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Isso aqui é um concerto de música clássica. Alexandre Neves mandou.

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ENCHE O TANQUE

O postinho hoje vem de Blumenau. Foto e texto do Maicon Lira.

Olá Flavio!!! Essa é minha contribuição para sua coluna ENCHE O TANQUE. O posto é aqui em Blumenau (SC), já abandonado há muitos anos. A Kombi é a minha querida Chumbika 1996, que está comigo desde o ano 2020. Meu carro do dia a dia, rodando exatos 20 km diariamente para manter a mecânica sempre em forma e sem exageros. Mas na foto ainda existem outros dois clássicos que não tiveram a mesma sorte da Kombinha, uma pena.

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BORTOLETO & AUDI

SÃO PAULO (sucesso!) – O Brasil volta a ter um piloto titular na F-1 no ano que vem, como todos vocês já sabem. Gabriel Bortoleto assinou com a Audi e fica no time alemão por pelo menos três temporadas — é o padrão desses contratos atuais. Em 2025, a equipe ainda vai se chamar Sauber. Será o primeiro ano de transição para valer, com o comando de Mattia Binotto e a chegada de novos técnicos, engenheiros e pessoal especializado em tocar uma operação de corridas.

A Sauber é hoje a pior equipe da F-1. Tem zero ponto neste ano, algo que só tinha acontecido em sua história uma vez, em 2014. A escuderia suíça estreou em 1993. De 2006 a 2010, correu com o escudo da BMW. De 2019 a 2023, como Alfa Romeo. Agora foi vendida de vez e em 2026 troca de nome definitivamente para Audi, no ano de estreia do novo regulamento da F-1.

Bortoleto começou a se destacar em 2023, na F-3. Naquele ano, Felipe Drugovitch, campeão da F-2 em 2022, assinou como piloto de testes da Aston Martin e parecia ser o brasileiro com mais chances de recolocar o país na F-1. O último titular nascido aqui fora Felipe Massa, que parou de correr em 2017. O último a disputar GPs com a bandeirinha do Brasil no macacão, Pietro Fittipaldi. Neto de Emerson, fez duas corridas no fim de 2020 pela Haas, no lugar de Romain Grosjean.

Mas terminou 2023 e Drugovich não foi promovido a titular. Enquanto isso, Bortoleto ganhava a F-3 em seu ano de estreia e ascendia para a F-2. De 2023 para 2024, o grid da F-1 não mudou nada: todos que terminaram o campeonato começaram o Mundial seguinte exatamente onde estavam. Taxa de renovação: zero. Assim, Drugovich ficou na mesma. E Bortoleto começou a andar bem na F-2. Passou a ser agenciado por Fernando Alonso. Foi recrutado pela McLaren para seu programa de desenvolvimento de jovens. E quando ganhou uma corrida em Monza depois de largar em último, opa! Os olhares da F-1 se voltaram para o rapaz.

Isso aconteceu num momento em que alguns jovens vindos das categorias de base, aos trancos e barrancos, começavam a mostrar serviço nos times que lhes deram chances. Oliver Bearman tinha feito uma corrida às pressas pela Ferrari, foi muito bem, assinou com a Haas. Kimi Antonelli recebeu um extenso programa de testes da Mercedes e foi escolhido para correr no lugar de Lewis Hamilton. A Alpine decidiu promover Jack Doohan. Liam Lawson foi chamado pela Red Bull para substituir Daniel Ricciardo. A Williams dispensou Logan Sargeant e convocou Franco Colapinto.

Do nada, uma nova geração tomou a F-1 de assalto. Veteranos foram dispensados. Jovens ruins, também. Ricciardo, Magnussen, Bottas, Zhou e Sargeant são cinco dos que começaram 2024 e deles dificilmente ouviremos falar a partir do ano que vem. A hora chega para todo mundo. E ainda tem Sergio Pérez na fila dos dispensáveis — a Red Bull faz o que pode para convencê-lo a fabricar sombreiros no México e deixar o lugar para o argentino que está na Williams.

Nesse cenário, sobrou um lugar para Bortoleto. Porque a Audi tinha um objetivo desde sempre, Carlos Sainz, e perdeu o espanhol. Justamente para a Williams. Foi todo mundo se arranjando, e quem sobrou no mercado? A turma que abre o parágrafo acima. Nenhum valeria uma aposta. Os alemães já haviam preenchido a cota de “experientes” com Nico Hülkenberg. Colocar outro parecido, como Bottas, Magnussen, Ricciardo? Não faria o menor sentido. Já deram o que tinham de dar. Zhou e Sargeant, jovens com alguma rodagem, são fracos. Fariam menos sentido ainda. Os jovens mais promissores se viraram. Inclusive Bortoleto. E o jeito foi partir para a negociação com a McLaren para liberá-lo. Afinal, por que duvidar de um garoto que ganhou a F-3 em seu primeiro ano e está prestes a fazer o mesmo na F-2? O último que conseguiu tal façanha foi Oscar Piastri. E é só ver onde está agora.

Bortoleto é uma surpresa para muita gente porque, de fato, sua carreira com destaque se resume a dois anos. O que não é nenhum problema, considerando que esses meninos começam a correr cada vez mais cedo. Verstappen chegou à F-1 com 17 anos. O que tinha feito antes, além de perder um campeonato de F-3 para Esteban Ocon?

O kart, OK. Bortoleto começou cedo no kart, aos seis anos. Em 2017 foi morar na Itália. Conquistou alguns títulos e foi subindo de categoria. De família muito rica, pôde se dedicar às pistas. Seu pai, Lincoln de Oliveira, é um empresário que, entre outras coisas, é dono da Stock Car. Quando começou a se destacar em 2023, Gabriel ganhou patrocínios importantes como os do banco BRB e da Porto. O banco patrocina o Flamengo e seu presidente gosta de corridas. Não por acaso a marca está na F-4 brasileira, na Stock e em outras categorias menos conhecidas. A Porto se apaixonou pelas pistas quando montou uma arquibancada em Interlagos para a F-1, no ano retrasado. Foi patrocinar Drugovich e os Barrichello. Depois chegou em Bortoleto. É um ecossistema que se retroalimenta.

Para a Audi, o brasileiro cai como uma luva. Primeiro, porque é talentoso. Os resultados falam por si. A desconfiança da F-1 com os novinhos se dissolveu com a quantidade de garotos imberbes que se sentaram em carros da categoria e provaram que podem fazer o mesmo ou melhor que a geração que está começando a se despedir. Bortoleto vem de um país onde a Audi tem fábrica e opera fortemente no mercado de carros de luxo. Leva dinheiro — a equipe não vai precisar se preocupar com salários, que ficarão a cargo dos patrocinadores.

É juntar a fome com a vontade de comer: piloto bom e jovem, custo baixo, vindo de um país que tem tradição na categoria e, de quebra, é um mercado interessante para a marca. Mais: a F-1 deve voltar para a Globo em 2026, garantindo mais audiência e retorno para quem investe na categoria. Resumindo: não há contraindicações para uma contratação como essa.

