para comentar o primeiro dia australiano e falar sobre a definição do grid, que acontece às 3h da madrugada. Até lá!

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TUDO AZUL

O capacete de Valtteri Bottas para este fim de semana. Desenho de Tiffany Cromwell, sua noiva, ciclista australiana. Cheio de cangurus…

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1:05:42

VOLTA RUIM = POLE DE MAX (F-GOMES, GP DE MIAMI, DIA #1)

Mesmo com uma volta ruim num carro que definiu como "horrível", Max Verstappen fez a pole para a Sprint do GP de Miami nesta tarde. A minicorrida de 19 voltas será amanhã às 13h. Leclerc é o segu...

3:08:07

SENNA, 30 ANOS

Live simultânea com o Grande Prêmio. Junto com o jornalista e fotógrafo Alex Ruffo, vamos lembrar como foi aquele fim de semana de Ímola, 1994. PARA ASSINAR “GIRA MONDO”, A NEWSLETTER DO FLAV...