A Sauber deve continuar na rabeira do campeonato no ano que vem, porque ninguém faz milagre de uma temporada para outra. O que é até bom para Bortoleto. Não terá pressões por resultados. Vai aprender bastante com Hülkenberg e estará desde o início num projeto de longo prazo cujos resultados são impossíveis de prever, mas se podem intuir. A Audi é uma marca importante e vencedora onde se meteu: no rali nos anos 80 e 90, no WEC e em Le Mans na virada do século, na Fórmula E em suas primeiras temporadas. Ninguém brinca de carrinho em Ingolstadt. Alemão sabe esperar. Lembrem-se que a Mercedes comprou a Brawn no fim de 2009 e ficou quatro anos se estruturando até ganhar seu primeiro campeonato em 2014. As coisas na F-1 levam tempo e todo mundo sabe disso.

A Sauber começou a comunicar a contratação de Bortoleto ao mundinho da F-1 às 4h57 de hoje, pelo horário de Brasília. Foi quando pingou na caixa postal dos jornalistas o primeiro e-mail do dia com o título “Obrigado, Valtteri!”. Pouco depois, às 5h03, “Obrigado, Zhou!”. Às 5h44, “Bem-vindo, Gabriel!”.

A saída de Bottas deixa a Finlândia sem representantes no Mundial pela primeira vez desde 1989. Uma dinastia que começou com JJ Lehto, passou por Mika Hakkinen, Mika Salo, Kimi Raikkonen e Heikki Kovalainen até chegar no simpático Valtteri. Antes deles todos, o mais bem-sucedido tinha sido Keke Rosberg, que correu de 1978 a 1986 e conquistou o título de 1982. Hakkinen foi bicampeão em 1998 e 1999, Raikkonen ganhou o Mundial de 2007. Bottas não foi campeão, mas tem um currículo muito bom de dez vitórias, 20 poles e 67 pódios em 243 GPs desde a estreia, pela Williams, em 2012. Por lá ficou cinco anos, até ser contratado para o lugar de Nico Rosberg na Mercedes. Mais cinco anos, a fama de bom companheiro de Hamilton e, depois, três temporadas na Sauber (as duas primeiras como Alfa Romeo). Acabou.

Bottas ai fazer falta, se não pelo que é capaz de realizar na pista, pelo carisma e espírito leve que sempre praticou num ambiente carrancudo e chatonildo como a F-1. Sua despedida hoje no Twitter (atual X) é impagável. Vejam aqui. Ele estava de cuecas!

Já Zhou se vai como chegou, discretamente. Primeiro chinês da história da F-1, pontuou em sua corrida de estreia no Bahrein em 2022, com um décimo lugar. Seu melhor resultado foi um oitavo no Canadá naquele ano — temporada em que a Alfa Romeo terminou em sexto no campeonato. Na Inglaterra, ainda em 2022, sofreu um acidente pavoroso que marcou sua carreira. Não emplacou.

Gabriel Bortoleto, paulista, 20 anos, será o 33º piloto brasileiro a largar para um GP de F-1 quando estiver sentado no carro da Sauber na prova de abertura do Mundial de 2025. Que tenha muita sorte, sucesso e uma longa carreira pela frente. De agora em diante, tudo vai depender só dele.

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SOBRE DOMINGO À TARDE

A IMAGEM DA CORRIDA

Norris afunda, Verstappen lidera: o retrato de Interlagos

SÃO PAULO (não fui eu que dei o nome) – Antes de mais nada, uma explicação. Os leitores mais atentos, dois ou três, já devem ter percebido que na série “Sobre ontem…”, que traz o rescaldão de cada GP, algo que também poderia ser chamado de “day after” (mas ninguém mais lembra daquele filme do fim do mundo, não se usa mais “day after”), uso nas tarjas as cores das bandeiras dos países onde acontecem as corridas.

Nossas tarjas hoje deveriam, pois, ser verde-amarelas, talvez com o uso discreto de branco e azul anil aqui e ali, nas cores das letras, por exemplo. Mas serão todas vermelhas. Por quê? Porque não falaremos do GP do Brasil, essa coisa antiga que não existe mais. Falaremos do GP de São Paulo, denominação escolhida em 16 de dezembro de 2020, quando a cidade renovou seu contrato com a Liberty até 2025 sem saber sequer se o mundo continuaria a existir no ano seguinte. Não teve corrida em 2020, todos nos lembramos. Foi o ano em que explodiu a pandemia de covid, chamada de “gripezinha” pelo energúmeno que, no ano anterior, garantiu que a Fórmula 1, a MotoGP, a Indy, a America’s Cup e os lançamentos de foguetes da Nasa teriam como sede, naquele ano mesmo, 2019, o autódromo de Deodoro, no Rio de Janeiro.

Em 2021, um ano depois da mudança de nome, a prova era realizada em Interlagos pela primeira vez como GP de São Paulo, porque o então governador da locomotiva da nação, João Doria, e o prefeito da capital paulista, Bruno Covas, decidiram dar uma resposta ao abestado que não queria que ninguém se vacinasse com medo de presidir um país habitado por jacarés. Doria, faça-se justiça aqui — e não vou entrar na discussão sobre suas intenções ou motivações –, lutou muito para que as vacinas fossem produzidas e distribuídas o mais rápido possível. Salvou vidas. O estulto de alcunha “mito” ajudou a matar muitos dos 700 mil brasileiros que sucumbiram à doença.

Assim, o GP do Brasil virou GP de São Paulo, e como São Paulo, a capital paulista, tem uma bandeira, são suas cores que usarei hoje. Para quem não conhece bem a aprazível capital paulista, da qual nos orgulhamos e fazemos questão de levar ao pé da letra seu lema “Non ducor, duco” (quando eu era pequeno via isso escrito aqui e ali e achava que tinha a ver com os drops Dulcora), seguem algumas fotos de suas belezas e, claro, da bandeira que tem o vermelho como cor dominante — que não é muito conhecida alhures.

Dito isso, porque gosto muito, sempre, de contextualizar as coisas, voltemos à imagem lá do alto, escolhida como a mais representativa da prova vencida por Max Verstappen. Optei por essa porque é a imagem da corrida, e não do evento. Se fosse do evento, teria dificuldade em selecionar alguma das dezenas de fotos de filas, brigas, descaso, revolta e bagunça do lado de fora do autódromo.

A organização neste ano foi um fiasco. E não teve nada a ver com a chuva. Teve a ver com o despreparo, a burrice, a ganância, a falta de respeito com o público. Nem sei direito quem é que tem de ser cobrado. Prefeitura, sem dúvida, pelo esquema de trânsito inexistente. Agentes da CET não fizeram nada nos três dias além de colocar uns cones para a faixa dos carros credenciados que foi invadida por vans e carros não credenciados. O resto — semáforos, controle de fluxo, rotas alternativas, repressão ao estacionamento proibido e flanelinhas –, picas. Picas.

Que se cobre também a organização do GP, porque a corrida tem dono. Merece nota zero. Estão se lambuzando no mel dos camarotes e áreas VIP, enchendo o miolo do circuito de gente que tem como objetivo de vida postar fotos no Instagram. Esquecem-se que têm de colocar roletas em número suficiente, funcionários para fazer revista, seguranças educados, pessoal para organizar filas do lado de fora e orientar o público que tem 200 setores para procurar, bilheteiros para entregar os ingressos físicos, além de numerar os lugares pelo menos nas tribunas com cadeiras, algo prometido quando se vende a entrada, mas que não passa de ficção. Aquela área da Heineken, uma boa ideia, virou um lamaçal e quem pagou 4 mil mangos para ver a corrida dali não tinha sequer onde se abrigar quando começou a chover. Mas dava para fazer uma selfie com o Senna tomando cerveja.

Isso para não falar no recapeamento horroroso que deixou pilotos com dores nas costas, das montanhas de escombros e materiais de construção por conta de obras em andamento e do desmonte esculhambado de estruturas de outros eventos. Sujeira, entulho, bagunça. Um horror.

Mas a corrida foi muito boa, e a já distante imagem lá do alto foi a que escolhi porque nada ilustra melhor este fim de temporada do que o momento em que foi feito o clique: Norris errando e Verstappen brilhando. Nesse momento, o holandês assumiu a liderança ao ultrapassar Esteban Ocon quando a prova foi reiniciada após a bandeira vermelha provocada pelo acidente de Colapinto. Lando não conseguiu frear no S do Senna e foi parar na área de escape.

Ali o campeonato acabou.

Acabou porque a diferença entre Verstappen e Norris subiu para 62 pontos faltando três etapas para o final do campeonato — uma delas com Sprint. Era de 44 no sábado, depois da vitória do inglês na minicorrida paulistana. Vitória dada de presente por seu companheiro Piastri, diga-se. E Verstappen, terceiro, foi punido e caiu para quarto. Voltou para o hotel, naquela noite, mordido. Muito mordido.

No domingo, Norris fez a pole. Max foi prejudicado na classificação porque demoraram a dar uma bandeira vermelha quando Stroll bateu. Dois pilotos superaram seu tempo e ele não pôde completar a volta rápida. Ficou em 12º e não passou ao Q3. Para piorar seu humor, perderia cinco posições no grid e largaria em 17º. Um cenário com vitória de Norris e Verstappen zerado não era nada improvável. Isso faria com que a diferença entre eles na tabela caísse para 19 pontos. Ou 18, se o piloto da McLaren fizesse a melhor volta da corrida. Se isso acontecesse, eu não relutaria em afirmar que o título ficaria com ele.

Verstappen ganhou, fez a melhor volta, Norris terminou em sexto mais de meio minuto atrás e Max pode ser tetracampeão na próxima etapa, em Las Vegas.

A FRASE DE INTERLAGOS

“Não é talento, é sorte.”

Lando Norris

Bem… Entendo a frustração. De cabeça quente, a gente fala umas bobagens. Eu diria que a sorte de Norris foi justamente a bandeira vermelha. Assim, Verstappen não precisou ultrapassá-lo, o que seria humilhante. Piastri disse que o único piloto que parecia capaz de fazer ultrapassagens domingo era o holandês. Foi mais honesto.

A McLaren minimizou tudo. Disse que chamou Norris na hora certa e muita gente trocou pneu sob safety-car virtual (verdade). Hoje seus dirigentes jogaram a toalha de seu piloto e deram entrevistas dizendo que a prioridade “sempre foi o título de Construtores”. Então tá bom.

HISTÓRICO – Foi apenas a quinta vez em 1.122 GPs disputados na F-1 que um piloto venceu largando de 17º ou mais atrás no grid. Esse dado mostra o caráter histórico da vitória de Verstappen em Interlagos. As outras foram com John Watson duas vezes de McLaren, em Detroit/1982 partindo de 17º e em Long Beach/1983, saindo de 22º; Kimi Raikkonen, também de McLaren, venceu em Suzuka/2005 largando em 17º; e Rubens Barrichello, de Ferrari, ganhou seu primeiro GP na Alemanha/2000 a partir da 18ª colocação no grid.

MERCADO – Franco Colapinto é mesmo a bola da vez, e a situação é a seguinte: a Red Bull está negociando com os patrocinadores do argentino (Mercado Livre, Globant e YPF) um valor de US$ 20 milhões, que é o que a Williams pede para liberá-lo de seu contrato. Não é missão das mais árduas, porque dinheiro há. O segundo passo será encontrar uma forma de dispensar Sergio Pérez sem que o cartel de Tijuana exploda a fábrica de energéticos na Áustria. Ele tem contrato até o fim de 2026, mas não dá mais. Sua temporada é um desastre. Não venceu nenhum GP, não sobe ao pódio há 16 corridas (desde o GP da China) e é o maior responsável pela perda do título de Construtores da Red Bull. Marcou apenas 28% dos pontos da equipe, contra 72% de Verstappen. Na McLaren, essa proporção é de 56% para Norris e 44% para Piastri. Na Ferrari, 55% de Leclerc e 44% de Sainz (Bearman também pontuou). Na Mercedes, Russell e Hamilton dividem os pontos meio a meio. A Red Bull é uma equipe de um piloto só.

Hamilton com a bandeira: emoção em Interlagos

RECORDE – De acordo com os organizadores, o GP de São Paulo teve um público acumulado nos três dias de evento de 291.717 pessoas. Muitos fizeram questão de ir para ver isso aí em cima: Lewis Hamilton com a McLaren MP4/5B do título de Ayrton Senna em 1990. Quem nunca tinha escutado um V10 aspirado deve ter gostado. E foi emocionante, sim, ver esse carro andando de novo. “Um carro de corrida de verdade”, como disse Hamilton, fã declarado do tricampeão mundial morto em 1994. Na TV, a Bandeirantes teve média de 6 pontos de audiência no Kantar/Ibope, com pico de 6,9. Foi seu melhor resultado no ano.

O NÚMERO DE SÃO PAULO

14

…voltas da corrida de Interlagos foram lideradas por Esteban Ocon, que tem mais voltas na liderança este ano do que Pérez — apenas uma, em Monza. O líder do ranking na temporada é Verstappen, com 503. Norris liderou 213.

Ocon (de costas) comemora com Gasly e mecânicos da Alpine

Merece algumas palavras, também, o companheiro de Ocon. Pierre Gasly terminou em terceiro depois de largar em 15º. Fez um corridão. “E fiquei muito feliz pelo Esteban, também”, falou o piloto, que disputou seu 150º GP. “Nós temos nossa história. Uma história única e bonita. Começamos a correr de kart no mesmo lugar quando éramos crianças, e é incrível que os dois tenham chegado à F-1, e mais incrível ainda a gente dividir um pódio pela mesma equipe. É inacreditável.” “Foi como nos velhos tempos”, resumiu Ocon. Esses velhos tempos da primeira foto aí embaixo.

Hoje eles não se bicam muito. Ocon está saindo da Alpine, para correr na Haas. Quem sabe esse domingo de Interlagos não mude as coisas e eles voltem a ser crianças.

Amizade de criança é sagrada. Adultos não podem estragá-las. Nem se os adultos forem aquelas mesmas crianças. Todo adulto deve respeito à criança que já foi.

GOSTAMOS & NÃO GOSTAMOS

GOSTAMOS muito da Alpine, claro, melhor equipe do fim de semana: 35 pontos, somando Sprint e GP. Isso fez com que o time francês pulasse da penúltima para a sexta colocação no Mundial de Construtores. A equipe não colocava dois pilotos juntos no pódio desde o GP do Japão de 2006, quando Alonso venceu e Fisichella terminou em terceiro. Na época ainda era Renault, faça-se a ressalva. O nome Alpine foi adotado em 2021.

Pódio duplo do time francês: depois de 18 anos

NÃO GOSTAMOS da Ferrari, que vinha de duas vitórias seguidas e terminou a corrida apenas em quinto com Leclerc. Sainz abandonou. No total, contando a Sprint, o time vermelho marcou apenas 20 pontos em Interlagos. A McLaren fez 27 e a Red Bull, 32. A vantagem dos papaias, líderes, para os italianos, em segundo, passou de 29 para 36 pontos. Mas a disputa ainda está aberta. Tem bastante água para rolar em três etapas.

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ENCHE O TANQUE

SÃO PAULO (calma…) – O Bruno Wenson mandou uma das melhores histórias de postos de gasolina da história deste blog. Vejam as fotos e leiam o relato dele depois:

Olá, Flavio! Voltando de minha viagem a Montevidéu, passei em Jaguarão para conhecer rapidamente a cidade rodando por suas ruas. É bem bonita e vale a visita, por seus prédios e casas antigas, bem conservadas e com ruas calçadas em pedras, além da vista para o rio Jaguarão e o pequeno porto e a ponte com posto de alfândega, mostrada pelo blog aqui. Nessas “rodanças”, achei esse postinho que me fez parar e clicar de imediato. Uma bomba só chama a atenção, e nada há além no espaço que dá pra rua. Mais tarde, num outro posto, onde parei pra abastecer e tomar café, perguntei a um frentista sobre o posto de uma bomba só. O que ele e me contou foi que pertence a uma senhorinha que sempre trabalhou só, tendo apenas uma outra pessoa para abastecer os carros. Que não aceitava cheques ou cartões, quando estes começaram a ficar mais populares, e que sempre teve clientes fiéis, pois tinha preço diferenciado para eles. E seu tanque sempre estava cheio, pois mesmo quando o combustível aumentava de preço, ela nunca comprava quantidade menor que o necessário para deixar esse tanque com menos que a capacidade máxima. Bem, aí estão as fotos. Se achar bonitas e merecedoras, pode publicar. Grato pela leitura. Até!

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AQUI NÃO PODE (19)

Interlagos, 6 da manhã: o começo de um dia inesquecível

SÃO PAULO (até o próximo) – Eu costumava chegar bem cedo a Interlagos em GPs do Brasil na época em que trabalhava em rádio. Entrávamos no ar às 7h e só encerrávamos as transmissões perto das 16h, porque era a hora em que começava o futebol. Depois tratava de mandar meus textos para os jornais que recebiam minha cobertura. Costumava sair da sala de imprensa bem tarde, para chegar em casa e desmaiar de cansaço.

Foi-se essa época, porém. O horário de largada da corrida foi mudando ao longo dos anos, e hoje voltei um pouco no tempo quando meu despertador tocou às 4h30, o dia longe de amanhecer. Foi por necessidade. A classificação de ontem foi cancelada, marcaram para as 7h30 de hoje, era preciso sair cedo para não correr o risco de chegar atrasado.

A foto acima foi tirada por um amigo exatamente às 6h, quando entrei no autódromo para cobrir um GP na capital paulista pela 32ª vez. Desde 1990, quando a corrida voltou para a cidade, só não estive em duas edições — a de 2021, porque estava morando na Bahia, e do ano passado, porque não tive credencial.

Uma de minhas diversões é escolher um carro bacana para usar no fim de semana da F-1. Já vim de DKW, Lada, Trabant, Wartburg, Karmann-Ghia, Vemaguet, Variant, Passat, meu velho e bom A3… Este ano trouxe o valente Gol GT, 38 anos nas costas, sonho de consumo de quando era moleque que parecia inatingível.

Isso não tem importância nenhuma para ninguém, exceto para mim. Fantasio que quando ele voltar para meu pequeno galpão, provavelmente amanhã, terá assunto para conversar com os outros — que já viram Senna, Prost, Mansell, Barrichello, Schumacher, Hill, Vettel, Button, Alonso, Hamilton, Massa, títulos sendo decididos, corridas com sol, chuva, frio, calor, um pouco de tudo.

O Golzinho testemunhou de seu posto privilegiado de observação uma das atuações mais brilhantes de um piloto na história da categoria. A F-1 realizou hoje seu 1.122º GP, e apenas cinco vezes alguém venceu largando de 17º ou mais. Foi o caso de Verstappen, que praticamente garantiu o tetracampeonato.

Deixo o autódromo feliz por ter visto de perto tal façanha. É legal ter história para contar, embora a cada dia que passa tenha a impressão de que há menos gente interessada naquilo que conto. Saio sem saber direito se, do ponto de vista jornalístico, as milhares de letrinhas batucadas no teclado do computador e postadas nesta plataforma já considerada obsoleta, um blog, tiveram importância para alguém.

Não escrevo mais para jornais, veículos em extinção, nem trabalho em rádio. Resisto, talvez por preguiça, certamente por não dar muita bola, às mídias instantâneas e superficiais que hoje distribuem o que se chama de “conteúdo”. Não se trata de um conflito com a modernidade, aquele papo de “no meu tempo era assim”, “antigamente era assado”. Acho apenas tudo muito descartável e desinteressante.

Gosto de escrever. Foi o que vim fazer aqui. E enquanto alguém ainda ler, é o que continuarei fazendo.

Aqui ainda pode.

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AQUI NÃO PODE (18)

A festa de Max com a Red Bull: vitória impressionante

SÃO PAULO (não é qualquer um, não…) – Max Verstappen conseguiu a maior vitória de sua carreira hoje em Interlagos. Saiu de 17º no grid para vencer o chuvoso, molhado, tumultuado, acidentado e delicioso GP de São Paulo. Com Lando Norris em sexto, o holandês da Red Bull praticamente passou a régua no campeonato. Como também fez a melhor volta da prova, marcou 26 pontos contra apenas oito do rival da McLaren. Se tinha visto ontem, após a Sprint, a diferença na tabela cair para 44 pontos, sai da capital paulista 62 à frente.

Faltam três etapas para o fim do campeonato, com 86 pontos em jogo. Nem faz mais sentido fazer contas. Para ser campeão, Norris precisaria que Verstappen fosse abduzido por incas venusianos ou, sei lá, decidisse antecipar as férias porque já está no Brasil, gosta dos Lençóis Maranhenses e quer economizar a passagem que teria de comprar para voltar no verão. Mesmo assim, Lando teria de fazer 21 pontos por etapa para superar o virtual tetracampeão sequestrado por alienígenas.

Não vai acontecer. Norris foi nocauteado hoje. Verstappen teve uma atuação de gala que incluiu muitas ultrapassagens, uma habilidade acima da média na água, uma pequena dose de sorte com uma bandeira vermelha no meio da prova e, principalmente, talento. Foi impressionante. Suas linhas diferentes das dos outros, a busca por aderência no piso escorregadio usando trajetórias muito particulares, as tomadas de decisão rápidas e certeiras, tudo isso junto construiu um dos mais belos espetáculos da história da categoria. Sem exagero algum.

Ocon, Verstappen e Gasly no pódio: quem poderia imaginar?

Max não ganhava um GP desde a Espanha, em junho. Foram dez corridas de jejum. Saiu da fila e conquistou sua oitava vitória no ano, 62ª na carreira. No pódio, teve a companhia de dois pilotos da Alpine. Não, você não leu errado. Da Alpine, mesmo, a equipe que tinha 14 pontos no Mundial de Construtores e estava na penúltima posição, à frente apenas da Sauber. Fez 35 em São Paulo e subiu para sexto. Nenhuma equipe pontuou mais que o time francês na etapa brasileira da temporada.

Esteban Ocon foi o segundo e Pierre Gasly, o terceiro. Como Verstappen, a dupla não tinha trocado seus pneus ainda quando Franco Colapinto bateu forte na 32ª volta, provocando a interrupção da corrida. Os três ganharam um pit stop de graça. Puderam colocar pneus novos sem perder tempo, enquanto os demais pararam com a prova em andamento, caindo na classificação. Depois que a corrida recomeçou, o trio não foi mais ameaçado.

O troféu que “chove”: na verdade, quem fez chover foi Verstappen…

Como sempre acontece em Interlagos, um GP de F-1 é cheio de histórias. O relato abaixo foi sendo escrito na medida em que os fatos iam se sucedendo. Vocês são meus amigos e posso contar. É técnica mais do que conhecida para publicar um texto rapidamente, assim que um evento termina. Ninguém escreve uma batelada dessas em 15 minutos.

Mas creio ser um relato fiel. Um dia, quem sabe, será descoberto pela inteligência artificial e trechos dele serão reproduzidos. Espero que alguém peça ao ChatGPT um perfil do autódromo e saia algo como “Interlagos é uma praia no Maranhão onde chove muito, visitada de vez em quando por ETs oriundos de Vênus que são muito violentos e dão socos na cara de pessoas que se chamam Lando Norris, levando-os à lona”.

Agora, a corrida.

A prova nem tinha começado quando Lance Stroll, de modo patético, perdeu o controle do carro no fim da Reta Oposta na volta de apresentação. Rodou, bateu e atolou. E foi uma patacoada histórica. Ele poderia até levar o carro de volta para os boxes, tinha quebrado só um pedaço da asa dianteira. Manobrou, engatou a primeira marcha e tentou atravessar a área de escape de brita. Lá ficou, óbvio.

Foi a segunda baixa da corrida, que já tinha perdido Alexander Albon por conta de um forte acidente na classificação. No grid, 17 carros. Esperando para largar dos boxes, o de Carlos Sainz — também danificado na sessão que definiu o grid, bem cedo.

A largada, por conta da barbeiragem de Stroll, foi abortada e o número original de voltas caiu de 71 para 70.

Houve uma confusão no realinhamento causado por Norris, que em vez de parar no grid foi em frente como se já tivesse sido autorizada uma nova volta de apresentação. Não tinha. Alguns mais desavisados foram atrás dele. Por isso a direção de prova atrasou a largada em dez minutos, remarcando o início para as 12h47. O número de voltas caiu para 69. E apareceu na tela: infração do carro de Norris notada. Under his eyes. O piloto da McLaren estava sob investigação e poderia receber uma punição. E quem seguiu o líder, idem. Verstappen não foi um deles. Conhecedor das escrituras sagradas, avisou a Red Bull pelo rádio: “Ele fez alguma cagada”.

Verstappen na chuva: obra-prima em Interlagos

Norris, como de hábito, largou mal e perdeu a ponta para Russell. Verstappen veio babando lá de trás e ao final da primeira volta já estava em décimo. Pérez rodou e caiu para último, mas continuou na corrida.

Na terceira volta, começou a chover. Até então, a pista estava molhada, os pneus intermediários foram escolhidos por todos, mas havia a esperança de que o asfalto secasse. Que nada… Veio chuva, mesmo, mais forte no setor 3 – do Bico de Pato em diante.

Max vinha escalando o pelotão. Passou Gasly na quinta volta e foi para nono. Norris, em segundo, se aprumou, respirou fundo e foi à luta para tentar a liderança. Verstappen continuava subindo: deixou Alonso para trás e assumiu a oitava colocação. O próximo alvo era mais complicado, a McLaren de Oscar Piastri.

A chuva ia e vinha. Na abertura da décima volta, o holandês mergulhou por dentro do S do Senna e, sem negociar detalhes irrelevantes, passou o australiano. Subiu para sétimo, com Liam Lawson à sua frente. Piloto da filial, o neozelandês nem precisava ser avisado sobre a identidade de quem estava chegando no seu retrovisor. Saiu da sua frente no miolo e o tricampeão pulou para sexto.

Enquanto isso, mais para trás, Hamilton reclamava de seu carro e perdia posições. Quando foi ultrapassado por Colapinto, Interlagos virou La Bombonera. Valia apenas a 13ª posição, mas a turma na arquibancada vibrou como se fosse um gol de Maradona.

Com 12 voltas, Russell, Norris, Tsunoda, Ocon, Leclerc e Verstappen eram os seis primeiros. De Landinho a Verstappen havia um intervalo de 9s5. A FIA informou que os incidentes da volta de apresentação não autorizada seriam investigados depois da corrida.

O tricampeão voava. Na volta 15, colou em Leclerc. Se tivesse faróis, piscá-los-ia. À sua frente, um trenzinho puxado por Tsunoda, a locomotiva, com dois vagões a reboque: Ocon e Charlinho.

Com 20 voltas, Norris não conseguia chegar em Russell e reclamava que faltava-lhe velocidade nas retas. Verstappen, em sexto, resolveu atacar o monegasco da Ferrari com seriedade. Tentou por fora no S do Senna, não conseguiu. Aliviou um pouco e Leclerc aproveitou para trocar seus pneus na volta 25, poupando o líder do campeonato do trabalho de ultrapassá-lo.

Leclerc: quinto lugar foi o melhor que conseguiu a Ferrari

Na volta 27, finalmente, Lando colou em Russell. Então, Hülkenberg rodou. Bandeiras amarelas, safety-car virtual, e lá vai o povo para os boxes para trocar pneus. Pérez, Tsunoda e Lawson colocaram pneus para chuva extrema, percebendo que estava apertando o aguaceiro. Era uma aposta. O céu desabou de novo. Ocon, Verstappen e Gasly, sem pit stops, eram os três primeiros.

Como Hülkenberg conseguiu colocar o carro na pista de novo, o safety-car virtual foi desabilitado. Mas logo apareceu a mensagem de safety-car real, na volta 31. Motivo: excesso de chuva. As condições da pista eram muito perigosas.

E de fato eram. Na volta 32, sob safety-car, Colapinto deu uma senhora porrada na Subida do Café, e a direção de prova imediatamente interrompeu a corrida com bandeira vermelha. Seu carro aquaplanou pelo tanto de água na pista e ele virou passageiro. Mais tarde, pediu desculpas à equipe. Para os argentinos, que vieram em grande número para ver a prova, foi como perder a Copa de virada para a Inglaterra.

Aquela bandeira vermelha era tudo que Verstappen poderia pedir ao destino. Com a corrida interrompida, todos podem trocar de pneus. Norris tinha feito isso com a prova em andamento, caindo para quarto. Ocon, Verstappen e Gasly, os três primeiros, não. Ganharam um pit stop de presente. Deram o pulo do gato.

A batida de Colapinto: bandeira vermelha decisiva

A situação, pois, era a seguinte: teríamos um GP da Capital Paulista começando do zero com 36 voltas. Na pole, um improvável Ocon. Depois dele, Verstappen em segundo, Gasly em terceiro e Norris em quarto. Os demais, nas primeiras posições, eram Russell, Tsunoda, Leclerc, Piastri, Alonso e Lawson. Na torre de controle, não paravam de entrar advogados e escreventes com os documentos das muitas investigações em andamento: Bearman x Colapinto, Lawson x Piastri, Hamilton x Lawson, Hülkenberg x O Povo (tinha recebido assistência externa para voltar à pista), além da turma toda da volta de apresentação falsa.

O alemão da Haas, antes mesmo do reinício da prova, recebeu uma bandeira preta no meio da testa e foi desclassificado. Tinha sido empurrado por um exército de fiscais depois de rodar no S do Senna. “Vai, vai, vai, ninguém tá vendo, vai!”, gritavam os solícitos funcionários. “Mas pode mesmo?”, perguntou o piloto, confuso. “Vai, só vai!” Ele foi e alguém viu. Under his eyes.

Foram 25 minutos de pausa para a formação do novo grid. A relargada seria com os carros em movimento depois de liberados pelo safety-car. Havia previsão de mais uns 15 minutos de chuva e, de acordo com os radares das equipes, depois disso todos poderiam guardar suas capas. Previsões que, claro, sempre carecem de confirmação da vida real. Em Interlagos é melhor não confiar muito.

A relargada foi dada na volta 34 e Ocon manteve a ponta. Zhou e Bearman, lá atrás, saíram da pista e voltaram. Norris errou no Lago e perdeu a posição para Russell. O domingo que tinha começado tão bem para o vice-líder do campeonato virava um pesadelo entre as duas represas da capital paulista.

Verstappen, que de bobo não tem nada, não forçou a barra para cima de Oconzinho. Em 2018, o francês tirou uma vitória certa de Max na condição de retardatário. Eles se pegaram de tapa nos boxes. Para ele, a Alpine vencer não seria problema nenhum. Sua missão depois da classificação desastrosa era chegar não muito longe de Norris. Estava três posições à frente. Jamais poderia imaginar que as coisas poderiam dar tão certo assim.

Mas é Interlagos, e não se deve contar com pontos antes da bandeirada. Às vezes até depois da bandeirada você perde pontos, como aconteceu com Kimi Raikkonen em 2003. Foi declarado vencedor da corrida, interrompida por chuva e acidentes, e no dia seguinte a cronometragem foi revista. O finlandês teve de entregar o troféu a Giancarlo Fisichella na corrida seguinte, em Ímola.

Na relargada, a diferença: Max ultrapassa, Norris sai da pista

Por isso, nenhuma surpresa quando Sainz bateu no Laranjinha na volta 40 e o safety-car foi chamado de novo. A relargada deu-se na volta 43 com Ocon, Verstappen, Gasly, Russell, Norris e Leclerc nas seis primeiras posições.

O pessoal da Alpine não acreditava no que via. E era melhor não sonhar muito, mesmo. Porque Verstappen, sem medo nenhum de ser feliz, passou Esteban na freada do S do Senna e assumiu a ponta. Norris foi parar na área de escape e caiu para sétimo, ultrapassado por Leclerc e Piastri. Uma tragédia.

O que Verstappen fazia em Interlagos era extraordinário. Tinha largado em 17º com um carro problemático. Foi punido duas vezes – por troca de motor e, ontem, por uma filigrana de regulamento, perdendo um terceiro lugar na Sprint.

O abraço dos franceses: Gasly e Ocon foram brilhantes, também

Norris, por sua vez, era um vexame. A McLaren mandou Piastri lhe entregar a sexta posição, perdida pouco antes por erro dele. Max, então, começou a humilhar a concorrência. Passou a fazer volta mais rápida em cima de volta mais rápida, para ganhar também o ponto extra em Interlagos. Cutucaram a onça com vara curta, deu nisso. Foram 17 seguidas.

As últimas disputas da corrida foram travadas entre Pérez e Lawson e, depois, Hamilton contra o neozelandês. Que ganhou as duas, diga-se, com uma pilotagem firme e determinada. Russell, na reta final do GP, chegou a ameaçar o suado pódio de Gasly. Mas o outro francês alpínico é também um bom piloto de chuva e se segurou com garbo e elegância.

Final em Interlagos: cinco abandonos na chuva paulistana

Verstappen cruzou a linha de chegada e recebeu a bandeirada do surfista Gabriel Medina. Ocon chegou em segundo, 19s4 atrás dele. Gasly ficou em terceiro e no Parque Fechado abraçou o companheiro, com quem não se dá há anos. Ocon será piloto da Haas no ano que vem. Russell foi o quarto colocado, seguido por Leclerc, Norris, Tsunoda, Piastri, Lawson e Hamilton. Norris foi ver a quadriculada 31s3 depois de Max.

“Eu apenas tentei ficar longe de problemas, me manter calmo, e dei um pouco de sorte com a bandeira vermelha”, resumiu o vencedor em sua primeira entrevista, ainda na pista. “Mas é realmente inacreditável ganhar aqui depois de largar em 17º.”

É mesmo. Foi foda, hoje.

Desculpem o termo.

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AQUI NÃO PODE (17)

Sainz batido: larga dos boxes

SÃO PAULO (ainda chove) – Apenas para atualizar vocês, sem a velocidade das redes sociais mas cumprindo a missão sagrada de informar:

WILLIAMS – Depois de prometer que iria tentar consertar o carro de Albon, a equipe inglesa confirmou que não vai dar. O tailandês, portanto, está fora do GP de São Paulo, ex-Brasil. É a primeira baixa da corrida. Colapinto, que também bateu, deve largar normalmente. Seu acidente foi leve.

FERRARI – Já a equipe italiana informou que teve de trocar motor, câmbio, limpador de para-brisa, faróis, toca-fitas e kit multimídia do carro de Sainz, que também bateu na classificação. Por isso, o espanhol largará dos boxes. Ele tinha ficado em 14º no grid.

GRID PUBLICADO – Com a punição de Verstappen e a decisão da Ferrari de colocar Sainz nos boxes para a largada, o grid para a corrida que começa às 12h30 está aí embaixo. Desconsiderem Albon, claro. Seu lugar no grid ficará vazio.

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AQUI NÃO PODE (16)

Hamilton com a McLaren de Senna: o som foi o melhor

SÃO PAULO (legal, sim) – No fim das contas, conseguiram fazer a homenagem a Senna com seu carro de 1990, o McLaren MP4/5B. E foi até melhor hoje, antes da corrida, do que seria ontem, após a classificação — que pegaria as arquibancadas já se esvaziando.

Lewis Hamilton, que segundo Emerson Fittipaldi foi uma escolha “antiética”, deu mais de três voltas com o modelo que parece um carrinho de brinquedo perto dos F-1 de hoje. Pegou bandeirinha do Brasil, acenou para a torcida e, quando terminou a exibição, foi direto: “Esse é um carro de corrida de verdade, se pudesse corria com ele hoje”. Disse também que foi a maior honra de sua carreira, que ama o Brasil e que seu maior sentimento ao final da jornada era de gratidão.

Foi bonito de ver e de ouvir. O ronco do V10 aspirado da Honda — que mandou técnicos e mecânicos para funcionar o carro — viajou pelos 4.309 m de Interlagos enchendo o público de nostalgia. Esses motores nunca mais serão usados na F-1 e seu som agudo e estridente ficarão restritos às competições de clássicos, que ainda acontecem na Europa.

Com esse carro, Senna foi campeão em 1990. Naquele ano, a F-1 voltou a São Paulo e o brasileiro perdeu a corrida caseira ao bater em Satoru Nakajima, que era retardatário, quando liderava a prova. Venceria o GP do Brasil duas vezes, depois, em 1991 e 1993. Sempre pela McLaren, sempre com a pintura vermelha e branca do patrocínio da Marlboro.

O inglês “antiético”, de acordo com Emerson: “Gratidão”, disse

Eu poderia encher vocês aqui de poesia e palavras lacrimejantes, mas vou poupá-los. Tenho certeza que muita gente chorou diante da TV e nas arquibancadas. E é justo que o façam. Também tenho saudades de 1990. Curti muito aquela primeira corrida em Interlagos renovado, cobri de perto as reformas no autódromo bancadas pela prefeita Luiza Erundina. E era moleque, tinha 25 anos, editava o caderno de Esportes da “Folha”, comandei a cobertura da Copa da Itália, fiz vários GPs na Europa, não tinha do que reclamar. Foi bacana ver, tanto tempo depois, um carro que vi correr de verdade. A F-1 dos anos 90 era bacana, tinha ótimos personagens.

E eu tinha 25 anos.

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AQUI NÃO PODE (15)

Os três primeiros no grid: surpresa é Tsunoda

SÃO PAULO (todos vivos) – Lando Norris larga daqui a pouco na pole-position para o GP de São Paulo em Interlagos. O inglês da McLaren terá a seu lado, na primeira fila, George Russell, da Mercedes. Terceiro e quarto no grid foram surpresas gigantescas: Yuki Tsunoda, da Pega a Outra Maquininha Lá Dentro Por Favor, e Esteban Ocon, da Alpine. Max Verstappen ficou em 12º na classificação, mas perderá cinco posições no grid por troca de motor.

O grid completo, mesmo, só veremos como ficou na hora em que os carros saírem dos boxes para a largada, agendada para as 12h30. Isso porque a classificação, na manhã molhada da capital paulista, vitimou cinco pilotos e suas respectivas viaturas. Foram eles, pela ordem cronológica da ocorrência dos acidentes, Franco Colapinto (Williams), Carlos Sainz (Ferrari), Lance Stroll e Fernando Alonso (Aston Martin) e Alexander Albon (Williams). Neste exato momento mecânicos trabalham das três equipes trabalham freneticamente para reparar os danos.

É a oitava pole-position da carreira de Norris, sétima na temporada. Ele está 44 pontos atrás de Verstappen na classificação e tem a maior chance dos últimos meses de reduzir essa desvantagem de forma significativa. O holandês, do fundo do grid, precisa pontuar. Lutar por vitória ou pódio está fora de questão, a não ser que algo de muito excepcional aconteça nas 71 voltas da corrida de Interlagos. E pode acontecer, claro. Afinal, é Interlagos. E está chovendo. Uma loteria, embora menos perigosa que o Jogo do Tigrinho. E do Aviãozinho. Dia desses me mostraram o Jogo do Aviãozinho. Não é à toa que os habitantes da Terra estão falindo diante de seus computadores e celulares. O aviãozinho é simpático, o pequeno tigre é sedutor e desafiador, cifras correm pelas telas, pessoas enriquecem em segundos, daí até tentar a sorte é um pulo, e o resultado é sempre o mesmo: falência.

Não joguem. Eu nunca joguei nessas merdas. Mas sei de gente que está se acabando. Cuidado, muito cuidado. Principalmente com o tal Brazino 777, que ficou famoso com propagandas em site de putaria e agora está em todas as rádios ouvidas pelos cidadãos de bem da capital paulista. Eu conhecia da putaria, mesmo. Quando ouvi na rádio pela primeira vez fiquei espantado. E me senti, de certa forma, invadido na intimidade. Dá pra deixar minha putaria digital em paz? Obrigado.

Antes da classificação, os boxes da Red Bull na hora da visitação

Voltemos a Interlagos.

Quando os boxes foram abertos eram exatamente 7h30, horário em que qualquer pessoa decente, temente a deus e trabalhadora está comendo um pão na chapa na padaria e tomando uma média. Aqui farei uma observação gramática-religiosa. Sempre escrevi “Deus” com maiúscula, como a maioria das pessoas. De uns tempos para cá, tenho optado pela versão com minúscula, “deus”. Espero que não ofenda ninguém. Deus maiúsculo pressupõe a escolha e aceitação de uma crença monoteísta, inicialmente. Cristãos e judeus usam essa forma, Deus, para se referir à sua divindade. Os islâmicos, me parece, gostam mais de Alá, mas também se referem a ele como Deus.  

Os dicionários costumam diferenciar “Deus” de “deus” relegando a segunda forma a uma espécie de divindade genérica da Shopee. Há um certo desprezo às crenças politeístas que têm vários deuses – da fertilidade, do amor, da beleza, dos mares, dos trovões, do vinho, do sol, da lua, tem deus para todos os gostos. Mas por que só o deus dos cristãos, judeus e muçulmanos merecem o D maiúsculo? Aliás, gosto muito da ideia de nomear deuses como fazem os gregos — Apolo, Dionísio, Poseidon. Por que os cristãos, judeus e muçulmanos não dão um nome verdadeiramente próprio ao seu deus único? Poderiam ser, sei lá, Joaquim, Benjamin e Muhammad, e os crentes chamá-los-iam por apelidos carinhoso como Juca, Benja e Mumu, aproximando-os da vida cotidiana e deixando de lado esse aura punitiva e austera que os cerca.

Deuses gregos: tinham rostos e nomes

Voltemos a Interlagos.

As primeiras voltas foram completadas na casa de 1min30s, e todos com pneus de chuva intensa, que raramente são usados na F-1 porque levantam um spray muito forte. A pista estava bem molhada e a chuva não dava trégua. Claro que não com a intensidade de ontem, um aguaceiro de assustar Noé, mas caía com gosto.

As excursões pelas áreas de escape no Q1 começaram com Zhou e Stroll. Depois, Bottas. Mas, até ali, ninguém tinha atolado na brita ou acertado uma barreira de proteção. Visibilidade? Zero. Os pilotos, pelo rádio, não reclamavam muito, porém. Ao contrário, cogitavam até colocar os pneus intermediários. Mas faltando 8min50 para o fim do primeiro segmento classificatório Colapinto bateu depois da segunda perna do S do Senna, na entrada da Curva do Sol, provocando a primeira bandeira encarnada dominical.

Naquele momento, Tsunoda, Leclerc, Ocon, Pérez e Alonso eram os cinco primeiros. A melhor McLaren aparecia em décimo, Norris. Verstappen era o sétimo. Hamilton, o último. O tempo do japonês da Hoje o Sistema Tá Lento era de 1min29s172.

Foram oito minutos de paralisação para que o Williams de Colapinto fosse  retirado do local da batida. Ele estava em nono, provisoriamente. Mas terá de largar do fundo do pelotão, para tristeza das torcidas de Boca, River, Racing, Huracan e Banfield — que transformaram a capital paulista numa extensão de Buenos Aires em dia de Libertadores, espalhando-se pelas ruas com bandeiras da Argentina e cantos futebolísticos.

Retomados os trabalhos, Russell protagonizou um pastelão que quase acaba no guard-rail, ultrapassando dois carros e tentando passar um terceiro na saída dos boxes, uma via cobrejante e estreita que deveria ter lombadas e radar.

E depois de um festival de voltas canceladas por limites de pista, de vários pilotos, o Q1 se encerrou com Verstappen em primeiro, 1min28s522, 0s550 à frente do segundo colocado, Albon. Russell, Ocon, Tsunoda, Gasly, Leclerc, Pérez, Piastri e Alonso fecharam os dez primeiros. Norris avançou raspando para o Q2, em 15º. E, na degola, dançaram o brasileiro honorário Hamilton, seguido por Bearman, Colapinto, Hülkenberg e Zhou. Lewis só conseguir dizer uma frase pelo rádio, que aqui será reproduzida em tradução livre: “Que puta carro de merda do caralho”. É que ele falou “damn” e não tem como traduzir isso direito.

No Q2, as condições eram parecidas em termos hídricos: pista muito molhada, pneus para precipitações volumosas. Mesmo assim, Piastri arriscou colocar os intermediários, reconhecíveis pelo friso verde na lateral. Num primeiro momento, não adiantou muita coisa – fez o quarto tempo, 1min28s925. Com o modelo de faixa azul, tal qual o afamado queijo, Verstappen marcara 1min27s771. Mas, na volta seguinte, o australiano baixou para 1min27s141. Depois, 1min25s179.

Claro que todos notaram a evolução e chamaram seus pilotos para colocar os mesmos pneus. Mas ninguém teve muito tempo para desfrutar deles. Descendo o S do Senna, Sainz rodou do nada. Uma rodada fantasmagórica. Foi parar na proteção de pneus, danificando razoavelmente sua Ferrari. Segunda bandeira vermelha, faltando 5min51s para o fim do Q2. Piastri, Russell, Stroll, Verstappen e Lawson eram os cinco primeiros. Norris era o 11º.

Mais oito minutos de interrupção, sessão reiniciada com chuva contínua e persistente, mas nada muito assustador. Com intermediários para todos, quem começou a andar bem foi Norris. Fez uma volta excelente em 1min24s844. E quem estava na pista não teve nem chance de se aproximar, porque Stroll bateu na Curva do Sol e causou a terceira bandeira vermelha da manhã plúmbea da capital paulista. O Q2 acabou, ceifando Bottas, Verstappen, Pérez, Sainz e Gasly. Norris, Alonso, Piastri, Lawson, Albon, Leclerc, Ocon, Russell, Stroll e Tsunoda ficaram com as dez primeiras colocações.

Para o holandês da Red Bull, o cenário não poderia ser pior. Em 12º, ainda perderia cinco posições no grid. Para piorar, a McLaren tinha acordado e era favorita à pole.

Max ficou irritado e soltou os cães, com razão, contra os comissários desportivos. Houve uma demora incompreensível para que a bandeira vermelha fosse desfraldada na hora em que Stroll estampou o muro. “Bateu, tem de ter bandeira na hora. Os caras levaram 40 segundos para mostrar a bandeira com um carro batido no muro. É o cu da cobra”, falou o piloto da Red Bull. “O cu da cobra” é expressão que em inglês não se usa, eu pelo menos nunca escutei “this is the snake’s ass”. Verstappen falou “bullshit”, que também não tem uma boa tradução para o português. Cocô de touro? Talvez “bosta”, “merda”, mas “cu da cobra” denota a medida exata da indignação, muito mais do que um simples praguejar. O piloto ficou zangado porque estava em décimo quando Lance bateu. Leclerc e Lawson fecharam voltas com o canadense espetado nos pneus e acabaram avançando para a fase final da classificação. Foi a primeira vez no ano que Verstappen estacionou no Q2.

Albon: batida forte, fora da corrida

Com pista molhada, o Q3 foi diferente do tradicional dá uma volta/troca pneu/dá outra volta. Os pneus intermediários demoram um pouco mais para aquecer e podem ser usados numa sequência um pouco maior de voltas, para aproveitar um trilho que vai-se formando, ainda que timidamente. Norris fez 1min24s158 numa dessas e se estabeleceu na ponta, quando a quarta bandeira vermelha do dia foi acionada: no Mergulho, Alonso perdeu a traseira de seu carro, rodou e bateu nos pneus. Faltavam 6min59s para o final da sessão. A Aston Martin perdeu seus dois carros. Os mecânicos, nos boxes, maldisseram o clima, o asfalto, o autódromo, a cidade, padre Anchieta e os jesuítas. Teriam poucas horas para reconstruir dois automóveis que nem são lá essas coisas.

Mais 12 minutos de interrupção e os oito sobreviventes voltaram à pista para definir o grid. Sem que fosse possível, novamente, alguém melhorar seus tempos. Porque Albon acabou sofrendo o acidente mais violento da classificação, na freada para o S do Senna. Seu carro passou direto e bateu forte nos pneus. Ficou destruído. Foi a quinta bandeira vermelha matinal, a 3min31s do encerramento da sessão. Norris, Albon, Piastri, Ocon, Russell, Leclerc, Tsunoda, Lawson, Alonso e Stroll eram os dez primeiros. Desses, três já estavam fora de combate, com os carros batidos: Albon, Alonso e Stroll.

Foram 11 minutos de espera até a pista ser novamente liberada. Norris baixou seu tempo para 1min24s092 e, depois, para 1min23s405. Vários “ooooohs” foram ouvidos aqui e ali na medida em que pilotos menos votados subiam no grid, como a simpática dupla da Acho Que o Chip Tá Com Defeito. E também Ocon, da moribunda Alpine, que do nada apareceu lá na frente.

Classificação em Interlagos: grid terá mudanças

Ao fim e ao cabo, Norris garantiu a pole e Russell ficou em segundo, 0s173 atrás do #4 da McLaren. A segunda fila é um estouro de alegria: Tsunoda e Ocon, melhor posição de largada da vida do japonês. Em quinto larga seu companheiro Liam Lawson, seguido por Leclerc, Albon, Piastri, Alonso e Stroll.

Desnecessário dizer que até a hora da largada muita coisa pode mudar nesse grid, pelo simples fato de que cinco carros bateram e terão de ser arrumados. Talvez alguns larguem dos boxes. Talvez alguns nem larguem. Albon, por exemplo, disse que está fora da prova. Mas a Williams jurou que vai fazer de tudo para consertar seu carro de modo que ele possa disputar o GP da Capital Paulista.

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1:20:30

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